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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 1 de abril de 2021

CADÊ O FUTEBOL QUE ESTAVA AQUI ? - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Só podia sair da boca de um poeta: “Craques do passado continuam jogando um bolão, nas minhas lembranças”.

Os meus primeiros heróis vieram das revistas em quadrinhos e do cinema: Gene Autry, Roy Rogers, Rocky Lane, Charles Starrett,(Durango Kid) Zorro e outros de menor votação.

Mas, nós sabíamos que eles eram de mentirinha, naqueles enredos fantasiosos para as suas aventuras, que faziam nossa existência repleta de felicidades.

Agora, os verdadeiros heróis da minha infância foram jogadores de futebol.

Dos astros municipais: Anduiá, Bebeto, Panquela, Binda, Idário e Netinho, dos times do Crato, Sport e Cariri, aos heróis campeões do mundo de 1958: Garrincha, Pelé, Vavá, Nilton Santos e Didi, comandados por Vicente Feola.

Éramos gigantes, jogávamos de uma forma diferente. Os nossos craques não erravam, não caiam. Os branquelos europeus de cintura dura e o resto do mundo eram inferiores. E fim de papo

Mas, esse futebol, fonte de orgulho de todos nós, que sempre fez as nossas vidas menos duras e mais fáceis de serem vividas, tem perdido a originalidade e a posição de melhor do mundo.

Os branquelos amoleceram a cintura, aprimoraram os fundamentos, fazem gols de letra, de trivela, de bola parada e driblam diferente, mas driblam.

Aqui, a última constatação das pesquisas dá conta de que, depois do sumiço do drible, também,desapareceram dos nossos jogos os gols através de cobranças de falta.

Logo no Brasil de Didi, “folha seca”, Zico, Nelinho e outros mestres especializados em tirar do goleiros, com precisão invejável.

Tem uma justificativa que consideramos até risível: nos últimos tempos, os zagueiros ganharam altura e tornaram as barreiras mais altas.

Uma outra nos parece mais verdadeira: os jogadores aprimoram pouco (ou não treinam) cobranças de falta, durante os treinamentos, para evitar lesões.

Não me consta que, esta tenha sido uma razão para Zico deixar de treinar horas e horas, depois dos coletivos, e se tornar um dos melhores cobradores do futebol brasileiro.

Pois é. “As nossas admirações do passado continuam jogando um bolão em nossos sonhos”.

Consola.

2 comentários:

  1. Prezado amigo Wilton - Sua crônica de hoje foi escrita com a caneta da saudade. Sempre existiram grandes cobradores de falta. Mas, eles treinavam para tanto. No Bangu tinha um jogador que depois foi para o Botafogo chamado Parada. Não era um craque da bola mas era um grande cobrador de faltas. De cada 10 faltas batidas convertia 5 em gols.

    Outro dia eu vi um repórter da TV afirmando que a equipe do Fortaleza fazia dois anos que não fazia um gol de bola parada.

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  2. O Brasil vem perdendo o brilho do futebol para o dinheiro. Aquele drible inusitado, os gols de falta e de escanteio sumiram, a triangulação virou quadrado e o público se tornou um bando de arruaceiros.

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