Zé Felipe e um ajudante conduziam um caminhão Ford com oito mil quilos de lã de algodão, da cidade de Várzea Alegre para Campina Grande na Paraíba. Quando chegaram ao sítio Exu, o carro atolou. Zé Felipe desceu olhou a situação e verificou que os pneus estavam quase cobertos de lama. Acendeu um cigarro e comentou com o ajudante, que tão cedo não seria resolvido aquele problema.
Quando fazia esse comentário notou vindo na estrada, dois roceiros com as enxadas nos ombros e cabaça a tiracolo. Ele então falou com o ajudante que ia fazer uma brincadeira com os dois. Os dois chegaram ele falou: Bom dia meus amigos, foi Deus do céu quem mandou vocês. Eu estou com este carro atolado precisando de uma descolada, posso contar com vocês. Os dois confirmaram com um balanço de cabeça e ele continuou. Pois bem, eu vou para a cabine engato uma primeira e vocês empurram tá bom?
Os dois confirmaram novamente com a cabeça e colocaram as enxadas na margem da estrada. Zé Felipe chamou o ajudante e mandou que quando os dois estivessem entretidos empurrando o carro, escondesse as enxadas dentro do mato. Em seguida subiu na cabine acionou o motor, mas não engatou marcha nenhuma. Os roceiros com muita boa vontade empurraram o caminhão por mais de quarenta minutos sem saberem que o motorista estava com o carro em ponto morto.
Os dois já cansados e suados, pararam para descansar um pouco, quando um deles escorado na grade traseira disse: "Cumpade! Esse caminhão só pode é tá acuado, pruquê faz mais de meia hora qui é nós dois tangendo e o chofé esporando lá dento e o bicho parece qui num saiu do canto".
O outro botou a mão na testa como quem faz continência olhou na direção da estrada e disse: Meu cumpade tá enganado. Ele já andou e foi muito, qui eu num tou mais avistando as nossas enxada.
Quando fazia esse comentário notou vindo na estrada, dois roceiros com as enxadas nos ombros e cabaça a tiracolo. Ele então falou com o ajudante que ia fazer uma brincadeira com os dois. Os dois chegaram ele falou: Bom dia meus amigos, foi Deus do céu quem mandou vocês. Eu estou com este carro atolado precisando de uma descolada, posso contar com vocês. Os dois confirmaram com um balanço de cabeça e ele continuou. Pois bem, eu vou para a cabine engato uma primeira e vocês empurram tá bom?
Os dois confirmaram novamente com a cabeça e colocaram as enxadas na margem da estrada. Zé Felipe chamou o ajudante e mandou que quando os dois estivessem entretidos empurrando o carro, escondesse as enxadas dentro do mato. Em seguida subiu na cabine acionou o motor, mas não engatou marcha nenhuma. Os roceiros com muita boa vontade empurraram o caminhão por mais de quarenta minutos sem saberem que o motorista estava com o carro em ponto morto.
Os dois já cansados e suados, pararam para descansar um pouco, quando um deles escorado na grade traseira disse: "Cumpade! Esse caminhão só pode é tá acuado, pruquê faz mais de meia hora qui é nós dois tangendo e o chofé esporando lá dento e o bicho parece qui num saiu do canto".
O outro botou a mão na testa como quem faz continência olhou na direção da estrada e disse: Meu cumpade tá enganado. Ele já andou e foi muito, qui eu num tou mais avistando as nossas enxada.
Pelo sotaque pensei que fossem dois mineirins. (risos).
ResponderExcluirEste "causo" me fez lembrar de uma viagem que fizemos no ano passado à São Lourenço-MG. Pegamos a Rodovia Fernão Dias e tudo estava bom demais até depararmos com um caminhão virado, ocupando 100% da rodovia. Já estava imaginando dormindo aquela noite dentro do carro, pois a impressão que tive era a de que tão cedo não vinham remover aquele "trem" do caminho. Adeus a vontade de almoçar um temperinho mineiro. A fila de carros parados foi aumentando e alguns, bastante criativos foram roçando os capins que ficavam entre a cerca de arame e o asfalto e, assim, após três longas horas de espera, conseguimos seguir viagem. Com aquele imprevisto resolvemos pernoitar em um município que desconhecíamos totalmente, a cidade de Cristina. Pequena, um pouco colonial, agrária e tinha algo a mais de especial naquela cidade. Era quase toda cercada por uma serra que mais parecia a Chapada do Araripe. No dia seguinte a vontade que tive era de permanecer na cidade pois me lembrava o Crato que deixei há quase 39 anos atrás.
Maria da Gloria.
ResponderExcluirO Jose Felipe era um Varzealegrense do Brasil. No seu caminhão percorria o pais inteiro levando o nome de nossa terra. Sotaque ele usava do Rio Grande ao Piaui. Vou postar outra do Jose Felipe para que fiquem juntas as postagem minha e a do Mundim do Vale. Parabens pelo seu amor pelo Crato, só faltou voce dizer que em Cristna - MG nas serras tinha um pé de Piqui. rsrss
Morais, quando deixei o Crato em 1970 meu mundo era muito pequeno.
ResponderExcluirImaginava que pequi só existia na Chapada do Araripe.
Hoje sei que o Pequi tem nas Serras Mineiras e em Goiás, também.
Em Goiás o pequi além de muito consumido enriquece bastante sua culinária. Outro dia mais uma surpresa: estando em Alfenas-MG, ganhei de uma amiga alguns pequis em conserva, oriundos de Goiás. Falou-me a amiga que na sua fazenda (proximidades de Alfenas) o pequizeiro ainda não estava em fase de produção.
Nenhuma outra região, produz o pequi, com a qualidade do nosso. Ja comi basicamente de todos eles.
ExcluirMaria da Gloria
ResponderExcluirPor aqui já temos o molho de piqui. Compra-se nos super mercados as garrafinhas.