Mundim:
Poeta Sávio Pinheiro
Me responda uma coisa,
Tu conhece Cláudio Sousa
O poeta bonequeiro?
Ele anda muito faceiro
Com o boneco de lado,
Se achando um afamado
Mas não cumpre o seu dever.
SE NÃO SOUBER RESPONDER
É MELHOR FICAR CALADO.
Sávio:
Lá vem você com questão
Falando mal do rapaz,
As coisas que Cláudio faz
Não cabe contestação.
O filho de Damião
Só não aprendeu a ler,
Mas já sabe até dizer
Que hoje tá amparado.
MUNDIM, NÃO FICO CALADO
PORQUE, EU SEI RESPONDER.
Mundim:
Quem é esse menestrel
De gravata e paletó,
Que vem arrochando o nó
No blog do Israel?
É um poeta de cordel
Que faz o verso inspirado,
No presente e no passado
Sem de nada ele esquecer.
SE NÃO SOUBER RESPONDER
É MELHOR FICAR CALADO.
Sávio:
Mundim tenho consciência
Porque vi essa semana,
Se o espírito não me engana
É Tibúrcio de Vicência.
Cabra que tem competência
Na hora de escrever,
Ou na hora de fazer
Um discurso improvisado.
MUNDIM, NÃO FICO CALADO
PORQUE, EU SEI RESPONDER.
Mundim:
Diga quem foi o poeta
Nascido na nossa terra,
Lá no sítio Aba da Serra
Que também era profeta?
Que tinha na sua meta
O seu dom abençoado,
De no Vale do machado
Um bom inverno prever?
SE NÃO SOUBER RESPONDER
É MELHOR FICAR CALADO.
Sávio:
Arrume outra questão
Que dessa eu já tenho o tino,
Era Pedro Severino
O profeta do sertão.
Poeta de ocasião
Nunca quis aparecer,
Improvisou por prazer
Mas nada deixou gravado.
MUNDIM, NÃO FICO CALADO
PORQUE EU SEI RESPONDER.
Mundim:
Doutro Zé Sávio Pinheiro
Me diga se conheceu,
Um poeta primo meu
Conhecido por Candeiro?
Era um poeta brejeiro
Que nada deixou guardado,
Mas Morais tem decorado
Para ninguém esquecer.
SE NÃO SOUBER RESPONDER
É MELHOR FICAR CALADO.
Sávio:
De Candeiro ouvi falar
No verso do adjunto,
Eu não posso chegar junto
Mas posso me adiantar.
Se foi do nosso lugar
Nós não podemos esquecer,
De uma homenagem fazer
Retroagindo ao passado.
MUNDIM, NÃO FICO CALADO
PORQE, EU SEI RESPONDER.
Mundim:
E o poeta extravagante
Você inda tem lembrança?
Pendurado na balança
E montado em avoante?
Correndo para Vazante
Para apartar o gado,
Amontado num veado
Sem coragem de descer.
SE NÃO SOUBER RESPONDER
É MELHOR FICAR CALADO.
Sávio:
Esse aí eu conheci
Botando água na rua,
Amontado na perua
Escanchado num siri.
Era o poeta Levi
Amontado em Jucier,
Com um piqui pra roer
No esgoto do mercado.
MUNDIM, NÃO FICO CALADO
PORQUE, EU SEI RESPONDER.
Mundim:
Poeta você foi bem
Nessa teima virtual,
Sei que você é o tal
Mas sou teimoso também.
Sei também que você tem
O verso como obra prima,
Mas gosto de ir pra cima
Sem pois é. E nem talvez.
Vou lhe esperar outra vez
Pra nós se acabar na rima.
Aqui é peleja de gigantes!
ResponderExcluirvou ficar só ispiando...
Parabens aos dois grandes poetas. Uma peleja bonita e de leitura prazerosa.
ResponderExcluirObrigado pela lembrança do Candeiro poeta do Sanharol.
Quatro das decimas do poeta Candeiro:
ResponderExcluirNão há quem possa negar
Como já foi o Machado
Com o povo interessado
Trabalhando sem parar
Gente de todo lugar
Tinha até do Arneiroz
A luta era feroz
Muitas vezes enlameado
Limpando arroz no Machado
E vivendo aqui mais nós.
Quando pegava a chover
Nós todos íamos plantar
Depois íamos pastorar
Prus passarinhos não comer
Depois do arroz nascer
Nós começávamos a limpar
E a lama sem secar
Só se ouvia nego dizendo
O meu mato está comendo
Acho que vou aceirar.
Quando clareava do dia
Agente se levantava
A merenda que pegava
Era a enxada e saia
E por lá passava o dia
Trabalhando sem parar
E pra poder acabar
Precisava ir tantas vezes
Com mais ou menos dois meses
Terminava de limpar
Quando o arroz segurava
Só se ouvia o assunto
Gente fazendo adjunto
Juntando quando botava
E o povo se juntava
Era gente pra valer
Fazia gosto se ver
Um bando de cabra macho
Cortando cacho por cacho
Cantando sindô lelê
... AÍ eu disse:
ResponderExcluirÉ realmente duelo de gigantes.
Parabéns aos meus companheiros de Blog: Dr. Sávio e Mundim do Vale do machado.
eita, há quem diga que sou bom e faço parte desse seleto, não chego nem no rastro, sou um iniciante apenas um poeta simplório. Ficou ótimo o duelo, mas senti falta de vários poetas bons aí nesse duelo, mas nossa várzea é rica em poetas, ficaria díficl citar todos
ResponderExcluirÉ engraçado mesmo. Eles dois ficam teimando e depois botam os outros poetas na briga.
ResponderExcluirParabéns aos dois.
Muito bom.
Muito bom mesmo. Aguardemos o próximo capítulo.. plim...plim...
ResponderExcluirEita Várzea Alegre de grandes poetas! adorei o duelo! parabéns aos dois.
ResponderExcluirParabéns, meus conterraneos e Poetas; que eu tanto quero bem e respeito. Abraço forte e fraterno. Fatima Bezerra.
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