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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 23 de outubro de 2019

BÊBADO DE PASSADO E DE INFÂNCIA - Por Wilton Bezerra, comentarista esportivo.


Ao encontrar essa foto do saudoso fotógrafo Rosalvo Souza, de 1968, acabei embarcando numa viagem de lembranças, tendo o futebol como condução.
Confesso que esse esporte me proporciona a condição para colocar a narrativa em termos cronológicos.
Foi no Crato, a partir de 1958, que o ludopédio entrou com força na linha de interesse maior de nossa existência, quando acompanhamos pelo rádio a conquista da nossa primeira Copa do Mundo.
Mesmo com a intensidade que idolatramos o escrete de Garrincha e Pelé, as nossas primeiras admirações foram municipais: o Cariri e o Sport do Crato.
O primeiro, alviazulino, tinha Ângelo no gol, uma zaga com Sílvio, Lauro Rola, Pescorado e Laudemiro; um meio campista chamado Binda, e um ataque onde despontavam Idário e Bebeto.
O Sport, rubronegro, era o meu time, onde despontei para o anonimato como jogador de futebol nos juvenis.
Vi de perto jogadores admiráveis como Anduiá, o primeiro ídolo que cultuei, pela extraordinária qualidade como artilheiro; coadjuvado por Pirrila, Citônio, Panquela e outros mais.
Os jogos eram realizados no Estádio Wilson Gonçalves, campo do Sport, no bairro do Pimenta e Estádio Pinto Madeira, campo do Cariri.
A foto que gerou essa prosa é de uma parte do público no lado da Exposição Agropecuária, vizinha ao campo do campo do Sport, local do jogo entre Crato e Juazeiro, pelo Torneio Intermunicipal, promoção da Apcdec, em 1969.
O campo de jogo era de areia, não havia nenhum vestígio de grama e a marcação das linhas eram feitas a cal e denominada de “farinha do homem”, por representar o limite para o torcedor não invadir o campo de disputa.
Era muito divertido.
O jogo terminou empatado em 2 x 2, entre seleções que contavam com dois goleadores: Geraldino Saravá, de Juazeiro, e Pangaré pelo Crato.
Mas, as relembranças não ficam apenas nos acontecimentos esportivos, pois esses espaços – campo do Sport e Exposição do Crato – foram terrenos por onde caminhei na minha infância desprovida de maiores responsabilidades...

2 comentários:

  1. Prezado Wilton Bezerra - Eu assisti esse jogo. A seleção de Juazeiro fez 2 x 0 no primeiro tempo, gols do Gilson Magazine e Joãozinho. No segundo tempo Pangaré fez os gols do Crato. Placar final 2 x 2. No Jogo de volta em Juazeiro o placar foi 1 x 1. Na terceira partida em Fortaleza, Juazeiro sagrou-se campeão do intermunicipal daquele ano.

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  2. Eu assisti aos três jogos. Saí do PV, ladeado por uma ressaca insuportável convicto de que Pangaré era dez vezes melhor que gustagol.

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