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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 30 de abril de 2023

Milho cozido - Carlos Drummond de Andrade


A primeira vez que eu vi alguém na rua comer milho cozido, confesso que me espantei. A segunda, não estranhei tanto. A terceira, tive tentação de pedir-lhe: Desculpe, moça. Posso provar um tiquinho? Porque era moça, por sinal bem apanhada. Não pedi infelizmente. Ou felizmente, porque ela não só me recusaria o pedido como poderia mesmo estranhá-lo, achando-me atrevidão. Refleti logo como havia entre nós a distância infinita de algumas gerações, pois ela fazia o que eu gostaria de fazer e não tinha coragem, nem mesmo nunca pensar nisso: saborear na rua uma tentadora espiga de milho verde.
E daí, quem sabe se toparia? Garota moderna, desinibida, comendo quando lhe apetecia, natural que compreendesse o desejo de alguém, despertado pela visão do milho bom de comer. Se não topasse, a distância entre nós não seria tão grande assim; apenas moça preconceituosa, incapaz de compreender que minha intenção era simplesmente provar do milho, e não arranjar pretexto para aproximação, com fins obscuros e suspeitos.
Embaraçado, limitei-me a olha-lo com o rabo do olho, pois íamos no mesmo frescão, ela ao meu lado, e era impossível não tomar conhecimento daquele pausado e delicado comer um milho um que vinha de antiqüíssima fazendas da minha lembrança...um milho tão recuado , tão perdido em brumas do século, sem mais nem menos viajando comigo naquele ônibus, trincado pelos dentes da moça, que o comia com muita desenvoltura e ao mesmo tempo com muita classe.
Ela é claro, nem se dignava tomar conhecimento de mim, com essa faculdade admirável que têm as mulheres de estarem ausentes na mais indubitável presença. E dava uma mordidinha e parava e recomeçava, atenta ao ritmo e às boas maneiras. Nada mais natural, mais civilizado, sem gula ostensiva, sem provocação aos últimos defensores da teoria de comer num coletivo é falta grosseira de “berço”.
A espiga consumia-se. Eu sempre com vontade de provar, e mudo e quedo na minha inibição. Não tinha olhos de cão pedinte, não ousaria tanto, mas comecei a duvidar da inteligência e do coração da moça. Então ela não via que a seu lado estava um senhor carente e desejante de comer daquele milho, e que lhe custaria renunciara uns poucos grãos, para satisfazer tão humilde carência? Eu era um desconhecido, sim, mas o desconhecido deixa de sê-lo a um rápido olhar de benevolência e duas ou três palavras reveladoras.
Só em Botafogo me ocorreu que podia repugnar-lhe a idéia de a espiga passar por duas bocas. Em Copacabana, perto de dois terços de espiga tinham-se desnudado; no Leblon terminaria a refeição, pelo esgotamento da peça. Não pude deixar de admirar a competência da moça, que nem se atrasava nem se afobava. Parecia até que um cronometrara o ato de comer pela duração da viagem de ônibus. Se morasse em São Conrado, destruiria duas espigas? O fato é que degustava calma e delicadamente o glúten, o amido, as proteínas, ou, para falar verdade, o sabor da mistura, sem identificação de elementos. O milho deixava-se papar, talvez agradecendo a delicadeza com que era papado. Escapara do carrinho do vendedor ambulante para cair nos dentes de uma bela moça egoísta que nem sequer se lembrava de que pertinho dela um senhor de origens rurais passara a ter subitamente imperiosa necessidade de comer milho verde, milho assado, milho cozido, qualquer variedade ou modalidade de milho, e elas são milhares...
Ah! Por que não fiz o que era tão fácil fazer, passar na carrocinha e comprar a minha espiga, mostrar á moça que também eu apreciava essa comidinha despretensiosa e amável? Mas como, se eu não tinha, minutos antes, a menor tentação de comer milho, e só sentira ao ver a moça? Seria autêntica essa tentação, ou eu me comportava como reles imitador de gestos alheios, sem correspondência com a massa dos meus gestos habituais, normalmente programados? Na dúvida, arrisquei-me a olha-la sem cerimônia, direto, quase provocador. Não deu sinal de perceber minha indiscrição. Comendo estava, comendo continuou, na mesma toada E o milho acabando. E eu sentindo que a essa altura já não adiantava pedir nada em troca. Na melhor hipótese me estenderia o sabugo despojado, com um ou dois grãos de sobejo, irônicos. E já ia passando minha vontade de comer aquele milho daquela espiga, Deus (ou o Diabo) sabe lá por quê. Em vão procurava me iludir, pensando num milho anônimo, genérico, universal. Se a moça retirasse da bolsa outra espiga e a oferecesse à minha gula, não apeteceria. Aquela é que despertara em mim o desejo manducativo, ligado a fortes e escondidas subjacências temporais. A moça desceu antes de mim, depois de embrulhar cuidadosamente o sabugo em papel fino e guarda-lo na bolsa. Continuei, já agora de estômago saciado. Eu comera toda a espiga de milho.
Carlos Drummond de Andrade

Clínica São Raimundo - Várzea Alegre


Temos o prazer de fazer a publicidade da Clínica São Raimundo, da cidade de Várzea Alegre - CE, que acredita no nosso trabalho como meio de buscar a integração regional. A Clínica São Raimundo é uma empresa conceituada. Comandada pelos renomados médicos Dr. Menezes Filho e da Dra. Ana Micaely de Morais Meneses. Especializada em pediatria, ultrassonografia, fisioterapia especializada, RPG.

Eis algumas fotos da nossa empresa/parceira que fazemos questão de divulgar:



Acima: A Logomarca oficial da Clínica São Raimundo, em Várzea Alegre.


Acima: O Médico, Dr. Menezes Filho em atividade.

Acima: Dra. Ana Micaely de Morais Meneses

Cuidando de seus pacientes com carinho e dedicação...



Clinica São Raimundo.
Rua Dep. Luis Otacilio Correia 129. Várzea-Alegre. Fone (088) 3541-1467.
Especialidade: Pediatria, ultrassonografia, fisioterapia especializada, RPG.

"Cuidando com carinho e responsabilidade do povo de Várzea Alegre !"

145 - O Crato de Antigamente - Por Antonio Morais.


Muitos casamentos de antigamente eram arranjados. As famílias, os pais combinavam  e os filhos se casavam. Não tinha munganga nem quiri quiqui, a última palavra era a deles. Muitas vezes marido e mulher nem se conheciam antes do casamento.
Assim é que duas famílias tradicionais de Crato casaram seus filhos. Apesar das brigas, rápidas separações e retornos conseguiram formar os filhos, porém, mesmo na velhice continuavam com os desentendimentos.
Certo dia, um dos filhos telefonou para o pai e guardando ainda aquela ponta de preocupação, perguntou para o velho : 
Pai, e como vão as coisas por aí entre o senhor e a mamãe?
Vão meio bolero!
E sem entender bem a resposta indagou: 
Pai, e o que é meio bolero?
Ora moço, bolero não é dois  pra cá e dois pra lá!
Aqui estamos um pra cá e um pra lá.

Senador pede para Campos Neto não entregar o BC a um ‘ex-presidiário’ - Revista Oeste.

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) pediu ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, para não entregar o comando do órgão a um “ex-presidiário”. O pedido do parlamentar ocorreu nesta terça-feira, 25, durante a audiência realizada no Senado.

Na audiência pública, o presidente do BC foi convidado a prestar informações sobre a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75%. O patamar da taxa de juros tem sido criticado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Valério pediu a Campos Neto paciência e resistência aos ataques do governo. Além disso, o parlamentar pediu para o presidente do BC não pedir demissão. “Não entre nessa, não pegue o boné, não se aborreça”, disse o senador.

Na visão de Valério, se Campos Neto deixar o comando do Banco Central, a instituição ficará sob responsabilidade de um “ex-presidiário” do PT.

O senador reclamou dos críticos que atacam Campos Neto pelo fato de ele não ter sido eleito pelo voto popular. “Esses mesmos que criticam esse fato são aqueles que aplaudem os ministros do Supremo quando dão aquelas canetadas de forma burocrática, mudando tudo que a gente faz no Congresso.”

sábado, 29 de abril de 2023

020 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


José André era  amigo de Jackson Teixeira. O Jackson tinha uma Granja, criava frangos para o abate. Um dia convidou Zé André para conhecer as instalações do seu empreendimento.

Zé André falava muito alto, tinha uma voz aguda e era muito conversador. Foram a cima, foram a baixo e determinada hora Jackson disse: Zé André fale baixo homem,  essas aves não podem ouvir nenhum barulho, qualquer zoada elas se estressam e morrem todas, não escapa uma  para o indez.

Zé André se calou, não deu mais um pio depois da admoestação do amigo. Quando Jackson terminou de mostrar todos os galpões, foi deixar Zé André no Sanharol, que, ao descer do carro falou: Jackson, eu estou muito preocupado com o seu empreendimento.

Por que Zé André?
O que você vai fazer no dia que der um trovão grande?



019 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais.

Foto: José Felipe, Francisco Seabra e Zezinho Costa..

Zé Felipe e um ajudante conduziam um caminhão Ford com oito mil quilos de lã de algodão, da cidade de Várzea Alegre para Campina Grande na Paraíba. Quando chegaram ao sítio Exu, o carro atolou. Zé Felipe desceu olhou a situação e verificou que os pneus estavam quase cobertos de lama. Acendeu um cigarro e comentou com o ajudante, que tão cedo não seria resolvido aquele problema.Quando fazia esse comentário notou vindo na estrada, dois roceiros com as enxadas nos ombros e cabaça a tiracolo. Ele então falou com o ajudante que ia fazer uma brincadeira com os dois.Os dois chegaram ele falou:
Bom dia meus amigos, foi Deus do céu quem mandou vocês. Eu estou com este carro atolado precisando de uma descolada, posso contar com vocês?
Os dois confirmaram com um balanço de cabeça e ele continuou:
Pois bem, eu vou para a cabine, engato uma primeira e vocês empurram tá bom?
Os dois confirmaram novamente com a cabeça e colocaram as enxadas na margem da estrada. Zé Felipe chamou o ajudante e mandou que quando os dois estivessem empurrando o carro, ele escondesse as enxadas dentro do mato. Em seguida subiu na cabine acionou o motor, mas não engatou marcha nenhuma. Os roceiros com muita boa vontade empurraram o caminhão por mais de quarenta minutos sem saberem que o motorista estava com o carro em ponto morto.Os dois já cansados e suados, pararam para descansarem um pouco, quando um deles escorado na grade traseira disse:
Cumpade! Esse caminhão só pode é tá acuado, pruquê faz mais de meia hora qui é nóis dois tangendo e o chofé isporando lá dento e o bicho parece qui num saiu do canto. O outro botou a mão na testa como quem faz continência olhou na direção da estrada e disse:
Meu cumpade tá enganado. Ele já andou e foi muito, qui eu num tou mais avistando as enxada.



Agência Brasileira de Incompetência - Por José Newmanne Pinto.

Encarregado de dar informações ao presidente da República, general enfrentou sozinho golpistas no Planalto e foi delatado por vídeos

Nomeado por seu amigão do peito Lula para chefiar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), et pour cause, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o general Gonçalves Dias protagonizou a maior lambança da História da República. 

No sexto dia chefiando o serviço de informações, o dito cujo foi ao prédio, onde funciona o gabinete presidencial e presenciou, feito barata tonta, em completa solidão, sem um ajudante de ordens sequer, o quebra-quebra promovido por fracassados golpistas bolsonaristas. 

Seu périplo trapalhão foi filmado pela plêiade de câmaras em funcionamento no centro do poder republicano brasileiro. O oficial de confiança da autoridade máxima da República teve oportunidade de perceber, se presente estivesse e prestasse a mínima atenção, colegas de armas e subordinados em sua jurisdição, distribuindo água e afagos a golpistas em pleno delito.

No fim da tarde, feito o estrago, o presidente em pessoa e Flávio Dino, ministro da Justiça, Dedé Santana sob as ordens de Didi Mocó, testemunharam o cenário de demolição, como se não fosse algo previsível. 

Em vez de se ajoelharem no milho e pedirem perdão a escorchados contribuintes que financiam suas farras, as otoridades tentaram ocultar o malfeito decretando sigilo de cinco anos para as imagens das câmaras. 

Sem levarem a sério que a democracia dita do “amor” não permite ocultação de provas, crime previsto no Código Penal. Em furo espetacular, a CNN exibiu o vídeo mais comprometedor de todos, nos quais o general com nome de poeta zanzava pelo prejuízo do patrimônio público como se participasse de uma procissão. 

A farsa desabou sob a desfaçatez.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

018 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais

Chico Danga e o Abravanel.

Quando Abravanel anunciou os 25 números premiados foi aquela algazarra. 

O bodegueiro quando soube da novidade reabriu o crédito fornecendo meia caixa de cerveja e três galetos.

Não demorou muito chegaram pelo correio as passagens aérias que levariam o novo milionário a conhecer Sílvio Santos no "Topa Tudo por dinheiro".

A irmã Amélia matou uma galinha e fez uma lata de farofa para o guizado na viagem. 

Não sabia que era falta de educação falar com a boca cheia, e, haja farofa no paletó de um Deputado Federal que retornava de Várzea-Alegre onde recebeu a "Medalha Papai Raimundo", e, teve o infortúnio de viajar lado a lado com o emergente.

Quando estava no rola rola atracado com a Sheila do Tchan, recebeu um balde d'água fria no rosto : Acorda coisa ruim, vai trabalhar, chega bêbado de madrugada e quer dormir até o meio dia!

Era a mulher acordando-o do sonho para mais um dia de batente, vendendo água de porta em porta num jegue.



Chico x Panelas - Por Pedrinho Sanharol.


Quando eu tinha lá meus 12 anos, eu me metia a ser jogador de bola. Meu pai era o dono do campo e da bola e eu queria ver eu não ser escalado. Mas, um dia o meu primo Francisco de Compadre me chamou para fazer parte da equipe do Chico num jogo decisivo contra a equipe das Panelas. 

Dormir nos Batalhões, na casa de meu tio Santiago e no outro dia cedinho metemos o pé na estrada rumo as Panelas.

No caminho dei uma topada e arranquei a unha do dedão do pé. Na impossibilidade de jogar, disse para o meu primo Francisco: Eu não posso jogar, mas se me botarem para apitar eu dou um “adjetoro”. 

Dito e feito, de posse do apito, expulsei jogador adversário, anulei gol, dando as mais esfarrapadas desculpas e segurei o placar de 1 x 0 para o Chico.

No fim do jogo o “quipa” das Panelas bateu o tiro de meta, o goleiro do Chico estava adiantado, a bola subiu, subiu, subiu e ao cair, acertou a baliza e entrou. 

A equipe toda correu para o abraço e eu balançando o dedinho dizendo que o gol não valeu: Um caboclo mais grosso do que canto de cerca, mais enfezado do que mulher quando sabe que tem uma sócia, chamado Medeiros se aproximou de mim e perguntou: O que foi agora? 

Eu respondi em cima da bucha: foi de longe demais.

Terminei o jogo 10 minutos antes do tempo regulamentar e esta deverá ter sido a única vitória da equipe do Chico em competições esportivas. 

Deixei o campo cercado pelos jogadores do Chico para não apanhar e de longe ainda ouvir um exaltado torcedor dizer: juiz ladrão, fi de rapariga, tu vai pagar no inferno.

017 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais

Vi, outro dia, uma foto de Dona Domicilia, uma personalidade prestimosa de minha terra. Lembrei-me do café onde era servido o melhor doce de leite do mundo. 

Era uma especie de cera de caramelo, o pirex era guardado emborcado e o doce não caía. O sabor também pedia passagem ao fino paladar, admirável como a lhaneza no trato de Dona Domicilia com os seus fregueses.

Mas, eu peço permissão para contar uma historinha bem engraçada :

Estando eu em Crato, preparei uma caixa com umas encomendas  para mandar para o meu pai em Várzea-Alegre. "Escrevi  fora : para José André. Entrega a domicilio"! Enviei pelo  nobre amigo de saudosa memória Miguel Marcelo de Brito. 

10 dias depois recebi a informação que a encomenda não havia sido entregue no destino. 

Procurei o Miguel Marcelo que de pronto respondeu - Estava escrito fora  da caixa : "Entrega a domicilia, eu entreguei lá no café".

Fui apanhar, recebi tal qual foi entregue e degustei um doce de leite, como disse  em minha narrativa: o melhor do mundo.



Luiz Phelippe Orleans e Braganca - projeto da censura - oeste sem filtro.

O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) afirmou, na noite desta quinta-feira, 27, que o Projeto de Lei (PL) 2630/2020 afetará diretamente a liberdade de expressão no país caso seja aprovado na Câmara dos Deputados. 

Na visão, a proposta, que está programada para ser votada na próxima terça-feira, 2, tem potencial para reinstalar a censura no Brasil.

“Todo o projeto está maculado com o dedo totalitário”, afirmou Orleans e Bragança em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro. 

Nesse sentido, ele disse que a aprovação do PL encaminhará o país para o “caldeirão obscuro da censura”.

Durante a entrevista, o parlamentar criticou o Executivo e o Judiciário. De acordo com ele, os dois Poderes estão influenciando o Legislativo para que o Projeto da Censura seja aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Diante das ações promovidas pelos outros dois Poderes, Orleans e Bragança também criticou, sem citar nomes, integrantes da oposição ao governo Lula. Segundo ele, há deputados das bancadas evangélica e do agro que foram convencidos a votar pela aprovação do projeto. “Não existe muita coesão na direita”, lamentou Orleans e Bragança.

Para reverter essa situação — e conseguir vetar a aprovação do Projeto da Censura, o deputado do Partido Liberal pediu para o povo se mobilizar junto aos integrantes da Câmara. 

“Sinto falta da população”, disse ele ao citar que em casos como o processo do impeachment de Dilma Rousseff da Presidência da República, a sociedade civil pressionou os integrantes do Poder Legislativo federal.

População será diretamente afetada pelo Projeto da Censura, alerta parlamentar.

016 - PRECIOSIDADES ANTIGAS DE VÁRZEA-ALEGRE - POR ANTÔNIO MORAIS

Juvêncio Bezerra varzealegrense casado com a senhora Danival Peixoto de família do Crato era proprietário de um caminhão. Costumava fazer fretes para o sul e de lá para o Ceará. 

Sua técnica para conseguir fretes de retorno eram umas histórias fantásticas e mirabolantes que ele contava. Só um detalhe: era tudo mentira. E ele conversando com amigos, na Praça Siqueira Campos dizia : “Mas, paulista é o bicho mais besta do mundo! Todas as mentiras que eu conto eles acreditam! 

Um dia eu me ofereci para levar uns passarinhos daqui do Crato, para agradá-los, e eles me pediram um Curió. Então, eu expliquei que Curió é de Minas ou Goiás. Não é daqui. Eles insistiram, e eu disse que ia levar um "Bico de Lacre", passarinho que só existe na Serra do Araripe, perto do Crato. 

Disse que ele tinha dois bicos. Ficaram admirados demais! Eu ainda exagerei. Disse que um bico era pra cantar e o outro pra comer. Pra quê fui falar isso! Logo apareceram vários interessados, já querendo me dar dinheiro adiantado. Cada um oferecia mais. ´

Porém, eu disse que era um passarinho muito difícil de pegar. Então, perguntaram como era que ele cantava e comia ao mesmo tempo. E eu expliquei que usava um bico para cada coisa. 

“E ai Juvêncio, você ainda está enrolando esses paulistas?” 

“Não, eu não voltei mais lá. Tenho que arranjar frete com outros. Desta vez exagerei na mentira”. 

Juvêncio Gonçalves Bezerra era irmão de São Raimundo. José de Toin, pai do Juvêncio foi o escultor da imagem de São Raimundo colocada no topo da  torre da igreja matriz de Várzea-Alegre.



quinta-feira, 27 de abril de 2023

015 - Precioosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais


Foto Vicente Cesário e  os filhos.

Se houve crime ambiental está prescrito. Por essa razão  passo a contar  a história de  uma caçada dos amigos Vicente Cesário e Raimundo Teixeira em Várzea-Alegre.

Meio de transporte um jeep, mantimentos dois litros de conhaque, ferramentas duas espingardas e farta munição. Local sitio Salão, e  vamos juntar rolinhas, caxexas, caldo de feijão  e fogo pagou.

Retornando a  barbearia, bateram o centro com uma cerveja  bem gelada e, o Vicente Cesário, depois de fazer uma bela de uma farofa tirou  uma rolinha torrada, deu uma mordida  na titela, saboreou  e  lascou : Quem fez essa rolinha não experimentou antes de fazer. Se tivesse experimentado teria feito do tamanho  de um urubu.



COUVERT ARTÍSTICO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Vou usar o que outras bocas disseram para o encadeamento dessa crônica.

Vejam o que o consagrado cronista político Ricardo Kotscho escreveu sobre o Fluminense, no jogo contra o Atlhetico Paranaense: "Sob a batuta do primeiro violino Paulo Henrique Ganso, o time evolui em campo como uma escola de samba, dançando ao som da arquibancada. Deviam cobrar couvert artístico. Pode até não levantar a taça, mas mesmo assim merece todos os aplausos de quem ama futebol".

O tricolor carioca, destaca Kotscho, é dirigido por um estudioso do futebol e da alma humana".

Pergunto: quem não se deixa levar por um futebol bonito?

Nelson Rodrigues responderia, do alto dos seus sapatos: "Somente os lorpas e os pascácios".

É, jornalista, mas não se engane. Bastarão poucos resultados ruins para que o Mundo desabe sobre técnico e jogadores.

Acerca desse hábito miserável do futebol no Brasil, quem cunhou uma frase definitiva foi Nei Conceição, craque do Botafogo, que chegou à seleção brasileira: "Ter que vencer sempre é a maior derrota".

Lula e o PCC sonham juntos - Por Augusto Nunes.

O presidente que enxergou uma “armação do Moro” no plano frustrado pela PF merece virar testemunha de defesa dos criminosos.

À vontade como um Dilma Rousseff cercada por Erenices e Kátias, o presidente Lula guilhotinava plurais na entrevista concedida a jornalistas domesticados quando a conversa enveredou pelos 580 dias na gaiola em Curitiba. 

Depois de reafirmar que todas as acusações foram feitas por delatores intimidados por integrantes da Operação Lava Jato, confessou que a temporada na prisão o transformara num pote até aqui de mágoa: “De vez em quando, ia um procurador, entrava lá num sábado, dia de semana, para perguntar se estava tudo bem”, disse Lula. 

“Entravam três ou quatro procuradores e perguntavam: ‘Está tudo bem?’. Ele dizia que não: só se sentiria em paz depois do acerto de contas que ainda não chegou. 

“Só vai estar tudo bem quando eu foder esse Moro. E eu estou aqui para me vingar dessa gente.”

“Quando Lula fala, o mundo se ilumina”, garantiu em 2004 Marilena Chauí. Fora a curandeira da seita que tem num gatuno semianalfabeto seu único deus, ninguém jamais viu a voz roufenha gerando mais energia do que mil Itaipus. 

Quando o palanque ambulante agarra um microfone, o que se vê são fenômenos bem diferentes. Plurais saem em desabalada carreira, a gramática se refugia na Embaixada de Portugal, a regência verbal se esconde em velhos dicionários, o raciocínio lógico providencia um copo de estricnina (sem gelo) e os pronomes se preparam para resistir a outra sessão de tortura. 

Neste 21 de março, uma terça-feira, o elogio do rancor reduziria a destroços a “impressionante intuição” celebrada pelo falecido Antonio Cândido. Quando dava aulas na USP, o respeitado intelectual não perdoava o mais inofensivo cacófato. 

Convertido em militante do PT, pariu a tese segundo a qual, em matéria de política e eleição, Lula não precisou estudar nada porque já nascera sabendo tudo.

A senha para a derrapagem do trapalhão fantasiado de doutor honoris causa foi uma frase do dono do site 247 (pode chamar de 171 que ele atende). 

“A prisão foi mais que um ataque ao senhor, foi um ataque ao Brasil”, caprichou na sabujice o entrevistador-chefe. Com a polidez que Lula atirou ao lixo antes mesmo de aprender a falar, 

Moro repreendeu a repulsiva cafajestagem, recomendou mais compostura ao grosseirão juramentado e fez o alerta: o que dissera o presidente poderia estimular ações violentas contra o ex-juiz e seus parentes. 

De novo, o consórcio da imprensa recorreu a artifícios gráficos e verbos menos chulos para abrandar o palavrório de bordel. 

Alguns redatores recorreram a reticências: o presidente só quis f… o senador paranaense. 

Em outros, pretendeu apenas “ferrar” o desafeto. Como o vídeo escapou de truques pudicos, a viagem à beira do penhasco, contemplada com sorrisos cúmplices pelos parças da imprensa, pode ser vista em toda a sua abjeta inteireza. 

Fora um tremendo tiro no pé.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

014 - PRECIOSIDADES ANTIGAS DE VÁRZEA-ALEGRE - POR ANTÔNIO MORAIS


Tributo a Chagas Bezerra - Por Dr. Nilo Sérgio Viana Bezerra.

Chagas Bezerra, pioneiro no transporte de passageiros na nossa região, era proprietário da empresa Auto Viação Varzealegrense. Transportava seres viventes do Crato para São Paulo, a maioria fugindo da pobreza, dos períodos de seca inclemente e em busca de emprego e de melhoria de vida. Era mão de obra farta e barata, indivíduos com muita resistência física, porque afeitos ao duro trabalho na agricultura, e com grande capacidade de absorção de dificuldades. A vida os treinara para isso.

Consta que o empresário, quando proprietário de apenas um ônibus, foi vítima de um princípio de incêndio numa de suas viagens. Rapidamente parou o veículo e fez uma promessa com Nossa Senhora Aparecida para conservar seu bem. A perda naquele momento seria a falência total da empresa e a frustração de um sonho que alimentara e que tornar-se-ia realidade nos anos seguintes. O fogo foi facilmente debelado, e a promessa era de patrocinar anualmente uma homenagem à Nossa Senhora Aparecida. 

Aquele evento que ficou conhecido popularmente como a festa de Nossa Senhora Aparecida, tomou proporções inimagináveis. “Seu” Chagas trazia em caravana, três ou quatro ônibus lotados de juazeirenses e cratenses na sua maioria. Então à época, Chagas Bezerra era “o cara”.

Meus amigos quase irmãos - Ítalo, Geovani e Homero – chamavam Chagas Bezerra de tio Chagas. Isso porque o empresário era realmente tio de Luís Proto, pai dos meus amigos.

Eu tinha que dar um jeito naquilo. Eu também queria ser sobrinho de Chagas Bezerra. Eu podia fazer um contorcionismo genealógico, uma vez que meu tio e padrinho Raimundo Luiz era casado com uma irmã de Chagas Bezerra. Não, não era a mesma coisa. A quem eu poderia chamar de tia, era tia Lousinha, a esposa do meu tio e minha tia afim, como se dizia em Várzea Alegre.

Por que faziam isso comigo? Consumi-me de inveja durante todo esse período. E para aprofundar minha dor, ele em algumas ocasiões hospedou-se na casa dos meninos...



terça-feira, 25 de abril de 2023

013 - PRECIOSIDADES ANTIGAS DE VÁRZEA-ALEGRE - POR ANTÔNIO MORAIS.



Essa história é verdade. Aconteceu na loja de tecidos  do nobre amigo e camarada Chico Francisco localizada à antiga rua Major Joaquim Alves em Várzea-Alegre.
José de Fransquin Bezerra, o conhecido Zé Prego do sitio São Vicente, assim chamado porque no lugar ninguém é conhecido pelo nome, se não pelo apelido, se achega e se senta no balcão.
Entra na loja uma cigana bem afeiçoada, com vestes extravagantes, brincos, anéis exagerados, e, lança um desafio para lê a mão. É grátis,  não há custo algum.  Zé Prego se antecipa aos demais e lhe estende a mão.
A cigana  foi a riba e foi abaixo, no arrodeio com informações preliminares, e finalmente,  lascou : O senhor é um velho fiota,  metido a namorador, mulherengo e enxerido!
Zé Prego olhou para cigana, olhou de novo e disparou : "Vai numa tria espritada".



Os farsantes - Por Rodrigo Constantino .

Aquela invasão de "terroristas" no 8 de Janeiro estava suspeita demais desde o começo. Por meses, bolsonaristas tinham se manifestado de forma pacífica, enquanto a esquerda radical sempre adotara os métodos do vandalismo e da violência. 

De repente, a "direita" resolve mudar de tática e partir para o ataque, dando o pretexto necessário para o estado intensificar a perseguição contra direitistas. Que conveniente!

 Levantar a possibilidade de omissão voluntária do governo Lula, na melhor das hipóteses, já era promover "Fake News", o que, na atual circunstância, pode render censura ou mesmo prisão arbitrária. 

Mas as imagens que o governo tentou colocar sob sigilo por anos vazaram, e o que vimos foi revelador: o "sombra" de Lula, general chefe do GSI que acompanha o presidente há duas décadas, estava bem à vontade com a turma de "terroristas". 

Agora vimos ainda um "jornalista" da Reuters preparando a cena para o "arrombamento" de uma porta no Palácio do Planalto, tudo bem ensaiado e com direito à revisão da imagem pelo próprio "terrorista", antes de garantir que o resultado ficara satisfatório. 

Isso era um golpe de estado ou um documentário para o Fantástico? 

Tudo muito, muito estranho. E para lá de suspeito! Não precisamos aderir à tese de que o próprio PT organizou, orquestrou e comandou a invasão para perceber que, ao menos, viu ali uma boa oportunidade para rotular de vez toda a direita de golpista e partir para sua criminalização. 

Não custa lembrar que, após aquele fatídico dia, comentaristas como Fiuza, Paulo Figueiredo e eu fomos calados na marra.

012 - PRECIOSIDADES ANTIGAS DE VÁRZEA-ALEGRE - POR ANTÔNIO MORAIS


No misto de minha terra, Várzea-Alegre, a elegância dos cavalheiros e a distinção das damas. Viagens para o Crato, Fortaleza e outros centros.
Da esquerda para direita : Luiz Diniz, de terno, Francinez Correia, Telma Teixeira, Antônio Rolim de Morais, de camisa axadrezada e Humberto Costa.
Numa parada qualquer da estrada. Destino Campina Grande, o maior centro comercial do nordeste brasileiro a época.



COISA DE MATUTO - Por Antonio Morais.



Caetano Afonso, cidadão cedrense de grande respeitabilidade era casado com uma senhora que se chamava Beleza. A família morava numa rua central da cidade do Cedro por onde passavam todos os dias vendedores de frutas, padeiros e verdureiros.

Um deles, o verdureiro, utilizava para transportar seus produtos uma carroça, que era puxada pela burrinha apelidada de "beleza" e todas as manhas a cantilena era a mesma oferecendo suas hortaliças: Tomate, coentro, pimentão, cebolinha, alface; tudo fresquinho! vai beleza, vambora beleza!

Caetano ficava aborrecido ao ouvir o nome de sua esposa em um animal e tão desrespeitosamente pronunciado, até que certo dia resolveu botar um fim na melopeia. Amigo, quanto você quer pela burrinha? Não é para vender, seu Caetano!

Foram a cima e foram a baixo, até que o animal foi comprado e logo providenciado a sua transferência para o sitio, já rebatizada de "morena".

 Alguns dias de sossego, até que novamente o silencio matinal foi quebrado pela voz apregoeira já tão conhecida de todos: Tomate, coentro, pimentão: vai beleza, vai égua ruim!

Desta vez, João Verdureiro como era conhecido, tinha comprado uma égua e colocado também o nome de "beleza", pensando ele ser do agrado de Seu Caetano, porque se assim não fosse, ele não teria comprado a burrinha anterior por um preço tão elevado.

Coisa de matuto!

Coronel Ronald Brito.

O Brasil que Lula diz que “voltou” parece ser um país que existe apenas na cabeça do presidente, diz o Estadão, em editorial.

“Não é vantagem alguma Lula posar como um presidente melhor do que seu antecessor porque é virtualmente impossível que haja um governo pior do que o de Bolsonaro. 

De Lula, esperava-se muito mais do que isso, não só por suas promessas, mas, sobretudo, pelo arco de apoios que o petista construiu – para além da esquerda e centro-esquerda – a fim de pôr fim à barbárie bolsonarista.

O que se viu até agora, no entanto, é igualmente uma política de destruição de marcos republicanos, tais como a lei das estatais, o marco legal do saneamento, a reforma do ensino médio, entre outros. 

É o voluntarismo megalomaníaco e o improviso de Lula pautando as relações internacionais do País. É o fisiologismo desbragado na relação entre Executivo e Legislativo. É a tolerância à invasão de terras pelos companheiros do MST.”

segunda-feira, 24 de abril de 2023

ESCREVER DE QUALQUER JEITO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Escreva sobre a vida, enquanto estiver vivo.

A vida é que vai nos transformando.

Mesmo que o viver seja para alguns um eterno "descascar de abacaxis".

Escreva, "equilibrando pratos", como um desafio de malabarista.

Escreva, mesmo que só tenha confiança nos seus instintos.

Para aprender a caminhar em vias tortuosas, nos foi dada a vida.

Escreva sobre o que transita entre a alma e o coração.

Não fique desanimado, mesmo que certas amizades sejam vacilantes.

Metabolizar tudo está difícil. Desregule o metabolismo.

Seja o que você é: debochado, divertido ou doido.

Escreva sobre aquelas coisas que ficaram coladas na memória.

Fale sobre os que ficaram fora da história, mas são importantes.

Seja tolerante com o diferente, mesmo tendo bebido na mamadeira do preconceito.

Escreva sobre aquilo que tão antigo voltou a ser moda.

Enfim, escreva, mesmo que, no Brasil, a farsa conte com um suporte legal.

011 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.



José de Adálio - Zé Gatinha.

Zé Gatinha, cujo nome José Adálio, uma figura admirada e ao mesmo tempo odiada pelas travessuras que praticara em Várzea Alegre, em pouco tempo que conviveu com a nossa gente. Foi na década de 60 com a explosão da Jovem Guarda, os rádios e amplificadoras tocavam as músicas dos ídolos Roberto Carlos e sua turma que apaixonaram muitos jovens naquela época.

Em V. Alegre naquele tempo tinha como costumes, o encontro dos brotos na praça central todas as noites. Passeavam em torno da praça os homens e as mulheres em sentido contrários. Ali os jovens flertavam ouvindo as músicas apaixonadas do iê...iê...iê. Paixões incendiavam muitos corações. Noites acordadas sofreram muitos apaixonados. Quando ia se aproximando o final das férias estudantis, a saudade batia com mais força e dor nos corações daqueles jovens. Prenúncio de que alguém ia partir deixando a sua paixão naquele torrão amado.


Aí entra a estória de Zé Gatinha. O seu pai Manoel Totô, possuía um "Misto" que fazia a linha V.Alegre ao Crato, e a figura Zé Gatinha era o ajudante. Todas as segundas-feiras o ônibus saía de V.Alegre de uma agência que ficava em frente a Prefeitura Municipal. Era uma multidão querendo mandar encomendas pra familiares em Crato. Mas o que chamava mais a atenção era a quantidade de jovens entregando cartas ao Zé Gatinha para serem entregues aos amores que estavam distantes.

O ônibus partia com inúmeras cartas nas mãos do Zé Adálio, nisso quando chegava na Serra de São Pedro quando o transporte começava a subir a ladeira vagarosamente, o ajudante subia ao bagageiro e começava a ler as cartas dos apaixonados e logo após rasgava-as.

Certo dia ao se encontrar com um dos apaixonados, foi chamado à atenção que não tivera recebido a resposta da carta de sua amada, de imediato, ele disse que ela tinha sabido que ele tinha arranjado outra garota e que o namoro tava terminado.



010 - PRECIOSIDADES ANTIGAS DE VÁRZEA-ALEGRE - POR ANTÔNIO MORAIS

O grande empreendedor Antônio Timóteo Bezerra.

Em meados da década de 50 e inicio da década de 60 do século passado o empresário varzealegrense Chagas Bezerra era proprietário da maior empresa de transporte de passageiros do norte e nordeste.
Católico fervoroso, construiu do lado direito de quem entra na Paróquia de São Raimundo em Várzea-Alegre um altar e trouxe uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. 
Nesta época festejava-se a Santa no mês de Janeiro e era uma das maiores festas religiosas da região.
Chagas Bezerra destinava quantos ônibus fossem necessários para transportar os conterrâneos que residiam em São Paulo.
Ao desembarcar na terrinha, os ônibus faziam o transporte dos devotos da região: Crato, Juazeiro, Iguatu etc. Tudo sem custos algum, de forma gratuita.

Fotos:

01 - Parte da frota da empresa a época.


02 - Visita do Presidente Jânio Quadros a sua residência em Crato. Da esquerda para direita  a esposa dona Deta, Chagas Bezerra, o presidente da republica Jânio Quadros, o governador do Estado do Ceará Paulo Sarasate, Geraldo Lobo e o deputado Filemon Teles presidente  da assembleia legislativa do Ceará.


03 - A dimensão da festa se media pela quantidade de padres presentes. Chagas Bezerra ao centro.



BRITO FIRMEZA - Por Antônio Morais.

Outro dia o meu amigo Vinício Firmeza solicitou  informações do Hermenegildo Firmeza. Segue o que encontrei da família.


Desembargador Virgílio de Brito Firmeza.
Nasceu na cidade de Fortaleza a 10 de agosto de 1907, sendo seus genitores Hermenegildo de Brito Firmeza e Bárbara de Brito Firmeza.

Manuel Rodrigues Firmeza casado com Antônia de Brito Firmeza, pais de: Josino de Brito Firmeza, casado com Júlia Brizeno da Silva, filha de Laurêncio Brizeno da Silva e de Belmira Brizeno da Silva, sendo ele do Assaré, com banhos corridos  em novembro de 1909 – Casamento de 1909, tendo o casamento se dado em 27.12.1909, como testemunhas Macário Vieira de Brito e João de Brito.
Eram os pais de José, nascido em 27.03.1913, tendo por padrinho Hermenegildo Firmeza e Bárbara Brito.
Dona Irene Brito fez  referência a  Bárbara esposa  do Hermenegildo, mas não falou  quem são seus pais. Estou dando uma busca para ver se descubro quem são.
"Bárbara Brito casada com Hermenegildo Firmeza – Os 12 filhos do casal - Pedro, Hugo, Sandoval, Virgílio, Milton, Vinícius,  Rui, Paulo, Nilo, Lígia, Ruth e Olga".

Pedro de Brito Firmeza, Deputado Federal - CE 1935-1937 e Interventor do Ceará, de 16 de fevereiro a 28 de Outubro de 1946,

Virgílio de Brito Firmeza foi promotor de justiça na cidade  do Crato.

domingo, 23 de abril de 2023

Políticos demagogos e corruptos: o verdadeiro ópio do povo – por Armando Lopes Rafael

Com saudades dos tempos do Império, quando os políticos eram respeitados, monarquistas do Cariri  subiram ao horto e lá colocaram  Bandeiras do Brasil Imperial, aos pés do monumento ao Servo de Deus Padre Cícero


    Atribui-se a Karl Marx a autoria da frase: “A religião é o ópio do povo”.  A rigor, Karl Marx insinuava que a religião conferia às pessoas felicidades artificiais e ilusórias — como o ópio para os viciados em drogas — e libertá-las daquela ilusão irreal para construir uma nova “sociedade socialista”. Na verdade, a herança de Marx e Lenin foi a responsável pelo mais antinatural e desumano regime político que o mundo já conheceu: o comunismo. Segundo “O Livro Negro do Comunismo” mais de cem milhões de pessoas foram assassinadas para a manutenção desse regime, nos países onde o marxismo-leninismo foi instalado. Até que, na Europa, ele ruiu de podre a partir de 1989. Mas essa praga ainda sobrevive na atrasada América Latina...

     Nos dias medíocres de hoje é a velha e desacreditada mídia brasileira  quem se encarrega de criar novas ilusões, para substituir o “ópio do povo” antigamente pregado por Marx. A velha e carcomida mídia brasileira teima  em fazer  a cabeça da desinformada população. Essa mídia nefasta tenta construir e destruir “mitos” ao seu bel prazer. Mas parece que deu com os burros n'água...

    Isso me faz lembrar um general do Exército brasileiro, Olympio Mourão Filho, que escreveu e publicou um livro (“A verdade de um Revolucionário”) no já distante 1978, onde escreveu: "Ponha-se na Presidência da República qualquer medíocre, louco ou semianalfabeto, e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso".

   Disse tudo...

009 - PRECIOSIDADES ANTIGAS DE VÁRZEA-ALEGRE - POR ANTÔNIO MORAIS


Foto - Padre José Otávio de Andrade, no exercício de seu sacerdócio.

No inicio da década de 50 do século passado, Ana Vieira, casada com Antônio Pereira do sitio  Boa Vista, tentou suicídio ensopando as vestes com querosene e ateando fogo. Não foi a óbito de imediato. Padeceu de grande enfermidade durante dias até a morte, causando enorme sofrimento para ela, os familiares e amigos..  

Josefa de Pedro André retornando de uma visita solicitou do filho José André que fosse a cidade e combinasse com o padre Otávio a data de  ir  dar a comunhão. Meio de transporte lombo de animais.

Foto - José Raimundo de Morais, meu pai,  bisneto do Papai Raimundo.

Quando José André se encontrou com o Padre Otávio, de quem era grande amigo, o sacerdote conhecendo Ana Vieira, e, sabendo que se tratava de uma idosa  com idade superior a 75 anos, então se deu este  dialogo entre os dois:

Padre Otávio - Eu devia não ir, essas velhas duram demais e atentam contra a própria vida.

José André - Padre, não é problema de idade, semana passada  Antônio de Valentim  Rocha  se suicidou e tinha apenas 17 anos.

Padre Otávio - Por que era um ignorante, não sabia o valor que a vida tem para Deus.

José André - Padre, ninguém conhece os segredos da vida. Um de seus antecessores Padre José Gonçalves Ferreira suicidou-se, a história religiosa de nossa terra registra esse desagradável  acontecimento.

Padre Otávio - José André, pra você não tem jeito, amanhã traga o animal que eu vou  a casa de Ana Vieira atender o pedido de Dona Josefa.



Amanhã, 24 de abril, é a festa de São Fidelis de Sigmaringa, Co-Padroeiro de Crato – por Armando Lopes Rafael


Na Capela do Santíssimo, na Catedral de Crato, existe um belo vitral, com as figuras de Nossa Senhora, Mãe do Belo Amor e São Fidelis de Sigmaringa, Co-Padroeiro de Crato desde o inicio da humilde capelinha de taipa, construída em 1740, por Frei Carlos de Ferrara

      Todo mundo sabe que Nossa Senhora da Penha é a padroeira principal da cidade de Crato. No entanto, nem todos sabem que Crato também tem um co-padroeiro. Trata-se de São Fidelis de Sigmaringa, o qual,  antes de adotar este nome para se tornar franciscano capuchinho, era conhecido advogado com o nome civil de Marcos Rey. São Fidelis foi escolhido pelo fundador de Crato – Frei Carlos Maria de Ferrara, há 283 anos – como co-padroeiro da primitiva capelinha de taipa, coberta de palha, erguida em 1740 no centro da então Missão do Miranda, embrião da atual cidade de Crato.

   Na Sé Catedral de Nossa Senhora da Penha foi iniciado–  no último dia 21 de abril – um Tríduo para festejar São Fidelis de Sigmaringa. Louve-se o zelo da equipe da Catedral, que nessa iniciativa, obteve êxito além do esperado. Que essa tradição – ora iniciada –  seja ainda maior no próximo ano de 2024, quando se completa o quarto século  (400 anos) do martírio de São Fidelis de Sigmaringa. Quem sabe, em 2024, já tenhamos uma imagem de São Fidelis na nossa icônica catedral?

Quem foi São Fidelis

    Segundo seu biografo Afonso Souza: “Inteligente e aplicado, Marcos Rey fez com sucesso seus estudos na católica Universidade de Friburgo, na Suíça. De elevada estatura, bela presença, semblante sério e sereno, Marcos era respeitado pelos professores e admirado pelos condiscípulos que, por sua ciência e virtude cognominaram-no de o Filósofo Cristão”.

   Ainda segundo o seu biografo: “Como em tudo brilhante, em breve adquiriu fama e clientela. O Dr. Marcos Rey, no entanto, preferia as causas dos pobres às dos ricos, para poder defendê-los gratuitamente. Em suas defesas, jamais utilizou recurso algum que pudesse tisnar a honra da parte contrária”. Entretanto, Marcos Rey decepcionou-se com a advocacia e decidiu a abandoná-la, ingressando na ordem franciscana. Percorreu a Espanha, França, Itália convertendo multidões e passou a ser perseguido pelos radicais protestantes.

   Foi à sombra do castelo de Sigmaringa, às margens do Rio Danúbio, na Alemanha, que Frei Fidelis encontrou refúgio, quando perseguido. Mas no dia 24 de abril de 1622, após celebrar uma missa, de volta ao castelo caiu nas mãos de soldados protestantes que o assassinaram. Foi beatificado em 1729, e canonizado 17 anos depois. O Vaticano o escolheu como o Protomártir da Sagrada Congregação da Propaganda Fidei.

   Salve São Fidelis de Sigmaringa, Co-Padroeiro de Crato!


Mais uma barbaridade da atual república brasileira: Nota sobre a recente revogação da Ordem do Mérito Princesa Isabel

Abaixo, divulgada pelo Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, atual Chefe da Casa Imperial  Brasileira:

   No último dia 3 de abril, o Diário Oficial da União publicou o Decreto nº 11.463, assinado em 31 de março de 2023 pelo atual Presidente da República, que em seu art. 4º assim dispõe: “Fica revogado o Decreto nº 11.277, de 8 de dezembro de 2022”.

   O Decreto revogado criara a Ordem do Mérito Princesa Isabel, destinada a honrar aqueles “que tenham prestado notáveis serviços, em âmbito nacional ou internacional, relacionados com a proteção dos direitos humanos e oatendimento e a assistência aos públicos-alvo do Ministério da Mulher, da
Família e dos Direitos Humanos”.

   A supressão de honrarias não é novidade no Brasil republicano. A Constituição de 1891, em seu art. 72, § 2º, já havia proclamado a extinção de todas as Ordens honoríficas então existentes, o que, como se sabe, não impediu que a República viesse a criar suas próprias Ordens, atendendo à necessidade inafastável de toda e qualquer sociedade de recompensar os bons préstimos de seus membros.

   O que chama a atenção no recente decreto é o quanto ele revela do incômodo que a memória de nossa veneranda bisavó, a Princesa Dona Isabel, provoca no governo de turno.

   É de conhecimento geral que a Princesa Dona Isabel foi uma abolicionista ao longo de toda a sua vida. As ligações dela com o movimento abolicionista eram estreitas. Todos os filhos dela foram por ela educados como abolicionistas. Não por acaso, duas das principais leis abolicionistas foram
por ela sancionadas na condição de Regente do Império: a Lei do Ventre Livre em 1871 e a Lei Áurea em 1888. Plenamente consciente de tudo quanto arriscava e que de fato veio a perder, ela teve a coragem de sacrificar seu trono por esse ideal.

   Os grandes líderes abolicionistas seus contemporâneos foram unânimes em reconhecer a sua importância para a causa da abolição e a nenhum deles ocorreu levantar as objeções hoje levantadas por alguns.

   Não cabe a um governo reescrever a história. A importância de cada um dos heróis nacionais não é aumentada pela honra que os sucessivos detentores do poder lhe prestam, nem diminuída pela que um ou outro eventualmente lhe recusem.

   A memória dos heróis integra o patrimônio imaterial da Nação. Ao honrá-los adequadamente, os sucessivos governos cumprem um dever de justiça. Ao negar-lhes a honra de que são credores, faltam ao cumprimento desse dever e se tornam injustos.

   Se, passados cento e trinta e três anos do golpe republicano e cento e um anos de sua morte, a benfazeja memória de nossa bisavó continua a incomodar a República que a exilou, é evidente que as suas virtudes permanecem vivas no imaginário nacional, a contrastar com os vícios cada vez mais insuportáveis do atual regime.

   Eis uma amostra da grandeza da Princesa Dona Isabel: ao tomar conhecimento de que se realizava uma subscrição pública para a ereção de uma estátua na cidade do Rio de Janeiro, homenageando-a pela abolição da escravatura com o título de “A Redentora”, ela manifestou o desejo de que a estátua não fosse erigida em sua honra, e sim em honra d”O Redentor”, Nosso Senhor Jesus Cristo, no alto do Morro do Corcovado. É essa a origem do célebre monumento que recebeu da Unesco o galardão de “Patrimônio da Humanidade”.

   No próximo dia 13 de maio, data em que se comemorarão os cento e trinta e cinco anos da assinatura da Lei Áurea, nós, que a sucedemos na Chefia da Casa Imperial, inspirados por seu exemplo,   faremos aos pés da imagem do Cristo Redentor um Ato de Consagração do Brasil ao Sagrado Coração de Jesus, implorando as bênçãos de Deus para a nossa Pátria.

São Paulo, 13 de abril de 2023
Dom Bertrand de Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil