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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

PAPO DE VARZEALEGRENSES - POR ANTONIO MORAIS


José de Sousa Lima e Vicente Estevão Duarte,  com licença da palavra Pé Veio e Vicente Cesário,  estavam na barbearia do segundo a antiga rua Major Jaquim Alves quando  passou um enterro.

Vicente fala para Pé Veio: vamos acompanhar!  Pé Veio responde: eu não. Mas nós temos que ser solidário com os mortos, temos que enterra-los. Pé Veio encerra o papo dizendo: mas ele não vai ser solidário comigo, ele não vai ao meu enterro. Então Vicente Cesário  lascou: é mesmo, eu vou é tomar uma gelada que com o tanto de bêbados que eu já vi passar para o cemitério quando eu chegar lá em cima não vai ter nada.  Já beberam todas.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

489 - Preciosidades Antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais


Poucos conhecem a historia de Izidora. Embora ela tenha sido testemunha do nascimento de diversas gerações dos do Sanharol e circunvizinhanças. Vivia de casa em casa e muitas vezes era chamada em cima da hora. Recebeu esse nome de batismo de Antonio Alves de Morais, o conhecido Antonio Alves do Sanharol que pelo menos 12 vezes recebeu os seus prestimosos serviços. Quando a gestante dava sinal do parto corriam a casa do seu dono Pedro Alves de Morais, Pedrinho do Sanharol para buscá-la.

Izidora era feita de tabuas de pau darco e um couro curtido de boi, uma jerigonça cuja atribuição era desempenhar o papel de uma cama. Era a única daqueles tempos e o seu dono, sempre muito solicito, a emprestava a quem procurasse. Izidora era abençoada por São Raimundo Nonato, numa época em que não existiam pré-natal, cesariana, nem medicos, não houve noticia de óbitos por parto testemunhado por ela. Izidora, poucos conhecem sua historia para agradecer e ser grato por sua solidariedade e companhia.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

A GANÂNCIA DO BICHO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Às vezes, dá vontade da gente se subtrair do Mundo.

É quando o homem, bicho escroto do Planeta, faz das maldades uma constante.

Sem remorso, toma o lugar dos outros. Ganância que provoca as malditas desigualdades.

Minoria asquerosa que deseja tudo pra si. Tira, dizendo que está dando.

Responsável por diagnósticos somente às portas da morte. Sem um mínimo de sutileza.

Um embaralhado de privações e provações. Só porque o bicho escroto egocêntrico acha que deve ser assim.

Sem área para refúgio, ficamos a um palmo de distância do inferno.

Somos tomados por uma sensação de inexistência.

Estou puto. Vade retro, bicho ruim, a fumaça do Cocó pra você.

Carajo!

domingo, 21 de janeiro de 2024

GRANDES E PEQUENOS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Reputo o melhor momento do campeonato cearense, quando a Federação Cearense fez valer a ideia de interiorizar o certame.

Lembro até do tratamento dado a esse esforço, fisgado de um sucesso musical que ressaltava a festa no interior.

Por um longo período, o futebol profissional do Ceará se restringiu a clubes da capital.

Com a participação interiorana, aumentou-se o número de pequenas e intermediárias equipes. Com isso, o futebol no nosso Estado passou a cumprir os seus reais objetivos.

A essência do esporte mais popular do Mundo não se concentra apenas nas grandes agremiações. É uma coisa muito mais ampla.

Claro que o Estadual ganha enorme força, quando Ceará e Fortaleza decidem tomar parte com suas equipes principais.

Mas, as pequenas e intermediárias equipes são partes complementares e importantes para dar musculatura à competição.

Infelizmente, temos observado a redução de gestores envolvidos com o futebol cearense do interior.

Um fato que precisa ser estudado por todos: Federação, imprensa e autoridades a quem o assunto deve interessar.

Centros como Juazeiro do Norte, Sobral e Crato, não podem ter papéis secundários no cenário esportivo Estadual.

Iguatu e Barbalha precisam da companhia.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Frase do dia.

"Quanto é que o senhor tem aí?"

Zaqueu Guedes.

Inaugurado o Banco do Brasil em Várzea-Alegre, depois da ressaca da festa, já no segundo dia de expediente, Zaqueu Guedes adentra a agencia e se dirige ao gerente Raimundo Norões Oliveira e diz: Eu desejo fazer um empréstimo! Quanto o senhor está planejando tirar? Perguntou o gerente. Quanto é que o senhor tem aí? Respondeu Zaqueu.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

2024 SERIA ÓTIMO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Se o crime organizado deixasse de desmoralizar o Estado.

Se o calor deixasse de agitar ainda mais as almas perturbadas.

Se a gente pudesse sentir o hálito fresco da manhã.

Se os malvados fossem combatidos de verdade.

Se o drible voltasse a ser a presença de espírito do corpo.

Se a política deixasse de ser apenas um negócio.

Se a música no Brasil deixasse de ser uma cantoria canina.

Se o crime e a justiça saíssem do lombo do mesmo cavalo.

Se o caráter do brasileiro deixasse de piorar de 15 em 15 minutos.

Se o racismo deixasse de ser uma chaga da civilização.

Se os corruptos tirassem férias.

Se a delicadeza podesse ser recuperada.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

A Botija - Coronel José Ronald Brito.

No tempo em que ainda não existia banco no Ceará, um sertanejo abastado recebeu do vigário do município onde morava uma vultosa quantia para que ela fosse guardada, até a próxima necessidade. Comprovação daquele  deposito, a palavra do Coronel.

Acontece que pouco tempo depois o homem faleceu de "morte súbita"; Ele não havia contado para ninguém os termos do negocio e quando o vigário tentou reaver a quantia, que segundo ele o morto devia a paroquia, os familiares exigiram a comprovação do débito. Como o pároco não tinha, ficou o cobrado pelo não pago. 

No entanto, como a historia veio a publico e o patrimônio do falecido não tinha acrescido, acreditou-se logo que ele tinha enterrado  a fortuna. Aí, começou a corrida do ouro em busca da botija.

Quando o dia amanhecia, o sitio estava todo cavoucado nas áreas que pareciam estratégicas para se enterrar um pote.

Como o falecido tinha muitos filhos, estranhou-se  porque de uma hora para outra, um deles revolveu viajar para terras distantes e nunca mais voltar.

Os seus parentes e amigos que ficaram para trás, logo desconfiaram que ele tinha arrancado a botija e não falou para ninguém. Muitos não acreditaram na esperteza do rapaz e passado mais de um seculo ainda tem gente que procura ficar rico encontrando o dinheiro que julgam ter sido enterrado naquele lugar, hoje um arruado que tem o nome de Botija.

O texto é longo mas, de prazerosa leitura - Por Antonio Morais

Talvez a mais rica, forte e profunda experiência da caminhada humana seja a de ter um filho. Ser pai ou mãe é provar os limites que constituem o sal e o mel do ato de amar alguém.

Quando nascem, os filhos comovem por sua fragilidade, seus imensos olhos, sua inocência e graça. Eles chegam à nossa vida com promessas de amor incondicional. Dependem de nosso amor, dos cuidados que temos. E retribuem com gestos que enternecem.
Mas os anos passam e os filhos crescem. Escolhem seus próprios caminhos, parceiros e profissões. Trilham novos rumos, afastam-se da matriz. O tempo se encarrega da formação de novas famílias. Os netos nascem. Envelhecem. E então algo começa a mudar.

Os filhos já não têm pelos pais aquela atitude de antes. Parece que agora só os ouvem para fazer críticas, reclamar, apontar falhas.
Já não brilha mais nos olhos deles aquela admiração da infância. E isso é uma dor imensa para os pais. Por mais que disfarcem, todo pai e mãe percebem as mínimas faíscas no olho de um filho. Apenas passaram-se alguns anos e parece que foram esquecidos, os cuidados e a sabedoria que antes era referência para tudo na vida.

Aos poucos, a atitude dos filhos se torna cada vez mais impertinente. Praticamente não ouvem mais os conselhos. A cada dia demonstram mais impaciência. Acham que os pais têm opiniões superadas, antigas.

Pior é quando implicam com as manias, os hábitos antigos, as velhas músicas. E tentam fazer os velhos pais adaptarem-se aos novos tempos, aos novos costumes.

Quanto mais envelhecem os pais, mais os filhos assumem o controle. Quando eles estão bem idosos, já não decidem o que querem fazer ou o que desejam comer e beber.

Raramente são ouvidos quando tentam fazer algo diferente. Passeios, comida, roupas, médicos, tudo, passa a ser decidido pelos filhos. E, no entanto, os pais estão apenas idosos. Mas continuam em plena posse da mente. Por que então desrespeitá-los? Por que tratá-los como se fossem inúteis ou crianças sem discernimento?
E, no entanto, no fundo daqueles olhos cercados de rugas, há tanto amor. Naquelas mãos trêmulas, há sempre um gesto que abençoa, acaricia.

A cada dia que nasce, lembre-se, está mais perto o dia da separação. Um dia, o velho pai já não estará aqui. O cheiro familiar da mãe estará ausente. As roupas favoritas para sempre dobradas sobre a cama, os chinelos em um canto qualquer da casa.
Então, valorize o tempo de agora com os pais idosos. Paciência com eles quando se recusam a tomar os remédios, quando falam interminavelmente sobre doenças, quando se queixam de tudo.
Abrace-os apenas, enxugue as lágrimas deles, ouça as histórias, mesmo que sejam repetidas, e dê-lhes atenção, afeto.
Acredite: dentro daquele velho coração brotarão todas as flores da esperança e da alegria.

CONTOS LAVRENSES - PADRE VERDEIXA.


Boqueirão de Lavras.

Em 1830, esteve à frente da Freguesia de São Vicente Férrer, na qualidade de vigário encomendado, o famoso e endiabrado Padre Alexandre Francisco Cerbelon Verdeixa que trouxe em polvorosa a pequena Vila das Lavras. Escandalizou sua população, com atitudes arbitrárias e até obscenas, provenientes do seu gênio maléfico e sombrio.

Conta-se que o PE. Verdeixa, após abençoar um matrimônio, em Lavras, dirigiu-se com a comitiva, a residência do pai da noiva, para participar do festim. Tomou parte, também, e a paisana, no sarau dançante. Bailando e rodopiando com a noiva, dava-lhe fortes umbigadas. O noivo e outros convidados expulsaram-no do recinto a pauladas. O levita silencioso escafedeu-se, transpondo, de um pulo, uma janela, e sumiu-se mata adentro. Era assim o desatinado PE. Verdeixa. (Extraído do Livro “São Vicente das Lavras” de Joaryvar Macedo).

Outro conto do famoso PE. Verdeixa era sua fama de levar cura para os doentes que visitava. Certa feita foi visitar uma mulher que estava com dificuldades para parir. Selou e montou no seu belo e bem cuidado cavalo alazão, seguiu para o sítio e lá chegando preparou um escapulário e colocou no pescoço da paciente, logo a criança nasceu. Então esse escapulário começou a ser levado e colocado no pescoço de doentes e por ironia do destino conseguiam a cura. Certa vez, um curioso quis saber o que existia dentro daquele pequeno pedaço de pano costurado e pendurado num cordão. Resolveu abrir, e para sua surpresa encontrou um pedaço de papel escrito os seguintes versos: “Eu passando bem com meu cavalo alazão, eu lá me importa que essa égua para ou não”.

Outras estórias que são peculiares de cidades do interior, e Lavras da Mangabeira não fugiu a regra, são as estórias de figuras lendárias, e mal-assombro que segundo a crendice popular, aparecem visões, fantasmas e almas do outro mundo. Contam que Dona Marica do PE. Luís transformava-se, nas madrugadas das sextas-feiras, em uma ágil e possante mula a percorrer as estradas, ora escaramuçando, ora espojando-se. E muitas são as estórias de botijas no local do sobrado do PE. Luís. Jamais, porém, alguém conseguiu desenterrá-las, pois os que tentaram fazer, altas horas da noite, se assombraram com a presença inesperada de um enorme cavalo, de um frade velho de barbas longas ou de um padre lançando labaredas pela boca. A estória de botijas é comum em todos os sítios das antigas e ricas famílias do lugar. Existem até quem diga já cavaram e encontraram riquezas, mas não pra si, sempre para os seus patrões. Toda cidade sabe que muitas foram às botijas encontradas no Sítio Tatu de propriedade de Dona Fideralina Augusto Lima, como em sua residência na cidade.

Antônio Ermírio de Morais.


Não crio meus filhos com ar-condicionado no verão e calefação para que não se acostumem ao luxo fácil e a vida mansa. 

O melhor que posso deixar para eles é a educação e apego ao trabalho. Ganhar dinheiro sem trabalhar pode ser bom para o bolso.  Mas é péssimo para o caráter.

Antônio Ermírio de Morais.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Ser avô - Por Zuenir Ventura.


Dizem que as declarações de avô são como as cartas de amor segundo Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa: são todas ridículas. Por isso, jurei que jamais pagaria mico.

Ao contrário de Verissimo, Ziraldo, Ancelmo, Garcia, para citar os mais conspícuos, sou um avô do tipo discreto, reservado, que não gosta de contar vantagens. Quem quiser que se vanglorie.
Prometi a mim mesmo que quando nascesse meu primeiro neto ou neta, não repetiria aqueles gestos piegas, aqueles derramamentos sem pudor dos avôs em geral.

Nunca, por exemplo, alguém me ouviria dizer que ser avô é ser pai com açúcar. Por mais que tivesse vontade, eu me conteria diante do bercinho e não diria: "Ah, que gracinha!", "Como ela é viva!". Prometi e cumpro, mantendo autocrítica e distanciamento em relação à minha primeira neta.

Sou um avô tão modesto que, mesmo agora, quando as pessoas garantem que Alice, com poucos dias de nascida, já se parece comigo, é linda, tem os meus olhos, a minha boca, o meu jeito de sorrir e às vezes, virando-se para mim, consegue murmurar algo que cheguei a identificar nitidamente como "vô" (com pronúncia fechada, certamente para não acharem que ela está chamando a "vó"), mesmo assim, não saio por aí exaltando essas proezas e nem venho a público alardeá-las. Não importa que sejam os outros a dizer e que seja tudo verdade, guardo só para mim, não sou de apregoar.

O máximo que pensei fazer foi publicar a foto dela ali em cima, mas não para exibi-la, que ela não gosta dessas coisas, é discreta, saiu ao avô, mas para que os leitores do GLOBO pudessem ver com seus próprios olhos o que os visitantes, encantados, estão dizendo dela. Só para isso.

Meu editor, porém, achou melhor não. Ele alegou que abriria um perigoso precedente, porque iriam aparecer na redação outros avôs reivindicando igual direito, ainda que suas netas não fossem fotogênicas como Alice.

Vocês com certeza gostariam que eu repetisse o que está sendo dito de minha neta, mas resisto, acho ridículo ficar expondo num jornal sentimentos tão particulares. Aqui não é o lugar.

O que os leitores têm a ver com essas histórias? Por que eles se interessariam em saber que Alice, diferentemente de outras crianças da sua idade, é fora do comum e tão precoce que no meio de tanta gente já sabe distinguir o seu vô?

Como detesto excesso de efusões e arroubos de vaidade, prefiro disfarçar essa satisfação. É uma questão de foro íntimo. Em primeiro lugar, a privacidade de Alice. Nada de despertar narcisismo nela. Que ela saiba de suas extraordinárias virtudes pelos outros, não por mim. Sou assim, um recatado pai com açúcar, o que posso fazer?

Ah, sim, esqueci de dizer que Alice tem mãe, Ana, e pai, Mauro. Mas isso é apenas um detalhe.

DE NOVO, A VELHICE - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Não me venham dizer que o assunto é super agradável. "O Mundo gira e a Lusitana roda" e ei-lo, novamente, em crônica nossa.

Um dos maiores temores humanos é a velhice. Não é a morte, porque ninguém imagina que vai morrer.

E todo mundo dá o seu pitaco sobre o assunto. Que o bom humor salve a todos nós.

"O homem chega ao fim quando deixa de ser velho e começa a ficar antigo".

"Quando todos estão prontos para o fim, eu estou pronto para começar".

"Não há vida depois dos 62 anos". Quem afirmou foi Simone de Beauvoir, aos 62 anos de idade.

Quando de uma comemoração pela chegada dos 80 anos, um grupo estendeu numa faixa: "Os 80 de hoje são os 60 de ontem".

Pois quando completou 80 anos, o cartunista Ziraldo disparou: "Melhor idade é a puta que pariu!”

Fato é que, como disse Bernard Shaw: "Não tente viver para sempre, você não terá sucesso"

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

ZAGALLO, O ESTRATEGISTA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Sob o comando de João Saldanha, a seleção brasileira nas eliminatórias para a Copa do México em 70 jogava num 4-2-4.

O "João sem medo" era adepto de um futebol mais vistoso, ofensivo. Com sua queda, Zagallo assumiu e modificou tudo.

Era um período do futebol em que não se falava em esquema tático como hoje.

Piazza virou quarto-zagueiro e Edu, em grande forma, saiu para entrar Rivelino. Everaldo ganhou a lateral esquerda, para aumentar a capacidade de marcação.

Afora trocas de outros nomes, o primordial foi a estratégia de jogo. Sem a bola, o time iniciava a marcação a partir do meio- campo.

Com a retomada da bola, as estocadas ofensivas, com Jairzinho, Pelé, Rivelino e Tostão mais à frente.

Daí, iniciou-se a história da maior seleção brasileira de todos os tempos, sob o comando de Zagallo.

Num País onde o sucesso é uma ofensa, Zagallo nunca foi celebrado à altura dos seus feitos.

Ainda bem que o mundo esportivo o colocou como um dos maiores da história.

sábado, 13 de janeiro de 2024

RECADINHO À HUMANIDADE - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Se para o amigo a passagem de ano é apenas uma convenção chamada calendário, siga em em frente.

Ainda assim, se foi bafejado pela sorte no tempo que passou, distribua-a com os mais necessitados.

"Quem ganha mais tem que dar mais". A frase é boa e não falo em dinheiro.

Me refiro à felicidade, que é uma coisa boa demais. É a felicidade que traz o dinheiro.

Uma pessoa se notabiliza pela forma como vive e não pelo dinheiro que ganha.

Entanto, fique claro que, também, gosto de dinheiro. Ele é bom para pagar o nosso divertimento.

Ninguém é feliz sozinho, criatura. Outros alimentos nos tornam parte do Mundo.

Façamos de conta que não existiu o adeus. No máximo, um "até logo".

Enfim, devo dizer que a morte não é nada diante do amor.

No mais, reconheçamos que  resto é paisagem.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

MEU IRMÃO BIVAR - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 

Retorno de Juazeiro, onde me despedi do irmão Bivar.

A mente precisa de um certo tempo para processar o luto.

Bivar era surdo e mudo. Com problemas de saúde, nasceu marcado para morrer cedo, segundo os médicos.

Furou todas as previsões e viveu celebrando a vida.

Foram 67 anos plenos em todas as dimensões. Levava alegria aonde chegava.

Tomou porres em farras homéricas. Colecionou amigos por onde passou.

Era produtivo. Vendia material para reciclagem. Os amigos eram generosos com ele, sempre lhe "emprestando" uma ponta.

Dos dez filhos de nossa mãe, Dona Deusdete, Bivar foi a sua grande preocupação.

Voltou a ficar sob os seus cuidados na eternidade.

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Honestidade e confiança - Enviado por Amigos de Deus

Um empresário bem-sucedido sabia que era tempo de escolher um sucessor para liderar seus negócios. Ao invés de designar um dos diretores ou um de seus filhos, ele reuniu os jovens executivos de sua empresa e lhes disse: 

“Chegou o momento em que devo escolher o próximo CEO. Decidi escolher um de vocês” Os jovens executivos ficaram surpresos, mas o CEO continuou: “Eu vou dar a cada um de vocês uma semente hoje – uma semente muito especial. Plantem-na, reguem-na e daqui a um ano tragam-me o que vocês cultivaram a partir dessa semente. Eu vou julgar as plantas que vocês me trouxerem e escolher o próximo CEO”.

Um deles, Jaime, entusiasmado, contou o plano à esposa. Ela o ajudou a encontrar um vaso, terra e adubo e plantou a semente. Todos os dias, ele a regou e observou para ver seu crescimento. Em pouco tempo os executivos começaram a falar sobre suas plantas que começavam a crescer.

Jaime continuou a checar sua semente, mas nada germinava. Passaram-se semanas e nada. Todos os outros falavam de suas plantas, mas Jaime não fizera a sua germinar e sentia que tinha fracassado. Seis meses se passaram e nada ainda surgira no seu vaso. Ele concluiu que tinha matado sua semente, mas não disse nada aos colegas. Ele continuou a regar e adubar o solo e queria desesperadamente que a semente germinasse. Quando findou o ano, os executivos foram instruídos a levar suas plantas para serem inspecionadas pelo CEO. Jaime disse à esposa que se recusava a levar um vaso sem nada, mas ela insistiu para que ele fosse honesto sobre o que tinha acontecido. Seria o momento mais embaraçoso por que ele já passara, mas ele sabia que a esposa estava certa. Jaime levou seu vaso sem planta para a sala de reunião. 
Quando chegou, a variedade de plantas que os outros executivos tinham cultivado o deixaram surpreso. Eram lindas e de vários formatos e tamanhos.  Quando colocou seu vaso sem planta no chão, muitos de seus colegas riram. O CEO chegou e Jaime tentou se esconder no fundo da sala. 

“Ora, que plantas, árvores e flores maravilhosas vocês cultivaram”, disse o CEO. “Hoje um de vocês será designado o novo CEO!”  Foi então que ele notou Jaime e o convidou para ir à frente com seu vaso sem planta. Jaime estava apavorado.  “O CEO sabe que sou um fracasso! Talvez ele vá me despedir!”- pensou. 
O CEO perguntou o que acontecera com sua semente.  Jaime explicou que, apesar de seus esforços, nada germinara. O CEO voltou-se para o grupo e mandou que todos se sentassem, menos Jaime. E olhando para ele, anunciou:  “Olhem para o seu novo CEO! Seu nome é Jaime!” O CEO, então, explicou:

“Há um ano eu dei a cada um desta sala uma semente. Eu lhes disse para plantá-la, regá-la e trazê-la de volta após um ano. Mas eu dei a todos vocês sementes que tinham sido fervidas; não era possível que germinassem. Todos vocês, exceto Jaime, trouxeram plantas e flores saudáveis. Quando descobriram que a semente não germinava, vocês a substituíram por outra. Jaime foi o único com coragem e honestidade para me apresentar um vaso com a minha semente. Portanto, ele será o único a ser escolhido o novo CEO”.

Alguém disse: "Se você plantar honestidade, colherá confiança. Se plantar humildade, colherá grandeza. Se plantar perseverança, colherá satisfação. Se plantar trabalho duro, colherá sucesso. Se plantar perdão, colherá reconciliação. Se plantar fé, colherá uma safra. Portanto, seja cuidadoso com o que planta hoje; isso determinará o que você colherá amanhã".


domingo, 7 de janeiro de 2024

Uma palavra amiga - Postagem do Antônio Morais


Quando você tiver motivos para chorar, derrame suas lágrimas para valer. Mas por outro lado, quando você tiver motivos para alegrar-se, não contenha seu sorriso.

Não pergunte tanto: Por que Deus permite isto ou aquilo? Mas sim, para que finalidade? O que Deus está querendo nos falar? Ou então: Porque o homem é assim? Por que o mundo é mau? Mas sim, o que você pode fazer para melhorar?

Passando por uma praça, vi um homem pequeno, quase anão, sem os dois braços, apenas um toquinho - que procurava atrair as pessoas para o verem acender um cigarro, escrever e outras coisas mais, somente utilizando os pés. 

Ganhava com isso o pão de cada dia. As vezes nós pensamos que sofremos demais, que somos as pessoas mais infelizes. Sempre se pode fazer algo com o que se tem, a partir da realidade própria de cada um.

Este anãozinho podia cair no desespero ou se acomodar, mas com seu próprio esforço ganhava a vida.

Uma palavra amiga - Padre Juca


Nosso coração é um mistério: as vezes tem sentimentos de revolta e vingança e, as vezes, de profunda misericórdia e bondade.

Diz a sabedoria popular que "Odiar alguém é como queimar a própria casa para livrar-se de um rato, é se sujar por pouca coisa".
Enquanto tantos dedicam-se a espalhar o ódio, a morte, o pessimismo, Etc, é necessário que alguém espalhe a esperança, o amor, a paz, o desejo de viver. E você pode fazer isto, não é mesmo?
Não se cale diante do que é belo!, E, ainda, dê seu apoio a tudo o que contribui para tornar melhor este nosso mundo.

sábado, 6 de janeiro de 2024

Será que o Papa Francisco se esqueceu de Dom Helder? - Joaquim Falcão

A reconciliação da Igreja Católica com o Brasil, através dos jovens, passa necessariamente pela necessidade do Vaticano fazer as pazes com D. Hélder Câmara. O silêncio é gritante.

D. Hélder, que com certeza teria sido Prêmio Nobel da Paz se não tivesse sido vítima da aliança do regime militar com João Paulo II e Dom Dedá, o arcebispo quase anônimo que lhe substituiu na prestigiosa até então Arquidiocese de Olinda e Recife, talvez hoje estivesse se não entre os papáveis, pelo menos entre os santificáveis da Igreja.

Para que o Vaticano se reconcilie com os pobres brasileiros, é prudente pedir perdão aos próprios brasileiros pela censura eclesiástica que impôs a D. Hélder e à Teologia da Libertação, ao ostracismo que D. Hélder aceitou na sua desilusão calada e sofrida.

Enquanto isso João Paulo II fazia ostensivamente política ocidental capitalista em sua terra natal para derrubar o regime comunista polonês, amordaçava os padres e fiéis brasileiros, muitos torturados, que também queriam implantar a democracia no Brasil. E conseguiram, sem auxílio do Vaticano.


Dom Hélder Câmara

 Hoje, o Papa Francisco corre atrás do prejuízo. Vamos saudá-lo e ajudá-lo. O elitismo político religioso de João Paulo II abriu as largas avenidas da fé e da esperança, não para o catolicismo, mas para as demais religiões, não tradicionais ao Brasil, como a dos evangélicos. Estes ocuparam o vácuo do desprezo e do medo das massas experimentado pelos cardeais e papas de Roma. Agora a Igreja Católica amarga uma perda de mais de 30% de seus fiéis para os evangélicos.

O Vaticano europeizado em sua distância, aprisionado pelos esquemas mentais da guerra fria – ou comunismo ou capitalismo – não foi capaz de ver D. Hélder com a singularidade da esperança. Estigmatizou-o. Não percebeu que a Igreja Católica tinha sido, em nossa história, “o cimento de nossa nacionalidade”, como disse certa feita Gilberto Freire.

Não me espantaria se um separatismo religioso se instaurasse progressivamente no Brasil com a expansão dos evangélicos. O que é um direito deles, sem dúvida.

Será possível que o Papa Francisco, que prega como pregava D. Hélder, com simplicidade, a favor da pobreza, contra os ouros dos altares e os veludos carmim, vá silenciar, nesta longa viagem, sobre D. Hélder? Não vá lhe estender a mão?

O quarto de D. Hélder, em sua pequena casa no Recife, e não no palácio do Arcebispado a que tinha direito, era mais despojado do que este quarto, difundido no mundo todo, que o Papa Francisco tanto recomenda como simbolismo de expiação dos pecados da elite religiosa diante dos pobres. Já é algo em comum.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

"Usurpador anti-papa": Padre ofende Francisco e é excomungado.


Um padre italiano foi excomungado depois de chamar o Papa Francisco de “usurpador anti-papa” na sua homilia de Ano Novo.

O discurso do Padre Ramon Guidetti à congregação na igreja de São Ranieri em Guasticce, uma aldeia na província toscana de Livorno, foi uma homenagem que marcou o primeiro aniversário da morte do antecessor de Francisco, Bento XVI.

Num vídeo da homilia, que durou mais de 20 minutos e foi compartilhado online, Guidetti refere-se ao pontífice argentino simplesmente como “Sr. Bergoglio”, antes de o descrever como “um maçom jesuíta ligado a potências mundiais, um usurpador antipapa”.

Guidetti prosseguiu dizendo que Francisco tinha um “olhar cadavérico, para o nada”, ao contrário do “bom Bento”.

Seu afastamento veio rapidamente. No documento assinado pelo chanceler da diocese explica-se que padre Guidetti “cometeu publicamente um ato de natureza cismática, recusando a submissão a Sumo Pontífice e a comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeitos”. O padre foi, portanto, suspenso ‘a divinis’, afastado do cargo de pároco e não poderá mais celebrar.

“Estou calmo”, disse ele à Rádio Domina Nostra, programa de rádio apresentado por Alessandro Minutella, outro padre que foi excomungado após atacar o Papa Francisco. “Mas surpreso com a velocidade com que a guilhotina desceu. 

Vou emoldurar o decreto e pendurá-lo na parede – será algo de que me orgulharei.”

Da janela de sua casa - Padre Cícero.

Da janela de sua casa, ele falou aos seus fiéis : Não se preocupem meus filhos, a Monarquia voltará e seremos novamente um pais próspero.

"O Comunismo foi fundado pelo demônio. Lúcifer é o seu chefe e a disseminação de sua doutrina é a guerra do diabo contra Deus.

Conheço o comunismo e sei que é diabólico. É a continuação da guerra dos anjos maus contra o criador e seus filhos."

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

EU PENSO - Wilton Bezerra, comentarista generalista.


Depois de uma orgia de remédios, fico pensando no meu canto, como um cronista de laboratório que mistura conteúdos.

O receio de parir apenas um ridículo camundongo, como ocorreu com a montanha que se contorceu em dores.

Muitas vezes, juntamos pedacinhos da gente para compor uma crônica. É quando desconfiamos que ainda existe, no corpo e na alma, alguma coisa a ser investigada.

Já disse, e muito, que o cronista se faz visível na crônica que escreve. Sabemos o que fomos condicionados a saber.

E saímos com a romaria, montando frases em cima de muitas coisas que já foram ditas de forma diferente.

O que somos senão o amálgama dos nossos ancestrais.

As considerações trazidas até aqui, nessa croniqueta, visaram chamar a sua atenção para o seguinte:

Mais importante do que pensamos é o que fazemos.

Precisamos amar e celebrar o nascer das manhãs.


Um congresso de vendidos presidido por um banana - Por Pedrinho Sanharol.

Senador Nilo Coelho, presidente do congresso nacional  no período  dos governos militares.

O Congresso Nacional aprova uma lei, o presidente da república veta. O congresso derruba o veto. O presidente da república edita uma medida provisória com o mesmo teor. 

Isso nada mais é do que uma desmoralização total do congresso nacional de hoje em dia.

O presidente do congresso senador Rodrigo Pacheco precisa ler um pouco sobre o Senador Nilo Coelho que foi presidente do Congresso no período da ditadura : "Eu sou o presidente do Congresso do Brasil, não sou o presidente do congresso da Arena".

O senador Rodrigo Pacheco age como presidente do congresso do Lula, do sistema podre e nocivo.

WILTON BEZERRA - CAUSOS E CRÔNICAS.


Não chore ainda não, que um novo livro vai sair.

É um livro de simples conteúdo, que todo mundo vai parar pra ler.

Os causos divertidos servem para preencher os vazios do meio-campo da vida.

A crônica é beneficiária do último passe. Aquela bola que se recebe para apenas empurrar ao gol.

O lançamento se dará no dia 26 de janeiro, às 18 horas, naquele restô que é uma praça da cidade, o Cantinho do Frango, do amigo Caio Napoleão.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

PODES DESCRER, AMIZADE - Por Wilton Bezerra - Comentarista generalista.

Certa feita, o papo de redação com uma jornalista descambou para o lado das crenças religiosas.

Mal tinha preparado o meu sistema tático para a conversa, fui chamado de blasfemo por não acreditar na existência de uma divindade na qual a menina fazia muita fé.

Disse ela, talvez já de olho na minha jugular: “Você é uma pessoa bastante inteligente  e não devia dizer uma coisa dessa”.

Essa frase foi só o começo de uma peroração, digna dos pastores que pregam em praças públicas.

Tal qual o saudoso Luiz Rolim Filho, “Paxá” do extinto Clube Romeu Martins, ao responder sobre a escolha de um certo nome para presidir o Fortaleza: “calado estava, calado fiquei”.

Eu, blasfemo?

Não dá para aceitar essa pecha, simplesmente porque ninguém é obrigado a acreditar em divindades, seja de qual religião for.

Longe de nós querer abafar a crença das pessoas, embora nos aborreça a forma grosseira como ela é explorada com o fito de ganhar dinheiro.

O fervor religioso do companheiro Tom Barros, vez por outra, me faz refletir sobre esse ângulo religioso.

Aliás, foi ideia, acho que de Millor Fernandes, criar na Constituição uma lei que desse ao cidadão o direito à descrença.

Essa lembrança me ocorreu por saber que os fanáticos que metralharam anos atrás cartunistas franceses (acharam que os chargistas blasfemaram contra suas sagradas divindades) andaram fazendo umas “preliminares” de atentados recentemente.

No tempo da inquisição, gente de pouca ou nenhuma fé era condenada a virar churrasco numa fogueira.

Nos tempos atuais, o islamismo radical tornou o castigo moderno e mais rápido com o uso de metralhadoras de última geração.

Basta “blasfemar” contra suas crenças.

Descrer é um perigo, irmão.