
Dom Helder Câmara
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
É muita Cara-de-Pau ! - O Lula de Antes e o Lula de Hoje !
ELEIÇÕES/2010 - Por Vicente Almeida
Caro eleitor:
Será que com tanta opção para votar, ainda vai ter alguém que se dará ao trabalho de gastar combustível em seu veículo, usar transporte coletivo ou mesmo ir a pé até a sua seção eleitoral, perder seu tempo na fila, brigar por candidato, e ao chegar à urna VOTAR EM BRANCO?
Considere que quanto maior o número de votos nulos e brancos, menor a necessidade de votos válidos para que um candidato seja eleito, e neste caso, sem querer, você terminará elegendo as pessoas mais incompetentes e despreparadas para o cargo. Votar em branco, não é voto de protesto é uma demonstração de incapacidade para tomar decisão.
Qualquer que seja a sua tendência política, no dia três de outubro, indique alguém que você julgue com alguma capacidade, mas, não tenha tanto trabalho para fazer tudo certo, e ao chegar o grande momento se tornar um omisso das responsabilidades eleitorais. Faça a sua escolha, não anule o seu voto. Ele é a sua arma mais preciosa. Nossos governantes e nossos representantes no poder legislativo são o resultado da nossa vontade, Ninguém governa se não o elegermos.
O eleitor indeciso, que votar em branco passará quatro longos anos tentando confundir os outros e enganando a si mesmo. A uns, dirá que votou e a outros dirá que não votou em ninguém, tudo isso conforme a ocasião. Vamos deixar essa conduta para os eleitores analfabetos, eles realmente não sabem o que fazem.
Da mesma forma, votar somente na legenda do partido é passar uma procuração em branco, dizendo: “Qualquer candidato que for escolhido está bom para mim”. SERÁ? È isso que você quer?
Melhor protesto seria não comparecer as urnas, do que ter todo esse trabalho para votar, e votar em branco, pensando que está dando um voto de protesto, mas o voto é obrigatório. Então vamos cumprir nosso dever de cidadão.
São muitas as opções em quem votar. Só no Estado do Ceará temos 603 candidatos a Deputado Estadual, 154 candidatos a Deputado Federal, 10 candidatos a senadores – PODEREMOS ESCOLHER 02 – 07 candidatos ao Governo do Estado e 09 candidatos a Presidência da República.
Em todo o Brasil a Justiça Eleitoral registrou 20.944 candidatos.
Se quisermos mudanças, precisamos fazer a nossa parte – COM O VOTO – Levando em consideração que as mudanças não ocorrem segundo a nossa vontade. Tudo tem seu tempo certo.
Foram muito bons e proveitosos nossos debates sobre política e políticos neste blog, mas chegou a hora da verdade. Seu candidato ganhando será motivo de alegria, perdendo não será motivo para rasgar o verbo contra os demais. E será sempre assim, a política também é um jogo, uns ganham e outros perdem.
Abraços do
Vicente Almeida
Vice de Roseana
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
COMPOSITORES DO BRASIL

“E eu, pra não morrer de tristeza
me sento na mesma mesa
mesmo sabendo quem és...”(Pra não morrer de tristeza)
JOÃO SILVA
Por Zé Nilton
“João Silva nasceu em Arcoverde. Aos sete anos já tocava pandeiro e cantava em rádios no Recife. Aos quinze, por dores do mal d’amor, foi para o Rio de Janeiro tentar a fama. para um dia voltar e dizer à Iracema; “Tá vendo o que perdeu ?”. E voltou. Foi á sua casa. Ela veio, ficou na porta, ele falou-lhe: “Tá vendo o que você perdeu?” Calada estava, calada ela ficou. Mestre João me falou que lhe veio um nó angustial nos “grugumilhos”. Passado um tempo, Iracema balbuciou: “Vou ali beber água.” Não mais voltou. Naquele fatal momento nasceu: “ ... “Bebeu água foi simbora / nem se despediu de mim.”
Este é o Mestre João Leocádio da Silva. O mais profícuo, fiel e leal parceiro de Luiz Gonzaga. Nos idos de 1988, Gonzaga ia fazer um show no Canecão. Um crítico “alma sebosa”, do Rio de Janeiro, escreveu no jornal que aquela música de paraibas ia conspurcar o templo sagrado do samba. Gonzagão se “arretou”: “João, vamos dar uma pisa nesse “fela”. João retrucou: “Não, Gonzaga, vamos fazer isso com música”!. Seu Luiz não titubeou. Chamou o grande Geraldo Azevedo e, no LP “Ai Tem”, ambos cantaram “Taqui Pá Tu”, onde os dois craques “dixeram de um tudo” contra aquele beócio. No final da canção Gonzaga fala: “...Sabe, Geraldinho, o que esse cabra é, ele é um fela...”
Eis um tantinho de João Silva, que mostro aos caros leitores. Aos setenta anos, vivendo em Aracaju, ainda produzindo bem, um pouco magoado com Pernambuco, João Silva compôs, para Seu Luiz , desde 1964 (LP Sanfona do Povo, Não Foi Surpresa, de João Silva e João do Vale) até 1989 (onde canta com Gonzaga, no LP Alvorada Nordestina, da autoria dos dois, Vamos Chegando), sem esquecer de “Vou Te Matar de Cheiro”, no LP do mesmo nome, composta pelos parceiros e em homenagem à Edelzuita, último amor do Rei. No show final e inesquecível de Gonzagão, no Teatro Guararapes, sempre a segunda parte de cada música era cantada por João, a pedido de Lua, cujas forças estavam se exaurindo.
Não existe na Música Popular Nordestina e talvez na MPB, quem tenha maior quantidade de músicas gravadas por diversos artistas (mais de duas mil), do que Mestre João. Vejamos alguns: Gérson Filho, Severino Januário, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga, Joquinha Gonzaga, Ary Lobo, Marinês e Abdias, Dominguinhos, Joãozinho do Exú, Quininho de Valente, Novinho da Paraíba, Pinto do Acordeon, Cremilda, Elba Ramalho, Cirano, Trio Nordestino, Alcione, Beth Carvalho, Flávio Leandro, Flávio José, Genival Lacerda, Núbia Lafayette, Ney Matogrosso.
Aliás, para compor, João é multifacetado. O hino da boemia nordestina, sem dúvida, é Pra Não Morrer de Tristeza, supra sumo do samba de latada, que Mestre João chama “samba apracatado”. Mas ele compõe, além de todo tipo de forró, merengue, bolero, guarânia, lamento, toada, carimbó, como se pode ver no Lp “Mixto Quente”, que ele gravou em 1979.
Um grupo de pessoas, que amam a música nordestina, em parceria, chamaram Mestre João Silva, para resgatar-lhe vida e obra. Quando aceitou, João citou versos de Nélson Cavaquinho, sambista como ele: “... Quem quiser fazer por mim / que faça agora...” O projeto chama-se MESTRE JOÃO SILVA - PRA NÃO MORRER DE TRISTEZA - O MAIOR PARCEIRO DE LUIZ GONZAGA. Na tarefa estão engajados este escriba que vos fala, Roberta Jansen, Rinaldo Ferraz, Herbert Lucena, a gravadora A FÁBRICA, Mávio Holanda, Jr. do Bode e esperamos a necessária ajuda das autoridades culturais. Certamente contaremos com o apoio desta Folha de Pernambuco, para lançar luz sobre o mais popular compositor pernambucano vivo.
Pra finalizar, só mesmo trazendo, aqui, a letra de “Flor de Croatá’, de Mestre João, que o grande Flávio José considera como a música que ele mais gosta de cantar: “ Vou bater porta /Pra quem abusou de mim /Esse meu rosto triste /Não nasceu assim /Era bonito que nem flor / De Croatá/ E então zangado/ Era danado pra cheirar/ Tinha alegria /Que jorrava noite e dia / Mas se excedeu / Pra um tal malvado/ De um amor/ Que não deu gosto/ Só deu desgosto/ E tudo em fim/ Foi até bom/ Que me ensinou a ser ruim.”
Texto de José Maria Almeida Marques, poeta pernambucano. Transcrito de http://www.enciclopedianordeste.com.br/nova339.phpda
Nesta quinta um pouquinho da obra desse mestre da Música Popular Brasileira no Programa Radiofônico Compositores do Brasil.
Quem ouvir verá!
Na sequência:
DANÇADOR RUIM, de João Silva e Zé Mocó com Dominguinhos e Luiz Gonzaga
ESTOU ROENDO SIM, de João Silva e Anatalicio com Trio Nordestino
DEIXA A TANGA VOAR, de João Silva e Luiz Gonzaga com Luiz Gonzaga
DE FI A PAVI, de (João Silva e Oseinha com Virgilio
AMIGO VELHO TOCADOR, de João Silva Zé Mocó com Marinês
DANADO DE BOM, de João Silva e Luiz Gonzaga com Luiz Caldas
TOQUE SANFONEIRO, de João Silva com João Silva
CORAÇÃO MALUVIDO, de João Silva e Pedro Maranguape, com Ary Lobo
PRA NÃO MORRER DE TRISTEZA, de João Silva, com Ney Matogrosso
VIVA MEU PADIM, de João Silva e Luiz Gonzaga com Luiz Gonzaga e & Benito di Paula
PAGODE RUSSO, de João Silva e Luiz Gonzaga com Zeca Baleiro
COMPOSITORES DO BRASIL
Rádio Educadora do Cariri -1020
www.radioeducadoradocariri.com
Acesse pelo www.blogdocrato.com
Quintas-feiras, de 14 às 15 horas
Pesquisa, Produção e Apresentação de Zé Nilton
Pixoxó e Graminha no fascinante mundo da pintura - Por Dr. Savio
Seguindo na trilha certa
A trinca parte feliz,
Apesar de na estrada
Ver sofrendo uma perdiz,
Um tatupeba, um macaco,
Um gambá e um concriz.
Segue, em procissão, o grupo
Com mais volume e mais tino,
Sendo a fauna organizada
Em horário matutino,
Acreditando na sorte
E no bondoso destino.
O periquito, do alto,
Tem prazer em avisar:
- Meus diletos amiguinhos
Termina o nosso penar,
Pois já sinto a natureza
Querendo nos abraçar.
Graminha, sob o portão,
Fala forte, em voz altiva:
- Vejo o requinte da mata
Com baraúna crescida,
Vegetação abundante
E água farta, garantida.
Dois rasantes acrobáticos
O periquito apresenta
Bradando para o seu bando,
Que, na entrada, se sustenta:
- Passei a vista na chácara...
E muita beleza, ostenta!
No interior desse sítio
Um paraíso aparece,
E a plantação preservada
Por um pintor, que a conhece,
Dá-lhe o encanto da cor
Pintada num tom de prece.
Babinski vê no pincel
Um leme na sua mão,
Que no meio de aquarelas
Da sua imaginação
Faz do cavalete, um marco,
Nas entranhas do sertão.
Na boa terra cearense,
Que o sítio Exu se anuncia,
Faz pinturas refinadas
No começo e fim do dia
Dando às pequenas horas
A sua eterna magia.
Na Polônia, ele nasceu,
No Canadá, se educou,
No Brasil, fez ponto certo
Num Rio, que o encantou,
Sem contar São Paulo e Minas
Mais Brasília, que ele amou.
Na tela pintada a óleo
Ele externa a natureza,
Na gravura, em metal Cobre,
Ele esculpe com leveza
E na moldura da mente
Guarda bem a sua grandeza.
Ao sair pra caminhar
Ele abre o seu portão
Quando, de repente, encontra
Com grande admiração
Um bando de animais
Em busca de proteção.
A luz do famoso artista
De tão nobre pensamento
Clareia o seu coração
Em saudável movimento
Fazendo da sua razão
Um marco de acolhimento.
Vendo aqueles retirantes
Exaustos e combalidos
Ele os convida, um a um,
Animais entristecidos,
A entrarem no seu sítio
De canteiros bem floridos.
O primeiro a tomar posse
Desse saudável ambiente
É o bonito periquito
De modo muito envolvente
Mostrando a sua liderança
De maneira convincente.
Logo atrás do periquito
Entra a dupla mais formosa:
O Pixoxó e a Graminha,
De forma muito dengosa,
Demonstra, logo, pra ele,
Como a vida é graciosa.
O macaco, que é metido,
Pula fazendo pirraça
Com os braços sobre o rosto
E os dentes em vidraça
Exibindo o seu sorriso
Demonstrando a sua graça.
O tatupeba, apressado,
Corre rápido sobre a terra
À procura de um buraco
Pra se proteger da guerra,
Que o seu cruel caçador
Declarou naquela serra.
O Concriz e a Perdiz
Voam rentes com o chão
Externando as suas graças
Para o novo anfitrião:
- Vou te apresentar um canto!
- Fala o corrupião.
O gambá envergonhado
Com o seu cheiro assustador
Entra muito encabulado
Indo até um pé de flor:
- Não consigo disfarçar
O meu desregrado odor.
O bom Maciej Babinski
De avantajada cultura
Com política ecológica
De elegante envergadura
Aceita a nova missão
Demonstrando a sua bravura.
A fauna reencontra a flora
Num evento de prazer
Onde muita mata virgem
Continua a florescer
Dando aos animaizinhos
Um sublime entardecer.
Pra completar o cenário
Cada vez mais encantado
O açude Caraíbas
Encravado ali, ao lado,
Mostra aquele paraíso
Sendo um ponto abençoado.
O pintor e gravurista
Faz da chácara, uma floresta,
Do atelier, um viveiro,
Onde os pássaros fazem festa
E toda a sua residência
Aos animais, ele empresta.
Aos produzir suas telas
Em tecidos moldurados
Utiliza bons pincéis
E bastões bem preparados
Recriando um ambiente
Que, por Deus, já foi criado.
Faz-se assim, dessa maneira,
Uma nova integração:
Arte com Ecologia
Fazendo combinação,
Respeitando a natureza
No interior do sertão.
Os animais concentrados
Na paisagem natureza
Vendo as telas do Babinski
Não sabem mais, com certeza,
O que é artificial,
Já que teem igual beleza.
Nesse agradável momento,
Um porquinho faz a festa:
Pixoxó derrama as tintas,
Que o bom pintor lhe empresta,
Sujando um belo tapete
Que, na sala, ainda resta.
O macaco em macacadas
Mistura todas as cores,
O gambá muito animado,
Sem esquecer seus odores,
Entra livre com a perdiz
Enlaçado em belas flores.
O tatupeba faz ponto
Imitando um taxista,
Que conduz o periquito
No rijo casco, em conquista,
E o concriz entoa um canto,
Que encanta o grande artista.
De repente, no portão,
De maneira surreal,
Fala, francamente, um guarda
Da defesa florestal:
- Eu sou o ex-traficante
Do grande reino animal...
Os animais espantados
Com a vital citação
Ouvem em tom verdadeiro
A real declaração:
- Vim, aqui, me redimir
E pedir o meu perdão!
Após essa aparição
O Babinski emite um brado:
- Quero ver todos vocês
Num passeio iluminado
Às margens do Caraíbas,
Onde eu quero ser lembrado.
Fim.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
ENTREVISTA PENTEADA - Por Mundim do Vale
Numa ocasião em que o Mestre Souza passava uns dias em Fortaleza, foi convidado para uma entrevista no jornal O Povo com O jornalista Nonato Albuquerque. Eu tive a felicidade de ser o condutor de Pedro e da sua harmônica, logo que chegamos Pedro tirou o instrumento da bolsa e em seguida o jornalista chegou com uma máquina fotográfica e um gravador para a entrevista.
Mestre Pedro com aquela sua timidez, acabou omitindo alguns trabalhos importantes que já tinha feito. Vendo aquela situação eu comecei a cochichar lembrando a Pedro os trabalhos de São Paulo e Paraná e outras coisas mais da sua versatilidade artística.
O jornalista achando a entrevista muito curta falou:
- Raimundinho. Já que você conhece bem o Mestre Pedro, seria bom você acrescentar mais alguma coisa, para ilustrar a matéria.
Eu concordei e arrochei. Mais menino! Eu enfeitei muito mais do que certas pessoas que andam contando histórias de: papagaio, gatos, preás, e curimatãs.
Terminada a entrevista, nós entramos no carro e Pedro falou:
- Mais Raimundim. Tu é doido mesmo. Disse um magote de coisa que eu nunca fiz.
- Ora mais tá! Eu menti foi pouco. Se fosse Josimar seu cunhado, eu garanto como ele ia dizer que você tinha feito um show em cima da ponte de San Francisco na Califórnia.
Dedico esta postagem ao primo Vieira Neto, que é pescador mas não mente muito.
PIXOXÓ E GRAMINHA NO FASCINANTE MUNDO DA PINTURA -- Por Dr. Savio Pinheiro.
Lá vem descendo na serra
Em uma estrada, a rodar,
Um feioso caminhão
Quase a se desgovernar
Balançando sem controle,
Que dá medo até de olhar.
Procurando o seu destino,
Mas tentando se esconder,
Numa curva bem fechada
O mau condutor não ver
Grande buraco, escondido,
Já perto do amanhecer.
O impacto, de tão forte,
Faz um caixote cair,
Onde um par de animais
Aproveita pra fugir
Perturbando o traficante,
Que não pensa em desistir.
Esse, bastante zangado,
Cria um plano bem do mal.
Faz, com fojos, armadilhas
Contra o reino animal
Para recapturar
A encomenda ilegal.
Achando, tudo isso, pouco
Ateia fogo e faz guerra
Fazendo com que a fauna
Fuja do meio da serra
Pra, dessa forma, cair
Num fojo, embaixo da terra.
Pixoxó é o filhote
Mais gordinho do roçado
Pois Graminha, a sua mãe,
Dá-lhe o bom leite mamado
Tendo os Porquinhos da Índia
A saúde em bom estado.
No seu novo habitat
Reencontram a natureza
Passeiam por entre as pedras
Encantados com a beleza
E vivendo em liberdade
Dão um basta na tristeza.
Esses porquinhos da índia
São parentes dos preás,
Das cobaias, dos mocós,
E na Índia, não verás.
Mesmo assim, não sendo porcos,
Os seus Cui-Cui, tu ouvirás.
Eles grunhem como porcos
Mas suínos não os são.
São tidos como das Índias
Num erro de navegação:
Quando o espanhol, no Peru,
Fracassou na sua missão.
O Caminho para as Índias
Pelo mar não foi encontrado,
Porém aquele porquinho,
De sabor apreciado,
Foi levado até a Europa
Pra depois ser degustado.
Cavia porcellus é a espécie
Desse estimado animal
Que a ciência, assim, o chama
Em toda a aldeia global
Dando, ao roedor, um nome
De caráter universal.
Na fuga, no meio das chamas,
Sofrendo forte emoção
O Pixoxó amedrontado
Segue a mesma direção
De Graminha, a sua mãe,
Pra cair no alçapão.
O algoz da natureza
E traficante do mal
Mete a mão na armadilha
Com o seu instinto animal
Porém, uma cascavel
Dá-lhe picada letal.
No susto, perde a altivez
E os porquinhos saem do chão
Correndo pra a liberdade
Distante do caminhão
E andando em nova trilha
Sentem crescente emoção.
Famintos, mas sem temor
Eles teem outro destino:
Pixoxó mamando muito
E Graminha em faro fino
Caminham pelas estradas
Livrando-se do cretino.
Pixoxó é um filhote
Que já pressente o capim
Ao observar a mãe
No seu natural jardim
Comendo o seu alimento
Com cheirinho de jasmim.
Esse estilo ecológico
De sobreviver no mato
Faz com que um periquito
Pouse na trilha, pacato,
Para catar as sementes
E se alimentar, de fato.
- Minha mãe, veja aquilo!
- Diz o bravo Pixoxó -
- É um feixe de capim,
Que pretendo comer só,
Não divido com ninguém
Nem que eu vá pro xilindró.
Pixoxó muito animado
Programa o seu novo intento
- Eu estou muito faminto
E já quero outro alimento!
- Mas a sua mãe o corrige:
- É uma cauda em movimento.
A plumagem pequenina
De visual verdejante
Confunde o bom Pixoxó
De maneira alucinante
Tendo, ele, imaginado
Ver capim naquele instante.
Porém, pra passar o tempo
Um fato novo ocorreu,
O periquito animado
Com gracejo respondeu:
- Adorei o seu afago
Quando você me mordeu.
Nasce aí a grande amizade
Dessa trindade ecológica,
Que a partir desse momento
Quase tudo terá lógica,
Pois os três animaizinhos
Farão jornada antológica.
Conduzidos livremente
Pelas trilhas verdejantes
Com o periquito Lynch
Eles seguem radiantes
À procura de um refúgio
Pra morarem como antes.
- Periquito Australiano
Responda-me, por favor,
Para onde vos levais
Nesse campo sem amor?
- Levar-te-eis a uma chácara
Que achareis um primor.
Enquanto isso, na serra,
Jaz no chão, o malfeitor,
Tendo a sua mão inchada
E sofrendo grande dor
Implorando por socorro
A Deus-Pai, o Salvador.
- Clemência... Peço clemência...
Não pretendo, aqui, morrer!
- Disse aquele traficante
Externando o seu sofrer,
Mas por graça do destino
Algo vai lhe acontecer.
- Juro a ti, oh Deus Clemente,
Que se um milagre eu alcançar
Prometo, em sã consciência,
Jamais, o mal, praticar
Procurando, para sempre,
Os animais, abraçar.
Um cego, ali passando,
De honrado gabarito,
Com o seu ouvido aguçado
Ouve, fracamente, um grito,
Mas o faro do cão-guia
Pressente algo esquisito.
O cão conduz o ceguinho,
Que ao enfermo, se apresenta:
- O que houve com você
De forma tão violenta?
- É o tal veneno maldito
Que me mata em forma lenta.
Essa dupla iluminada
Que de Deus, traz o perdão,
Conduz com benevolência
E louvada devoção
Aquele homem do mal
Para a sua salvação.
Postaremos a Segunda parte nos proximos dias.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
BOTANDO BONECO - Por Mundim do Vale
Bebendo bem caladinho,
Quando chegou Cláudio Souza
Conversando de mansinho.
Disse: - Mundim hoje eu quero
Lha apresentar a Joãozinho.
Tomei um gole de vinho
E deixei o calçadão,
Saímos os dois conversando
Lembrando de Damião.
Quando eu pisei no batente
Notei que era armação.
Cláudio abraçou-se com João
Botou o dedo num fio,
Vendo aquilo eu perguntei
Se era pra fazer pavio.
O boneco abriu a boca
Disse: - Eu quero um desafio.
Mundim:
Pois fique certo, vadio!
Que Mundim não abre, não,
Já enfrentei Dr. Sávio
Que tem muita mais noção.
Não vou perder pra boneco
Feito de pau e cordão.
Joãozinho:
Você é um pobre anão
Que esqueceu de crescer,
Só leva o tempo em fumar
Fazer fuxico e beber.
Tu veio aqui pra rimar
Ou foi pra me aborrecer.
Mundim:
Você não pode esquecer
Que conheci Damião,
Uma pessoa de bem
Que eu tinha como irmão.
Mas esse seu novo pai
Vai lhe transformar no cão.
Joãozinho:
Mundim não diga isso, não
Que Cláudio é como paim,
Me adotou bem adotado
Não falta nada pra mim.
Ele só tem um defeito
É de andar com Mundim.
Mundim:
Você tá falando assim
Mas tá errando seu traço,
A coisa que mais conservo
É os amigos que faço.
Sou amigo de Micrei,
De Israel e João Sem Braço.
Joãozinho:
Agora virou bagaço
E ainda diz que é o tal,
Não possui boa amizade
Nem tem arte cultural.
Eu sou somente um boneco
Mas você, vai se dar mal.
Mundim:
Não faça esse carnaval
Que você não é vivente,
Você é um pau do mato
Não serve para ser gente.
Cláudio Souza já me disse
Que todo boneco mente.
Joãozinho:
Mundim você não é crente
Nem poeta popular,
Quando não tá em Alberto
Tá socado noutro bar.
Eu não sei que graça tem
Beber cachaça e pescar.
Mundim:
Vim aqui foi pra rezar
E se não rezar eu peco.
Vou pescar e tira abelha
Até encher um caneco.
Agora esse seu padrasto
Vive é botando boneco.
Analise de textos - Fundamentos e praticas - Por Irandé Antunes.

No momento, um dos desafios para os professores é descobrir o que incluir em seus programas de estudo da língua, para além da simples repetição das categorias da morfologia e da sintaxe.
São bem oportunos todos os esforços por orientar e apoiar o trabalho dos professores em torno das questões textuais, sejam questões de sua produção, sejam de sua compreensão. A exploração dessas questões pode contribuir muito para que o professor vá descobrindo como ampliar seus programas de estudo da língua e, melhor dizendo, como preencher suas previsões de estudo com questões que são, de fato, relevantes para a ampla e atuante educação linguística de seus alunos.
É o que Irandé Antunes faz neste livro: explorar questões do texto coeso, coerente, relevante e adequado contextualmente.
Macambira e Damião - Desafio
Eu precisava Damião
Munto falar cum voce
Somente para saber
Como é que as coisas tão
Pruque eu vivo izolado
Nem Raido tenho escutado
Me fale das inleição!
Damião:
A inleição terminô
Quem teve voto subiu
E pra puta que pariu
Foi o que nada arranjou
E o Crato ficou de lado
Dinovo sem deputado
ôta vergonha passou.
Macambira:
Mas Damião pru qui é
Qui toda vida é assim?
O resto já tá no fim
Acabosse os coroné
Voce não tem uma ideia
Di quem pode í pra assembleia
Tu conhece arguem de fé?
O desafio é identificar o autor destas estrofes bem boladas:
01 - Correinha
02 - Pedro Bandeira
03 - Patativa
04 - José Esmeraldo da Silva
05 - Jose Helder França
06 - Bastinha
07 - A. Morais
É Ladrão Que Não Acaba Mais ! - Letra de Bezerra da Silva
Ouça a Música clicando no Player abaixo ( para não ouvir 2 sons ao mesmo tempo, pare o player da Rádio Chapada do Araripe, na entrada do Blog, no canto superior direito. Clique no player abaixo para escutar a música:

É Ladrão Que Não Acaba Mais
( Composição: Bezerra da Silva )
Quando Cabral aqui chegou
E semeou sua semente
Naturalmente começou
A dilapidação do ambiente...
Roubaram o ouro
Roubaram o pau
Prá ficar legal
Ainda tiraram o couro
Do povo
Desta terra original...
E só deixaram
A má semente
Presente de Grego
Que logo se proliferou
E originou a nossa gente...
É ladrão que não acaba mais
Tem ladrão que não acaba mais
Você vê ladrão
Quando olha prá frente
Você vê ladrão
Quando olha prá trás...(2x)
Hiiiiiii!
A terra boa
Mas o povo
Continua escravizado
Os direitos são os mesmos
Desde os séculos passados
O Marajá
Ele só anda engravatado
Não trabalha, não faz nada
Mas tá sempre
Endinheirado...
E se entrar no supermercado
Você é roubado!
E se andar despreocupado
Você é roubado!
E se pegar o bonde errado
Você é roubado!
E também se votar prá deputado
Você é roubado!
Certo!
Tem sempre 171 armando fria
Tem ladrão lá no congresso
Na quitanda e padaria
Ladrão que rouba de noite
Ladrão que rouba de dia
Dentro da delegacia Ninguém entendia A maior confusão
O doutor delegado Grampeou todo mundo
Porque o ladrão Roubou outro ladrão
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Revolução de Juazeiro - parte I - Por Jose Augusto de Lima Siebra
Chegou no Crato um canhão
Alvoroçou a cidade
Houve grande animação
No covil do banditismo
Houve grande confusão.
Coronel Alípio Barros
Fazendo por demorar
Ao maldito Juazeiro
Segunda vai atacar
Os meninos de Candinha
Começaram a propalar.
Este cara de milagre
Com certeza está vendido
Pelo jeito se está vendo
Que não passa de um bandido
Se o governo não chamá-lo
O caso estará perdido.
E pode crer o leitor
Que se não fosse a demora
Com toda fé da verdade
Posso garantir agora
O governo com certeza
Tinha cantado vitória.
Mas quando no vinte e dois
O astro rei vem surgindo
Sua luz santa e dourada
Pelos campos espargindo
O combate pesaroso
De novo foi se ferindo.
Esta menina leitores
Tinha dez anos de idade
Pobre cordeiro imolado
No topo da crueldade
Flor murcha nos verdes anos
Roubada na castidade.
No termo de Várzea Alegre
Na fazenda Boa Vista
Uma família pacata
Branca, honrada, benquista,
Foi amarrada, açoitada,
Por se dizer rabelista.
E quais lagartos famintos
Seguia esta negra escória
Como satãs humanados
Na sua trajetória
Que com maldição eterna
Ficará em nossa história.
O bravo capitão Penha,
De amigos sendo avisado
Que a infeliz jagunçada
Já de plano formado
De tomar Suçuarana
Para deixá-lo cercado.
Em procura dos valados
Parte o herói batalhão
Para a vanguarda da esquerda
Segue o pesado canhão
Vomitando tiros fortes
Qual fragoroso trovão.
Tendo dado doze tiros
Sem proveito algum tirar
Pois que devido aos valados
Não pôde se aproximar
O comandante mandou
Pra o quartel retirar.
Continua na proxima postagem.
Do presidente Lula para Erenice Guerra

quarta-feira, 22 de setembro de 2010
RESPONDENDO O QUEBRA CUCA - Por Mundim do Vale
Meus parentes e amigos.
Um dos momentos que me deixou muito feliz, foi a visita que fiz a Cláudio Souza e ao boneco Joãozinho. Foi lá que eu descobri, que o nosso amigo também é VENTRÍLOCO. Arte muito difícil
de se praticar. Porque o artista tem que falar com o peito. Eu não falo direito nem com a boca, imaginem vocês com o peito.
Foi tudo assim;
Joãozinho perguntou:
- Esse bicho aí é que é o Mundim?
- Sou eu mesmo.
- Mundim tu tem piolho?
- Não.
- Tem fiapo no umbigo?
- Não.
- Tem coceira?
- Não.
- Vai embora devendo a Alberto Siebra?
- Não.
- Arre égua! Tudo teu é não. Vai deixar de fumar?
- Não,
- Apois arribe daqui. Que nós não somos cinzeiro não.
- Calma Joãozinho. Antes de me botar pra fora me dê notícias do poeta Israel batista.
- Macho. O poeta Israel namorava com uma moça, que nem conhecia. Ela acabou o namoro e ele ficou mais perturbado do que galinha que choca ovo de pato em beira de açude.
Quando eu estava de saída Joãozinho disse:
- Ei macho! Esbarre aí, que eu vou recitar um verso para você.
O mamulengo arrochou:
- Mundim vá lá pra calçada
Que eu fico aqui na sala,
Seu cigarro é uma bala
De uma arma disparada.
Seu Vale virou privada,
Seu carro já virou sarro
E eu digo sem esparro.
Quando vier novamente,
Para visitar a gente
Deixe o diabo, do cigarro.
COMPOSITORES DO BRASIL

“Eu prefiro a dor de uma saudade
A ter de lhe perdoar sem razão
Você roubou meu sossego
Zombou da minha aflição
Agora é tarde demais
Seu erro não tem perdão.
(Seu erro não tem perdão (Lauro Maia e Humberto Teixeira)
LAURO MAIA
Por Zé Nilton
A Lauro Maia Teles, cearense de Fortaleza, (06/11/1912 - 05/01/1950) cabe o mais justo elogio e reconhecimento a um compositor de rara nobreza e de uma visão aberta sobre a música e o fazer musical. Regionalista dos mais apegados compunha verdadeiras obras primas de valor universal.
Possuía algo mais no ofício de compositor, pois era um pesquisador em tempo integral, e com o mesmo entusiasmo anotava os modos de ser e de fazer musicais tanto do meio urbano quanto do rural.
Como tantos, aprendeu música em casa, no seio da família. Consta que sua mãe, pianista e professora de teoria musical, obrigou-lhe severamente a aprender o clássico instrumento. Como tantos, sofreu/gozou seu rito de passagem na arte musical no rádio, no seu caso, na famosa Ceará Rádio Clube – PRE-9.
Em suas andanças como pesquisador adentrou o Cariri, e daqui colheu a musicalidade do tempo, e criou em cima do que muito ouviu ritmos como o balanceado, a ligeira e o miudinho. Descobriu e estimulou muitos músicos principalmente de Jardim, no caso o virtuoso Zé Menezes, que o acompanhou em suas primeiras composições, como a clássica “Saudades do Cariri”, gravada ao vivo na PRE-9. Não ficou por aí. Compôs uma música chamada “Catolé”, que segundo Nirez teria sido criada sobre motivos populares da região do Cariri.
Influenciou muitos compositores e cantores na era da renovação da música popular brasileira. João Gilberto chegou a gravar uma de suas mais belas composições, “Trem de Ferro”, no seu terceiro LP, gravado em 1961.
Excelente músico e arranjador não se esmerou na arte da escrita musical. Contudo, teve uma sorte danada, pois o imponderável colocou no seu caminho de grande artista, quando chega ao Rio de Janeiro, na década de 1940, o poeta do Sertão, o criativo Humberto Teixeira, seu cunhado. Foi ele quem burilou e arrumou melhor as letras de Lauro, e daí surgiu uma grande parceria.
Lauro Maia, no entanto, interrompe a parceria. Movido mais por sua humildade, declina de um pedido de parceria vindo de Luiz Gonzaga. E para o bem da música encaminha Luiz Gonzaga para Humberto Teixeira. O resultado todos conhecemos...
Bom, vamos deixar os caros amigos da resistência musical saber mais sobre Lauro Maia através do eminente e sério pesquisador cearense, o nosso amigo Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, no seu livro “ O Balanceio de Lauro Maia. Secretaria da Cultura , Turismo e Desporto do Ceará, 107 páginas, 19 ilustrações, 1991.
Nesta quinta, de 14 às 15, na Rádio Educadora do Cariri, em Crato, vamos falar e tocar algumas músicas de Lauro Maia no programa Compositores do Brasil.
Na sequencia:
POEMA MORTAL, de Lauro Maia e Humberto Teixeira, com Orlando Silva
SAMBA DA ROÇA, de Lauro Maia e Humberto Teixeira com David Duarte
EU VI UM LEÃO, de Lauro Maia com Quatro Ases e um Coringa
FAN RAN FUN FAN, de Lauro Maia com Fagner
TABOLEIRO D´AREIA, de Lauro Maia com Os Vocalistas Tropicais
TREM DE FERRO, de Lauro Maia com João Gilberto
EU VOU ATÉ DE MANHÃ, marcha do balanceio, de Lauro Maia com Joel e Gaúcho
É MUITO TARDE, de Lauro Maia com Lúcio Ricardo
O TREM Ô, LÁ, LÁ, de Lauro Maia e Humberto Teixeira, com Carmélia Alves
DEUS ME PERDOE, de Lauro Maia e Humberto Teixeira com Ciro Monteiro
SAUDADES DO CARIRI, instrumental de Lauro Maia com acompanhamento de músicos da PRE-9 e Zé Menezes.
Quem ouvir verá!
Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri
www.radioeducadoradocariri.com
Acesse: www.blogdocrato.com
Quintas-feiras, de 14 às 15 horas
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
QUEM ESTÁ COM A RAZÃO? - Por Vicente Almeida
LULA abandonou a cadeira Presidencial, para gerenciar in loco. Fez mais com menos.
FHC se afogou nos afagos da Presidência e não viu a miséria do POVO, não viu os outros mercados do mundo abertos para o Brasil, pois seus olhos estavam fitos nos EUA e suas mãos estendidas para pedir esmolas ao FMI.
E o povão aplaudiu e votou para oito anos sem crescimento.
O povão votou num intelectual que sucateou as universidades públicas do país.
O povão votou num incompetente que vendeu a preço de banana a Vale do Rio doce.
Afinal ele foi um mentor do Neoliberalismo, ou seja, privatizando o que estava dando certo, dando lucro (Vale) estatizando o que dava prejuízo (BEC) e depois de saneado, privatizando novamente.
Meu nome é Fernando não HC.
O VIAJANTE – Por Joelmir Beting – 07/2008
SE BEBER NÃO DIRIJA... NEM GOVERNE.
Até aqui, em 40 meses de governo, o presidente Lula já cometeu 102 viagens ao mundo. Ou mais de duas por mês, tal como semana sim, semana não. Sem contar, ora, pois, as até aqui, 283 viagens pelo Brasil....
Hoje, dia 15, ele completa 382 dias fora do país desde a posse. E pelo Brasil, no mesmo período, 602 dias fora de Brasília. Total da itinerância presidencial, caso único no mundo e na História: Exatos 984 dias fora do Palácio, em exatos 1.201 dias de presidência.
Equivale a 81,9% do seu mandato fora do seu gabinete. Esta é a defesa da tese de que ele não sabia e nem sabe de nada do que acontece no Palácio do Planalto.
Governar ou despachar, nem pensar. A ordem é circular a qualquer pretexto.
E sendo aqui deselegante, digo que o presidente não é (nem nunca foi) chegado ao batente, ao despacho, ao expediente.
E o povão ainda aplaude e vota!
__________________________________________
É impossível chegar ao poder sem ser criticado, mas a crítica é necessária e devia ser sempre construtiva, principalmente apresentando fundamentadas e estudadas soluções. Não devia ser usada para escoamento de frustrações e desabafos.
E a pergunta é: QUEM ESTÁ COM A RAZÃO?
terça-feira, 21 de setembro de 2010
QUEBRA CUCA DO MUNDIM
O nosso amigo Cláudio Souza, além de poeta, é comunicador, pesquisador, Historiador e promotor de eventos.
O desafio é:
Qual a outra atividade cultural do nosso amigo?
. 01 - Artesão
. 02 - Pintor
. 03 - Namorador
. 04 - Perguntador
. 05 - Perturbador
. 06 - Nenhuma das respostas anteriores.
Depois de obter as respostas, eu vou dizer quem acertou e comentar como foi que descobri.
Mundim do Vale.
VIVENDO E APRENDENDO - Por Vicente Almeida

Existem muitos “Pensamentos” grosseiros, apelativos, eróticos, incestuosos, mas esses não são emitidos pelos sábios, têm a sua origem em mentes doentias e aqui não merecem ser citados.
Mais uma vez lhes apresentamos parte da nossa coletânea. Os nomes de alguns autores se perderam na noite dos tempos - anônimos - mas a lição indelével permanece.
Bom de briga é aquele que cai fora. Anônimo
Cala-te ou fala algo que valha mais que o silencio. Provérbio chinês
Ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que não se tem; inveja é querer que o outro não tenha. Zuenir Ventura
Como nós somos produto da natureza, não há defeito que não possa se tornar em virtude. Anônimo
Daquilo que podeis perder, não faça conta. Anônimo
De nada vale tentar ajudar aqueles que não se ajudam a si mesmos. Confúcio
Descobrir consiste em olhar para o que todo mundo está vendo e pensar uma coisa diferente. Roger Von Oech
É curioso, ninguém acredita no porta-voz oficial, mas todos dão crédito a uma fonte não identificada. Ron Nesen
É impossível conservar o poder por longo tempo, quando exercido com violência. Sêneca
É impossível haver progresso sem mudanças, e quem não consegue mudar a si mesmo, não muda coisa alguma. George Bernard Shaw
E mesmo que todos estejam sem tempo, o tempo continuará com tempo o tempo todo. Mirella Luchinytzs
É muito mais fácil reconhecer o erro do que encontrar a verdade; aquele está na superfície e por isso é fácil erradicá-lo; esta repousa no fundo e não é qualquer um que pode investigá-la. Johann Wolfgang von Goethe
Encare os problemas como oportunidades para o crescimento e o autodomínio. S. Brown
Entender o valor do perdão é encontrar justificativa para resgatar a harmonia, tolerando até o que for intolerável. Anônimo
Eu sei que você crê que entende aquilo que você pensa que eu digo. Mas eu não tenho certeza se você percebe que o que você ouve não é aquilo que eu quero dizer. Anônimo
Espera do teu filho, o que fizeste com teu pai. Tales de Mileto
Felicidade é ter o que fazer. Astóteles
Falta de tempo, é desculpa de quem não tem métodos. Anônimo
Grandes realizações são possíveis quando se dá importância a um pequeno começo. Anônimo
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
AUDITORIA MATERNAL - Por Mundim do Vale
Quando estudava no grupo escolar José Correia Lima ( é o novo )
Uma vez eu tentei confundir a professora Dolores Meneses de Carvalho.
Foi assim: a professora ditava os textos para os alunos copiarem valendo como prova.
Quando eu tinha dúvida se a palavra cabia ou não o acento, eu usava de esperteza agindo assim: Na palavra século eu colocava um risco sobre a letra” e “ mas bem apagado quase nada. Na palavra alicate eu fazia a mesma coisa no segundo “ a “. A boa educadora recolhia os textos e já era certo me chamar lá na sua mesa.
- Raimundo venha aqui! A palavra século tem um acento no “ e “ e você não acentuou.
Eu respondia: - Acentuei sim ! Olhe direito que eu botei.
Ela colocava o texto mais perto e concordava com um balanço de cabeça. Continuava corrigindo, de repente gritava:
- Raimundo venha Aqui! A palavra alicate não tem acento e você colocou.
- Eu respondi: - claro que não tem. A senhora tá enganada eu não coloquei não.
Ela disse: - botou sim, olhe aqui!
Eu falei: - Não senhora isso aí foi quando eu puxei o travessão do “ t “ o lápis escapuliu e triscou sobre o “ a “ não tá vendo que ele tá um pouco apagado.
A boa professora concordava balançando com a cabeça afirmativamente.
O que eu não sabia era que aquela boa educadora munida da responsabilidade de educar, estava mostrando tudo a minha mãe que também era professora no mesmo grupo.
Chegando em casa minha mãe disse que precisava fazer um reforço comigo sem dizer nada do assunto do grupo.
Ela sentou do meu lado e mandou que eu escrevesse enquanto ela ia ditando. Só que os ditados tinham sido desenvolvidos com algumas das palavras do questionamento no grupo.
Com essa auditoria maternal ficou explícita a minha malandragem. Sem explicação eu fiquei mais calado do que o ministro José Dirceu, depois do caso Waldomiro. Depois disto as minhas notas baixaram mais do que a popularidade do ex-prefeito Juraci Magalhães.
Esta reprise foi feita a pedido de um amigo que mora no estado de São Paulo.
Desafio - Por Claudio Jose de Sousa

EU DESISTO - Por Thais Cadorim
Essa frase soa com tanta força, não é?
Mas é verdade, eu desisti mesmo...
...De um monte de coisas.
Desisti de reclamar de quem não quer aprender. Decidi me concentrar em quem quer...
E se você olhar bem direitinho, perto de você tem um monte de gente sedenta de conhecimento.
Desisti de tentar emagrecer para ser igual a todo mundo. Resolvi ter o peso que eu devo ter, por uma questão de saúde, por uma questão de bem estar. Só isso.
Desisti de tentar fazer com que as pessoas pensem do jeito que eu gostaria que elas pensassem. Achei melhor buscar respeitar o outro do jeito que ele é. Imagina se o mundo fosse feito de milhões de pessoas iguais a mim... Ah, isso ia ser um tormento!
Desisti de procurar um emprego perfeito e apaixonante. Achei que estava na hora de me apaixonar pelo meu trabalho e fazer dele o acontecimento mais incrível da minha vida, enquanto ele durar.
Desisti de procurar defeito nas pessoas. Achei que estava na hora de colocar um filtro e só ver o que as pessoas têm de melhor. Defeito todo mundo acha, quero ver achar qualidades em quem parece não tê-las.
Desisti de ter o celular mais “psico-técno-cibernético” do mercado. Agora eu só quero um telefone, pra falar. É muito frustrante comprar o mais novo modelo e dias depois ver que ele já foi superado. Mas é pra isso que a indústria trabalha.
Desisti de impor minha opinião sobre tudo. Decidi que de agora em diante vou ouvir todas as opiniões, mesmo as contrárias, e vou tentar tirar proveito de cada uma delas. É mais barato compartilhar as opiniões do que brigar pra manter só uma.
Desisti de ter tanta pressa. Tudo na vida tem seu tempo, e se não acontecer, não era pra acontecer.
Não quer dizer que eu vou “deixar a vida me levar” e parar de correr atrás do que eu acredito, mas não vou me desesperar se eu perder o vôo. Sei lá o que vai acontecer com o avião...
Desisti de correr da chuva. Tem coisa mais bacana que tomar banho de chuva? Há quanto tempo você não sente aquele cheiro de terra molhada? E se o resfriado chegar, qual o problema? Não vai ser o primeiro nem o último.
Desisti de estudar por obrigação. Agora eu faço da leitura um momento de prazer... Os livros agora ficaram menores e mais fáceis, mesmo que seja a Bíblia ou a CLT.
Desisti de buscar uma planilha de indicadores toda verdinha. Os índices são assim mesmo, às vezes melhoram, às vezes pioram. Isso é o mundo real. Eu não vou deixar de fazer a gestão sobre eles, mas decidi que não vou mais sofrer por isso. Bons ou ruins eles devem gerar aprendizado e isso é o mais importante.
Desisti de trabalhar para fazer o meu sistema de qualidade ser perfeito. Eu prefiro mantê-lo sob controle, funcionando, ajudando as pessoas, ajudando os processos, dando resultados, mesmo que aos poucos. Com essa filosofia, ganhei um monte de parceiros, ao invés de cultivar inimigos.
Da série "Coisas da República":Adalberto quer os dólares – por Temístocles de Castro e Silva

Quem acompanha a vida nacional observa que uma semana não se passa sem que um escândalo não se registre na vida administrativa do País. E o que tem que se lamentar é que - por ironia do destino - a matriz dos escândalos é o Poder Legislativo, que alguns entendem como símbolo do regime democrático.Mereceu o mais amplo destaque, em todos os jornais, a roubalheira no município de Dourados, o segundo maior de Mato Grosso do Sul, depois da capital.Lá, a Polícia Federal levou, para uma “visita” de alguns dias, o prefeito, sua mulher, o vice-presidente da Câmara, quatro secretários municipais e oito vereadores.
No Amapá, alguns dias depois, também por corrupção foram presos o ex-governador Waldes Goes, que havia deixado o cargo em abril para concorrer ao Senado; o atual governador Pedro Paulo Dias; o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Júlio Miranda; além da primeira dama, Denise Carvalho, e mais duas dezenas de pessoas. Todos são suspeitos de integrar um esquema de corrupção, fraudes em licitações e desvio de verbas.
A roubalheira e a impunidade são tão corriqueiras na era Lula que o ex-assessor do deputado José Guimarães, Adalberto Vieira da Silva, flagrado com quase R$ 500 mil no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, aí incluídos US$ 100 escondidos na cueca, já contratou advogado para receber de volta a propina apreendida pela Polícia Federal. Afinal, como pode ser dono de quase R$ 500 mil um modesto assessor com salário de R$ 2 mil mensais? Além do mais, é corrente, no Congresso, que o dinheiro apreendido era a oitava remessa da propina ao PT no Ceará. Para ver se escapava, Adalberto declarou o montante à Receita. Resultado: foi multado em R$ 200 mil.
Deve ter raciocinado: se a filha do senador Sarney, Roseana, recebeu seu milhão e tanto, por que não vão devolver o meu? Disse ele à “Folha” (13/6/2010): “O dinheiro estava comigo, não pertence a ninguém. Eu declarei como sendo uma doação e pronto. Ninguém vai ouvir da minha boca quem é o doador. Sobre isso não falo”.
Themístocles de Castro e Silva -Jornalista e advogado
A loira e o advogado.
domingo, 19 de setembro de 2010
TUPI E JOLI - Por Mundim do Vale
Jolí
Capitão Tupi
Aqui tá Jolí
Que vem lhe visitar.
Tupi
Vá embora amigo
Não conte comigo
Que não vou mais lá.
Jolí
Tu não lembra mais
Daqueles locais
De terra tão rica?
Tupi
O golpe da sorte
Que vibrou tão forte
Foi Dona Marica.
Fonte: Leônidas Siebra leite ( Alberto )
FUNCIONÁRIOS DE DEUS - Por Mundim do Vale
De dois conterrâneos meus
Que no título vou chamar
Funcionários de Deus.
Mãe Antônia Cabeleira
A nossa boa parteira
Tinha o trabalho primeiro.
E Alexandre seu filho
Abraçou com muito brilho
O ofício derradeiro.
As gestantes da cidade
Mãe Antonia assistia,
Pois uma maternidade
Na época não existia.
Fosse dia ou madrugada
Quando ela fosse chamada
Cumpria bem seu dever.
Com carinho e atenção,
Toda a minha geração
Ela ajudou a nascer.
Alexandre um cidadão
Versátil e trabalhador,
Chegou a ser artesão
Foi também agricultor.
Negociou no mercado,
Pioneiro em sal pilado
E também foi enfermeiro.
Trabalhou como cambista
E pra completar a lista
Terminou como coveiro.
Mãe Antônia só fazia
Os ´partos com segurança
Era muito raro o dia
Pra morrer uma criança.
Era o parto natural
Sem recurso de hospital
Como Deus tinha previsto.
A parteira auxiliava,
A criancinha chorava
Como nasceu Jesus Cristo.
Alexandre no final
Fez a vez de mensageiro,
Cuidava do funeral
E também era coveiro.
Aquele irmão que morria,
Alexandre remetia
Para a casa verdadeira.
Quem sabe um dia a cegonha
Traz de volta mãe Antônia
E Alexandre Cabeleira.
Deus colocou neles dois
O poder da caridade
Pois na terra do arroz
Viveram de irmandade.
Não pouparam sacrifícios
Cumpriram bem seus ofícios
Fizera os trabalhos seus.
Mãe Antônia recebia,
E Alexandre devolvia
Novamente para Deus.
Mundim do Vale.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Desafio - Colaboração Claudio José de Souza.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Denúncias da VEJA -- mais uma vez – estavam certas - Erenice Guerra foi demitida da Casa Civil do governo Lula -- (postado por Armando Rafael)

O braço direito de Dilma Rousseff não é mais a ministra-chefe da Casa Civil. Erenice Guerra escreveu sua carta de demissão nesta quinta-feira após cinco meses no comando da pasta. No final da manhã, Erenice se reuniu com o ministro das Comunicações, Franklin Martins, para redigir essa carta, que foi lida por um porta-voz, em Brasília, às 13 horas. Carlos Eduardos Esteves Lima, atual secretário-executivo da Casa Civil, vai assumir o cargo interinamente até a próxima semana, quando Lula deve anunciar quem ocupará a chefia da pasta.
Nos bastidores, fala-se em Miriam Belchior, secretária-executiva do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para ficar à frente da Casa Civil. O presidente se reuniu nesta quinta-feira com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e das Relações Exteriores, Celso Amorim, também para discutir o caso.
Nesta quinta-feira, o jornal Folha de S.Paulo publicou nova denúncia contra o filho de Erenice Guerra. Segundo o empresário Rubnei Quícoli, Israel pedia 40.000 reais mensais para ajudá-lo a liberar um empréstimo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Aos olhos do Planalto e do PT, no entanto, o erro mais grave de Erenice foi relacionar o seu caso à campanha presidencial, dizendo que os ataques eram um ato de desespero de um candidato – o tucano José Serra – “já derrotado”. Todo o esforço da campanha de Dilma Rousseff era para manter dissociadas as questões da Casa Civil e do processo eleitoral.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
DESENCONTRO- Por Mundim do Vale
Que andava na contramão,
Descia no Corrimão
E eu subia na escada.
Eu comia carne assada
E ela buchada fria,
Quando um beijo eu lhe pedia
A danada não me dava.
QUANDO EU ÍA, ELA VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA, ELA ÍA.
Não ia comigo à feira
Nem gostava de baião,
Não ia pra procissão
Da festa da padroeira.
Se eu fosse queimar caieira
Ela zangada dizia:
- Eu vou com Zé de Luzía
No forró do mela Fava.
QUANDO EU ÍA, ELA VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA, ELA ÍA.
Era um namoro esquisito
Mas fiquei apaixonado,
Quando eu ficava calado
Ela estava dando grito.
Eu cada vez mais aflito
Com aquela baixaria,
Tentava uma sintonia
Mas ela não aceitava.
QUANDO EU ÍA, ELA VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA, ELA ÍA.
Nós tinha até combinado
Um encontro na ribeira,
Pra festa da gafieira
Mas o encontro foi frustrado.
Depois eu fui informado
Que ela fez o que queria,
Bebeu tudo que podia
E ainda se apresentava.
QUANDO EU ÍA, ELA VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA ELA ÍA.
Eu tinha até pretensão
De com ela se casar,
Fui até me ajoelhar
No Altar de São João.
Maria fez rejeição
Somente por covardia.
Eu gostava de Maria
E ela de mim não gostava.
QUANDO EU ÍA, ELA VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA ELA ÍA.
Eu católico verdadeiro
E ela doida pro macumba,
Se escutasse um zabumba
Já corria pro terreiro.
Avistava o changozeiro
E atuada se tremia,
Depois o que acontecia
Só o Satanás gostava.
QUANDO EU ÍA, ELA VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA, ELA ÍA.
Nós íamos pra sentinela
Eu chorava e ela não,
Mas o viúvo Carlão
Não tirava os olhos dela.
Daí eu disse pra ela
Que aquilo não procedia,
Pois o viúvo queria
A brecha que lhe faltava.
QUANDO EU ÍA, ELA VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA ELA ÍA.
Ela tinha uma aversão
Se eu quisesse lhe abraçar,
Uma vez que fui tentar
Levei foi um empurrão.
Faltou consideração
Porque eu não merecia,
Outros que eu conhecia
A namorada agarrava.
QUANDO EU ÍA, ELA VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA, ELA ÍA.
Eu terminei a frutica
E o namoro se findou,
Ela diz que, só ficou
Mas bom é amor que fica,
Já dizia tia Lica:
- Que a mulher, não é gia
Se o seu fogo ela esfria,
A quentura se agrava.
QUANDO EU ÍA, ELA VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA, ELA ÍA.
Esse mote foi desenvolvido por vários poetas e todos fizeram bem.
Não sei de quem é o mote. Mas que é bom de fazer é.
COMPOSITORES DO BRASIL

NO TEMPO DOS FESTIVAIS
Parte II
“É um tempo de guerra
É um tempo sem sol”...
Por Zé Nilton
Quando a TV Rio lança o primeiro Festival Internacional da Canção Popular, numa série de sete, de 1966 a 1972, e logo assumido pela novel Rede Globo, o tempo ainda não havia fechado de todo para o lado das liberdades civis. Respirava-se um ar de liberdade, vigiada, claro, mas as artes podiam falar do Brasil de então e o mundo não se acabava.
A partir do segundo e, mais precisamente do terceiro, em 1968, o dragão da maldade já andava solto, espreitando a tudo e a todos bem de perto, punindo hereges e rasgando heresias.
A classe média e a juventude estudantil urbanas enchiam o Maracanazinho, no Rio de Janeiro, e através da música engrossava o coro de que era “proibido proibir”.
Daqui da terra a gente tomava conhecimento pelo rádio, e quem podia, pelas raras revistas que chegavam. A indústria fonográfica lançava no outro dia do festival as músicas vencedoras e aquelas aplaudidas pelo povo.
Tempos bons aqueles.
No COMPOSITORES DO BRASIL, programa da Rádio Educadora do Cariri desta quinta-feira, vamos falar e tocar algumas músicas dos três primeiros festivais internacionais, ocorridos respectivamente em 1966, 1967 e 1968.
Vamos rever músicas que nunca mais saíram da memória do tempo e de quantos curtiram a vida, apesar de você.
Um passeio pelas canções de amor, de ternura do início, até as de protestos daquele ano negro para a História do Brasil, 1968.
Na sequencia:
1.Festival Internacional da Canção, 1966
a.SAVEIROS, de Dori Caymmi e Nelson Mota, com Nana Caymmi
b.O CAVALEIRO, de Tuca e Geraldo Vandré com Geraldo Vandré
2.Festival Internacional da Canção. 1967
a.MARGARIDA, de Gutenberg Guarabira com Gutenberg Guarabira
b.TRAVESSIA, de Milton Nascimento e Fernando Brandt, com Milton Nascimento
c.CAROLINA, de Chico Buarque de Holanda, com Cynara e Cybele
d.SÃO DOS DO NORTE QUEVEM, de Capiba e Ariano Suassuna, com Claudionor Germano
3.Festival Internacional da Canção. 1968
a)SABIÁ, de Tom Jobim e Chico Buarque com Cynara e Cybele (vencedora da fase internacional)
b)PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES, de Geraldo Vandré com Geraldo Vandré
c)ANDAÇA, de Dori Caymmi, Eduardo Souto e Paulo Tapajós, com Beth Carvalho e os Goden Boys
Quem ouvir verá!
Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri – 1020
Todas as quintas-feiras de 14 às 15 horas
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
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Frase do Dia.

Jose de Pedro André.
Encerrando o tema “Frase do Dia” falo do sentimento de saudade que tem o frase de hoje. Jose André acompanhava Mestre Antonio no comando da Banda Municipal a igreja matriz de Várzea-Alegre. Depois de um dobrado bem executado ele disse que as duas coisas mais bonitas que ele achava era um dobrado executado por aquela banda e o baixio do Machado amarelo de arroz. Aí está uma das duas maravilhas de Jose André, a foto do vale do Machado danadinho de amarelo. Faça sua avaliação. Esta foto é um colírio para os olhos.
Desafio - Por Claudio Jose de Souza.
Quando Deus quer não tem jeito.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
O Pau de Santo Antonio - Por Mundim do Vale.
Reprise de postagem do Mundim do Vale. Dedicado ao Dr. Jose Bitu Moreno.
Chica aproximou bem a foto do rosto e começou a falar numa mistura de oração com revolta; Meu Santim Santo Ontõe! Já faz muito tempo qui eu sou devota do sinhor. Mais eu tou disconfiada qui o sinhor num vai arranjar um casamento pra eu não. Ói, aquele Reginaldo da costeleta de sapato premeteu qui ia casar cum eu, mais aquela assanhada fia de Seu Chico Francisco deu inriba dele e eu fiquei no caritó.
Eu dei muita irmola pru Sinhor naquela capela da praça, mais quem se casou premêro foi Zabé Andrade e eu fiquei só. Inté Ana Alves já se casou será se ela é mio do qui eu? Oberto Siebra tombem premeteu se casar cum eu mais peidou no rabicho, adispois qui cunheceu aquela moça das Brava. É todo mundo arranjando casamento e eu nada. Se o Sinhor num dá de conta do sirviço, diga logo qui eu vou precurar um santo mais trabaiador, pruque quem num pode cum o pote num pega na rudia.
Se lembra daquela vez qui eu fui cum Dona Armicinda pra sua festa im Barbáia? Se lembra né? Apois naquele dia eu agarrei no seu pau e ainda tirei uma casquinha prumode ficar fazendo chá. Mais de nada adiantou, ninguém quer casar cum eu.
Agora eu vou é rasgar seu retrato, pruque de Santo preguiçoso eu já tou é cheia. Eu vou é me amancebar cum Brandão e ficar sendo devota de São Binidito, pruque aquele é um criolim qui gosta de trabaiar”.
Chica do Rato, Chica do Rato - Por Dr. Jose Bitu Moreno.
Chica do Rato, Chica do Rato. As crianças seguiam-na gritando. Ela se virava desfiando um rosário de imprecações. Novo revide das crianças e ela seguia resmungando com a voz rouca, falando consigo mesma, equilibrada em dois ágeis cambitos, vestida em andrajos coloridos, com lantejoulas, brilhos e os penduricalhos que ganhasse ou que por acaso achasse. Os braços finos carregavam pulseiras que tilintavam, do cabelo brotavam laços, tiaras e outros adereços, como uma medusa do bem, estilizada, ou como uma princesa, a princesa das ruas de sol, dos dias de estonteante claridade, dos borrifos brancos nuvens espalhados no céu azul.
Seu pai se chamava Abel, sua mãe, Maria, Maria de Abel, loucos varridos. Maria escrevia cartas para Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil, cobrando dívidas imaginárias ao erário. Abel tinha um reino, no seu reino existia uma pedra, “A pedra de Clarianã”.
“- Eram na realidade loucos ou seres desse outro reino?”
“- Devia o nosso presidente àquele reino?”
Eles moravam num quartinho, cedido por um senhor caridoso da cidade, no beco de Seu Dirceu, onde um dia Maria de Abel foi encontrada morta, sozinha e abandonada.
“- Que semelhança havia entre as Marias?”
“- A de Bel, morreu esquartejada pelo machismo brutal do mundo. A de Abel, foi vítima do preconceito e da pobreza, que também tantas mulheres dizimou, escravas e sem emprego.”
Tinha mais dois filhos, além de Chica, José e Levi, o primeiro normal do juízo e o outro igual a Chica.
“- Chica, Chica do Rato, Chica do Rato.”
Ela seguia em frente, pura alegria e movimento, até entrar em outra casa. As senhoras, suas madrinhas, lhe abriam as portas, todas a queriam, aquela louca mansa, alegre, como que saída de um outro mundo. Ela comia aqui, jantava acolá, ganhava de uns sapatos usados e de outros colares de pedras falsas, mas deixava alegria em troca, ou até mesmo a satisfação do outro se sentir são. Ainda hoje está descendo pelas ruas de pedras, vestida como uma princesa, incandescente de sol, e puxando um cordão de crianças: Chica do céu. Princesa do “Reino de Clarianã”. Outro era o louco cantor. Ficava trancafiado como se numa jaula, na verdade um anexo da casa dos pais, de grossas paredes e barras de ferro ao invés de janelas. Dava para uma estrada de terra, que margeava por trás da igreja e da rua principal, tendo de um lado os fundos das casas, quintais de muros altos ou abertos, entregues às urtigas, calangos e lagartixas, os monturos. Do outro lado da estrada, um grande descampado dividindo a cidade.
Ele cantava em voz de tenor músicas antigas e tristes, sobre amores desfeitos e outras dores da vida. Dizia-se, era muito bonito. Quando saía pela rua, nos dias de mansidão, trazia os cabelos lisos penteados para trás, sob efeito do gel “Brilhantina”, muito usado na época, e vestia um paletó branco, com cravo na lapela. Dizia-se ter sido aluno brilhante, tendo já alcançado salvo engano os bancos da faculdade, seria um doutor, quando a imprevisibilidade do destino o traiu e o que era para lhe abrir as portas do saber, os livros, levaram-no ao turbilhão misterioso da loucura.
Assim se falava, comentando o seu caso. Perdeu-se pois nos labirintos que a sabedoria esconde, sendo cuspido depois como um louco.
José Bitu Moreno
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
"Deu a louca" na Casa Civil -- postado por Armando Rafael

“Deu a louca” na Casa Civil! depois de Valdomiro, “mensalão”, José Dirceu e escândalo dos cartões corporativos, agora “Veja” afirma que filho de Erenice Guerra cobrou propina. 'Veja' diz que ele intermediou contrato dos Correios com empresa. Em nota, ministra afirma que acionará revista judicialmente.
A importancia de fechar a boca e abri os braços - Enviado por uma colaboradora.
Houve acusações e recriminações, variações sobre o tema "Como pôde fazer isso conosco?" Meu coração doeu por todos: pelos pais que se sentiam traídos e pela filha que se envolveu numa situação complicada como aquela. Será que eu poderia ajudar, servir de ponte entre as duas partes? Fiquei tão arrasada com a situação que fiz o que faço – com alguma frequência – quando não consigo pensar com clareza: liguei para minha mãe. Ela me lembrou de algo que sempre a ouvi dizer. Imediatamente, escrevi um bilhete para minha amiga, compartilhando o conselho de minha mãe:
"Quando uma criança (ou um filho) está em apuros, feche a boca e abra os braços."
Tentei seguir o mesmo conselho na criação de meus filhos. Tendo tido cinco em seis anos, é claro que nem sempre conseguia. Tenho uma boca enorme e uma paciência minúscula. Lembro-me de quando Kim, a mais velha, estava com quatro anos e derrubou o abajur de seu quarto. Depois de me certificar de que não estava machucada, me lancei numa invectiva sobre aquele abajur ser uma antiguidade, sobre estar em nossa família há três gerações, sobre ela precisar ter mais cuidado e como foi que aquilo tinha acontecido – e só então percebi o pavor estampado em seu rosto. Os olhos estavam arregalados, o lábio tremia. Então me lembrei das palavras de minha mãe. Parei no meio da frase e abri os braços. Kim correu para eles dizendo: – Desculpa... Desculpa – repetia, entre soluços. Nos sentamos em sua cama, abraçadas, nos embalando. Eu me sentia péssima por tê-la assustado e por fazê-la crer, até mesmo por um segundo, que aquele abajur era mais valioso para mim do que ela. – Eu também sinto muito, Kim – disse quando ela se acalmou o bastante para conseguir me ouvir. Gente é mais importante do que abajures.
Ainda bem que você não se cortou. Felizmente, ela me perdoou. O incidente do abajur não deixou marcas perenes. Mas o episódio me ensinou que é melhor segurar a língua do que tentar voltar atrás após um momento de fúria, medo, desapontamento ou frustração.
Quando meus filhos eram adolescentes – todos os cinco ao mesmo tempo – me deram inúmeros outros motivos para colocar a sabedoria de minha mãe em prática: problemas com amigos, o desejo de ser popular, não ter par para ir ao baile da escola, multas de trânsito, experimentos de ciência malsucedidos e ficar em recuperação.
Confesso, sem pudores, que seguir o conselho de minha mãe não era a primeira coisa que me passava pela mente quando um professor ou diretor telefonava da escola. Depois de ir buscar o infrator da vez, a conversa do carro era, por vezes, ruidosa e unilateral. Entretanto, nas ocasiões em que me lembrava da técnica de mamãe, eu não precisava voltar atrás no meu mordaz sarcasmo, me desculpar por suposições errôneas ou suspender castigos muito pouco razoáveis. É impressionante como a gente acaba sabendo muito mais da história e da motivação atrás dela, quando está abraçando uma criança, mesmo uma criança num corpo adulto. Quando eu segurava a língua, acabava ouvindo meus filhos falarem de seus medos, de sua raiva, de culpas e arrependimentos. Não ficavam na defensiva porque eu não os estava acusando de coisa alguma. Podiam admitir que estavam errados sabendo que eram amados, contudo. Dava para trabalharmos com "o que você acha que devemos fazer agora", em vez de ficarmos presos a "como foi que a gente veio parar aqui?" Meus filhos hoje estão crescidos, a maioria já constituiu a própria família. Um deles veio me ver há alguns meses e disse "Mãe, cometi uma idiotice..."
Depois de um abraço, nos sentamos à mesa da cozinha. Escutei e me limitei a assentir com a cabeça durante quase uma hora enquanto aquela criança maravilhosa passava o seu problema por uma peneira.
Quando nos levantamos, recebi um abraço de urso que quase esmagou os meus pulmões.
– Obrigado, mãe. Sabia que você me ajudaria a resolver isto.
domingo, 12 de setembro de 2010
Frase do Dia

Seu Ferreira.
Historia.
O Senhor Antonio Ferreira, seu Ferreira, era o homem mais inteligente de Várzea-Alegre. Isso levava Zé Felipe a considerar como mais um contraste ou seja: o homem mais inteligente de Várzea-Alegre era um português. Certa vez um caboclo chegou em sua loja e falou: Eu vi avisar que hoje eu matei uma cascavel em sua propriedade! Antonio Ferreira ouvindo aquilo disse: Muito bem, me diga uma coisa, o que tu estavas a fazeres na minha propriedade?
Enviado por Giovane Costa.