No próximo dia 24, a comunidade católica cratense lembrará o Dia de São Fidelis de Sigmaringa. Este frade capuchinho, foi escolhido por Frei Carlos Maria de Ferrara para ser o Co-padroeiro da “Missão do Miranda!”, esta o embrião da atual cidade de Crato. Sobre este grande Santo, reproduzimos abaixo excertos de um artigo escrito pelo pensador católico Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
O martírio de São Fidelis de Sigmaringa, ocorrido há 399 anos, em 24 de abril de 1622
“Modelo de leigo e advogado católico, de religioso e de mártir, São
Fidelis de Sigmaringa foi suscitado por Deus no início do século XVII
para pregar uma autêntica reforma católica na Suíça alemã, e reconduzir à
verdadeira Igreja os que se haviam deixado seduzir pela heresia de
Calvino. O Santo nasceu em Sigmaringa, às margens do Danúbio, no
Principado de Hohenzollern, Alemanha, filho de João Rey, descendente de
espanhóis, de fé sólida e honestidade comprovada. Este, por suas
qualidades morais e administrativas, chegou a ser escolhido para
conselheiro da Corte e prefeito de sua cidade adotiva. Sua mãe
chamava-se Genoveva de Rosemberg. Marcos Rey, como se chamava o menino,
desde tenra idade professava entranhada devoção à Virgem e horror ao
pecado, revelando formação religiosa tão profunda, que marcou toda uma
vida que seria depois coroada com a palma do martírio.
Inteligente e aplicado, Marcos fez com sucesso seus estudos na
Universidade católica de Friburgo, na Suíça. De elevada estatura, bela
presença, semblante sério e sereno, ele era respeitado pelos professores
e admirado pelos condiscípulos que, por sua ciência e virtude o
cognominaram o Filósofo Cristão. Após diplomar-se em Direito civil e
canônico, Marcos aceitou o convite de alguns condiscípulos para
servir-lhes de companheiro e guia numa viagem cultural por várias nações
da Europa. Conhecendo diversas línguas, Marcos exerceria também a
função de intérprete. Na França, o Santo aceitou os desafios de
protestantes para debates em praças públicas, confundindo-os sempre. No
Franco Condado ingressou na Confraria de São Jorge, cuja finalidade era a
de dar sepultura aos condenados à morte.
Estabelecendo-se depois em Colmar como advogado, teve muito êxito, e em
breve adquiriu fama e clientela. O Dr. Marcos Rey, no entanto, preferia
as causas dos pobres às dos ricos, para poder defendê-los
gratuitamente. Em suas defesas jamais utilizou recurso algum que pudesse
tisnar a honra da parte contrária. Certo dia, a Providência iria
servir-se de um de seus sucessos para apartá-lo do mundo. Defendendo uma
causa justíssima, fê-lo com tanta maestria, que encerrou o caso de vez.
O advogado da parte contrária confidenciou-lhe então que, se ele não
protelasse seus casos para ir vivendo por conta de seus clientes,
acabaria morrendo de fome. Era preciso ir esticando-os às custas deles,
para ter o necessário para viver.
Essa observação interesseira e muito mundana, desgostou tanto o Santo que, como outro grande santo e famoso advogado, Santo Afonso Maria de Ligório, o Dr. Marcos Rey desiludiu-se do mundo da jurisprudência, decidindo-se a abandoná-lo de vez. Depois de fazer os exercícios espirituais, ele pediu admissão no Convento capuchinho de Friburgo. Por sugestão do Superior, recebeu antes a ordenação sacerdotal. Na festa de São Francisco de Assis de 1612, cantou sua Primeira Missa e recebeu o hábito capuchinho, trocando seu nome batismal pelo que o imortalizaria, Fidelis de Sigmaringa.
No ano de
1621, o exército austríaco invadiu a região dos grises suíços, tendo
sido escolhido o Santo para capelão do exército acantonado nos arredores
de Feldkirch. Uma peste atacou as tropas fazendo inúmeras vítimas.
Fidelis corria de um a outro atingido, a fim de levar auxílios materiais
e da Religião aos enfermos, obtendo, junto aos ricos, donativos para
comprar os remédios necessários aos feridos. Recorreu para isso ao
próprio Arquiduque Leopoldo, generalíssimo do exército austríaco, para
socorrer os empestados. Com sua prudência e caridade apaziguou um grupo
de soldados rebelados por falta de víveres.
Ocorreu depois que, quando o Arquiduque Leopoldo recobrou certos vales
do país dos grises, na Suíça, que antes lhe pertenciam, pensou em enviar
para lá missionários zelosos que pregassem a fé católica, e fizessem
voltar ao grêmio da Igreja os infelizes que dela se haviam apartado por
causa da pregação dos calvinistas. A Congregação da Propaganda Fidei, de
Roma, nomeou São Fidelis chefe dos missionários. Quem não se
convenceria ouvindo esse apóstolo desafiar os ministros protestantes,
fazendo cair por terra todas suas argumentações? Vendo-o caminhar com os
pés nus catequizando as crianças, procurando as ovelhas desgarradas
através do gelo, dos rochedos escarpados e precipícios, até o coração
mais empedernido no erro sentia-se comovido.
É claro que isso só podia suscitar ódio nos inimigos da Fé. E São
Fidelis não ignorava que poderia ser morto a qualquer momento. Ele teve
mesmo uma premonição sobre seu próximo martírio. Chegando ao seu
conhecimento vários complôs para assassiná-lo, e querendo morrer com as
armas na mão, começou a assinar: “Irmão Fidelis, que dentro em breve
será pasto de vermes”.
Estamos a carecer que Nossa Senhora da Penha e o nosso co-padroeiro nós cubra de graças e olhe para o Crato. Você sabia que para viajar para Fortaleza via Iguatu, Quixadá, você tem que ir apanhar o ônibus em Juazeiro do Norte? Ninguém embarca na rodoviária de Crato.
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