Este conto é dedicado ao meu amigo escritor, cronista, memorialista e historiador Antônio Gonçalo de Sousa.
Bem próximo a casa de José Raimundo Duarte, o conhecido José Raimundo do Sanharol existia um frondoso pé de "Pau'darco". Botado ao chão do tronco foi feito dois bancos rústicos que colocados à frente da casa serviam de acento para acomodar pessoas.
De mão em mão foram passando de pessoas para pessoas ligadas a família. Na década de 80 do século passado, um estava na posse de Francisco Alves Bitu, Minininho Bitu e o outro com José Raimundo de Morais, José André do Sanharol ambos bisnetos de José Raimundo do Sanharol.
Mediam os bancos 25 palmos de comprimento com quatro de largura. Nas contas do meu pai os bancos contavam entre 120 a 130 anos. Numa semana do município o prefeito procurou o meu pai e pediu para levar o banco e expor, disseminando a histótia. Não se sabe que fim deram, o certo é que o banco não voltou para o Sanharol, já o de Minininho Bitu deve está com os seus descendentes na casa do Sanharol.
Naquele banco velho de madeira vi e ouvir muitas histórias. Era costume Antônio de Gonçalo se achegar diariamente por volta das 17 horas e permanecer até as 20 horas ou mais. Desde criança eu fui muito curioso com a história, e, ficava ouvindo. Um dia Antônio de Gonçalo falava sobre perseverança, acreditar no que se faz.
Dizia que o seu grande amigo Bastião Felix adquiriu uma pequena propriedade em Campos Sales, região conhecida como grande produtora de milho, feijão, algodão e mandioca. As terras não eram apropriadas para o cultivo de arroz como as de Várzea-Alegre. Mas, por acreditar Bastião Felix fez uma grande lavoura de arroz e colheu uma safra que admirou a todos do lugar.
A obstinação de Bastião Felix despertou a população para o plantio de arroz fazendo do lugar um grande produtor.
A grande vantagem de viver muito é conviver com pessoas especiais, experientes que deixaram legados de exemplos dignos de admiração e aplauso. A amizade entre Antonio de Gonçalo e José André foi um belo ensinamento de civilidade social, de respeito e consideração.
ResponderExcluirPor ser do Sanharol, conheci os dois bancos de madeira citados por Morais e também os personagens Bastião Felix, Meninim Bitú, Zé André e Antonio Gonçalo, este inclusive é meu avô paterno.
ResponderExcluirA todos eles dediquei espaços especiais no meu livro TROPEIRISMO NOSSO, pois foram pessoas que deixaram um legado de obstinação, trabalho, amizade e humor.
Agradeço a destinação do texto e toda atenção que o administrador do blog tem dado às coisas e causos do nosso querido lugar...
Sempre que posso e encontro os contos de Antônio Morais, procuro ler um pouco. Pois tem uma sequência da nossa história familiar
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