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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

546 - Precioidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais.

Violência na visão dos leigos.

Eu tenho uma admiração inveterada pelo sertanejo nordestino. Durante boa parte de minha vida eu possui uma propriedade rural adquirida do senhor Alencar Severino, a criatura mais amiga, honrada e pura que conheci na vida.

Eram quase uma dezena de moradores, Nada mais prazeroso do que sentar na alpendrada da casa e ficar conversando arezia com eles.

Jeová era o mais desmantelado de todos. Todo dia tomava um porre. Quando estava bêbado batia nos meninos. Dona Zefa, a esposa ia socorrer a criança e ele mandava cipó no lombo, apanhava também.

Um dia, Dona Cicera, esposa de seu Luiz, falou : "Muier cuma é que tu aguenta apanhar todo dia uma surra e num reage? As coisas mudaro, eu escutei no rádio que tem a lei Maria da Penha para proteger as muié!

Zefa emendou : Cicera, tu acha que quando ele largar os cabo de vassoura neu, se eu gritar, chega Maria da Penha me acode, ela vem acudi eu? 

Para todo aquele, por mais leigo que seja, analisando bem o mundo que vivemos, Zefa tinha razão. 

O efeito das leis no Brasil perdeu a validade. 

2 comentários:

  1. Esse palavreado do sertanejo é gostoso de ouvir.

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  2. Quanto as leis criam a Maria da Penha para proteger a mulher, coisa muito justa, e, criam a lei da fiança para proteger o assassino.

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