Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Sobre as formas de Governo – por Armando Lopes Rafael




    Excelente a postagem de Antônio Morais (ler abaixo) sobre as formas de governo, que são duas: monarquia e república. Muitas vezes uma nação dá certa porque leva a sério a forma de governo que adotou. Este é o caso do Brasil.

    Em recente, entrevista, o Príncipe Dom Antônio de Orleans de Orleans de Bragança (terceiro colocado na linha de sucessão ao Trono Brasileiro) afirmou: “Ao logo de quase meio século, meu trisavô, o Imperador Dom Pedro II, conduziu os destinos públicos do país de acordo com as legítimas aspirações de seu povo, manifestadas em eleições que ocorriam religiosamente de acordo com o calendário eleitoral vigente. Sua filha, minha bisavó, a Princesa Dona Isabel, nas três vezes em que foi regente do Império representou o modelo ideal de soberana católica e fervorosa. O Brasil era um dos primeiros países do mundo, que nada deixava a desejar em relação aos Estados Unidos ou à Europa. Tudo isso se perdeu com a República, mas a boa obra da Monarquia se faz sentir até os dias de hoje”.

       Pura verdade. É por isso que existem tantos brasileiros favoráveis à restauração da forma de governo monárquica no nosso país. Entre os argumentos apresentados por esses monarquistas está o fato de que existe um tipo de governante que é preparado desde a infância para administrar um país. Ele não tem medo de fazer reformas estruturais quando necessário, porque não precisa se preocupar com a reeleição. Tampouco trabalha apenas para um grupo, porque não participa de nenhum partido político. Quem seria esse homem isento e bem preparado? Um rei, ou imperador.

        Dias atrás li um artigo do jornalista Dartagnan Dominski onde ele afirmou:
         “Outro fator que me leva a crer no caráter monárquico do brasileiro é a idolatria que tivemos em torno dos casamentos reais na Inglaterra. Ora, e se tivéssemos a mesma exposição à Família Real Brasileira? Sim, ela existe e ainda prepara seus príncipes para serem governantes. Atraso? Bem, vários países de primeiro mundo são monarquias. Canadá, Austrália, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Nova Zelândia, Japão, Suécia, e alguns outros. Aliás, Espanha também, e com uma curiosidade: ela já foi república, e preferiu retornar à monarquia”.
          Disse tudo...

O que é forma de governo - Por Antônio Morais.

O que é forma de governo?

É o modo como o estado se organiza para exercer o poder. O filosofo Maquiavel define duas opções - Monarquia ou República.


MONARQUIA.

  I - Separação entre as chefias de Estado e de Governo.

 II - Chefia do Estado exercida pelo Imperador, de forma apartidária, hereditária e com poder moderador.

III - Sem ideologia partidária, as politicas de estado levam em conta apenas as diretrizes legitimadas na constituição.

 IV - Poder exercido por forças politicas eleitas democraticamente.


REPUBLICA .

  I - Chefia de estado exercida pela mesma pessoa, presidencialista ou por duas pessoas parlamentarista.

 II - Questões de estado se misturam com programa do partido que está no poder.

III - Governo e parlamento podem ser adversários.

 IV - Sistema de cooptação de parlamentares pode gerar corrupção. Tem gerado nos últimos governos.

Na minha singeleza e modesta avaliação  a principal diferença entre as duas formas de governo é que : Os monarcas  preparam sucessores e  a republica prepara herdeiros.

Bolsonaro dá aula de ética à Globo - Por José Newmanne Pinto.


Reportagem, dada como furo, do Jornal Nacional da Globo na noite de terça-feira 29 de outubro de 2019, tentando envolver o presidente Jair Bolsonaro na execução da vereadora do PSOL Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, é fruto de vagabundagem no duplo sentido da palavra: preguiça e abandono de mínimos cuidados a serem tomados em qualquer denúncia, caso de dar a palavra ao denunciado, qualquer que seja ele. 

A resposta numa live enfurecida e emocionada na rede social da vítima foi um banho de comunicação numa empresa que se diz de comunicação.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

“Entendi que você é um juiz de merda” - Por Dr. Saulo Ramos.


É uma história conhecida sobre Celso de Mello, mas vale a pena relembrar. Está relatada no livro “Código da Vida”, de Saulo Ramos.

Quando José Sarney decidiu candidatar-se a senador pelo Amapá, o caso foi parar no STF, porque os adversários resolveram impugnar a candidatura. Celso de Mello votou pela impugnação, mas depois telefonou ao seu padrinho, Saulo Ramos, para explicar-se.

Eis o o trecho do livro:
Doutor Saulo, o senhor deve ter estranhado o meu voto no caso do presidente.
Claro! O que deu em você?

É que a Folha de S.Paulo, na véspera da votação, noticiou a afirmação de que o presidente Sarney tinha os votos certos dos ministros que enumerou e citou meu nome como um deles. Quando chegou minha vez de votar, o presidente já estava vitorioso pelo número de votos a seu favor. Não precisava mais do meu. Votei contra para desmentir a Folha de S.Paulo. Mas fique tranquilo. Se meu voto fosse decisivo, eu teria votado a favor do presidente.

Espere um pouco. Deixe-me ver se compreendi bem. Você votou contra o Sarney porque a Folha de S.Paulo noticiou que você votaria a favor?

Sim.
E se o Sarney já não houvesse ganhado, quando chegou sua vez de votar, você, nesse caso, votaria a favor dele?

Exatamente. O senhor entendeu?
Entendi. Entendi que você é um juiz de merda.

Iniquidade - Por Carlos Fernandes dos Santos Lima.


Soltam deputados presos, e nós não fazemos nada. Criminalizam policiais, procuradores e juízes que trabalham, e nós não fazemos nada.

Abrem inquérito para  afastar fiscais que os investigam, e nós não fazemos nada. Por isso reúnem-se, glutões que são, em banquetes noturnos e secretos, rindo de nós.

O próximo passo é tirar milhares de condenados da cadeia.Traficantes, milicianos e assaltantes soltos, por acreditarem que não faremos nada.

Ao final, comandado por um desses condenados, tomarão conta definitivamente do pais  porque homens de bem definitivamente não fizeram nada e não terão mais o que fazer. 

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Monarquia não é ideologia - Por Antônio Morais.



Por essa razão não é de esquerda nem de direita. Quem defende a restauração da monarquia no Brasil, está falando em mudar a forma de governo em que o monarca é o chefe de estado, apartidário, e o primeiro ministro é o chefe de governo que representa o partido mais votado, podendo ser de direita, de centro ou de esquerda. 

Todos abaixo e com respeito a constituição.

Um mito demolido - Por Antônio Morais


O Queiroz queixa-se de abandono. "Não vejo ninguém  mover nada para tentar me ajudar".

O discurso moralizador dos Bolsonaro já está oxidado. Os áudios do Queiroz jogados no ventilador tem puder de corrosão. 
Queiroz não sabe a quem deve a decisão de proibir as investigações decididas por Dias Toffolli e Gilmar Mendes.  
Canetada que travou pra mais de 700 processos na justiça brasileira.
Na minha singeleza o estrago está feito. Quem votaria no Bolsonaro depois da existência do Fabrício Queiroz?

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

O Chile não é o Brasil, tá ok? - Por José Newmanne Pinto.


Preocupo-me com a disseminação de inquietações sobre eventual influência que os protestos que causaram até agora 18 mortes no Chile possam ter sobre o Brasil. 

O próprio Bolsonaro avisou ao ministro da Defesa para manter o aparato militar alerta para a possibilidade de ter de intervir em convulsões sociais, usando o artigo 142 da Constituição, dito da Lei e da Ordem. 

O Chile é muito menor do que o Brasil e não vejo perspectiva nenhuma de perturbação da ordem por desigualdade ou política econômica, como no Chile, mas por causa da irresponsabilidade da cúpula da Justiça se, associada com os grupos criminosos partidários que controlam o Congresso, vierem a soltar Lula, Zé Dirceu e outros bandidos.

domingo, 27 de outubro de 2019

A BOLA ERA UMA EXTENSÃO DO CORPO DE PELÉ - Por Wilton Bezerra.


Não poderia passar em branco neste 23 de outubro, que marcou os 79 anos de Edson Arantes do Nascimento, Pelé.
Revendo filme de cem gols marcados por Pelé, me sinto cada vez mais incapaz de desenvolver uma teoria para explicar esse vulcão de duas pernas.
O neurocientista Miguel Nicolelis chegou a conclusão de que o pé de Pelé era uma bola, ou seja, uma extensão do seu corpo.

A bola não larga do pé de Pelé porque, simplesmente, ela faz parte dele.
Nicolelis, para quem não sabe, é um brasileiro, codiretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade de Duke, nos EUA, que desenvolveu um trabalho para permitir que um tetraplégico desse o pontapé inicial da Copa de 2014.

Uma outra coisa que me chamou a atenção foi saber que existe um acidente geográfico exuberante da lua de Júpiter chamado IO, identificado como Pelé, em função de sua popularidade depois da Copa de 70.
Nos campos de IO, o rei do futebol pode ser claramente identificado como uma erupção vulcânica contínua, de alta velocidade, que espalha lava e fumaça, sem cessar, por mais de 300 quilômetros.
Diz o cientista que esse era o efeito do Pelé terrestre: uma erupção contínua de movimentos, de dribles, de arrancadas, gingas e, sobretudo, de chutes mortais, com uma ou ambas as pernas; no chão, no ar, de pé ou de cabeça para baixo, bem no meio de uma de suas bicicletas que desafiavam a gravidade.

É preciso dizer mais?
Sim: jamais existirá jogador como Pelé.

REFORMA SÓ DEVE SER PROMULGADA EM DEZEMBRO - Por Cláudio Humberto.

A reforma da Previdência, que o Congresso Nacional levou quase nove meses para aprovar, apesar de sua importância central na retomada do crescimento do Brasil, somente será promulgada em dezembro, se depender da vontade do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), que aliás nunca demonstrou ter pressa nesse assunto. A data ainda será definida com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).

A demora na emenda da Previdência tem a ver com um antigo cacoete de dificultar projetos caros aos governantes para vender facilidades.

Para “mandar recado” ao Planalto, Rodrigo Maia fez aprovar em duas horas uma emenda prejudicial ao governo. Já a Previdência...

Para entrar em vigência, a reforma não precisa da sanção presidencial. A promulgação da emenda é prerrogativa do Congresso.

A promulgação marcada para dezembro foi confirmada a assessores do presidente Jair Bolsonaro pela secretaria-geral da Mesa do Senado.

Se o Greenpeace emporcalhasse a frente da Casa Branca, como no Planalto, seriam levados pela orelha para a cadeia. E teriam de pagar, além de fiança, os custos de limpeza e multa por crime ambiental.

O Nordeste encontra-se em um “estado de emergência” não declarado, com o petróleo venezuelano emporcalhando nossas praias, mas o prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), preferiu dar no pé para bem longe: está na Alemanha. E sua agenda sumiu do portal da prefeitura.

Itaipu Binacional anunciou, sob gestão do general Silva e Luna, economia de R$ 600 milhões com corte de gastos não essenciais, como compra de passagens aéreas e deslocamento de empregados.

ZEFELIPE - BLOG DO ANTONIO MORAIS


ZEFELIPE – FOTO.
De poucos dias pra cá, bateu-me a curiosidade de pesquisar algo a respeito de José Felipe de Sousa, um varzealegrense que poucos outros conterrâneos deixam de conhecer sua historia ou pelo menos de ouviu falar. Encontrei num livro do Dr. J. Ferreira uns escritos e estarei fazendo a transcrição para o Blog do Sanharol em algumas pequenas postagens para o conhecimento dos leitores.
ZEFELIPE - I
José Felipe de Sousa, seu nome completo. Varzealegrense da gema, puro sangue, pela inteligência, alegria de viver, capacidade de trabalho, características de nossa gente. Alvo, de estatura regular, mais para forte do que magro, olhos claros e acesos, de uma loquacidade sem par, prendia a atenção de qualquer um pelo seu jeitão de explanar qualquer assunto.
Hoje, seria um líder sindical, na pior das hipóteses. Com ele não tinha tempo ruim. Se estivesse liso, estaria no seu capital, dizia. Nem dor de dente me tira o gosto de rir. Era outro slogan seu. Analfabeto de pai e mãe, desde nascença – era de uma inteligência primorosa e, nisto, parecia com ferro em fusão que, não irradiando luz, emite o mais forte calor. Prestimoso, bom, honesto e respeitador, com suas brincadeiras e piadas diferia profundamente desta miríade de austeros e circunspectos cidadãos, sob cujas mascaras se oculta a mais vergonhosa falta de vergonha e pudor.
Foi, algum tempo, rapazinho ainda, assistente de Dr. Leandro Correia – acompanhando-o nos chamados, mas era brincalhão demais e o doutor lhe deu as contas. Com as contas algum dinheiro para procurar um novo meio de vida. Viajou, então, para Garanhuns e foi, de imediato, aceito motorista de um médico. Isto, pelas oito da manhã. As onze, já tendo almoçado, eis que surge apresado o patrão, nervoso, o chapéu na cabeça colocado ao contrario – aba caída voltada para trás. Foi entrando, sentando e ordenando: vamos embora, Cearense, que eu estou com pressa. Foi o bastante para o jovem motorista, na maior calma, se virar para o patrão e dizer: Só o senhor dizendo pra onde quer ir. O senhor vai prum lado, e, o chapéu pro outro. A reação foi imediata, o homem não era de gracejos – “Tome seu dinheiro, suma-se de minha vista, vá pro diabo que o carregue". Zefelipe desceu, ele tomou a direção e foi resmungando, seu caminho.
Depois vieram os caminhões e suas historias. Várzea - Alegre se tornou sobejamente conhecida como terra do arroz, de São Raimundo Nonato e de Zéfelipe afamado. Na seqüência teremos mais algumas historias do José Felipe de Sousa.

sábado, 26 de outubro de 2019

Capela de Santa Teresa de Jesus: importante patrimônio histórico de Crato – por Armando Lopes Rafael


O Cardeal João Braz Aviz, Prefeito da Congregação para os Religiosos,  visitou a capela de Santa Teresa, de Crato, em 21 de outubro de 2014

   Há quase cem anos era inaugurada, na cidade do Crato, a capela de Santa Teresa de Jesus. Felizmente esta igrejinha está conservada, mantendo sua originalidade, até os dias atuais.  A pequena capela foi entregue ao povo católico da “Cidade de Frei Carlos”, num dia 31 de outubro, aniversário de nascimento e de sagração episcopal de Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, primeiro bispo de Crato, coordenador da construção deste templo.

      Devemos a construção dessa capela à Cruzada Carmelitana, uma associação religiosa existente em Crato, fundada em 1914, pelo então vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Penha, Padre Quintino, o qual, um ano depois, seria eleito primeiro bispo da nossa diocese.

     A Cruzada Carmelitana era formada por senhoras e jovens da sociedade cratense. Além da parte religiosa, seus membros desenvolviam uma grande ação social na comunidade. Na prática religiosa, basta destacar que as festas de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho) e Santa Teresa d’Ávila (15 de outubro) eram comemoradas com grande pompa, precedidas de Tríduo Festivo e encerradas com uma missa solene. Tudo acompanhado pelo Coral das Teresinas, onde se sobressaía a maravilhosa voz de Iraídes Gonçalves. De tudo isso só nos resta as gratas lembranças e os registros históricos...

    Foi notável o empenho da Cruzada Carmelitana na construção da sua capela. As ricas obras talhadas em madeira de lei (altar-mor, quatro nichos laterais, confessionário, sólio episcopal, bancada e grade do altar) foram esculpidas por Mestre José Lucas, conhecido artesão cratense. Tão bonito é o sólio episcopal que, posteriormente, foi este cedido à Sé Catedral, onde ainda hoje está, tendo servido aos seis bispos da Diocese do Crato.

    As imagens da capela foram adquiridas na Itália. No altar-mor está o “Trio Carmelitano”: Santa Teresa d’Ávila pontifica como padroeira, tendo ao seu lado Nossa Senhora do Carmo e São José. Os quatro nichos laterais abrigam as estátuas de São João da Cruz, Santa Teresinha do Menino Jesus, São Geraldo e São Quintino.

    Toda a construção e acervo da capela de Santa Teresa foram viabilizados no primeiro quartel do século passado, quando o Crato vivia longe (quase isolado) dos grandes centros do Brasil. Naqueles tempos, as estradas e os meios de comunicação eram precários e a nossa economia dependia unicamente do produzido nas fainas agrícolas e na incipiente pecuária da época. Mas o importante é que o povo tinha fé! Tanta, que este pequeno templo aí está, para atestar o sentimento católico da população daquele tempo.

      A capelinha - talvez por desígnio da Divina Providência - resistiu às más administrações públicas do Crato, responsáveis pela destruição de prédios históricos, a exemplo de todo o quarteirão da Rua Miguel Limaverde. Resistiu às falsas ideias de modernismo, que tiveram seu auge na medíocre década 60, após a construção de Brasília. Resistiu até aos tempos confusos pós Concílio Ecumênico Vaticano II, tempos esses felizmente encerrados com a eleição do Papa João Paulo II, para a Cátedra de São Pedro, em 1978.

      Pouca gente sabe: essa capela é propriedade da Diocese do Crato, e está, há longos anos, sob a custódia da Congregação das Filhas de Santa Teresa, que souberam conserva-la em toda a sua originalidade.
Altar-Mor da Capela de Santa Teresa de Jesus, em Crato

Brasil: 130 anos sob a forma de governo republicana – por Armando Lopes Rafael


 
          É sempre assim. Entra ano e sai ano. Todo 15 de novembro, a população brasileira usufrui do esquisito feriado comemorativo à “Proclamação da República”. E sempre, anualmente, repórteres das emissoras de televisão saem às ruas perguntando aos transeuntes: “Você sabe qual o motivo deste feriado de 15 novembro?”. Praticamente a totalidade desconhece o motivo.

   Em Crato não é diferente do restante do Brasil. Apesar de pouquíssimas pessoas ainda insistirem numa tal de “tradição republicana” nesta Cidade de Frei Carlos. Trata-se de uma falácia. O leitor me conceda só um tempinho, para eu justificar meu raciocínio. Começo por lembrar: o aniversário do golpe militar, que implantou a República no Brasil – em 15 de novembro de 1889 – nunca foi comemorado em Crato. Nesta cidade o povo comemora muitas datas: 7 de Setembro, 21 de Junho, 1º de Setembro (Nossa Senhora da Penha), 19 de Março (São José), sem falar nas datas consagradas a São Francisco, a Nossa Senhora Aparecida, dentre outras. Agora, “comemoração” no dia 15 de Novembro nunca se viu por essas bandas...

     E por que isso acontece? Ora, Crato, durante 149 anos, de 1740 (quando foi fundado, até1889 (quando houve o golpe militar que empurrou goela abaixo da população a forma de governo republicana) viveu sob a Monarquia. Não se apaga facilmente um século e meio na vida de um povo. Basta lembrar dos 70 anos quando o comunismo dominou a Rússia sob o chicote e a baioneta. O comunismo ruiu, no leste europeu, em 1989. E nenhuma herança ficou da propaganda do socialismo ateu. Por isso, no imaginário popular, persiste ainda a ideia de que a Monarquia é algo de elevado nível– uma forma de governo respeitosa, honesta e boa.

     Tanto isso é verdade que, ainda hoje, quando o povo reconhece numa pessoa certos méritos ou qualidades acima do comum, costuma dar-lhe o título de “Rei” ou “Rainha”. Por isso temos “O Rei Pelé”, “O Rei Roberto Carlos”, “O Rei do Baião”, “O Príncipe dos Poetas Populares” (o repentista Pedro Bandeira) etc. E o que dizer dos concursos que se realizam para escolha da “Rainha do Colégio”, “Rainha da Exposição”? e de nomes de lojas como “O Rei da Feijoada”, “O Império das Tintas”? Ou nomes como “Rádio Princesa FM”, “Colégio Pequeno Príncipe”?

     Vê-se, pois, que é um mito sem consistência essa alardeada “tradição republicana” de Crato. No duro – no duro mesmo – “República” para o nosso povo continua a nos remeter à lembrança de “república de estudante", ou seja, uma casa bagunçada, desorganizada, sem ordem. Igualzinha ao que que tem sido nossa pátria nos últimos 130 anos. 

A culpa é do Bolsonaro - Por Antonio Morais.


O Bolsonaro já brigou com muita gente boa. Por conta dos filhos traquinas, peraltas e mal criados ou por conta própria.

O fato é que a culpa não é dos outros e sim do presidente Bolsonaro. Jair Bolsonaro devia se filiar ao PT. Suas atitudes, seus gestos e decisões convergem e coincidem muito com o modelo PT de fazer politica. 

Usar o prestigio do cargo firmando pacto com a justiça para impedir que investiguem os crimes de familiares é grave. E, era exatamente isso que o povo que o elegeu não esperava dele. 

Seria um grande parceiro no PT. Daria um excelente vice  do Lula.  Parceria infalível.

PSL é de Bivar - Por o Antagonista.


O Conselho de Ética do PSL é formado por seis membros, todos ligados a Luciano Bivar, segundo O Globo.
Dois deles são seus funcionários.
Além de ter total apoio do Conselho de Ética, Bivar também detém a maioria na Executiva Nacional.

Dos 16 titulares, 13 são ligados a Bivar.

Lewandowski, cara de pau do século - Por José Newmanne Pinto.



Em seu voto para demolir o Estado de Direito e instituir a Republica dos Bandidos (apud Modesto Carvalhosa), o ministro do STF Ricardo Lewandowski cometeu três erros crassos em seu voto infame: 1) citou prisão como sinônimo de culpa na Constituição; 2) limitou a repulsa à corrupção como sendo anseio só da elite, e não do povo; e 3) considerou texto constitucional intocável após ter presidido a sessão do impeacment de Dilma no Congresso Nacional e autorizado seus asseclas Renan Calheiros e Kátia Abreu a manterem direito de o poste de Lula e presidente deposta exercer cargo público durante quarentena por oito anos. 

Com voto de sua fraquíssima colega Rosa Weber, a decisão sobre prisão após segunda instância versus trânsito em julgado deverá dar empate no plenário, 5 a 5, com voto de minerva no qual Toffoli decidirá se STF cometerá ledo engano ou erro crasso.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

É UM ESCÁRNIO - O Antagonista.


“A roda da política brasileira gira para não sair do lugar”, diz a Crusoé.

“Agora, mais do que nunca. Com a chancela do Supremo, o último degrau da mesma Justiça que, até pouco atrás, vinha dando sinais de que estava imbuída do propósito de rever as velhas e condenáveis práticas que nos levaram o país ao fundo do poço. Tudo isso é um escárnio. 

Não importam as decisões do STF: como criminoso continuará a ser criminoso, Lula permanecerá um corrupto e lavador de dinheiro. Assim como todos os outros condenados que o tribunal pode soltar, para que voltem a emporcalhar a vida pública do país. 

O Brasil não é lulodependente. O PT e o sistema no qual ele está inserido é que são”.

RACISMO – A ESTUPIDEZ NO FUTEBOL - Por Wilton Bezerra.


O preconceito é uma coisa tão nociva, que o cérebro nega os que os olhos vêem. Negar e silenciar, é confirmá-lo.
O preconceito de cor no Brasil existe, é uma coisa velada. E o futebol, nossa festa mais popular, é lugar onde a estupidez do racismo faz morada.
Tão logo dois treinadores negros – Marcão e Roger Machado – assumiram como treinadores de Fluminense e Bahia, o debate voltou, como se fosse novidade a ausência deles à frente de equipes de futebol.
No duro, só são admitidos, com boa vontade, como jogadores
Ora, todo mundo sabe que os cargos de direção em clubes, confederações e federações não são reservados aos negros.
A jumentália nacional julga que as pessoas de cor formam um estrato social inferior, em se tratando de competência.
O negro é aceito e rejeitado, ao mesmo tempo, e, no primeiro caso, só se for bem sucedido.
Claro, o que estou dizendo não é algo sonora a certos ouvidos que preferem o faz-de-conta.
O Brasil foi apresentado ao mundo através de um negro chamado Edson Arantes do Nascimento, Pelé, o maior jogador do mundo, reverenciado até onde não se joga futebol.
Afora uma série de outras constatações bastaria essa para esvaziar esse estúpido comportamento da alma humana de medir potencial pela cor da pele.
É bom esclarecer que nas décadas de 40 e 50 do século passado, nossos jogadores eram tratados como “macaquitos”, principalmente pelos argentinos, não pela cor da pele.
Isso se dava por sermos considerados, à época, como menos civilizados, desdentados, subservientes e dóceis, enfim: os verdadeiros caipiras da América do Sul.
Hoje, até a vetusta Europa, berço da cidadania, trata de disseminar o racismo nos campos de futebol e o Brasil, PHD no ato de macaquear, vai no embalo, como se isso fosse mais um modismo a ser seguido.
Há dias, um ignorante travestido de torcedor do Santos, agrediu com insultos racistas e homofóbicos o jogador Fabinho, do Ceará.
Claro, o semovente da Vila Belmiro não deve saber nada de um time de uniforme branco imaculado, que vestiu uma equipe de negros extraordinários a encantar o mundo.
Fabinho reagiu e por, não aceitar essa vilania, quer uma punição para o agressor.
Essa situação devia ser tratada assim, e não com providências paliativas, punições cosméticas.
Racismo é crime. E ponto.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Celso de Mello usa elogio a Toffoli para atacar “perigoso projeto de poder” que brota do “submundo digital” - Por o Antagonista.


Na retomada do julgamento da segunda instância, o decano Celso de Mello pediu um aparte para celebrar os dez anos de STF de Dias Toffoli.
Elogiou a capacidade do presidente do Supremo para “encarar os sérios desafios” e os “gravíssimos problemas nacionais”.
E emendou: “O país vive um momento delicado. Diria até extremamente delicado em sua vida política e institucional. De sua trajetória, emergem discursos autoritários, inconformismos incompatíveis com os fundamentos legitimadores do Estado de Direito e manifestações de grave intolerância que dividem a sociedade.”
“Todos agravados pela atuação sinistra de delinquentes que vivem na atmosfera sombria do submundo digital, em perseguição a um perigoso e estranho projeto de poder.”

“No STF não há ingênuos” - Por Julio Marcelo de Oliveira.


Júlio Marcelo de Oliveira comentou a manobra do STF:

“Não é possível crer que os Ministros que não aceitam a prisão após DUAS instâncias ignorem as consequências para a impunidade de ricos e poderosos. No STF não há ingênuos. O Brasil não pode mais conviver com a impunidade.

A decisão do STF sobre a prisão após DUAS instâncias é definidora do futuro do país. É tão ou mais importante que as reformas da previdência, tributária e administrativa, juntas.”

STF sem moral nenhuma - Por José Newmanne Pinto.


Seja qual for o resultado final da votação iniciada hoje no plenário para manter ou cancelar a jurisprudência que autoriza o início de cumprimento de pena de condenados da segunda instância, o STF sairá dela mais desmoralizado do que já é. 

Basta a evidência de que esta é a quinta vez em dez anos em que julgam o que já julgaram antes – duas por ano, em defesa exclusiva de interesses de bandidos do colarinho-branco e seus advogados milionários, pois o cidadão comum não se beneficia em nenhuma das opções em votação.

Barroso: “Eu tenho que evitar o próximo estupro, o próximo homicídio, o próximo roubo” - Por o Antagonista.


Luís Roberto Barroso deu um banho em estrelados advogados, presentes no Supremo, que só querem livrar seus ricos clientes.
“Eu fui advogado muitos anos. O advogado só julga a causa uma vez, quando aceita. A partir dali tem um compromisso, de fazer tudo que é legal e eticamente possível para defender o interesse que ele patrocina”, ponderou.
“Mas quando você muda do lado do balcão, esse papel muda. Porque você tem que ponderar os direitos fundamentais do acusado – que são muito importantes, porque o abuso no sistema penal é sempre um risco – com os interesses do sistema e com a próxima vítima. Nós somos em última medida guardiães da próxima vítima.”
“Quando você prende alguém, não é por prazer, é porque você está protegendo pessoas e instituições. Não é com regozijo que se troca de lado, é uma missão muito espinhosa. É mais bacana defender a liberdade que mandar prender. Mas eu tenho que evitar o próximo estupro, o próximo homicídio, o próximo roubo, quando isso seja perceptível dos autos”, finalizou.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

BÊBADO DE PASSADO E DE INFÂNCIA - Por Wilton Bezerra, comentarista esportivo.


Ao encontrar essa foto do saudoso fotógrafo Rosalvo Souza, de 1968, acabei embarcando numa viagem de lembranças, tendo o futebol como condução.
Confesso que esse esporte me proporciona a condição para colocar a narrativa em termos cronológicos.
Foi no Crato, a partir de 1958, que o ludopédio entrou com força na linha de interesse maior de nossa existência, quando acompanhamos pelo rádio a conquista da nossa primeira Copa do Mundo.
Mesmo com a intensidade que idolatramos o escrete de Garrincha e Pelé, as nossas primeiras admirações foram municipais: o Cariri e o Sport do Crato.
O primeiro, alviazulino, tinha Ângelo no gol, uma zaga com Sílvio, Lauro Rola, Pescorado e Laudemiro; um meio campista chamado Binda, e um ataque onde despontavam Idário e Bebeto.
O Sport, rubronegro, era o meu time, onde despontei para o anonimato como jogador de futebol nos juvenis.
Vi de perto jogadores admiráveis como Anduiá, o primeiro ídolo que cultuei, pela extraordinária qualidade como artilheiro; coadjuvado por Pirrila, Citônio, Panquela e outros mais.
Os jogos eram realizados no Estádio Wilson Gonçalves, campo do Sport, no bairro do Pimenta e Estádio Pinto Madeira, campo do Cariri.
A foto que gerou essa prosa é de uma parte do público no lado da Exposição Agropecuária, vizinha ao campo do campo do Sport, local do jogo entre Crato e Juazeiro, pelo Torneio Intermunicipal, promoção da Apcdec, em 1969.
O campo de jogo era de areia, não havia nenhum vestígio de grama e a marcação das linhas eram feitas a cal e denominada de “farinha do homem”, por representar o limite para o torcedor não invadir o campo de disputa.
Era muito divertido.
O jogo terminou empatado em 2 x 2, entre seleções que contavam com dois goleadores: Geraldino Saravá, de Juazeiro, e Pangaré pelo Crato.
Mas, as relembranças não ficam apenas nos acontecimentos esportivos, pois esses espaços – campo do Sport e Exposição do Crato – foram terrenos por onde caminhei na minha infância desprovida de maiores responsabilidades...

Bolsonaro, do nepotismo ao maniqueísmo - Por José Newmanne Pinto.


O capitão reformado Jair Bolsonaro ganhou a eleição para presidente da República em 2018 porque a Nação tinha todas as razões para temer que qualquer outro candidato sabotasse a ação eficiente e diligente da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal de primeira instância contra a corrupção, mal dos males da República. 

Embora o ponto de partida de sua campanha tenha sido a militância aguerrida da direita nostálgica da tortura e da ditadura, essas facções não dispunham de número suficiente para levá-lo ao segundo turno. A quem duvidar convido a contar seus seguidores nas redes sociais para verificar que estas não reúnem eleitores para bater Ciro Gomes, do PDT, que chegou em terceiro lugar no primeiro turno. Vítima da maior crise econômica, com origem na roubalheira dos governos da ampla aliança liderada por PT e PMDB, hoje MDB, o brasileiro não deu a mínima para a propaganda eleitoral gratuita e os debates no rádio e na televisão. E o sufragou com votos bastantes para esmagar as pretensões dos candidatos de sempre. Grande parte dos seus eleitores no turno final professa um ódio surdo e exausto do PT, seus aliados e da corrupção, comprada na base de propinas, do PSDB.

Diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o vencedor teve a feliz ideia de recorrer a baluartes da sociedade, cansada do socialismo de rapina de Lula e Dilma e dos vícios da politicagem profissional, encarnada na elite dirigente do partido que reuniu os próceres do que foi inadequadamente batizado de “Nova República”: o PMDB de Michel Temer, Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, Romero Jucá e Renan Calheiros. 

A primeira tacada de mestre dele foi fazer do juiz da Operação Lava Jato, Sergio Moro, ministro da Justiça, passando a impressão de que o levaria ao Supremo Tribunal Federal (STF) na primeira oportunidade que surgisse: a aposentadoria do decano Celso de Mello. Outro lance genial foi escalar para chefiar as necessárias correções nos gastos públicos Paulo Guedes, devoto do ideário da Escola de Chicago, para dar corpo a uma série de reformas aptas a socorrerem as contas públicas no Ministério da Economia.

Por mais que se assuma a fantasia de que a reforma da Previdência teria sido aprovada pela ação dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, ela de fato foi uma vitória do povo brasileiro, engendrada pelo grupo levado ao poder pelo ministro da Economia. E a queda dos indicadores criminais no primeiro semestre do novo governo não se deveu aos governadores, responsabilizados pela Constituição pela segurança pública, mas à gestão federal do popular magistrado que encarcerou, para espanto geral, chefões do crime organizado na política.

Mas a “nova política” de Bolsonaro mostrou-se falsa e frágil antes de começar. O servidor da Advocacia-Geral da União (AGU) André Mendonça saiu do bolso do colete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para o Diário Oficial da União, com a chancela do chefe do governo, novo só na aparência. O autor de artigo na Folha de Londrina (no Paraná, ora o Paraná!) bajulando Lula em  sua primeira vitória para a Presidência foi leal ao fiel padrinho. Assinou pareceres apoiando o banquete de vinhos três vezes premiados e medalhões de lagosta e o decreto infame que incrimina críticos de ministros e seus parentes, execrado por 12 em dez juristas com vergonha na cara no País. O presidente eleito pelos antipetistas não tugiu nem mugiu diante desses escárnios ao Direito e ao decoro. Cobrado por alertas de críticos como o signatário deste texto, a tropa presidencial reagiu na militância cibernética argumentando que o advogado-geral é da União, e não do gestor eventual.

Se pudesse restar alguma dúvida de que Mendonça tinha carta branca, ela sumiu spb seguidos recados passados pelo chamado primeiro magistrado da Nação. Este anunciou que nunca prometeu nomear Moro para o STF, que esse colegiado sentia falta de um ministro “terrivelmente evangélico” e que o titular da AGU teria essa virtude. E depois disso tudo ainda disse que este seria mais “supremável” do que o preterido. Ao fazê-lo, Sua Excelência adaptou aquele refrão da campanha: “É bom já ir se acostumando com o novo do Jair”. Ou melhor, com o velho Jair renovado, depois de 29 anos de prática na velha política, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e na dos Deputados, em Brasília. Afinal, seus três filhos mais velhos sempre viveram do estipêndio público dos parlamentares.

Não fosse o chefe do clã número 1 iletrado orgulhoso da própria condição, seria o caso de lembrar que, ao permitir que a prole adulta seguisse seus passos, não na caserna amada, mas na politicagem execrada, o presidente parodiou a parábola das batatas, do batuta Machado de Assis. Como o protagonista de Memórias Póstumas de Brás Cubas ensinou a seu herdeiro, Rubião, não havendo batatas suficientes para alimentar duas tribos, na guerra entre elas resolve-se o impasse com a adoção do lema “ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”. 

A adaptação daria melhor explicação do que a desculpa oficial para o aumento nesta gestão de despesas do cartão corporativo em 24%. “Os gastos com cartões incluem as despesas do presidente e do vice. Como Temer não tinha vice, obviamente no meu governo os gastos são um pouco maiores”, ele próprio escreveu no Twitter. Quer dizer: a culpa é de Hamilton Mourão? Não tendo como atribuir ao general a frase lapidar a respeito da escolha do filho caçula, Eduardo, para a Embaixada do Brasil em Washington, Bolsonaro preferiu recorrer ao bife que acompanha as batatas fritas: “Se puder dar um filé para meu filho, eu dou”. Não por isso, juristas e parlamentares leais juram que nomear filho para cargo público não é nem nunca será nepotismo. Que tal?

Viva, pois, o STF, cujo poder muda até o sentido das palavras. E tem bastante desfaçatez para chamar de “pacto entre Poderes” acordão pelo qual o chefe do Judiciário, Dias Toffoli, apoiado por Gilmar Mendes, assegura ao primogênito do chefe do Executivo, Flávio de Jair, privilégio de mandar a lei às favas. Afinal, para isso servirá a ascensão de Mendonça.

Antes dele, Bolsonaro já escolhera Onyx Lorenzoni para chefiar sua Casa Civil. Pilhado em caixa 2, que seu colega de Ministério Sergio Moro quer criminalizar, ele ganhou do ex-juiz indulgência plena. E elegeu seu correligionário do DEM Davi Alcolumbre presidente do Senado, vencendo Renan Calheiros em eleição fraudada, na qual 81 eleitores depositaram 82 votos, conforme flagraram câmeras da Casa. Em política sabe-se que nada se cria, tudo se transforma, e Renan Lavoisier é hoje o espírito de santo de orelha do ex-adversário. O DEM de Lorenzoni também elegeu presidente da Câmara Rodrigo Maia, o Botafogo do propinoduto da Odebrecht e hoje o quarto pactuário do acordão dos três Poderes.

Isso tudo acontece neste momento em que seguidores de Jair Bolsonaro e sequazes de Luciano Bivar disputam a berros, cuspe e arranhões o pecúlio dos fundos partidário e eleitoral do PSL, partido pelo qual um se elegeu e que o outro preside. Após ter levado o Sport Clube do Recife à decadência. Sobrou para Joice Hasselman o despejo da liderança do governo no Senado. Bolsonarista da primeira hora, mas odiada pelo filho que pretende liderar a bancada da legenda na Câmara da Embaixada do Brasil em Washington (ou vice-versa), ela deixou o lugar para um deputado ignoto de nome que deveria honrar: Eduardo Gomes. É do MDB e seu padrinho, ninguém menos do que Renan Lavoisier Calheiros.

O partido de Temer, Cunha, Jucá e Sarney já ocupa o gabinete do líder do governo no Senado. Bezerra Coelho, descendente em linha direta de Duarte Coelho, primeiro capitão-mandatário da Capitania Hereditária de Pernambuco, teve gabinete e casa vasculhados pela Polícia Federal em busca de evidências de recebimento de propina. Bolsonaro também nomeou para chefiar a Procuradoria-Geral da República o inimigo da Lava Jato Augusto Aras, filho do ex-petista Roque Aras e defensor da tese toffolina de prisão só após terceira instância, absurdo judicial sem igual.

Aras faltou à primeira sessão do STF para tratar da jurisprudência do começo do cumprimento de pena, pois estava em Roma, onde foi prostrar-se aos pés do altar da Santa Dulce dos Pobres. Entrementes, Bolsonaro foi ao Extremo Oriente e não testemunhou o heroismo de brasileiros que estão limpando as praias nordestinas de óleo cru. De Tóquio disparou contra os neoinimigos do PSL: “O bem vencerá o mal”. Obrigado, “Mito”. Assim ficamos sabendo que o lema “Ordem e Progresso” da Bandeira Nacional pode agora ser substituído por “Nepotismo e Maniqueísmo”. Amém.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Noticias - O Antagonista

Eduardo sem embaixada e com os cacos do PSL.
Jair Bolsonaro disse à imprensa que Eduardo Bolsonaro deve desistir da embaixada nos Estados Unidos e cuidar do partido:

“Obviamente, isso o Eduardo vai ter de decidir nos próximos dias, talvez antes de eu voltar ao Brasil. No meu entender, o mais estratégico é ele ficar no Brasil, até para pacificar o partido e ver o que pode catar de caco, porque teve gente que foi para o excesso. É igual um casal, chega um ponto de um problema que não tem mais retorno por parte de alguns.”

Jair Bolsonaro acabou fritando o especialista em fritar hambúrgueres.



Celso de Mello arquiva pedido do PT para investigar Delta por abuso de autoridade.
Celso de Mello arquivou um pedido do PT para abertura de uma investigação sobre Delta Dallagnol por suposto abuso de autoridade.

O ministro disse que não cabe ao STF analisar o caso, porque ele não tem foro na Corte e porque a lei sequer entrou em vigor. Qualquer pedido do tipo deveria ser feito ao próprio MP.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Bolsonaro e togas amigas resistiriam a um hacker? - Por Josias de Souza

Jair Bolsonaro recebeu no Planalto, há cinco dias, três togas supremas. Entre 10h e 10h15, conversou com Dias Toffoli e Alexandre de Moraes. Das 11h às 11h25, esteve com Gilmar Mendes. O que aconteceu entre as quatro paredes do gabinete presidencial só os interlocutores podem dizer. Mas qualquer brasileiro está autorizado a concluir que vai mal uma República em que a população é incapaz de reconhecer a seriedade das autoridades e estas são incapazes de demonstrá-la.

Perguntou-se ao porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, qual foi o teor da prosa. Ele fez segredo: "É uma decisão pessoal, de foro íntimo do presidente, comentar ou não comentar determinadas audiências". Os ministros do Supremo também avaliaram que não devem nada ao brasileiro que financia seus contracheques, muito menos explicações. Perderam-se as mais comezinhas noções de recato. Já não há nem mesmo o cuidado de maneirar.

Noutros tempos, Bolsonaro não daria aos ministros do Supremo nem bom-dia. E vice-versa. Hoje, mimam-se mutuamente. Toffoli é autor da liminar que desligou o Coaf da tomada e trancou investigações contra o primogênito Flávio Bolsonaro. Gilmar é signatário da decisão que reforçou a blindagem que livra o Zero Um de inquérito sobre peculato e lavagem de dinheiro. Junto com Alexandre, os dois integram a ala da Corte que deseja realizar o sonho da oligarquia que quer o fim da Lava Jato.

As conversas sigilosas ocorreram num instante em que o Supremo está na bica de rever a regra sobre prisão de condenados na segunda instância. O vereador-geral da República Calos Bolsonaro lembrou que seu pai é a favor da tranca. Fez isso no Twitter do presidente. Foi forçado a se desculpar. Apagou o tuíte. Além de admitir que as redes sociais do pai trazem as suas digitais, o Zero Três como que escancarou a mudança de prioridades do capitão.

Os "garantistas" do Supremo, sobretudo Gilmar, utilizam as mensagens roubadas dos celulares de procuradores da Lava Jato como matéria-prima para minar o surto anticorrupção que acometeu o país nos útimos cinco anos e meio. Ganha um kit completo com as mídias do 'Intercept' quem for capaz de recordar uma frase de Bolsonaro em defesa do ex-juiz Sergio Moro, hoje seu ministro da Justiça.

O material que chega às manchetes em conta-gotas de fato tisna o trabalho de Curitiba. Mas a dúvida que boia na atmosfera é a seguinte: as comunicações sigilosas de Bolsonaro com as togas amigas resistiriam à ação de um hacker?

Os conselheiros do presidente - Por o Antagonista.

A velha turma do MDB, que está ocupando o governo, tenta minar os militares e Sergio Moro.

“Nas conversas mais reservadas no Palácio da Alvorada”, diz o Estadão, “Bolsonaro tem ouvido que os militares não entendem nada de articulação com o Congresso. O general Ramos, responsável pela ponte com os deputados e senadores, não teria força com seus colegas de Esplanada para emplacar nomeações ou dinheiro para liberar emendas.

Quanto ao ministro Sergio Moro, a percepção é a de que o ex-juiz da Lava Jato mantém popularidade em alta, mas não consegue avançar no Congresso em medidas de uma área prioritária para o governo. Com isso, Bolsonaro tem perdido essa bandeira do combate à criminalidade para adversários, como o governador Wilson Witzel”.

O descaramento dessa gente não tem limite.


Bolsonaro aposta no Lula Livre.

Jair Bolsonaro enxerga Lula como um bom cabo eleitoral. E vice-versa.
Josias de Souza relatou que, “em conversa com Jair Bolsonaro, um senador disse estar preocupado com a libertação iminente de Lula. Impressionou-se com a resposta. Ao reproduzir o diálogo a outros dois parlamentares, disse ter escutado do presidente o seguinte: ‘Mais cedo ou mais tarde, o Lula sairia da cadeia. Acho que sairá em boa hora’.

O interlocutor de Bolsonaro declarou  ter saído do encontro com a convicção de que a estratégia de Bolsonaro para a reeleição inclui uma aposta na polarização com o PT.”

domingo, 20 de outubro de 2019

GOVERNADORES DO NORDESTE CALAM SOBRE DESASTRE - Por Claudio Humberto.


É vergonhoso do silêncio dos governadores nordestinos em relação ao desastre ambiental que emporcalha de petróleo quase duas centenas de praias na região. 

Eles mal conseguem balbuciar lamentações pela sujeira. Quase todos lula-dependentes sob o ponto de vista eleitoral, parecem com medo de eventual prova de que o ditador venezuelano Nicolás Maduro, aliado de Lula, tenha alguma coisa a ver com isso.

Os governadores parecem aguardar um pretexto para culpar o governo federal. O silêncio é sinal de negligência com os próprios cidadãos.

Críticos apressados das “queimadas”, o francês Emmanuel Macron e o Papa Francisco fazem ouvidos moucos sobre o petróleo derramado.

Após temporada no exterior, o governador baiano Rui Costa (PT) põe a culpa em outro lugar: “É inadmissível o silêncio do governo federal”.

PF à espera de decisão de Celso de Mello - O Antagonista


Os e-mails e documentos apreendidos no BTG Pactual estão armazenados na PF de Curitiba até que o ministro Celso de Mello decida se vai autorizar a análise do material.

Como mostrou a Crusoé, a PF apreendeu em setembro uma vasta quantidade de material no banco BTG. São milhares de documentos e e-mails trocados entre André Esteves e outros investigados.

sábado, 19 de outubro de 2019

BOLSONARO REPETE ERROS DE LULA E DILMA NA CÂMARA - Por Claudio Humberto.

Deputados são intolerantes com interferências explícitas de presidentes da República na Câmara. 

Lula cometeu esse erro. Era presidente, no auge, quando tentou impor Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado pedante, para substituir Virgílio Guimarães, mineiro boa praça, como candidato do PT à presidência da Câmara. 

Os governistas racharam e o resultado da confusão foi a vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE).

ERRO FATAL.
Dilma vetou o acordo do PT para apoiar Eduardo Cunha à presidência da Câmara. A interferência lhe custaria o mandato.

DEU NO QUE DEU.
Arlindo Chinaglia, nome de Dilma, perdeu feio. O PT ficou sem cargos e influência, enquanto Eduardo Cunha articulava o impeachment.

REBORDOSA FEIA.
A Câmara sempre reage mal a interferências do Executivo, daí a rebordosa imposta a Bolsonaro e ao filho que queria ser o líder do PSL.

PSL coloca Jair Bolsonaro numa camisa de força - Por Josias de Souza

Há diversas modalidades de maluco no mundo. Jair Bolsonaro é do tipo que não aguenta viver em situação de normalidade por muito tempo. Ele costuma se recolher a um mundo de pesadelos. Ao dar uma de maluco com o seu próprio partido, Bolsonaro transformou o PSL num pesadelo do qual será difícil acordar. PSL agora significa Partido do Sanatório de Loucos.

Bolsonaro comprou briga com um profissional do ramo partidário. Luciano Bivar, o chefão do partido, administra o PSL como um cartório. Em reação à investida de Bolsonaro, Bivar transformou a legenda momentaneamente num sanatório para tratar de Bolsonaro e do seu grupo. O presidente da República foi submetido a uma imobilização muito parecida com uma camisa de força. E o grupo de Bolsonaro recebe tratamento de choque.

A direção do sanatório tomou três providências. Numa, suspendeu cinco deputados leais ao presidente, impedindo que voltem a assinar listas para colocar o Zero Três Eduardo Bolsonaro na liderança do partido na Câmara. Noutra, empurraram para dentro do diretório nacional 52 novos membros, transformando a maioria pró-Bivar numa muralha que Bolsonaro terá dificuldade de transpor se quiser tomar o controle da legenda. Num terceiro movimento, o PSL decidiu se equipar para afastar os filhos de Bolsonaro —Eduardo e Flávio—do comando da legenda em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Bolsonaro e seu grupo analisam a hipótese de recorrer à Justiça. Afora o caminho judicial, restaram outras duas alternativas ao presidente: negociar uma composição com os malucos rivais ou trocar de partido -o que no Brasil significa apenas trocar de problema. Por ora, a briga continua. Estão todos de olho na chave do cofre, porque maluco partidário não rasga dinheiro. Um lado acusa o outro de desonestidades constrangedoras. A plateia já não consegue distinguir quem é quem.

EM NOVA INVESTIDA DE BIVAR, PSL ELEGE NOVO DIRETÓRIO NACIONAL - Por o Antagonista.


Na convenção do PSL que ocorre nesta manhã, a portas fechadas, em um hotel de Brasília, os deputados mais ligados a Luciano Bivar estão elegendo o novo diretório nacional do partido.

Um dos deputados que participa da reunião disse a O Antagonista que só há duas opções de voto: uma chapa formada pelo grupo de Bovar ou voto em branco.

Como noticiamos mais cedo, a ala mais bolsonarista do PSL não sabia da convenção, cujo comunicado foi divulgado no Diário Oficial.



sexta-feira, 18 de outubro de 2019

STF a serviço de advogados ricos - Por José Newmanne Pinto.


Nos últimos dez anos, o STF tem tentado mudar a jurisprudência que autoriza juiz a mandar condenado em segunda instância a começar a cumprir pena. 

A banda que se diz “garantista” dos direitos individuais à plena defesa ganhou a parada em 2009 e perdeu três vezes em 2016. Gilmar Mendes, que defendia com ardor a opção vencedora mudou de posição para o lado oposto. Foi  desde que a Operação Lava Jato começou a investigar propinas pagas aos tucanos, sob cujo domínio fez carreira no palácio. 

Posam de defensores da liberdade, mas na verdade não há inocente nenhum a ser beneficiado pela benemerência deles. Como confirmam estatísticas do CNJ, só 0,006% dos processos que sobem do STJ para a última instância têm seus termos corrigidos. 

Nenhum por inocência do réu, mas só por erros processuais. Ou seja, os ministros prestam serviços a advogados ricos de criminosos milionários do colarinho-branco. 

Casal mais famoso das telinhas comove fãs em aeroporto - Diário do Brasil.


Casados há 57 anos, os mega astros da TV Glória Menezes e Tarcísio Meira foram fotografados em um aeroporto do Rio de Janeiro.
As imagens mostram as dificuldades que o casal teve para se locomover dentro do saguão.
Tarcísio com 84 anos e Glória também com 84 fazem uma parceria desde 1962, tanto na vida real quanto nas telinhas.
Apesar das limitações que a idade lhes impõem, os artistas esbanjaram simpatia, talento e muita vitalidade.
Nas redes sociais, diversos internautas divulgaram as fotos e parabenizaram o casal pela união eterna.

O engodo Bolsonaro - Por Antônio Morais.


Essa briga do Bolsonaro com o PSL é desnecessária. Bolsonaro devia se filiar ao PT. Seus atos, suas decisões e atitudes convergem para o modelito de governança petista. 

Filho corrupto, assessor depositando dinheiro na conta bancária da esposa do presidente, pacto com o que de pior existe na banda podre do STF para impedir investigação de familiares. 

Sinceramente eu não sei o que Sérgio Moro espera andando com Jair Bolsonaro. Já devia ter largado o cargo e tomado outro rumo. Deixa o Bolsonara namorando, como ele bem diz, com Dias Toffolli, Alexandre de Morais, Gilmar Mendes e de rebarba o Lewandosk e esperem o resultado em 2022.

Dia de Feira - Postagem do Antonio Morais.


Fazia pouco mais de um mês, tinha chegado a Várzea-Alegre, vindo de Mauriti, onde fizera umas estripulias, um morenão parrudo, solteiro, de seus 30 anos, mãos calejadas, fisionomia serena e poucas conversas. Ofrasio foi pedir moradia a Padrim Tonio. O Coronel, na sua calma, olhou-o com um olho fechado e, sabedor dos seus antecedentes, deu-lhe uma casa, no Graviel, recomendando, no entanto, não beber, não provocar arruaças, evitar problemas. O morenão olhou para o meu avô e, candidamente, disse: seu Coroné, eu num sou home de briga, nem quicé eu tenho. Agora, se eu tiver com um porrete de jucá, com uma correia ensebada, preso no punho, num tem home que diga que eu sou feio. Meu avô riu e pensou que tudo era farofia. Pois, sim!

Nem lhe conto: foi numa feira de Agosto, dessas mais movimentadas, que se deu o causo. Ofrasio foi pra feira comprar seus biscates e vender umas esteiras de melão-caetano que fizera. Estava sentadinho, no seu cantinho, direitinho, serio, respeitador, paciente, oferecendo seu produto. Foi quando um praça dele se aproximou, magro, cheio de cacoetes e, cismou com a cara do home! Começou por mostrar sua otoridade perguntando de quem eram as esteiras e qual era o preço. Atendido respeitosamente, nas suas inquirições, achou de dizer: Você tem cara de ladrão. Meu Deus! pra que falou isto? O morenão, que estava sentado num monte de esteiras, passou a mão por baixo delas, apanhou seu anjo da guarda, um porrete de jucá, de uns setenta centímetros, tipo casse-tete, tamanho família, destes que os mantenedores da ordem usam, hoje. De pé, olhou o meganha e lhe disse, calmamente: Seu Salgente, se voicemincê ripiti o qui dixe, Meu padim Cico qui mi perdoe.

Nem esperou que ele abrisse a boca – mandou-lhe o jucá na caixa dos peitos, foi bater e cair! Dois outros soldados que estavam na bodega de Chico Cecilia – em frente ao incidente – se jogaram da calçada ao chão. Um deles, por azar, foi apanhado no ar por uma cacetada que o deixou sem poder se levantar. Foi bem na canela. O outro não ficaria sem sua recompensa: Ofrasio mandou-lhe uma cipoada na marra do chocalho, que o quepe foi cair longe e ele caiu mais perto. O destacamento tinha sido minosiado.

Na maior calma, Ofrasio pegou duas esteiras que sobraram, pôs debaixo do braço e partiu para casa. Nu momento do sururu, aquele trechinho de rua virou um fuzuê. Um corre-corre danado e uma morena, na queda, enganchou o pé na azelha de uma mala de rapadura e, vendo o guarda caído ao seu lado, abriu a goela: Mi laiga seu praça, mi dexa seu peste. Na sua marcha serena e tranqüila, Ofrasio deu uma cacetada numa pedra enorme que existia em frente da igreja, que retumbou na rua. Acidentalmente, meu avô ia passando. Ao vê-lo, o caceteiro tirou o chapéu e, respeitosamente falou: Eu num li dixe, seu coroné. Pra que mexero cumigo. Manha, de manha eu vou simbora. Mi adiscuipe e obrigado. Vou por esse mundo percurá onde possa viver em paz. Na manhã da segunda, a casa estava vazia.
JF.

A paixão do Ofrásio - Por Antônio Morais.

Por vários séculos a virgindade foi o selo de garantia da castidade e fidelidade. Ai de quem depois do casamento o marido tomasse conhecimento que a mulher não era virgem, era motivo de briga de foice e fato furado com peixeira 12 polegadas.

Salomé, filha de um abastado fazendeiro do Sitio Cipó dos Tomás no distrito de Ponta da Serra em Crato, aos 15 anos teve uma paixão desenfreada por um rapaz, fez bangalafumenga e perdeu o selo de garantia. O Rapaz fez bunda de ema, capou o gato, fez finca pé e desapareceu da noite para o dia e não se teve mais noticias. 

Salomé se trancou na camarinha e não botou mais a cabeça na janela.

Chegado a localidade, vindo da Paraíba, onde havia feito umas estripulias, Ofrásio se achega na igreja e se encontra com Salomé na missa dominical. Foi amor a primeira vista, era a oportunidade do velho fazendeiro passar a promissória adiante. 

O problema era a falta do selo de garantia e a reação do Ofrásio aos descobrir a fraude. Na hora do pedido de casamento, o pai muito cauteloso, procurou adiantar para Ofrasio o estado virginal da filha.

Deu-se então o presente dialogo entre os dois:

Ofrásio - Eu quero saber se o senhor consente que eu me case com sua filha Salomé?

Pai da Moça - Eu temo que não dê certo, ela tem o gênio ruim, não se dá nem com a mãe dela.

Ofrásio - Nós gostamos muito um do outro e confio que vai dar certo.

Pai da moça - Depois de muito "vai e vem" resolveu passar a informação cabeluda e temida: o problema é que ela já é furada, expressão bem do populacho matuto.

Ofrásio - Ora mais que besteira essa, eu quero né pra carregar água não.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

BIVAR ASSINA DESTITUIÇÃO DE FLÁVIO E EDUARDO BOLSONARO - Por O Antagonista.


A Crusoé informa que o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, assinou a destituição de Flávio e Eduardo Bolsonaro dos comandos do partido no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente. 

Os filhos do presidente Jair Bolsonaro, contudo, ainda não foram notificados oficialmente da decisão.

De acordo com aliados de Bivar, no lugar de Flávio assumirá o deputado federal Sargento Gurgel, atual coordenador geral da bancada fluminense na Câmara. Já o substituto de Eduardo deve ser o deputado federal Júnior Bozzella, que vem atuando como porta-voz da ala bivarista na Casa.


As listas que resultaram na vitória de Bivar sobre Bolsonaro.
O Antagonista obteve, em primeira mão, as três listas do embate da indicação para a liderança do PSL na Câmara.
Como antecipamos, Delegado Waldir continuará no posto até dezembro, quando serão realizadas eleições internas. 

Trata-se de uma vitória da turma de Luciano Bivar, presidente nacional da legenda, sobre a ala da bancada mais bolsonarista.

A igreja do Francisco - Por Antônio Morais.


Ato da assinatura  do Papa Francisco autorizando  os padres perdoarem o aborto.  Antes só os Bispos tinham essa atribuição.

Inexoravelmente o tempo e a história terão que avaliar e julgar o que a literatura produz. 

"Cada dia é uma moeda que Deus nos dá para comprarmos a sua gloria".
Santa Mônica.

"Todo pai ou mãe que leva o filho para igreja não vai buscá-lo na cadeia".
Santo Agostinho.

"Jesus de Nazaré não era Deus".
Papa Francisco.

Diante das controvérsias que Papa Francisco meteu Igreja Católica ultimamente, eu, parafraseando Galdino, o herege oficial de Taperoá na versão do ilustre paraibano Ariano Suassuna. 

Veja o que falou o Galdino: 
"Se Deus, Nosso Senhor, me garantir até o fim de minha vida, carne de sol, paçoca, rapadura do cariri, água de quartinha, uma rede e a sombra de um juazeiro para eu me espreguiçar, o Papa Chico pode dar o "ceusinho" dele para quem ele quiser.

GERSON NEGRO DO SERTÃO - Por Wilton Bezerra.


Nos anos 1970, com o advento do Romeirão, o Icasa de Juazeiro, que disputava e ganhava todos os títulos do campeonato local, contratou um meia­-esquerda veterano e classudo chamado Luiz Francisco.
Canhoto, esse jogador tinha uma enorme capacidade para dar destino à bola pelo toque preciso e rápido no desenvolvimento das jogadas.

Um verdadeiro ourives a lapidar as tramas no espaço nobre do meio campo.
Luiz Francisco, paraibano e negro, foi titular do Fortaleza no início dos anos 1960 e o Icasa o encontrou defendendo o Tiradentes.

De tanto esbanjar categoria, passou a ser tratado como “O Gerson negro do sertão” numa referência ao “canhotinha de ouro” campeão do mundo.
E Luiz Francisco honrou a deferência enquanto jogou.

Pois, meus amigos, dentro desse contexto nos deparamos com uma excelente noticia chamada Gérson, o do Flamengo.
Depois de uma temporada no futebol italiano, Gérson foi fisgado pelo rubronegro carioca e se constitui hoje numa figura central na zona de imaginação no time de Jorge Jesus.

Volante pelo lado esquerdo, Gérson não se limita a um espaço restrito para realizar o seu trabalho; circula por várias partes do campo ditando ritmo na composição e recomposição ao controlar com enorme competência tempo, espaço e marcação.
Há quem defenda o fato que Gérson na seleção campeã de 1970, já fazia a função de volante pela esquerda, dependendo do movimento do jogo.

Tem sentido. O canhota era um fora de série e craque de múltiplas funções.
O tempo passou, o futebol mudou e os meias de ligação passaram a lutar contra um novo inimigo chamado falta de espaços.

Urdidura de jogadas e lançamentos em profundidade para os atacantes foram sumindo do mapa do jogo, resultante das novas obrigações de marcar e criar em espaços curtos.
Eis que surge, dentro do padrões exigidos pelo futebol de hoje, o Gerson negro do Flamengo.

Reúne qualidades de sobra para ser o Gerson negro da seleção brasileira.
A não ser que Tite carregue algum problema de miopia e não consiga enxergar um jogador que se encaixa em qualquer “tatiquês” que ele imaginar.

Abre o olho, gaúcho!