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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 7 de junho de 2023

065 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.



Bitô e Jorvina antes de morarem na lavanderia residiam no Sanharol numa casinha de taipa de José André próximo as cajaraneiras do Garrote. Raimundo, seu filho mais velho se apaixonou por uma danada, acesa, que foi não foi, aparecia com um namorado novo, fato aquela época, pouco recomendado para uma moça prendada. 

O pai chamou o filho em particular e começou a aconselhar fazendo ver que  aquela não era a nora que ele desejava. Bitô mostrava os defeitos e Raimundo apresentava uma solução em cima da bucha. Meu filho essa moça é muita falada, muito acesa. Pai pode ser que eu apague o fogo dela. 

Foram a cima, foram a baixo, Bitô se zangou e foi na ferida, bem onde o preconceito a época era motivo de condenação e morte : meu filho, essa moça já é furada!

Raimundo coçou o cangote, balançou a cabeça e fechou a prosa dizendo: pai, que besteira é essa, eu quero num é pra carregar água não...



7 comentários:

  1. Antonio de Bitô foi sem sobra de dúvida um cidadão que marcou a comunidade do Sanharol e circunvizinhos com sua vinda de pão. Lembro-me quando ainda criança eu ficava na lateral da casa esperando a sua chegada para meu pai comprar os pães do café da manhã. Ele passa cantando; olhe o pão doce, sovado e aguado criolo da tarde.
    O episódio contado por Morais tem certo sentido, pois acima de tudo prevalecia o amor e onde existe amor de verdade a coisa se complica, não importava ser furada, pois o homem já estava dominado pelos carinhos aconchegastes e prazerosos da parceira. Amor recíproco é bom demais....

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    1. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk quando o caba cega, nào tem jeito. Eu mesmo, fiz um monte de bobagem........

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  2. Ta aí, um Homem de mente aberta. adorei!

    Abraço Fatima.

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  3. João Bitu e Fátima Bezerra.

    Por mais que se pareça com uma lorota ou resenha, eu asseguro que a acorrência aconteceu exatamente como apresentei a versão.

    Pai e filho olhando nos olhos e soltando suas justificativas. Só não houve o casamento porque a moça era arisca e antes de ajustar com o padre encontrou outro namorado e deixou Raimundo na mão. Bitô tinha toda razão.

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  4. kkkk gostei, o bitô foi bem original para nao ser imoral..e o raimundo romantico e astuto se saiu bem,concerteza como morais disse esse romance nao brotou e ele deve ter encontrado alguem melhor para se casar e ser feliz .

    no meu tempo tinah uma menina arisca ,era uma loira chamada de (baygon)kkkk

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  5. Deve ser a mesma loira. Reside atualmente numa casa localizada a Rua Raimundo Sabino no bairro Sanharol. Mora numa casa com a amiga conhecida por Muriçoca. Pode? Baigon e Muriçoca juntas na mesma casa? Só na Varzea mesmo.

    Podemos somar mais este causo aos contrastes banais.

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  6. Morais,
    Só tú mesmo para relatar esse "causo" tão pitoresco e relativamente comum ,no interior do Nordeste brasileiro,aonde a modernidade dos costumes morais e familiares demoraram mais a serem absorvidos e aceitos como fatos corriqueiros.

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