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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 31 de maio de 2020

A primeira grande epidemia que assolou a cidade de Crato – por Armando Lopes Rafael



    O coronavírus, ou o “vírus-chinês” – como está sendo chamado pela população – está se constituindo na segunda grande epidemia infectocontagiosa a castigar a população cratense. No século XIX, mais precisamente em 30 de abril 1862, teve início as mortes pela epidemia de cólera morbo nesta Cidade de Frei Carlos Maria de Ferrara.  Naquele ano, Crato era uma pequena cidade. 

    Sua área urbana começava na Rua da Pedra Lavrada (hoje Rua Dom Pedro II), localizada às margens do Rio Granjeiro. E o casario da cidadezinha subia até aos arredores da Rua Nelson Alencar dos tempos presentes. No sentido horizontal, Crato tinha início na atual Praça da Sé (àquela época chamado Largo da Matriz); e se estendia somente até ao “Fundo da Maca”, assim chamado alguns de terrenos baldios,  localizados no hoje final da Rua Senador Pompeu, após a igreja de São Vicente Ferrer. O surto do cólera de 1862 provocou a morte de cerca de 1.100 cratenses. Um número elevadíssimo para a época.

        A partir de uma monografia de mestrado do professor Jucieldo Ferreira Alexandre (“Impressões Sobre o "Judeu Errante": Representações Sobre o Cólera no Periódico Cratense O Araripe –1862-1864)”, defendida em 2010 – no Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) –, ficamos conhecendo mais detalhes da epidemia do cólera, que causou mais danos aos cratenses do que vem causando o atual coronavírus.  Sim, porque em 1862 os infectados cratenses não dispunham de tratamento médico. Hoje, a assistência médica para os infectados pelo coronavirus é fato.  E a maioria das pessoas desempregadas está até recebendo uma ajuda – de R$ 600,00 a 1.200,00 – do Governo Federal.

             Voltemos à epidemia do cólera morbo. Segundo a monografia do prof. Jucieldo, aquele vírus entrou no Brasil pelo Estado do Pará, em 1855, por meio de uma embarcação de colonos portugueses. No entanto a epidemia só atingiu o Nordeste brasileiro a partir de 1862. Na cidade de Crato, a principal forma de transmissão da doença foi através do Rio Granjeiro, o qual, àquela época, cortava a cidade e abastecia o consumo de água da população citadina que ainda utilizava o rio para lavar roupas e tomar banho.

 
O Rio Granjeiro foi perene até a década 1930. A ação predatória da população transformou o bonito rio num canal-esgoto fedorento e feio. Foto da década 30 do século XX

               Desconhecia-se, em Crato, durante a epidemia do cólera morbo, que a doença infectocontagiosa era transmitida pela bactéria Vibrio cholerae, descoberta pelo alemão Robert Koch, o mesmo que descobriu o bacilo de Koch, que provoca a tuberculose. Em 1862, em Crato, o Governo Municipal, atendendo à recomendação do primeiro Bispo do Ceará, Dom Luís Antônio dos Santos, construiu outro cemitério, fora da cidade. Foi o chamado “Cemitério dos Coléricos”, localizado longe do centro citadino, onde hoje é a subestação de energia elétrica da Enel, próxima ao Supermercado São Luiz, no bairro São Miguel.

            Tinha razão o Bispo do Ceará ao sugerir uma nova necrópole, pois o recém inaugurado Cemitério Bom Jesus dos Pecadores (que posteriormente teria seu nome mudado para Nossa Senhora da Piedade) estava localizado a cerca de 500 metros da Matriz de Nossa Senhora da Penha, no centro da cidade. Enterrar as vítimas do cólera morbo lá, seria uma ameaça real aos habitantes de Crato.   Segundo o Prof. Jucieldo, os homens que transportavam, diariamente, dezenas de cadáveres para sepultamento no Cemitério dos Coléricos, vestiam indumentária vermelha e se embriagavam com aguardente, para realizar os enterros coletivos em vala comum.

                 Cenas como esta não se registraram em Crato na presente pandemia do coronavírus....

O “GOLEIRO LINHA” E O GOSTO DE INFÂNCIA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.


Quem no país do futebol, quando criança ou adolescente, não participou das peladas ou “rachas”, em campos de pequenos espaços, calçadas e até nas áreas interiores das residências?
Achamos que todo menino, excetuando-se os almofadinhas, jogou futebol nessas condições, sonhando no futuro, com o aplauso dos estádios.
O nosso entendimento do futebol como elemento de inclusão, nasceu das peladas em que as formações iniciais dos times iam se modificando, à medida em que chegavam os retardatários.
Ninguém ficava fora da brincadeira: era chegar e entrar. Nos espaços de cimento ou barro, o couro comia e, além de divertir, contava contava com a meninada mais brava, que não queria perder; o que mais tarde seria definido por Romário como “brincar a sério”.
As leis do jogo eram simples e permitiam, nas calçadas e áreas, se apoiar e fazer tabelas usando as paredes. Já nos campinhos, geralmente cercados de vegetação, a bola só era considerada fora de jogo quando chegava no mato. Daí, o bordão adotado pela boleirada: “joga pro mato que é jogo de campeonato”.
Nesses rachas, o goleiro usava as mãos e os pés para defender e podia “desgarrar” em busca do ataque, desde que não perdesse a bola e deixasse o gol vazio. Aí, era uma ação considerada imperdoável, passível de todo tipo de insultos e reprovações do resto do time.
Quem nos remete a esse tempo carregado de saudade e infância, é o goleiro Felipe Alves, do Fortaleza, meio “descompromissado” com as tensões do jogo.
É ele o maior especialista da função de “goleiro linha”, tal qual ocorre na prática do futsal. Sai do gol, como um líbero (jogador da sobra), troca passes com os zagueiros e sugere uma leitura tática, incluindo o goleiro: 1-4-2-4.
Num jogo contra o Ceará, no Castelão, quando defendia o Oeste, Felipe Alves interveio num lance de ataque alvinegro, e saiu “chapelando” quem encontrou pela frente.
Há quem se detenha numa crítica ao caráter exibido e nos excessos, aqui e ali, de Felipes Alves. Mas, que seu estilo leve, tranquilo e moleque de jogar, nos permite uma viagem à nossa infância risonha e franca. Quando jogava-se por prazer. É uma verdade inarredável.

Grande Felipe Alves.

sábado, 30 de maio de 2020

Bolsonaro promete STF a Aras - Por José Newmanne Pinto.

Convivendo com a política e os políticos desde a infância, já vi muito cinismo por baixo dos panos. Nada do que testemunhei, contudo, chega ao descaramento da troca que Bolsonaro propôs ao procurador- geral da República, na prática puxa-saco oficial do presidente. 

Se este continuar fazendo um “bom trabalho” para evitar que ele, os filhos e os amigos sejam punidos pelo STF, pensará com carinho em seu nome para a terceira vaga a ser aberta no mesmo STF. Mas neste mandato só indicará dois ministros. 

Ele conta com a reeleição, pois no próximo mandato terá direito de indicar mais dois. Ou que algum dos nove remanescentes “desapareça” o que lembra os desaparecidos da ditadura militar, que ele tanto venera, ou talvez, quem sabe, um novo método de execução das milícias que fazem parte de sua biografia. 

Com a PF sob controle de Alexandre Ramagem e a iniciativa de qualquer processo por crime comum ou de responsabilidade por conta de um candidato que ele já projetou para o topo da carreira, tudo estará sob seu absoluto controle.

Imperador Dom Pedro I: Respeito à Constituição, sempre!


A abdicação de Dom Pedro I

     O então  Major Luiz Alves de Lima e Silva, o jovem futuro Duque de Caxias, ofereceu ao Imperador Dom Pedro I, dias antes de sua abdicação, a 7 de abril de 1831, os planos de reação contra as injustas e desleais agitações que se acumulavam contra a Coroa. O Soberano, contudo, recusou-os, nos seguintes termos:

O expediente proposto é digno do Major Lima e Silva, mas não o aceito, porque não quero que por minha causa se derrame uma só gota de sangue brasileiro. Portanto, siga o Major a sorte de seus camaradas reunidos no Campo de Santana.

    Já no momento supremo da abdicação, quando era intimado a demitir o Ministério, Sua Majestade respondeu:
– Diga ao povo que recebi a representação. O Ministério passado não merece a minha confiança, e do atual farei o que entender. Sou constitucional, e caminho com a Constituição. Admitir o mesmo Ministério, de forma alguma. Isto seria contra a Constituição e contra a minha honra. Prefiro abdicar. 

    Foram os usurpadores, após a quartelada republicana de 15 de novembro de 1889, que implantaram o desrespeito à Constituição e a infringiram tanto que acabaram reduzindo-lhe a um maço de folhas de papel esfarrapadas. Nenhum Presidente desta República teve o espírito constitucional dos Imperadores Dom Pedro I e Dom Pedro II, e foram esses mesmos Presidentes que deram ao povo brasileiro o exemplo de violar a Constituição – ou melhor, todas as seis Constituições que a República teve.

( Baseado em trecho do livro “Revivendo o Brasil-Império”, de autoria do Senhor Leopoldo Bibiano Xavier).
Publicado originalmente no Facebook de Pró Monarquia

sexta-feira, 29 de maio de 2020

ESSE TAL DE “ENTROSAMENTO” - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.


No auge do nosso prestígio futebolístico no mundo, era comum a sugestão de que os nossos governantes se mirassem no modelo vitorioso do futebol.
Assim como no esporte rei, as equipes governamentais precisam de um bom treinador, se não ficam como bandos desorientados.
Nos primórdios do futebol, os times chegavam a ter um treinador para cada jogador. Era assim nas formações universitárias elitistas, quando os primeiros “profexôres” (aguenta, Luxa!) surgiram.
Não concluam, apressadamente, que estou exagerando, porque, basta olhar para o presente e encontraremos, em torno de um time de futebol, uma entourage formada por preparadores físicos, analistas de desempenho, médicos, gerentes, nutricionistas, psicólogos e, se brincarem, até amestradores de focas.
Tudo igual, ou muito parecido, com a estrutura de governo de uma nação, onde pontificam o presidente e os seus ministros.
Longe de imaginar que o futebol tenha soluções para a saúde, educação e economia, mesmo porque, é bom que não seja assim.
Com toda essa estrutura, cria-se um mundo idealizado de vitórias sem nenhuma concessão para os maus resultados.
Só que o mundo real é outro, e nele, se trabalha com certezas e, não, com aquilo que pensa a poetisa Adélia Prado: “Certeza demais é loucura”.
Acontece que, de repente, grande parte dos setores passa a falar em idiomas diferentes (até o javanês). O inferno dos maus resultados chega mais cedo do que se imagina, implanta a desarmonia e, aos poucos, o caos se estabelece, remetendo tudo para o vinagre.
Não é exagero (mirem-se no Cruzeiro) comparar essa fase à situação a de um comandante de navio, procurando domar uma tempestade em alto mar.
Quem tentou “comandar” o time do Cruzeiro, no ano de maior desgosto de sua história, foi o tal do Perrela.
Não é segredo para ninguém, a situação de penúria financeira de vários times que fazem parte da nobreza do futebol brasileiro.
No futebol, sempre se chamou isso de falta de entrosamento. Tem até a história de um simplório dirigente que perguntou quem era “esse tal de entrosamento”, para ser contratado imediatamente.

“As Forças Armadas não participam nem se confundem com governos” - Diz Santos Cruz


“Na cultura militar, não há propaganda nem discussão política sobre preferência de candidatos e partidos dentro dos quartéis”, diz o general Santos Cruz.

“Quando o cidadão coloca a farda e representa a instituição, ele tem compromisso institucional e constitucional. Seu compromisso é com a Nação. 

As Forças Armadas são instituições permanentes do Estado brasileiro e não participam nem se confundem com governos, que são passageiros, com projetos de poder, com disputas partidárias, com discussões e disputas entre Poderes ou autoridades, que, naturalmente, buscam definir seus espaços e limites.

As Forças Armadas, por serem instituições de Estado, não devem fazer parte da dinâmica de assuntos de rotina política. A dinâmica de governo não é compatível com as características da vida militar. 

Os militares são unidos, os comandantes são preparados, esclarecidos e mantêm o foco na sua missão constitucional. 

As Forças Armadas são instituições que não participam de disputas partidárias, de assuntos de rotina de governo, de assuntos do ‘varejo’”.

À Matusahila, com carinho! – por José Luís Lira (*)


   Na sexta-feira, 08, partiu do mundo dos vivos nossa querida – nem sei como qualificar melhor –, Matusahila Pereira de Souza Santiago. Advogada, historiadora, beletrista, administradora. Pioneira em cerimonial no Ceará, cursou etiqueta na tradicional SOCILA, escola que ensinava etiqueta às mulheres da sociedade carioca que funcionou de 1953 a 1995. Estagiou no Ministério das Relações Exteriores – Itamaraty. Recebeu as mais variadas homenagens, incluindo uma muito especial, do Príncipe Dom Pedro Gastão de Orléans e Bragança e da Princesa D. Esperanza de Bourbon-Duas Sicílias, em Petrópolis. Funcionária concursada da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, dirigiu o cerimonial daquela casa, organizando a solenidade de Sanção da Constituição do Estado, em 5 de outubro de 1989.

   No campo literário escreveu para vários jornais cearenses, sobre etiqueta social e temas culturais. Presidiu a Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno de setembro de 2000 até a atualidade. Juntamente comigo, José Luís Lira fundou a Academia Fortalezense de Letras, em 2002, da qual foi a primeira vice-presidente; fundou a Academia Brasileira de Hagiologia, em 2004, também comigo. Em 2016, fundou com este mesmo companheiro, a Academia Cearense de Cultura, da qual era presidente. Foi a primeira mulher a ministrar aulas na Academia de Polícia Edgard Facó e seu curriculum é vasto, cheio de feitos.

   Ela nasceu no dia de Santa Doroteia que se apresenta com rosas. Seus melhores presentes eram livros e rosas. Vaidosa, gostava de viver. Sorriso fácil, mas, também muito franca. Dizia o que pensava. Era livre. Amava e foi amada. Com ela a vida era mais leve. Lembro-me de quando lhe relatava um problema, ela a tudo amenizava. Sahila, como a chamávamos, intimamente, era festa. Matusahila foi uma mulher autêntica, dinâmica, poeta, memorialista. Tinha orgulho das histórias de seu clã familiar e fazia destaque disso. Levou uma rosa azul, pois a rosa azul é rara que nem ela. E ainda não está sendo fácil falar sobre ela, por isso, peço emprestado as líricas palavras da Profa. Fátima Lemos que a sucede na Presidência da Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno:

“Dezenas de rosas, na maioria grandes, de cores variadas, conversavam entre si. As vermelhas iniciaram o diálogo: – Companheiras de armário, vocês ouviram um suspiro de vossa majestade?. – Sim, sim! - Todas responderam. (...) Houve um silêncio. As rosas se curvaram em reverência às lágrimas dos humanos. O silêncio é quebrado com as interrogações: – Eu? Eu? Será eu?. Foram tantos os ‘eus’, que a voz de um príncipe interveio aos murmúrios das rosas e falou com voz trêmula: – A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar... A voz veio de longe, muito longe, todas as rosas em silêncio ouviram a voz do príncipe enquanto ele continua a falar: 

– Compreendo o sentimento de todas vocês, vermelhas, azuis, lilases, roxas... todas amadas e desejadas no adorno feminino. Porém, queridas, dentre vocês retiro uma azul. A última a enfeitar a sua majestade, em um evento recente, que a fez brilhar! É você, bela rosa azul, despeça-se de suas companheiras e venha enfeitar um belo vestido, também azul, e siga com ela na última viagem terrena”.

    Com muito carinho, até o reencontro, Sahila!

  (*) José Luís Lira é advogado e professor do curso de Direito da Universidade Vale do Acaraú–UVA, de Sobral (CE). Doutor em Direito e Mestre em Direito Constitucional pela Universidade Nacional de Lomas de Zamora (Argentina) e Pós-Doutor em Direito pela Universidade de Messina (Itália). É Jornalista profissional. Historiador e memorialista com mais de vinte livros publicados. Pertence a diversas entidades científicas e culturais brasileiras.

PÓS-COVID 19, OUTRA QUARENTENA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.


Pois é, depois dessa, não é possível que não tenhamos tomado lições sobre a banalização da vida.
Já escrevi sobre isso, imaginando em cima das perspectivas, se seria razoável esperar um novo homem, moldado por um período de sofrimento.
Não importa quanto a ter ou não a origem do místico, do econômico, do religioso ou daquele que tem a vocação para bandeirinha de futebol.
Após a pandemia, cantaríamos como o rei Roberto Carlos: “Daqui pra frente tudo vai ser diferente, você vai aprender a ser gente”.
Sim, porque tem um negócio para assegurar essa possibilidade: uma quarentena (a segunda) para o mundo pós-coronavírus.
Obsessiva atenção para questões sanitárias, novas soluções para o trabalho, ensino e consumo. Saneamento básico e transportes não deverão ser essa mixórdia que é oferecida ao povo. Um novo desenho para a infraestrutura das cidades.
O que é que eu coloco mais nesse futuro pós-coronavírus? Ah, sim: as viagens de avião serão cada vez mais caras e raras. E quem vai pagar o pato é o turismo.
É preciso estudar mais essa conversa, pois não entendi o que isso melhora.
Os restaurantes terão garçons mais parecidos com enfermeiros, num ambiente hospitalar, e as mesas ficarão distantes umas das outras.
E, para completar essa relação do que vem por aí, os entendidos estão afirmando que o coronavírus foi uma paulada na globalização.
Enfim, uma mudança e tanto, com o futuro moldado para uma segunda quarentena em torno das medidas.
Aqui, para nós, ficaríamos satisfeitos com um novo mundo, onde não houvesse distinção de cor e cada amigo fosse um irmão.

Estaria de bom tamanho.

'É preciso que as instituições deem um limite forte na atuação dessas milícias digitais’ - Por Merval Pereira.


Merval Pereira destaca que as fake news não se limitam a distorcer fatos ou inventar mentiras. Segundo ele, ocorre um processo violento de incitar a população contra as autoridades. 

'É uma coisa que vai tomando um caminho que, se não houver uma providência, nós vamos ficar entregues a essas milícias digitais'. Ele acrescenta que 'não há democracia que resista a uma coisa dessa'.

'Desagradável é a suspeita de que a PF está sendo usada para atacar os adversários políticos do Planalto'.

Merval Pereira analisa os desdobramentos da operação comandada pela Polícia Federal de Brasília que investiga suposto desvio de recursos na área da saúde do estado do Rio em meio à pandemia. 

Um dos alvos da ação é o governador Wilson Witzel. Bolsonaro festejar a operação da Polícia Federal é a mesma coisa que ele fez com o Aras, de cumprimentá-lo fora da agenda. 

Com isso, ele tira a credibilidade de órgãos que precisam ser independentes.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Cem anos depois da Revolução Comunista, russos sonham com um retorno à monarquia

Fonte: revista ISTOÉ
Mikhaïl Ustinov, porta-voz dos monaquistas russos, com retrato de Nicolau II - AFP

"   Os ancestrais de Mikhail Ustinov foram fuzilados em 1917 por apoiarem o czar. Cem anos depois, em um apartamento na periferia de Moscou, seu descendente sonha com um retorno à monarquia.
“Os russos são monarquistas na alma, mesmo que os soviéticos tenham tentado induzi-los”, afirma Mikhail, autoproclamado porta-voz dos círculos monarquistas de Moscou.

"   Desde a queda da URSS em 1991, “para honrar o czar”, esse homem de 68 anos se veste todos os dias com um uniforme que lembra os do Exército branco que combateu entre 1917 e 1922 os bolcheviques por lealdade a Nicolau II. Assassinado pelos bolcheviques em 1918, o último czar foi reabilitado após o colapso da União Soviética. Seus restos foram enterrados em São Petersburgo, a antiga capital imperial, com vários membros de sua família em 1998 durante uma cerimônia na presença do presidente Boris Yeltsin.

"   Ele foi canonizado em 2000 pela Igreja Ortodoxa russa que o considera mártir, não pelo seu papel como último czar, mas por “se resignar à morte” nas semanas anteriores à sua execução. “Eu quero morrer no meu uniforme, proclamando meu amor pelo czar, como meu avô, meu bisavô e toda a minha família fizeram”, diz Ustinov, que perdeu cerca de 20 membros de sua família durante a Revolução de 1917, um “golpe de Estado” segundo ele.

"   Cerca de 28% russos são “a favor” ou “não contra” um retorno à monarquia em seu país, de acordo com uma pesquisa do instituto VTsIOM que data de março. Uma minoria, certamente, mas que tem aumentado: eles eram apenas 22% em 2006".
(Revista ISTOÉ)

 Bandeira da Rússia Imperial

HAJA SACO! - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.


Surpreendido estou, com a minha “performance”, diante desse isolamento antisocial. Embora, em alguns momentos, uma paúra ameace pintar no meu tugúrio.
Paúra e tugúrio não são preciosismos. Tratam-se, mesmo, de frescura nossa.
Recolhido aos “costumes”, há mais de dois meses, não há como evitar um quadro de ansiedade semelhante a outros já vividos.
Em 1990, em viagem profissional à Itália, para cobertura da Copa do Mundo, o tempo de duração do vôo me impacientou tanto, que eu fui sendo tomado pela ideia de que precisava sair do avião.
O que agoniava o juizo desse “beradêro” foi a sensação desesperada de que aquele percurso aéreo, Brasil-Itália, nunca chegaria ao fim.
Com saídas restritas à garagem do condomínio, para pequenas caminhadas, de repente, bate uma necessidade de sair de casa e ganhar as ruas. Impaciente, pela falta do mundo físico a que estamos habituados.
Amparados na Netflix, já assistimos a tantos filmes que, em determinados momentos, interrompemos a “fita” por estar abusados, mesmo, ou por já ter visto a dita.
Por falar nisso, lembro-me de “seu” Vicente, lá de Juazeiro do Norte, bronco e mau humorado, habitué do Cine Eldorado.
Na “preliminar” dos filmes, assistia-se ao jornal Atualidades Atlântida e, logo depois, aparecia o símbolo do estúdio cinematográfico, anunciando a “película”.
Quando surgiu o leão da Metro Goldwyn Mayer, com aquele urro, “seu” Vicente levantou-se puto da cadeira e saiu, dizendo em voz alta: “Eu já assisti essa porra”!
Ávido por informações, nos deparamos com as leituras de jornais e os noticiários da TV, que não nos ajudam nessa hora.
Assuntos dessa política distópica só trazem desalento e aborrecimento. O balanço diário de mortos e feridos na guerra contra o coronavírus só provoca tristeza profunda.
Acabamos por nos refugiar na leitura, nem sempre possível, por falta de concentração, e na produção de crônicas piegas, nas quais quem paga o pato é o leitor.
Haja saco!

quarta-feira, 27 de maio de 2020

MPF abre inquérito para investigar repasse de verbas para sites ideológicos - Correio Braziliense.


A investigação é se a Secom direciona verbas publicitárias a sites ideológicos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro

O Ministério Público Federal (MPF) determinou a abertura de inquérito para investigar se a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), comandada por Fábio Wajngarten, direciona verbas publicitárias a sites ideológicos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro. 

O órgão acatou pedido de investigação apresentado pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), na semana passada, que acusa o chefe da Secom de improbidade administrativa e "falta de transparência" na distribuição do dinheiro. O inquérito que vai apurar a conduta da Secom será conduzido pela Procuradoria da República no Distrito Federal.

A investigação será tocada em meio a polêmicas que envolvem o uso dos recursos de propagandas do Banco do Brasil para divulgação de fake news. Na sexta-feira passada, após pressão popular, a instituição precisou suspender anúncios feitos em um site acusado de compartilhar notícias falsas, inclusive quanto à popularidade do presidente. 

O dinheiro, entretanto, voltou a ser pago ao portal, por interferência do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente. Quando o BB informou que não anunciaria mais no site, Wajngarten disse que o governo estaria "contornando a situação". O BB voltou atrás e retomou os anúncios.

ESTÁDIOS CENOGRÁFICOS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Nos perguntamos como o futebol deve voltar às suas atividades, depois dessa pandemia devastadora.
Deve voltar com a cara de poucos amigos, embora seja um ambiente onde predomina a alegria.
Essa pandemia criou problemas físicos, psicológicos e financeiros transformados em pandemônio.
Pior de tudo: a OMS declarou que não é possível prever quando e se o novo coronavírus vai desaparecer.

No campo da preparação, apesar de todos os esforços de treinadores e preparadores físicos, as condições ideais para os jogadores estarão bem longe do ideal.
Para mitigar essa incompletude, a FIFA anunciou que as equipes poderão fazer até cinco substituições por partida, como medida temporária a preservar a dinâmica de jogo.
E lembrar que as leis do jogo não permitiam, tempos atrás, modificação alguma. Os times tinham que terminar os jogos com o mesmo número de jogadores que iniciavam as partidas.
Na Copa do Mundo dos EUA, em 1994, se tinha duas substituições de jogadores de linha e uma terceira para o goleiro.
Mas, o que sugere o título dessa crônica é uma coisa inusitada que, no entanto, faz parte de uma previsão do Sr. Eduardo Viana, presidente da Federação Carioca de Futebol há uns 30 anos.
Disse ele, que em função das dificuldades postas para o povão freqüentar o futebol, teríamos, no futuro, estádios cenográficos, com número reduzido de torcedores aboletados em poltronas. Uma alegoria de público nas arquibancadas para compor o cenário.
Pois não é que, nessa direção, o Botafogo de Ribeirão Preto anunciou que os torcedores poderão comprar totens, com o seu rosto, para marcar presença nas arquibancadas do Estádio Santa Cruz, em jogos da série B do campeonato paulista.
Como os jogos serão de portões fechados, o Botafogo está vendendo esses manequins a preços que variam de R$ 30,00 a R$ 90,00.
Público de mentirinha, aguardando uma acústica, com som de estádio, que está a caminho como nova bossa.
E a coisa está virando febre. Era o que faltava.

terça-feira, 26 de maio de 2020

O legado deixado pela Imperatriz Leopoldina ao Brasil ¬ por Armando Lopes Rafael



   A historiadora Valdirene do Carmo Ambiel -- no seu livro “O novo grito do Ipiranga” -- afirma que “Dona Leopoldina foi uma personagem muito cultuada e admirada no século XIX (ou seja, no Brasil Imperial), mas infelizmente quase esquecida no XX” (ou seja, depois da instauração da República no Brasil).

    Mas isso não ocorreu por acaso e sim de forma programada pelas novas autoridades republicanas. Aliás, no prefácio do livro acima citado, Cláudio Prado de Mello escreveu: “A partir de informações passadas pelos “vencedores”, (ou seja, os golpistas republicanos responsáveis pela derrubada da monarquia em 15 de novembro de 1889) que formataram os livros de História no início do século XX, eles contaram “sua versão da História” do período monárquico sob a ótica de uma temida Restauração que algum dia poderia ocorrer”.

      Já o Prof. Paulo Napoleão Nogueira, em artigo publicado no “Diário Oficial Leitura escreveu: “Nos cem anos nos quais vigorou a proibição de sequer falar-se em monarquia, o País foi programaticamente induzido a esquecê-la. Diretrizes governamentais de todos os tipos, explícitas ou dissimuladas, foram adotadas nesse sentido. Substituíram Pedro I por José Bonifácio, mas a figura do Patriarca não calou fundo, além do que ele próprio era um defensor da monarquia”.

       Anos atrás, o historiador Paulo Rezzutti, escreveu um livro, “D. Leopoldina: a História Não Contada”. A revista “Veja” divulgou o texto abaixo sobre este livro:

        “Culta, esclarecida e decidida, Leopoldina dedicou-se com fervor ao movimento pela separação de Portugal depois que a corte de dom João VI retornou à Europa, o herdeiro Pedro permaneceu como seu representante e o Brasil se viu na iminência de voltar a ser mera colônia”. “Ela se apaixonou pela causa e abandonou o sonho de retornar à Áustria. “Costumo dizer que o ‘fico de Leopoldina é bem anterior ao de dom Pedro”, diz o pesquisador Paulo Rezzutti, autor do livro acima citado.

“Além da preocupação sincera com o futuro dos brasileiros ela era querida e admirada pela população, a mulher de dom Pedro tinha motivos muito práticos para apoiar a independência. Independentemente das razões que a moviam, a relevância política de Leopoldina é incontestável. Em pelo menos três ocasiões em que viajou, dom Pedro a instalou como sua representante no Rio. Ela presidia o Conselho de Estado, órgão que assessorava o príncipe, na sessão de 1822 em que os conselheiros se puseram a favor da separação do Brasil de Portugal e da contratação de mercenários para a luta contra as tropas portuguesas. O passo seguinte foi o grito às margens do Ipiranga”. “A biografia retrata com pinceladas até então desconhecidas a jovem arquiduquesa da rica e poderosa casa austríaca de Habsburgo que se casou por procuração com dom Pedro". 


 Bandeira do Brasil, criada em 1822. O verde representava a cor da
Casa de Bragança (do Imperador Dom Pedro I) e o amarelo representava a
cor da Casa de Habsburgo (da Imperatriz Leopoldina)




Bolsonaro volta ao terrorismo - Por José Newmanne Pinto.


Houve quem não visse no vídeo exibido depois de levantado o sigilo pelo decano do STF Celso de Mello, a prova material prometida por Sérgio Moro nas acusações de interferência política de Bolsonaro na troca do superintendente no Rio e na demissão do diretor-geral, uma evidente tolice. 

Até porque domingo o Estado de S. Paulo publicou outra prova material de que o ex-ministro da Justiça falou a verdade e o presidente mentiu repetidas vezes quando tentou desmenti-lo, com a publicação de mensagens de WhatsApp da manhã do dia da reunião em que JB avisou que demitiria e ainda pôs a cereja no bolo ao dizer que ele podia escolher se a demissão seria a pedido ou ex-officio.

Quem quiser continuar acreditando piamente nas mentiras do capitão cloroquina continue. Eu estou fora disso aí. E digo mais: essa história de ala ideológica do governo Bolsonaro é uma farsa. Não há ideologia nesse fanatismo, só uma sequência de crimes de mera delinquência.

Pedro II do Brasil - Postagem do Antônio Morais.



Como crítico dessa "republiqueta de meia pataca" entendo que já postei o suficiente para que todos compreendam que a razão e motivo do atraso do Brasil é este sistema de governo viciado, corrupto e criminoso instalado desde a queda do império e coroado agora com república dos Bolsonaros. 

Tendo como "FONTE: DOM Pedro II, de José Murilo de Carvalho 2007, As Barbas do Imperador de Lilia Schwarcz 1998 e Diário de Pedro II Museu Imperial de Petrópolis - RJ". Estarei fazendo nos próximos dias 15 postagens sobre Dom Pedro II.  

Dividi um longo texto em 15 partes menores para que o leitor não se canse e leia com a devida atenção.
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A China pode ter fabricado o coronavírus em laboratório? O que se sabe até agora sobre a origem da covid-19 – Por Rodrigo Lopes (Publicado no site Gaúcha ZH)



Começou como uma teoria conspiratória alimentada por setores ultraconservadores americanos, turbinada pelas redes sociais. Pela visão de grupos de influenciadores do governo Donald Trump, entre eles o ex-estrategista da campanha republicana Steve Bannon e o site Breitbart (espécie de porta-voz da Altright, a nova direita populista), a China teria fabricado o coronavírus como parte de um plano maquiavélico para derrubar os mercados, desbancar a hegemonia geopolítica dos Estados Unidos e ditar a nova ordem mundial.

Depois de minimizar inicialmente os riscos da pandemia, o próprio Trump passou a chamar o coronavírus de “vírus chinês”, não apenas em referência ao local onde a covid-19 surgiu pela primeira vez, mas para responsabilizar o governo comunista pelo aparecimento da doença. No Brasil, esse discurso foi emulado pelo presidente Jair Bolsonaro, por seu filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Mas o que era apenas um discurso de setores mais conservadores e ideológicos dos governos Trump e Bolsonaro ganhou corpo com declarações de outros líderes mundiais, como o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, o presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

-- Acho que quanto mais transparente a China for sobre a história da origem deste vírus, melhor será para que todos nós ao redor do mundo aprendamos com ele - disse a líder alemã.

Na semana passada, uma reportagem do jornal The Washington Post teve acesso a troca de correspondências entre diplomatas americanos na China e o Departamento de Estado. Publicou que uma delegação que visitara, em 2018, um laboratório em Wuhan, cidade onde nasceu o vírus, teria alertado o governo dos Estados Unidos sobre a suposta falta de segurança do prédio. O cenário ao redor da edificação do Instituto de Virologia é perfeito para alimentar a narrativa da conspiração: em meio às colinas da cidade onde surgiu o vírus, a poucos quilômetros do mercado apontado inicialmente como local onde a doença teria aparecido pela primeira vez.

A partir daí a Casa Branca passou a afirmar que está realizando uma "ampla investigação" sobre a origem do coronavírus e a ameaçar a China com retaliações. Uma outra iniciativa partiu da Austrália, que pediu uma apuração independente sobre como Pequim administrou o início da pandemia. Na segunda-feira (20), o governo chinês afirmou que o pedido australiano “desmerece os enormes esforços e sacrifícios do povo chinês” para impedir a propagação do vírus e rejeitou qualquer “questionamento sobre a transparência da China na prevenção e controle da situação epidêmica”.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

A primeira mulher que governou o Brasil – por Armando Lopes Rafael


Imperatriz Leopoldina

   É triste a realidade educacional do Brasil. Em 2018, um estudo feito pelo Ibope Inteligência, em parceria com a ONG Ação Educativa e Instituto Paulo Montenegro, indicou que que 29% da população brasileira estava enquadrada como “analfabetos funcionais”. Segundo a pesquisa citada, deste total, 8% eram analfabetos absolutos (aqueles que não conseguem ler palavras e frases) e 21% estavam no nível considerado rudimentar, ou seja, sequer conseguem obter informações num calendário.

    Se passarmos para as faixas da população que estudaram, mesmo as que atingiram as universidades públicas, o quadro não é dos mais animadores. Não só porque o ensino universitário público brasileiro ainda é direcionado pelo viés marxista; as disciplinas sofrem ideologização e patrulhamento ideológico por parte dos professores; estes ainda pregam a “luta de classes”, e outros princípios marxistas,  há muito abolidos (desde a queda do Muro de Berlim, na última década do século passado) nas universidades de países do primeiro mundo.  Haja atraso por aqui!

        Lamentável a grade de ensino de História no ensino público. Tem gente “graduada” ainda dizendo que "Dilma Rousseff foi a primeira mulher a governar o Brasil"  (SIC). Pode isso, Arnaldo? Se dissessem, pelo menos, que a Princesa Isabel governou,nosso país,  antes de Dilma...vá lá, estariam "parcialmente" certos. A Princesa Isabel foi Regente do Império do Brasil, em três ocasiões, substituindo seu pai – o Imperador Dom Pedro II – nas viagens deste ao exterior.

           Mas não. Desconhecem que a primeira mulher a administrar o Brasil, antes da nossa independência, foi Dona Leopoldina (depois nossa primeira Imperatriz), na condição de Princesa-Regente. Ela assumiu, o governo do Brasil, em 13 de agosto de 1822, durante a ausência do seu esposo, o então Príncipe-Regente, Dom Pedro de Alcântara (depois Imperador Pedro I), quando este foi à Província de São Paulo. Nessa viagem resultou – em 7 de setembro de 1822 – o Grito do Ipiranga, que desfez nossos laços de dependência com Portugal.

              Aliás, o papel de Dona Leopoldina na declaração de independência do Brasil foi bem mais amplo. Mas, por limitação de espaço, falarei sobre isso num próximo artigo.

Direto ao assunto - Por José Newmanne Pinto.


Passado condena Bolsonaro e Heleno.

Em 1977, o capitão Augusto Heleno era ajudante de ordens do ministro do Exército, Sylvio Frota, e participou da tentativa fracassada de golpe contra a abertura democrática do presidente da ditadura militar, Ernesto Geisel. 
Em 1988, o capitão Jair Bolsonaro foi absurdamente absolvido de terrorismo pelo STM de terrorismo ao planejar atentado a bomba em quartéis e na adutora do rio Guandu, no Rio. 
Na sexta-feira 22 de maio de 2020, o general Augusto Heleno escreveu recado desaforado contra Celso de Mello, decano do STF pelo motivo errado, pois este não tinha ordenado apreensão de celulares do chefe do governo e seu filho Carlos. 
E o presidente foi flagrado em vídeo exibido por ordem do ministro do Supremo, afirmando literalmente que quer armar a população para enfrentar autoridades que, avalizados pela Justiça, decretam isolamento social da população para evitar contágio pela Covid-19. 

O papel ridículo de Heleno.
O ministro Augusto Heleno Ribeiro, do GSI de Jair Bolsonaro, achou que podia intimidar o decano do STF, Celso de Mello, ameaçando-o de “consequências imprevisíveis” por sua decisão de apreender os celulares do presidente e do filhote Carlos. 
Acontece que quem leu o comunicado do relator do inquérito das acusações de Moro contra seu chefe o enganou. 

O golpe dele teve a duração de um flato.

domingo, 24 de maio de 2020

Ou os Bolsonaro passarão ou o Brasil faz, sim, por merecê-los - Por Ricardo Noblat.


Logo após assistir aos principais trechos do vídeo sobre a reunião ministerial de 22 de abril último, a irmã de um amigo meu escreveu nas redes sociais: “Se antes era 100% bolsonarista, agora passei a ser 200%”. E daí? Bolsonarista de raiz era Bolsonaro e continuará sendo. Jogo jogado. Jamais se imaginou o contrário.

O que se discute: se bolsonarista de ocasião, depois do vídeo, poderá deixar de ser. E se bolsonarista há muito chocado com as atitudes do presidente que elegeu, abandonará Bolsonaro depois do que viu. Em síntese: é improvável que o vídeo tenha fortalecido Bolsonaro como alguns se apressaram a dizer. O contrário é o mais provável.

Em 2022 não haverá Lula candidato. Dificilmente haverá Lula preso para que seja outra vez martirizado por seus devotos. Com toda certeza, o candidato da oposição será mais de um. O do PT, se não for Fernando Haddad, o boneco de ventríloquo de Lula em 2018, será Haddad de cara limpa e com maior independência.

Até lá, o barco em que navega o atual desgoverno já terá batido no iceberg gigantesco que Bolsonaro admitiu no vídeo estar à vista de todos, inclusive na dele: uma recessão econômica sem paralelo na História do mundo e, aqui, à sombra dos efeitos para ele deletérios das milhares de pessoas mortas pelo Covid-19.

Quem, além dos seus de carteirinha, desejará se perfilar a um candidato tão comprovadamente tóxico? Que no seu primeiro mandato governou à base do venha a mim e à minha família o vosso reino, e que seja feita a nossa vontade, amém? Incapaz de lutar contra a morte e, sequer, de recolher os corpos dos mortos na batalha?

O governo ou desgoverno de Bolsonaro teve suas vísceras expostas como nunca aconteceu na vida de outros governos, nem daqui e nem de parte alguma. Vale a pena ver o vídeo de novo. Pois uma coisa é ler a respeito, outra é assistir. E o que se viu será outras milhares de vezes visto até 2022 e explorado ao longo da campanha. Um case.

O Brasil não está refém de Bolsonaro e dos seus filhos como parece há muitos. Quando a hora chegar, se quiser, se livrará deles. Mas Bolsonaro e seus filhos estão reféns das porcarias que fizeram antes de assaltarem o poder e depois de nele se instalarem. Em comparação com o que fizeram, ainda sabemos pouco, mas se saberá um dia.

Onde está Fabrício Queiroz que pouca satisfação deu ao Ministério Público do Rio de Janeiro? Não há passarinho que não cante. Onde estão os servidores da família que, funcionários fantasmas ou de verdade, foram obrigados a devolver aos empregadores parte dos seus salários pagos com dinheiro público? O que têm a dizer?

Onde está o celular do ex-ministro Gustavo Bebbiano, demitido da Secretaria do Governo por Bolsonaro sob a pressão do seu filho Carlos, que guarda segredos capazes de fazer corar a alma dos mais sensíveis ou ferrenhos conservadores e patriotas, sem esquecer a alma das ditas criaturas limpinhas e recatadas do lar?

Elio Gaspari diz que reunião não leva a lugar nenhum porque Bolsonaro não sabe o que fazer, exceto briga - Da Coluna de Elio Gaspari na Folha de S.Paulo.

A leitura da transcrição da patética reunião do ministério de Jair Bolsonaro exige algum tempo, mas chega a ser um exercício pedagógico, sobretudo num tempo de horas vagas.

Descontem-se os palavrões (37). Esqueçam-se as tolices, um dos maganos dizendo que o pico da epidemia parecia ter passado. Deixem-se de lado os delírios presidenciais. Sobra o quê? O ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo que leu o economista inglês John Maynard Keynes no original, insistindo nas suas “reformas estruturantes” e colocando duas propostas na mesa.

No meio de uma epidemia e de uma recessão, o ministro da Economia oferece a legalização da jogatina em resorts turísticos. Esse é um velho sonho de Bolsonaro, desde sua conversão à ideia pelo magnata americano Sheldon Adelson, dono de resorts em Las Vegas, Singapura e Macau. De fato, nos cassinos de Adelson, “brasileirinho” não entra.

Guedes conhece o Rio de Janeiro. Ele ganha um mês de férias em Macau se realmente acredita que alguém operará um cassino por lá sem que o crime organizado (e a milícia) entrem na operação. Sem cassinos, três governadores do estado foram para a cadeia e um continua lá. (Na China, o hierarca que ocupou cargos equivalentes à presidência da Petrobras e ao Gabinete de Segurança Institucional está trancado.)

O aspecto patético da reunião presidida por Bolsonaro é que ela não leva a lugar nenhum. E não leva porque o presidente não tem a menor ideia do que fazer, salvo sair por aí arrumando brigas.

MARIA AMÉLIA, A FILHA ESQUECIDA DE DOM PEDRO I QUE FOI IMPEDIDA DE COLOCAR OS PÉS NO BRASIL - Por FÁBIO PREVIDELLI.



Órfã de pai aos três anos, a princesa Flor passou sua vida toda na Europa e morreu de maneira trágica antes de se casar com seu grande amor

Maria Amélia Augusta Eugênia Josefina Luísa Teodolinda Heloísa Francisca Xavier de Paula Gabriela Rafaela Gonzaga, ou simplesmente A princesa Flor, foi a única filha do segundo casamento de seu pai, dom Pedro I.

Nascida na França, ainda estava na barriga de sua mãe, D. Amélia de Beauharnais, quando o ex-imperador do Brasil rumou para Portugal tentar recuperar a coroa de sua filha mais velha, dona Maria II, que havia sido tomada pelo seu irmão mais novo, dom Miguel I.

Pedro I tem êxito em sua missão e consegue derrotar e exilar o irmão de Portugal. Entretanto, o conflito afetou sua saúde: havia contraído tuberculose. Meses depois, o ex-imperador, já em seu leito de morte por complicações da enfermidade, recebe sua caçula para um último afago: "Sempre fale a esta criança do pai que a amava tanto... Não se esqueça de mim... Sempre obedeça sua mãe... Esses são os meus últimos desejos”. 

No início daquela mesma tarde, Maria Amélia vira órfã de pai com apenas três anos de idade.

Sua mãe, então viúva, jamais voltou a se casar e dedicou a vida a supervisionar a educação da filha. Apesar da certa instabilidade que tinham morando no Palácio das Janelas Verdes, não pertenciam à família real portuguesa.

Além do mais, a Princesa Flor jamais viajou para o Brasil e o governo brasileiro relutou por muitos anos a reconhecê-la como membro da Casa Imperial, afinal, havia nascido em território estrangeiro.

sábado, 23 de maio de 2020

A chave para entender a demissão de Moro - Por O Antagonista.


Para entender o pedido de demissão de Sergio Moro, é preciso explicar o que ocorreu antes da reunião ministerial.

No dia 19 de abril, Jair Bolsonaro ouviu que Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e ministros do STF haviam se encontrado de madrugada para discutir o impeachment.
Consultado pelo presidente sobre o assunto, Sergio Moro respondeu que, de acordo com ele, aquele encontro simplesmente não teria ocorrido.
No dia 22, durante a reunião ministerial, Jair Bolsonaro voltou a cobrar de Sergio Moro informações sobre aqueles que estavam “se reunindo de madrugada, para lá, para cá”.

Foi nesse ponto que ele confessou dispor de um “sistema de informações particular”, e prometeu demitir Sergio Moro se o sistema “oficial” não passasse a vazar notícias para o “particular”.
Em seguida, ele acusou o ministro de desinformá-lo.
O que fez Sergio Moro?

Aquilo que qualquer pessoa íntegra faria: levantou-se e foi embora. Para sempre. Ele jamais aceitaria submeter a PF à arapongagem aloprada.
A chave para entender a demissão de Sergio Moro, portanto, é aquele trecho:

“Se reunindo de madrugada, pra lá, pra cá. Sistemas de informações: o meu funciona. O meu particular funciona. Os ofi… que tem oficialmente, desinforma”.

“O governo se perdeu pelo fanatismo descabido” - Por Santos Cruz.


Em um trecho da entrevista a O Antagonista, o general Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria Geral, diz que o projeto de governo de Jair Bolsonaro desvirtuou-se pelo “fanatismo descabido”.

Para ele, não há estratégia no conflito permanente. “Talvez seja mais por personalidade, por inconsequência, do que por estratégia. Não acredito que seja tudo pensando. Você não consegue brigar todo dia, toda semana, de maneira pensada. Não é possível. ”Santos Cruz afirma que há problemas em todos os Poderes, mas “não adianta ficar xingando”.

“Estamos numa briga permanente, sem sugestões de melhoria de funcionamento. A discussão tem que ter outro nível. Estamos num nível muito baixo de relacionamento. Isso quando não entra o pessoal ideológico com um monte de palavrão, fake news, montagens. O desrespeito chegou num ponto”

Ao analisar sua participação no governo, o general diz que foi para auxiliar num projeto que “começou a se desvirtuar e se perdeu, principalmente pelo fanatismo descabido”.

“Um grupo de fanáticos. Pessoas que estão satisfazendo seu fanatismo. E o estilo do presidente acaba entusiasmando esse tipo de personalidade e aí você tem esse clima de divisão social, de conflito. 

Não estou arrependido, pois na época ele era a melhor opção. Mas claro que não estou satisfeito. Em primeiro lugar, um governante tem que promover a paz social. Essa divisão criada pelo PT tinha que ser atenuada e não reforçada.”

Está provado que Lula e Bolsonaro são a mesma coisa - Por Antônio Morais.


"Toda crise possui três elementos: Uma solução, um prazo de validade e uma lição para a vida". Na crise atual brasileira existem quatro elementos : Um pai e três filhos desonestos, corruptos e mentirosos que prometeram se eleger para servir a pátria e se servem dela. 

Até o momento o presidente Jair Bolsonaro  prometeu e não entregou. Decência e o combate a corrupção. Mas, não fique decepcionado com o presidente. Agora o que ele  promete ele vai ter que entregar, o que  promete ao Centro  não restará outra opção vai cumprir com a palavra, embora seja o  seu fim sepulcral.

Até antes todas as pessoas convidadas a colaborar com  o governo lá estiveram para servi o seu senhor e não à pátria.

Vai ser muito difícil o petista provar que o problema não foi Lula, o Bolsonarista  provar que  o problema não é Bolsonaro, e, que o problema é o Sergio Moro. 

sexta-feira, 22 de maio de 2020

“Eu não entrei no governo para servir a um mestre. Entrei para servir o país, a lei” - Por Sergio Moro.


Em entrevista à Time, Sergio Moro afirmou que decidiu deixar o governo por não ver um compromisso sério com o combate à corrupção. Numa referência à desfiguração do pacote anticrime e à recente aproximação de Jair Bolsonaro com o centrão, afirmou.

“Tudo isso começou a desgastar ou drenar o significado, minha permanência no governo. Não posso estar no governo se não tiver um compromisso sério com a corrupção e o estado de direito.”

Questionado sobre os recentes ataques de bolsonaristas que antes o aplaudiam e às acusações de que não foi leal a Bolsonaro, respondeu: “Eu não entrei no governo para servir um mestre. Entrei para servir o país, a lei”.

Sobre a crise gerada com o pedido de demissão, afirmou: “Não era minha intenção prejudicar o governo. Mas eu não me sentiria confortável com minha consciência sem explicar por que estava saindo.”

Moro disse que nunca se propôs a mudar o curso da história brasileira. “É tudo muito circunstancial. As coisas podem acabar tendo grandes consequências. Mas eu também não exageraria minha influência. Especialmente agora, sou apenas um cidadão comum.”

OPOSIÇÃO COM HONESTIDADE - Por Antonio Gonçalo.


A cada dia é possível notar que o Brasil é um dos lugares mais incríveis e ricos do mundo.  Mas há um lado grotesco no seu legado de nação, onde a política é desenvolvida com o propósito de degradação do adversário, mesmo que o país entre em colapso econômico-financeiro, institucional e político.

É lamentável, mas isso acontece, tanto é que, vez ou outra, entra-se em crise, por problemas já previstos e corriqueiros mas que, em função do grau de loucura de quem não se conformou com a eleição do adversário, chega-se a rupturas em mandatos legalmente constituídos, e outras coisas mais.

Julgo que o ideal seria a oposição criar estratégias legais, honestas e factíveis, para mostrar que, se for o caso, apesar do ganhador e governante ser bom, há quem tenha possibilidade de ser ainda  melhor...

'A ligação de Bolsonaro e filhos com a PF do Rio fica cada dia mais clara' - Por Merval Pereira.


Merval comenta as repercussões em torno da família de Jair Bolsonaro e as acusações de tentativa do presidente de interferir na Polícia Federal para beneficiar os filhos. 

'Tudo indica que o Alexandre Ramagem continua mandando na Polícia federal. Essa ligação do Bolsonaro e filhos com a corporação no Rio cada dia fica mais clara e é a base da denúncia feita pelo ex-ministro Sergio Moro'. 
Para o analista, tudo isso ficará um pouco mais esclarecido quando o ministro do STF Celso de Mello liberar o vídeo da reunião entre presidente e Moro.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

É hora de criar juízo - Por Augusto Nunes.



O presidente e os governadores não devem perder a última chance de unir-se no combate à pandemia. Nesta quinta-feira, o presidente da República e 27 governadores farão o que deveriam estar fazendo desde fevereiro. 

Num encontro virtual, buscarão algumas fórmulas que lhes permitam combater unidos a pandemia de coronavírus. Até agora, tem prevalecido a polarização estrábica. Aos olhos dos radicais, quem defende o isolamento social é inimigo do governo e quem teme a falência da economia é um bolsonarista insensível a tragédias. Bobagem.

Se prevalecesse a sensatez, o Brasil já estaria percorrendo o caminho do meio. Ele funde opções que nada tem de excludentes. Até as tribos isoladas da Amazônia sabem que é possível conciliar a batalha sanitária com a luta contra o Holocausto da economia.

Se tiverem juízo, os participantes da reunião desta quinta-feira entenderão que as crises ficarão menos apavorantes se forem combatidas em harmonia pelos governos federal, estaduais e municipais. Nos países que têm combatido com mais eficácia a pandemia, o Ministério da Saúde cuida da coordenação nacional da guerra, enquanto administradores regionais combatem no front. 

Governadores conhecem seus Estados melhor que qualquer autoridade federal. E prefeitos conhecem seus municípios melhor que qualquer governador. O Brasil deve mirar-se no exemplo dos países civilizados. E resistir ao sinistro chamado do primitivismo.


Dra. Mayra assume protagonismo no Ministério da Saúde e defende protocolo com hidroxicloquina - Focus.Jor.


A médica ressaltou que os hospitais privados prescrevem e sustenta que "não podemos deixar que o Brasil seja dividido entre os que conseguem essas medicações no serviço privado e os que serão tratados como de segunda categoria no serviço público"

Mayra Pinheiro durante a coletiva de técnicos do Ministério da Saúde.

O novo protocolo adotado pelo Ministério da Saúde, que recomenda o uso de hidroxicloroquina somado a outros medicamentos, para o tratamento de pacientes com sintomas leves da COVID-19 foi defendido pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, que usava uma máscara com a bandeira do Brasil e a marca do Sistema Único de Saúde, o SUS.

No vácuo de um Ministério sem ministro titular, a médica ressaltou que, apesar de o medicamento ser controverso, com estudos contrários e a favor, os brasileiros não podem esperar por um consenso entre os cientistas em plena pandemia. Ela argumentou que a pasta realiza o monitoramento diário da produção científica do mundo sobre novas drogas e estudos científicos.

“Não podemos esperar evidências para que o mundo produza esse tipo de trabalho para que possamos oportunizar aos brasileiros o direito de dizerem ou não que eles querem usar uma medicação”, disse durnate a coletiva após pergunta dirigida pelo jornalista representante do O Globo. Na resposta, Mayra citou o caso das redes Unimed, Hapvid, Prevent Senior e Hospital Albert Einstein que já adotaram protocolos com previ~soa do uso da droga principalmente na fase inicial da doença.

Na sequência, falou que a intenção do Ministério é evitar que o País seja dividido entre pessoas mais ricas que possuem acesso à hidroxicloroquina no sistema privado e pessoas mais pobres que não terão tratamento com a hidroxicloroquina. “Não podemos deixar que o Brasil seja dividido entre pessoas com elevado poder aquisitivo, que conseguem obter o medicamento na rede privada, e os brasileiros que serão tratados como segunda categoria e que não terão acesso à oportunidade de receber essa medicação no âmbito do SUS”, pontou.

Mayra ainda ressaltou que o ministério da Saúde está oportunizando o acesso à medicação em “tempos de guerra”.  “Não estamos nos afastamos da ciência. Nós estamos nos aproximando na necessidade de garantir a vida em tempos de guerra”, finalizou.

Dra Mayra, que foi candidata a senadora nas últimas eleições e surpreendeu ao obter mais de 800 mil votos, soube aproveitar o vácuo com as quedas de dois ministros da saúde. Como técnica, a médica cearense falou durante a maior parte da coletiva com técnicos da pasta.

O STF deve barrar o protocolo bolsonarista que receita a cloroquina - Diz Merval Pereira.


“Se não há estudos conclusivos, e se o remédio, usado no combate da Covid-19, pode causar até morte, por que ampliar seu uso no serviço publico de saúde? E como exigir de um paciente, ou de seu parente ou responsável, que não assuma esse risco quando está à beira da morte?

Ontem, no inicio do julgamento da constitucionalidade da polêmica Medida Provisória que é vista como uma tentativa de livrar autoridades, sejam da área administrativa ou da saúde, em caso de fraudes em licitações como já ocorrem hoje, ou de erro médico na administração de remédios como a cloroquina, o relator do caso no STF, ministro Luís Roberto Barroso, deu o caminho que parece será seguido pela maioria.

Defendeu a punição para agentes públicos cujas decisões não sigam critérios científicos.”

quarta-feira, 20 de maio de 2020

UTÓPICO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.


Depois de um do tricampeonato mundial, em 1970, no México, pensei, ingenuamente, que o futebol brasileiro seria imbatível e, a partir dalí, sustentaria uma hegemonia, como os EUA no basquete.
A ignorância, que se dá bem com a vaidade, tratou de se meter no caminho e quase estragou tudo. Não, a tempo de impedir os 7 X 1, “a derrota das derrotas”, uma pancada da qual nunca consegui me recuperar, a ponto de não suportar a reprodução dos gols.

Como discotecário e programador de rádio, manuseei discos que continham música boa e ruim. O estilo “brega”, a principio, um modo de qualificar a música de cabaré, era mais “comportada”, sem sentido dúbio nas letras.
O que veio depois foi um esculacho sem precedentes, com a perda das medidas nas músicas que falavam de amores sofridos, adultérios e outras desventuras.

Com a chegada dos festivais da canção, houve um salto enorme na qualidade das músicas e letras, pela contribuição de novos valores artísticos associada a nomes já consagrados.
Pensei comigo: música ruim nunca mais. Só um imberbe para pensar isso e, algum tempo depois, o lixo musical começou a tomar conta da programação das emissoras.

Hoje, atingimos o pico da curva, sem possibilidades de achatamento em matéria de ruindade, com os “pancadões” da vida.
Na nossa adolescência, havia um respeito enorme pelas pessoas do mundo político e costumávamos colecionar “santinhos” dos candidatos.

Os prefeitos de nossas cidades eram escolhidos entre honoráveis cidadãos, convidados para gerir os destinos da municipalidade.
Sobre isso, no atual cenário, assiste-se a um momento de insanidade, falta de escrúpulos e entorpecimento do povo.

Nos enganamos de novo (ou não ?) e quem paga o alto preço do atraso é este país, bonito por natureza.
Utopia é imaginar um lugar que não existe. Mas, “prefiro o êxtase da realização, do que a calma viciada da utopia”. Acho que de Shakespeare.

O puder do puder, covardia e vergonha de mãos dadas - Por Antônio Morais.


É vergonhoso e covarde o comportamento e conduta de pessoas que convidadas a participar, colaborar com o governo Bolsonaro sob a promessa de apoio total, carta branca, e, em pouco tempo viram uma vida construída com trabalho de dezenas de anos ser jogado na lama por um  canalha de plantão, e, ainda sair abraçado com a canalhice. 

Luiz Henrique Mandetta comprou terno novo para ir a posse do seu substituto, até discurso fez em louvor de sua demissão. Nelson Teich a mesma coisa, e, por fim a Regina Duarte que destruiu toda uma biografia de vida ao sair do governo abraçada, com cenas quase de amor explicito, com  um  presidente moleque, seboso, imundo e vagabundo ao extremo.

De todos eles apenas o Ministro Sergio Moro deu um exemplo de grandeza, amor próprio e a pátria. Teve a coragem e decência de denunciar quem é o presidente Bolsonaro. Para os otários que como eu acreditou, e, ainda acreditam, eu estou fora, basta que o ministro Celso de Melo libere para  o Brasil o vídeo da reunião  ministerial na íntegra.

Então você, meu amigo e minha amiga vai saber por quem está sendo governado. Um pilantra completo.

Nova Zelândia, a força de uma Monarquia - Postagem do Antônio Morais.


Folha de São Paulo.

Premiê da Nova Zelândia é a mais popular em 100 anos por reação à pandemia de coronavírus. A primeira-ministra Jacinda Ardern foi considerada a mais popular dos últimos 100 anos na Nova Zelândia, de acordo com pesquisa da empresa Newshub-Reid divulgada na segunda-feira (18).

A resposta do governo à pandemia de coronavírus é considerada o principal motivo do aumento na popularidade de Ardern, que foi considerada pela imprensa internacional a "líder mais eficaz do planeta" e chamada de "Santa Jacinda".

Os números da pesquisa apontam 59,5% de aprovação para a primeira-ministra, 56,5% para seu partido, o Trabalhista, de centro-esquerda, e 92% de apoio às rigorosas medidas de isolamento adotadas na Nova Zelândia.

Esta terça-feira (19) é o segundo dia consecutivo sem registros de novos casos da Covid-19. De acordo com a universidade americana Johns Hopkins, a Nova Zelândia tem um total de 1.503 casos confirmados e 21 mortes por coronavírus.

Celso de Mello ‘incrédulo’ com vídeo de reunião ministerial - Por o Antagonista.



Celso de Mello, segundo apurou o Estadão, ficou “incrédulo” ao assistir ao vídeo da reunião entre Jair Bolsonaro e seus ministros no dia 22 de abril.

De acordo com fontes ouvidas pelo jornal paulistano, a tendência do decano do STF é atender ao pedido de Sergio Moro e levantar o sigilo da íntegra do vídeo, em nome do interesse público.

O ministro prometeu decidir até o fim desta semana, “talvez antes”.

terça-feira, 19 de maio de 2020

BICHO DO MATO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista..

Lá no Icaraí, meu amigo Barnabé me contava histórias da sua terra, Itapajé, geralmente sobre pessoas da zona rural.

Como se sabe, as secas “marvadas” produziram um movimento chamado de diáspora nordestina, que nada mais era que a ida do nosso povo, às carradas, em direção ao sul do país.

Nós mesmos, nos despedimos de tios e primos, gente que nunca mais vimos, ou tivemos noticia, com a sensação de um contato final.

Patativa do Assaré compôs e,  Luiz Gonzaga botou no vinil,“A triste partida” que conta a zaga do nordestino em busca de melhores dias no sul.

Nem é preciso dizer das dificuldades de adaptação do sertanejo a um clima frio e modo de vida diferente.

Um amigo de Barnabé, depois de analisar bem as condições, resolveu encarar a aventura de se mandar com mala e cuia para São Paulo.

Passados uns seis meses, ei-lo de volta à vida tranqüila da zona rural de Itapagé, surpreendendo pelo retorno “mais ligeiro do que enterro de pobre”.
Quando o encontrou, Barnabé travou com o amigo o seguinte diálogo:
-“Não arranjou emprego, macho”?
-“Arranjei e até que a “paga” era boa”.
-“E porque não ficou por mais tempo” ?
-“Aquilo alí não é lugar prá nós não”
-“Como rapaz, empregado e ganhando bem, tu queria o que mais” ?
-“Hômi, mesmo assim eu lá ia ficar num lugar onde a gente caga e não vê a “ruma”, anda e não vê o rastro” !
Um autêntico bicho do mato.