Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 26 de junho de 2023

087 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.

João Alves de Menezes, João do Sapo foi um dos maiores empreendedores de Várzea-Alegre.

No final da década de 30, início de 40 do século passado, numa época sem estradas e sem transportes ele foi a Bahia e adquiriu na cidade de Jacobina um casal de bovinos da raça zebu para melhorar a genética de seu rebanho, e, consequentemente da região. Batizou a Vaca com o nome de Jacobina em homenagem a cidade de origem e, o touro de Paquete, aí não se sabe explicar a razão ou motivo.

Dizem que com o dinheiro da venda do primeiro filhote ele comprou 23 bezerros dos da região. João do Sapo além do Sanharol era proprietário da Fazenda Pitombeira no município do Assaré. Dizia Dona Soledade, sua esposa, que pra João tudo do Assaré é melhor, de tanto que gostava da propriedade. Ótima para criação de bovinos e ovinos, bem como, para a cultura do algodão.


André Menezes, seu filho, com apenas nove anos de idade, vivia pedindo ao pai para acompanhá-lo nas viagens à Pitombeira. Numa delas João do Sapo o levou. Saiu do Sanharol num burro, no meio de uma carga com os mantimentos necessários para viagem. Um dia e meio em lombo de animais. Por lá João do Sapo conheceu uma vizinha de terra, uma moça com uns 50 anos e, se lembrou do primo legitimo Frazo do Garrote, um solteirão falador da vida alheia que nunca encontrou quem o quisesse e, engenhou na cabeça, a ideia de arrumar um casamento da vizinha com Frazo.

De volta a Várzea-Alegre, foi comunicar ao Frazo do Garrote a oportunidade de sair do caritó e fazer um bom casamento. André Menezes sério e concentrado, apesar de menino, prestava atenção a conversa dos dois primos.
João do Sapo ia passando as informações e Frazo se animando. Dizia: A moça tem mil tarefas de terra, tem cinquenta cabeças de gado, cem cabeças de ovelhas, vinte éguas parideiras, Frazo, num pé e noutro, animado igual pinto em monturo.

Então, André Menezes, completou as informações dizendo: Ei pai, tem Pedro com 14 anos que já serve para botar as vacas no curral!

Essa informação do André botou o negocio a perder, Frazo desistiu do casamento. É que ter Pedro com 14 anos, sem nunca ter casado, era um defeito muito grande para uma moça naqueles tempos.



4 comentários:

  1. Várzea-Alegre vista do Sanharol. A cidade e ao fundo a majestosa Serra Negra.

    ResponderExcluir
  2. Boa!Se verdadeiro o conto,é uma boa história!

    ResponderExcluir
  3. Tony Almeida - A história é verdade. Conheci os personagens João do Sapo, Frazo, André Menezes, inclusive estou com ele na foto, e, visitei muito a Fazenda Pitombeira nos tempos de João do Sapo, dos filhos Raimundo e André Menezes e, continuo visitando agora que pertence aos herdeiros.

    ResponderExcluir
  4. Nessa foto aparece a baixada no terreno do meu avô Antonio Gonçalo, no Sanharol. A primeira casa, do lado direito é a do saudoso Raimundo Meneses, filho de João do Sapo.

    ResponderExcluir