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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 25 de outubro de 2024

144 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Este conto é dedicado ao meu amigo  escritor,  cronista, memorialista e historiador  Antônio Gonçalo de Sousa.

Bem próximo a casa de José Raimundo Duarte, o  conhecido José Raimundo  do Sanharol  existia um frondoso pé de "Pau'darco". Botado ao chão do tronco  foi feito dois bancos rústicos que colocados à frente da casa  serviam de acento para acomodar  pessoas.

De mão em  mão foram passando de pessoas para pessoas ligadas a família.  Na década de 80 do século passado, um estava  na posse de Francisco Alves Bitu, Minininho Bitu e o outro com José Raimundo de Morais, José André do Sanharol ambos  bisnetos de José  Raimundo do Sanharol.

Mediam os bancos 25 palmos de comprimento com quatro de largura. Nas contas do meu pai os bancos  contavam  entre 120  a 130 anos. Numa semana do  município  o prefeito procurou o meu pai  e pediu para levar o banco e expor, disseminando  a  histótia.  Não se sabe que fim deram, o certo é que o banco não voltou para o Sanharol, já o de Minininho Bitu deve está com os seus descendentes na casa do Sanharol.

Naquele banco velho de  madeira vi e ouvir muitas histórias. Era costume  Antônio de Gonçalo se achegar diariamente  por volta das 17 horas e  permanecer  até  as 20 horas ou mais.  Desde criança eu fui muito curioso com a história, e, ficava ouvindo. Um dia Antônio de Gonçalo falava sobre  perseverança, acreditar  no que  se faz.

Dizia que o seu grande amigo Bastião Felix adquiriu uma pequena propriedade em Campos Sales, região conhecida  como  grande produtora de  milho, feijão,  algodão e mandioca.  As terras não eram apropriadas para o cultivo de arroz como  as  de Várzea-Alegre.  Mas, por acreditar  Bastião Felix fez uma grande lavoura de  arroz e colheu  uma safra que admirou a todos do lugar.

A obstinação de Bastião Felix  despertou  a população para o plantio de arroz fazendo do lugar um  grande produtor.



3 comentários:

  1. A grande vantagem de viver muito é conviver com pessoas especiais, experientes que deixaram legados de exemplos dignos de admiração e aplauso. A amizade entre Antonio de Gonçalo e José André foi um belo ensinamento de civilidade social, de respeito e consideração.

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  2. Por ser do Sanharol, conheci os dois bancos de madeira citados por Morais e também os personagens Bastião Felix, Meninim Bitú, Zé André e Antonio Gonçalo, este inclusive é meu avô paterno.
    A todos eles dediquei espaços especiais no meu livro TROPEIRISMO NOSSO, pois foram pessoas que deixaram um legado de obstinação, trabalho, amizade e humor.
    Agradeço a destinação do texto e toda atenção que o administrador do blog tem dado às coisas e causos do nosso querido lugar...

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  3. Sempre que posso e encontro os contos de Antônio Morais, procuro ler um pouco. Pois tem uma sequência da nossa história familiar

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