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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 31 de julho de 2024

Precedência Familiar - Por Heitor Bezerra de Brito, Telma de Figueiredo Brilhante e Alexandre Dimitri Moreira de Medeiros..

Historiadores são recordadores profissionais daquilo que as pessoas querem esquecer. 

A vida é o presente mais bonito que temos. Nós nunca deveríamos permitir a ninguém estragar esse presente que não receberemos outra vez.

"Precedência Familiar", dos autores Heitor Bezerra de Brito, Telma de Figueiredo Brilhante e Alexandre Dimitri Moreira Medeiros trata da ascendência e descendência de Joaquim Bezerra de Menezes e Raimunda Gomes de Matos.

Um casal nascido na década de 60, de 1800.

"Certamente que não esperavam, depois de tantos anos, apresentarem a origem direta e indireta de tantos descendente.

Agradeço aos autores, especialmento ao primo me amigo Heitor, por me  oportunisar a satisfação de conhecer a trama familiar a cerca do casal Joaquim e Raimunda, unindo assim duas famílias  importantes de cariri sertanejo : Bezerra de Menezes e Gomes de Matos."

Pequeno trecho da introdução do advogado e genealogista Dr. Alexandre Dimitri Moreira de Medeiros.

domingo, 28 de julho de 2024

BERRO ALTO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Quem me escuta, diz que falo alto.

Quando criança, éramos admoestados pelas algaravias, por nossa mãe: "Deixa de gritar, menino!"

Ainda hoje me incomodo quando sou chamado atenção por falar alto.

Há várias maneiras de abordar um assunto. Minha forma é a do berro. Berrar alto para ser melhor entendido.

Berrar, aqui, é eloquência em altos decibéis.

Berramos para os ouvidos empoeirados que não escutam bem.

Temos que derrotar o diabo com com habilidades verbais.

Não se trata de querer voar para as proximidades do sol. É somente  a indignação em voz alta.

Entre a pressa e a preguiça, somos apenas uma gota no Oceano. Mas, do que é feito o Oceano senão de gotas?

Embora não vençamos a guerra continuamos na batalha.

Berremos.

sábado, 27 de julho de 2024

O tempo - Por Antonio Morais.

Com o tempo, você aprende que tentar perdoar ou pedir perdão, dizer que ama ou dizer que sente falta, dizer que precisa ou que quer ser, junto de um caixão não faz sentido.

Por isso recorde sempre estas palavras:

O homem torna-se velho muito rápido e sábio demasiado tarde. Exatamente quando: Já não há mais tempo. 

Não se iluda com o sorriso, a maldade está na mente.

Na vida, é preciso muito cuidado com o que ouvimos. Há mentiras cativantes e verdades sem graça. 

Isso costuma confundir a razão.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

FUTEBOL DE SALÃO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Um time de amigos, com a camisa do Vasco da Gama. Durou alguns poucos jogos, só atuando na quadra da AABB do Crato. 

Meu irmão Ítalo (que viria se tornar grande destaque do salonismo cratense) aparece, nessa formação, como goleiro, vejam só. 

Seguem: Antônio de Hermes, Pedrinho e Leilinha (irmãos) e o Gago. Acho que entre os anos 60/62.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Raimundo Duarte Bezerra - Por Antonio Morais.

Nascido por Volta de 1836, pois na data de 23.08.1865, na cidade de Icó, houve proposta para que o Alferes Raimundo Duarte Bezerra, então com 29 anos, substituísse  a Francisco de Sousa Martins, falecido, no posto de tenente da Sexta Companhia do Batalhão  número 28 da Guarda Nacional no município de Lavras, posto para o qual foi nomeado  a 19.09.1865 pelo então Presidente da província Francisco Inácio Marcondes Homem de Melo.

Fotografia acima encontrada no acervo documental do Instituto do Ceará, está atribuida a um certo Capitão Raimundo Duarte Bezerra, sem no entanto está associada a outros elementos biográficos do indivíduo.

A tradição oral suporta a hipótese do militar retratado ser este filho de papai Raimundo, já que Raimundo Duarte, após um casamento mal sucedido alistou-se como voluntário para a guerra do Paraguai, não tendo mais dado noticias. Como registram os autores Pedro Piau e  Acelino Leandro.

Outro fato interessante é ter a primeira esposa de papai Raimundo, Tereza Maria de Jesus, entre os bens de seu casal listados no seu inventario "Uma espada aparelhada de prata com cento e trinta e oito oitavos, avaliadas pelos avaliadores a cem reis cada uma oitava que importa a quantia de treze mil o oitocentos reis", porventura semelhante a da fotografia, que de que de acordo com o inventário de papai Raimundo parece ter ainda pertencido ao irmão, já falecido naquela altura, Manuel Antônio Duarte.

Brasil, um pais sem perspectiva de futuro. - Por Antonio Morais.

Bebês frutos de estupro são monstros.

Empreiteiras corruptoras e corruptos são inocentes.

Não apoiadores do PT são fascistas.

Presidiários são vitimas da sociedade.

Cidadãos opinando na imprensa são criminosos.

A decadência moral, política e jurídica do Brasil nunca esteve tão explícita.

Estamos vivendo a geração mais podre de relacionamento, lealdade, respeito e caráter.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

É BALA, MESMO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Paulo Francis: "O que seria de nós, se não existisse Hollywood?".

De fato, o cinema americano é uma máquina de sonhos e realizações. A cultura dos EUA é fascinante.

Embora bem arranhado, o modo de vida americano é modelo.

Agora, impressionante é a vocação desse povo para a violência.

Faz guerra em várias partes do Mundo. Em grande parte, é criminosamente racista.

Carrega uma mania feia de matar seus presidentes. Ou candidatos ao cargo.

Um "ispaia bala" incontrolável.

Quem tiver orelhas grandes já entra na disputa em desvantagem.

As armas usadas para isso são objetos de devoção.

Vá entender um despautério desse.

terça-feira, 23 de julho de 2024

Agora vai - Por Antonio Morais.

Nos últimos 40 anos a administração publica federal no Brasil foi um verdadeiro fracasso. Deficiente em todos os segmentos da sociedade. Denúncias de corrupção, condenações e prisões de governadores e até do presidente da república. 

No mundo o que está na moda é o meio ambiente. No Brasil tem servido de campanha dos candidatos para se elegerem. Acusam-se opositores e titulares de cargos pelo dismatamento desenfreado. 

Nos dois últimos mandatos os focos de fogos e as queimadas se multiplicaram à galope. 

Mas, nada é eterno, tudo tem fim, e, agora vai ser resolvido esta situação do meio ambiente a ex-presidente Dilma Roussef e a Ministra Marinha Silva resolveram participar do combate e acabar com as queimadas de uma vez.

O que faltava era boa vontade. 

Agora vai.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

A VIDA SEVERINA DAS LIVRARIAS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Porque me acusam de escritor, (escrevi três singelos livros) sempre trago algumas tiradas sobre o desinteresse das pessoas pela leitura.

"Os que leem, leem. Todos que não leem, fingem que leem", foi a última que trouxe para o distinto público.

Quando resolvi colocar causos e crônicas em livros, pude sentir o trabalho que isso dá. 

O pior é o receio. Será que vão comparecer ao lançamento? E se encalhar?

O preâmbulo ampara o assunto para essa despretensiosa croniqueta e diz respeito às livrarias. Já estou atrasado sobre o tema.

Cobrindo um jogo da seleção brasileira pela Copa América em 1979, fui uma vez só a Buenos Aires.

Na capital da Argentina, duas coisas me chamaram a atenção: a elegância das pessoas e as livrarias apinhadas de gente.

No caso das livrarias, pensei tratar-se de motivos especiais, como lançamento de novas obras literárias.

Não, não era. "O povo daqui gosta de ler", alguém me alertou. "É sempre assim?", indaguei. "Sempre", me asseguraram. 

Volto ao Brasil. Por aqui, seguimos acompanhando o obituário de livrarias e sebos.

E essas perdas vão descansando na memória de leitores como meras lembranças.

Não ler é assinar um pacto com o obscurantismo. Um País que não lê não existe de verdade.

Ainda assim, nos resta continuar acreditando nos livros, leituras, escritores e nelas, as livrarias que restam.


domingo, 21 de julho de 2024

Pense nisso com carinho - Por Antonio Morais.


O melhor conselho que eu já recebi na vida foi sobre aprender a me ouvir. O que eu quero. O que eu sinto. O que eu preciso. 

Não é egoísmo olhar para si e fazer o melhor para você, precisamos abandonar essa ideia de que ser bom é abrir mão de si pelo outro.

Antes de nos dedicarmos às existências alheias, é necessário que dediquemos zelo e amor a nossa própria. Caso Contrário, além de não sermos capazes de cuidarmos das outras pessoas, ainda perdemos a chance de viver a nossa próprio história.

Se tudo que você ofereceu não adiantou, ofereça a sua ausência.

irmãos Duarte Pinheiro - Por George Ney e Herbert Melo Duarte.

Volume 0.

Volume 1.

Lançamento.

88.996603972 - George Ney Almeida Moreira.

Contato. 

sábado, 20 de julho de 2024

VIVA O FUTEBOL NO SEU DIA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

É do Rio Grande do Sul o mais antigo clube de futebol do Brasil. O Sport Clube Rio Grande, que leva o nome da cidade gaúcha, foi fundado em 19 de julho de 1900. Em sua homenagem, a CBF instituiu o Dia do Futebol.

Futebol é celebração do que a vida coloca diante de nós. Coisas boas e ruins, porque não podemos controlar os eventos da existência.

É preciso amar a beleza do futebol acima dos resultados. Só os placares não bastam.

O futebol traz um regime de inclusão espontânea, como uma vasta tapeçaria humana.

Faz do seu conteúdo a coisa mais importante para milhões de pessoas.

Nenhuma das grandes ideologias abarcou, com unanimidade, sociedades, culturas, continentes, raças e sistemas políticos, como o futebol.

No futebol, exalta-se nas vitórias e consola-se nas derrotas. Futebol é prosa e  poesia, estimula nossas possibilidades lúdicas.

"Um misto de entretenimento  e conflito, de baile e combate". Daniel Piza

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Genealogia, ascendência e descendência - Por Antonio Morais.

Recebi os livros dos autores Herbert Duarte e George Ney Almeida Moreira.  

Tratam os livros da ascendência e descendência dos irmãos Alferes Bernardo Duarte Pinheiro e Agostinho Duarte Pinheiro, um trabalho de pesquisa minucioso e esmerado, muito importante para todo aquele que gosta da história de Várzea-Alegre e do seu povo.

Sesmeiros de uma faixa de terra medindo nove léguas às margens Riacho do Machado com uma légua para cada lado do referido riacho.

Sabe-se que o Agostinho Duarte Pinheiro retornou  para Portugal e o Bernardo fixou residência na fazenda, depois povoado e cidade. 

Grande parte da população que povoa Várzea-Alegre descende do Bernardo Duarte Pinheiro. 

Recomendo, merece o nosso aplauso.

Contato : 88 9 96603972 - George Ney Almeida Moreira.

Solidéu - Dr. Mozart Cardoso de Alencar.



Ruy Maranhão do Rego Barros, um medalhão da Escola de Medicina do Recife, educado ali, em Colégio de Padres Jesuítas, muito rigoroso, foi companheiro do poeta e hospede na mesma pensão familiar, em Salvador, ao lado de outros colegas, nos três primeiros anos do curso médico.

Transcorria o aniversário do Francisco Chaves Brasileiro, o mais velho da turma, que estava sendo homenageado pelos companheiros.

Era um almoço lauto e festivo. Quando os cérebros estavam impregnados pelo vinho, o Ruy, extemporaneamente, começou a dissertar sobre a cerimônia do solidéu, aquele barrete chato e roxo que o bispo usa sobre a tonsura. E dizia : O bispo ao levantar-se pela manhã, após persignar-se coloca o solidéu sobre a tonsura. Daí em diante, durante todo dia, ao sentar-se a mesa para as refeições e após servir-se delas, ao persignar-se novamente, ele tira o solidéu.

Mais de uma hora o Ruy falou minuciosamente sobre esse ritual do solidéu. Calou-se, Fez-se profundo silêncio. Ninguém deu uma palavra. O poeta, súbito, levanta-se, limpa a boca com um lenço, empertiga-se, como se fosse saudar o aniversariante, olha para todos, volta-se para o Ruy e lhe pergunta :

Ruy, você que está ao par
Dessas coisas lá do céu,
Quando o bispo vai cagar
Também tira o solidéu?

Foi uma polvorosa. O Ruy danou-se, foi esse o último encontro da turma.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Lembrando o Crato - Por José Ronald Brito.

Sem expor data, vejo-me andando sem pressa e memorando pessoas e lugares de um Crato sossegado, que hoje não mais exciste.

Descendo, como se dizia, do meu bairro Pimenta em direção ao centro da cidade pela rua Cel. Antonio Luiz, recordo-me inicialmente dos seus primeiros moradores : Pedro Praeira, Alexandre Belchior,  Pedro Teles,  Vicente Bezerra, Tomé Cabral, Osvaldo Honor e tantos outros.

Chegando ao bosque com seus enormes eucaliptos, lembrei-me de Pedro Norões, Expedito Bezerra, João Correia Vilar e Cândido Figueiredo. Em frente ao colégio Santa Tereza, o Bispo e o seu Palácio construído no terreno da casa onde nasceu o Padre Cicero e as Cabral.

Na Praça da Sé, no seu entorno residia muita gente importante : Dr. Gesteira, Dona Altina, Raimundo Pinheiro Couto, os Gonçalves, os Cortez e os Alencar Araripe. 

Ornavam ainda a Praça, a Câmara de Vereadores, a casa onde morou Dona Barbara de Alencar e a Sé Catedral.

Apressando um pouco o passo cheguei a rua Senador Pompeu, antiga Rua do Fogo, vi o prédio da antiga Cadeia Publica e vizinho a ela, mais a frente as casas de Ramiro Maia, Cláudio Castro, Macário Vieira de Brito e  do Major Ramiro Monteiro.

Sentei-me num banco da Praça Siqueira Campos, aí a emoção aumentou. Lembrei-me do Cine Cassino, Cine Moderno, Grande Hotel, Casa dos Leões, Bantim, Almir Carvalho, Brigadeiro, Melito, Tália Marcia, Dolores, Joaquim Patricio, Zé Honor, Abidoral e Britinho.

E os lugares daquele tempo?

Nascente, Pau do Guarda, Caixa D'agua, Ladeira da Matança, Seminário, Barro Vermelho, Glorinha e Gesso.

Encerrado a caminhada, voltando para o Pimenta num carro de praça, aí eu relembrei o carrinho de aluguel cratense que num certo dia transportou 12 passageiros : Seu Sete, As Três, Gessi e o motorista e proprietario Pedro Maia. 

terça-feira, 16 de julho de 2024

A origem da Catedral de Crato – por Armando Lopes Rafael


Sacrário da capela do Santíssimo Sacramento
da Catedral de Crato. Uma obra artística!
Foto de Armando Rafael

O templo dedicado a Nossa Senhora da Penha, sede da cátedra (cadeira) do Bispo de Crato, é o edifício mais importante para a memória da região do Cariri. A atual catedral de Crato remonta a uma humilde capelinha de taipa, coberta de palha, construída – por volta de 1740 – pelo capuchinho italiano, frei Carlos Maria de Ferrara. Este frade foi o fundador do aldeamento da Missão do Miranda, núcleo inicial da atual cidade de Crato, criado para abrigar e prestar assistência religiosa às populações indígenas que viviam espalhadas ao norte da Chapada do Araripe.

A notícia mais antiga, até agora conhecida, sobre as atividades pastorais de frei Carlos Maria de Ferrara, em Crato, tem a data 30 de julho de 1741. O historiador Padre Antônio Gomes de Araújo localizou essa ocorrência num livro de registro de batizado e casamento, pertencente à Paróquia de Icó, da qual era integrante a Missão do Miranda:

“Aos 30 dias do mês de julho 1741, de licença do Revmo. Cura Diogo Freire de Magalhães, na Igreja da Missão do Miranda, batizou frei Carlos Maria de Ferrara a Apolinário, filho de Matias Lopes de Sousa e de sua mulher Maria Lopes. Foram padrinhos: Manoel Pereira e sua irmã Inácia de Sousa, filhos de Antônio Pereira -- todos moradores nesta freguesia – João Saraiva de Araújo, Cura de Icó”.  Livro de Registro de Batizados e Casamentos, Paróquia de Icó. 1741-1783, fls. 2.

Pequena imagem da Mãe do Belo Amor, 
venerada, desde 1740,
na primitiva capelinha dedicada à Virgem 
da Penha por frei Carlos Maria de Ferrara

Em janeiro de 1745, conforme pesquisa do historiador Antônio Bezerra, foi colocada numa das paredes da, então, capelinha de Nossa Senhora da Penha uma pedra com inscrição. Tratava-se do registro da consagração e dedicação do pequeno e humilde templo, início da atual catedral de Crato. A inscrição foi feita por frei Carlos Maria de Ferrara, e nela constava que a capelinha fora consagrada a Deus Uno e Trino e, de modo especial, a Nossa Senhora da Penha e a São Fidelis de Sigmaringa, este último considerado o co-padroeiro de Crato. Abaixo, o texto constante da inscrição rupestre, infelizmente desaparecida:

Uni Deo et Trino
Deiparae Virgini
Vulgo – a Penha
S Fideli mission.º S.P.N. Fran, ci Capuccinor.m
Protomartyri de Propaganda Fide
Sacellum hoc
Zelo, humilitate labore
D. D.
Sup. Ejusdem Sancti.i Consocy F.F.
Kalendis January
Anno Salutis  MDCCXLV.


   Com o passar dos anos, diversas construções e reformas foram agregadas à capelinha construída por frei Carlos Maria de Ferrara, que resultaram no atual edifício da Sé de Crato. Este templo foi igreja-matriz, entre 1768 e 1914, ano em que foi elevado à dignidade de Catedral pela mesma bula de Ereção Canônica da Diocese de Crato, datada de 20 de outubro de 1914.

   A partir desta data, a igreja-matriz de Crato passou a ser a Sé, a Igreja do Bispo, sede da sua cátedra (cadeira), lugar-sinal de comunhão e da unidade da Diocese e também da comunhão com a Igreja Universal. A catedral é a Igreja-Mãe de uma diocese. A de Crato possui um rico patrimônio histórico, artístico, cultural e religioso.

Pesquisa feita por Armando Lopes Rafael

Amar se aprende Amando - Carlos Drummond de Andrade


Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção : pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta : pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba : existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça : Algo do céu te mandou um presente divino : O amor.

Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se : vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa : você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado…
Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados…
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite…
Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado… Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela…
Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua ida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.

Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio.
Por isso, preste atenção nos sinais.

Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor !

Ame muito…..muitíssimo…

segunda-feira, 15 de julho de 2024

A MAIS INDESEJADA - Por Wiltonn Bezerra, comentarista generalista.

A morte continua criando vazios em nossas vidas.

Mesmo sendo a coisa mais natural do Mundo, está ficando difícil metabolizar tantas perdas.

Ficam cada vez mais frequentes os rituais de partida.

Semana passada, nos tirou Belmino, figura do bem querer desta cidade.

Pessoas que mereceram a vida entraram no coração da gente e saíram sem se despedir.

Impossível atenuar a nossa desolação. São dores que massacram os nossos sentimentos.

A morte ignora, solenemente, nossos méritos e obras. Não está nem aí pra gente.

Gente morrendo antes do tempo.

Mesmo sendo a morte menos poderosa do que o amor, fazemos a pergunta do poeta: "Que conta é essa que temos de morrer para pagar.

Um dia sem riso é um dia desperdiçado - Por Antonio Morais


Ladislau Camilo, já com  oito décadas nos costados, foi acometido de uma  enfermidade grave e foi parar no hospital. Depois de duas semanas hospitalizado o medico recomendou que a família  o levasse para o seio do lar, realizar seus últimos desejos.

Em casa  a família  arrumou um quarto e  mantinha sempre um familiar dando a devida assistência. Um dia, Ladislau  sentiu um cheiro de um pão de arroz vindo da cozinha e balbuciou quase inaudível para a nora que  o acompanhava  no momento: Imaculada vai na cozinha e trás um pedaço  daquele pão de arroz pra mim.

Imaculada foi e voltou sem trazer.  O velho se danou. Virou um siri na lata. Que velha mais miserável. O que ela falou? Dona Rosário disse que não. O pão de arroz é para o povo que vem para o velório.

Doçura - Por Dom Helder Câmara.


Há criaturas como a cana. mesmo posta na moenda, esmagada de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçuras.

É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca. 

domingo, 14 de julho de 2024

A JANELA DA CASA DA FRENTE, do outro lado da rua - Por XICO BIZERRA

Estava tão perto, bastava atravessar a rua, no caso, a Avenida Teodorico Teles, onde morava Padim Zuza, meu avô. Do outro lado, ela e seu sorriso, à mesma distância, claro. 

A vontade de ir até àquela janela do outro lado só era menor que a timidez que impedia seu atravessar. Coisa de adolescente. Sempre, à mesma hora, o ritual repetido: debruçar-se à janela, aprumar a vista para a janela da casa de frente, sonhar. 

Sabia que ela tinha o mesmo desejo e a mesma timidez, por isso, o mesmo ritual. Era a melhor parte das férias. 

Numa tarde de um junho quase julho passaram pela rua que os separava quase 30 fuscas, duas freiras e uma carroça carregando móveis usados, puxada por um cavalo castanho. 

Seu irmão menor viu e contou. Ele mesmo nada percebera além do debruçamento da menina à sua frente. Apenas praquela janela tinha olhos. 

Nas férias seguintes, a casa da janela enfeitada foi alugada a outra família. Foi a pior parte das férias. Numa tarde, ele contou 41 fuscas passando pela rua, a maioria deles branco. Duas freiras voltaram a passar. 

À tardinha, bem lentamente, passou uma carroça de saudades puxada por um cavalo azul.

Assertiva - Por Chico Anisio.


Se é a pobreza que vota na esquerda, qual o interesse da esquerda em acabar com a pobreza?

Sorrir é, e sempre será, o melhor remédio.

MEU TIO ALMIR - Uma vez Flamengo - Por Xico Bizerra.



Seu Almir era um homem bom, só fazia o bem e nunca acreditou em Deus. Fazia uma exigência, metódico que era: quando morresse, que seu cortejo fúnebre desviasse pela rua de trás, evitando passar em frente à Igreja de Nossa Senhora da Penha. Fez até um mapa detalhando o roteiro a ser cumprido.

Estava tudo preparado para esse dia, por ele mesmo, desde a bandeira do Flamengo a ser colocada sobre o caixão até o discurso de despedida, por ele próprio redigido e que seria lido por Altamiro, seu amigo, aposentado do BB e flamenguista como ele.

Proibido estava que se fizesse qualquer oração, sequer um Pai-Nosso. Altamiro foi-se antes, coração atropelado por um enfarte desgovernado e sem freios. 

Seu Almir morreu num domingo, na hora da missa das sete e seu sepultamento foi às quatro da tarde, quando se iniciava a novena em louvor à Virgem Maria.

A rua estava lotada de fiéis e seus amigos o acompanharam da Pedro II até o cemitério pela rua que fica por trás da Igreja. Se houve reza, foi baixinho e ninguém ouviu. Mais tarde, o Flamengo ganhou do Vasco por 1x0. 

Da arquibancada do céu ouviu-se um grito de gol embrulhado num manto rubro-negro.

sábado, 13 de julho de 2024

Medo - Por F. NIETZSCHE.

Você não deve ter medo de alguém que tem uma biblioteca e lê muitos livros; você deve temer alguém que tem apenas um livro, e o considera sagrado, mas nunca leu.

A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.

As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

AS CARAS DA CRISE DO FUTEBOL - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 

São várias as razões pelas quais o Brasil perde posições de prestígio no futebol mundial.

Uma reside no fato de que, embora ostentando cinco títulos de Copa do Mundo, os nossos gestores não levam nosso futebol a sério.

Que a culpa não seja colocada apenas na CBF, uma entidade com dirigentes envolvidos em tramoias e escândalos nas últimas décadas.

A falta de maior responsabilidade deve ser distribuída entre os que dirigem os clubes.

Uma elite atrasada a quem só interessa dinheiro e posições políticas, incapaz de organizar um simples calendário.

Falta absoluta de capacidade administrativa.

De fracasso em fracasso, a  seleção brasileira simboliza muito bem essa decadência.

Hoje, não passa de uma máquina trituradora de reputações.

Se as crises geram soluções, a cartolagem não pode deixar passar a oportunidade de se redimir de tanta desfaçatez

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Dr. Francisco Alves Pereira - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.


Foto  - "Clínica de Dor", Campinas - São Paulo.

Nascido no Cariri, região do Nordeste ( Saara brasileiro), filho de um digno motorista de praça, Raimundo Alves Monteiro, o muito conhecido "Lasquinha" aquele da frase inusitada : "O carro deu o Doutor e o Doutor deu o carro". 

O médico Francisco Alves Pereira prova que o homem é viável. 

Trilhando, com altivez, o caminho reservado aos que tem coragem, Francisco formou-se em medicina pela Universidade Federal do Ceará no inicio da década de 70 do século passado.

Com residência na Unicamp e mestre em disciplinas na mesma Universidade, Doutor Francisco Alves Pereira CRM 20975, recebeu diploma e medalha pelos 50 anos de "Exercício Ético da Medicina", marcados pelos relevantes serviços, prestados à sociedade neste período 1970/2020, e, por princípios éticos que contribuíram para elevar o prestigio e a dignidade da prática médica. 

Criou em Campinas - São Paulo a "Clinica de Dor" com especialidade dedicada em minorar a dor dos seus semelhantes. A espécie humana tem salvação, sim. 

Há pessoas, como, o Dr. Francisco, para quem a dor dos outros importa.

Perca-se - Por Antônio Morais.

Tudo que você não puder dizer como fez, não faça. 

Não me preocupa um erro gramatical se o raciocínio é inteligente. 

As palavras ficaram para facilitar a comunicação e não para dificultar.

Um tempo verbal pode ser sempre corrigido, um idiota não.

Todos os caminhos levam, à morte.

Perca-se.

Judiciário - Pelo ex-Ministro Aires de Brito.

Judiciário subserviente, que decide de acordo com os interesses da copa e da cozinha palaciana, trai a cidadania e corrope a constituição.

Juiz covarde e receoso de retaliações é um juiz que trai a missão. 

O AMIGO BELMINO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

No velório, uma irmã de Belmino confirmou o que muita gente acha: temos semelhanças fisionômicas.

Fui chamado de Belmino, muitas vezes. E ele de Wilton Bezerra. 

Brincávamos com isso, imaginando a reação de cada um. "Já sei o que você responde: Eu não sou...", dizia ele.

Notívagos, tínhamos o hábito  de emendar a noite com o dia.

Depois da saída da TV Diário, a nossa comunicação ficou reduzida a papos pelo ZAP e telefone.

Insisti para que ele comparecesse ao lançamento do meu terceiro livro, no Cantinho do Frango.

Assegurei: "Você vai ser a maior atração da noite. As pessoas lhe adoram". Não adiantou.

Limitou-se a fazer, com a maior boa vontade, a chamada para o lançamento. O espírito alegre escondia uma timidez que sempre confessou.

Percebi que Belmino optou, mesmo, por uma certa reclusão. Claro, continuou celebrando a vida em sítios mais exclusivos. 

Pois é. A morte continua fazendo besteiras monumentais.

A última foi tirar Belmino do nosso convívio, numa noite de sábado.

terça-feira, 9 de julho de 2024

PATATIVA : EXEMPLO DE COERÊNCIA E DIGNIDADE - Por Joaquim Pinheiro.

A usina de açúcar Manoel Costa Filho logo após sua instalação, em Barbalha-CE, nos anos 70, enfrentou dificuldade com a oferta de cana de açúcar. Os plantadores resistiam entregar sua colheita por várias razões: desconfiança com o novo empreendimento, receio de romper vínculos de décadas com compradores de rapadura, ficar privado da moagem sobre a qual tinha o comando e até mesmo a dependência com um único comprador da sua produção.

No esforço de mudar a mentalidade dos agricultores caririenses, os proprietários da usina contrataram agência de propaganda para campanha de marketing visando convencer os potenciais fornecedores de cana-de-açúcar. 

A contratada realizou uma pesquisa para identificar personalidades da região que gozavam de simpatia e credibilidade no público-alvo da campanha. Deu Patativa do Assaré.

O jornalista e radialista Antônio Vicelmo do Nascimento, grande amigo do poeta de Assaré, foi então acionado para contratá-lo. Como sabia que o sonho de consumo do ilustre assareense era adquirir uma casa no centro da sua cidade, uma vez que morava na zona rural, a 10 km do centro, partiu para Assaré convicto que a missão seria fácil.

Lá chegando, foi logo disparando o que considerava seu grande trunfo: 

- Patativa, você ainda quer comprar uma casa na rua?

- Quero sim, estou ficando cansado, preciso de um pouso na cidade.

- Então receba logo meus parabéns. Pode escolher o imóvel. Vim lhe comunicar um jeito fácil para você ganhar o dinheiro e pagar sua casa. Basta você fazer umas poesias convencendo os canavieiros vender a cana para a usina Manoel Costa Filho.

“Faço não”. A imediata resposta, ríspida e sêca, surpreendeu Vicelmo. Meio atônito, tentou argumentar: Mas Patativa, eles vão pagar à vista, você pode comprar a casa que escolher.

Vicelmo, se aceitar a proposta estarei negando minha poesia “Ingem de ferro”, feita há mais de 40 anos.

CONVERSAR É PRECISO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Escrevo porque penso. Quem não pensa, porque burro, é o diabo. Ainda assim, não convém subestimar o "coisa ruim".

Do livro do Edmilson Caminha, fisguei e adorei: "Nosso tempo é água corrente de um rio em que ninguém se banha duas vezes. As águas são sempre outras. O nosso tempo não é um lago".

Mas, quero dizer mesmo é outra coisa. Vamos lá.

A tal da estatística

apurou que o brasileiro está emburrecendo. Não sei qual é o problema principal.

Se é por falta de leitura (o mais provável), vamos sugerir que as pessoas conversem mais. Conversar é trocar experiência.

Sei, sim. Não existem mais as calçadas amistosas para as boas conversas. Entanto, o que não falta é canto para um bom papo.

Vou mais além. Aconselho que as pessoas saiam, se misturem à multidão, busquem interlocutores.

Atendam o telefone e conversem. Basta das mensagens e respostas por escrito.

O outro nos melhora, sabia.

O PIB do Brasil da Maria Joana - Por Antonio Morais

Maria Joana subiu no tamanco
Procurou um banco
Arrumou dinheiro
Fez um empréstimo, montou um negócio
Conseguiu um sócio e se mandou pro Juazeiro
Comprou a vista e vendeu fiado
Foi rombo pra todo lado
O povo desapareceu
E quando chegou o fiscal do banco
Maria preto no branco disse que a loja cresceu

Ó seu fiscal, como o senhor mermo tá veno
Minha loja vai de vento em polpa
Seno assim libere logo a outra parte do dinheiro
Mar dona Maria o negócio aqui tá mais desmantelado do que galope de vaca
A senhora inda vem dizer que um negoço desse cresceu mulher
Cresceu sim
Cresceu? Só se foi...

Pra dentro que nem pedra de amolar
Pra fora que nem milho no estalo
Pra cima que nem fumaça
Pra baixo que nem rabo de cavalo

Clique  na foto, veja e ouça a versão de Flávio Leandro e Genival Lacerda.


segunda-feira, 8 de julho de 2024

MIGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE VÁRZEA ALEGRE- Por Antonio Gonçalo.

O processo migratório dos nordestinos teve início, ou pelo menos se acentuou a ponto de ser notícia, com o “Primeiro Ciclo da Borracha”, em 1879, quando pessoas dos estados do Nordeste partiam para a região Amazônica e se repetiu durante a segunda guerra mundial (1940 a 19450), época em que o governo criou a Inspetoria de Trabalhadores Migrantes. 

Mas, de Várzea Alegre, talvez tenham sido poucos os que acompanharam aqueles viajantes. Com o auge da industrialização, no período 1950 – 1970, o fluxo de migrantes da região mudou o rumo para o Sul do país, mais especialmente para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. 

Nesse período, houve acentuado aumento na migração dos varzealegrenses. As causas desses ciclos também teve muito relacionado com as intempéries climáticas da região. A seca fez e faz parte do Sertão Nordestino, e Várzea Alegre, a um passo da região do Cariri, no Ceará, de clima ameno, sempre sofreu os revezes e consequências de anomalia dessa intempérie, que muito tem  massacrado as pessoas e animais.

Sabe-se que as situações não eram e nem são favoráveis, e é fácil reconhecer que poucos deixam seu lugar por desejo próprio, exceto pela vontade de melhorar de vida. E o varzealegrense teve e tem ânsia por manter-se corajoso e altivo. Portanto, muitos saíram e foram embora, em busca de dias melhores.

Paulo de Brito Guerra, no livro “A Civilização da Seca”, descreve-a de atemporal socioeconomicamente. No capítulo “O Fenômeno Fatídico”, justifica a diversidade de designações e interpretações de causas e efeitos da intempérie que, particularmente no Nordeste Brasileiro, tem particularidades, visto que na região, comumente há um ciclo basicamente definido de verão de seis em seis meses aproximadamente.

Sendo assim, ele explica de forma veemente: “a menor seca representa um período de dezoito meses sem chuvas, pois a época teoricamente chuvosa – janeiro a junho – vem situada entre dois semestres, já naturalmente secos – julho a dezembro. Seca de dois anos são trinta e seis meses secos. A estiagem provoca êxodo rural, deixa o campo esvaziado". 

É que os sertanejos são forçados a migrar para centros urbanos de outra região. Há relatos históricos de secas, nos séculos XIX e XX, com eventos significativos em 1877 – 1879; 1915, 1932, 1970, 1980 - 1983; 1993 – 1994; 1998 – 1999 e os que o Ceará atravessa constantemente. 

Por sorte ou designo de Deus, o varzealegrense, quando começou a migrar, teve um destino definido, talvez, pelo conhecimento de desbravadores do lugar, como, o folclórico José Felipe, que no seu caminhão “misto” iniciou viagens transladando conterrâneos para o sul do país em viagens que duravam até 15 dias; ou mesmo os empresários Raimundo Ferreira e Zezito, fundadores das empresas Varzealegrense e Real Caririense, respectivamente.  

Joaquim Alves Bezerra e José Gonçalo Araripe, ambos ex-funcionários da Empresas Real Caririense, e com longos tempos vividos em São Paulo, comentam com propriedade que aqueles abnegados empresários tiveram papel importante no desenrolar da crescente migração. 

No início da década de 50, se fazia a vagem de forma bastante precária, em veículos de qualidade deficiente, com viagens quase que intinerantes, com formas de pagamentos amigáveis e basicamente sem uma pretensão maior de riqueza por parte dos

empreendedores, decerto pela própria condição financeira irregular dos transeuntes.

Alicerçados na experiência daqueles empresários de transportes, o destino do varzealegrense passava pela estação do Braz, em São Paulo, que se integrava com a rede férrea que iria para a região do ABC, onde nas décadas de 50 e 60, com o incentivo dos governos Getúlio Vargas e Jucelino Kubstheck, iniciavam o impulso da industrialização do país, com ênfase para as montadoras de Altomóveis. 

Portanto, o varzealegrense migrante foi se instalando, pode-se dizer rapidamente, nas cidades de Santo André, São Caetano e São Bernardo. Com esse entrelace de logística no transporte, fica evidente a vantagem que o migrante varzealegrense levou em relação aos demais, em escolher a região do ABC para morar e trabalhar. 

É que ali a oferta de trabalho nas fábricas que iam se instalando era crescente e, por ainda não exigir maiores conhecimentos técnicos, à época, pessoas pouco letradas poderiam encontrar empregos com boas remunerações e com perspectivas de crescimento profissional para aqueles com maior grau de instrução. 

Sem contar com a gama de serviços à disposição dos trabalhadores, bancados pelas próprias fábricas, por associações, entidades de classe, SENAI, SENAC etc.

Essa escolha inicial vitoriosa, foi impulsionando a avidez dos que ainda residiam aqui, como que um crescimento virtuoso, já que tios que já tinham ido influenciaram pais, que por sua vez, influenciaram filhos e assim por diante, fazendo crescer cada vez mais o fluxo de pessoas que se dirigiam de Várzea Alegre para morar em São Bernardo do Campo, onde estima-se que vivam aproximadamente 80% dos migrantes e seus descendentes.

Esse fluxo foi tamanho, que nas décadas de 60 e 70 do século passado chegavam a sair três ônibus semanalmente direto de Várzea Alegre para São Paulo.

A partir da década de 1980, com o declínio da produção industrial, a migração de nordestinos para o Sul passou a diminuir gradativamente, surgindo outros pontos de atração polinucleados, como o Distrito Federal e a Região Norte do país. 

Esse ciclo, o varzealegrense acompanhou, inclusive, com um fator diferenciado: é que muitos, de posse de empregos razoáveis e outros já aposentados, tomaram o rumo de volta ao torrão natal. Chegando em Várzea Alegre, com um repouso econômico oriundo do trabalho em São Paulo, os “regressantes” passaram a incrementar os fatores sócio-econômicos do município.

Além da melhoria ocasionada diretamente no comércio, o ingresso desses recursos financeiros incrementaram também a construção civil e até mesmo a indústria. Várzea alegre, nas últimas três décadas tem mudado sua aparência em termos de infra-estrutura urbana e as edificações residenciais melhoraram bastante de aspectos, com novas formas e linhas arquitetônicas modernas. 

É certo que não se pode conferir essa pujança apenas à chegada de capitais agregados aos conterrâneos que voltam do Sul do país, pois sabe-se que outros fatores também participaram dessa mudança, inclusive os programas sociais do governo e as melhorias nas condições laborais e de escolaridade da população.

Historiadores - Por Antonio Morais


Dr. Francisco Alves Pereira.

Historiadores são recordadores profissionais daquilo que as pessoas querem esquecer. Deveríamos viver lembrando a cada momento, que a vida é um sopro. 

Basta pouco e não estamos mais aqui. Raiva, inveja e ressentimento são inúteis. A vida é o presente mais bonito que temos. 

Nós nunca deveríamos permitir a ninguém estragar esse presente que não receberemos outra vez.

Eu não sou historiador, mas quero ficar marcado como se fosse. Quando eu ouvir essa história, ouvir também o autor dizer que a única pessoa para quem ele contou, fui eu.

Eu não me permito aceitar que uma história dessas se perca no tempo, porque a história é sempre mais importante do que a geografia.

O meu amigo Francisco Alves Pereira, médico e professor da "Unicamp" depois de dezenas de anos como mestre criou a sua própria clinica - "Clinica de dor" em Campinas-São Paulo. 

Campinas é uma cidade que nos municípios adjacentes existem milhares de metalúrgicos e os principais clientes da clínica são aqueles que adquiriram sequelhas ao longo dos anos de trabalho.

Um dia, numa audiência no Ministério do Trabalho o juiz solicitou que o Dr. Francisco reavaliar o seu diagnóstico, visto que o perito que estava contestando era um ex-aluno da Unicamp. 

Dr. Francisco com lhaneza no trato e educação esmerada respondeu : Meretríssimo eu não mudo a minha convicção, o diagnóstico que fiz, o próximo passo do paciente é a morte. Eu não mudo, nem sob tortura.

Eu não sabia que ter sido aluno da Unicamp era tão importante para o vossa decisão. Eu fui professor da Unicamp, o perito foi meu aluno, e, não era dos melhores avaliados.

Medalha concedida pelo CREMESP ao Dr. Francisco Alves Pereira como reconhecimento e gratidão pelos 50 anos de exercício ético da Medicina.

PERDEMOS A ALEGRIA DE BELMINO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Às 23 horas do sábado, recebi ligação do amigo cronista Carlos Silva, que me deixou desnorteado.

"A notícia não é boa", adiantou. "Belmino acaba de falecer. Foi um infarto", completou.

Não consegui mais ouvir os detalhes que me foram passados. 

Larguei o jogo do Brasil que via pela televisão. A noite foi pesada.

Os momentos ao lado de Belmino na TVC e TV Diário começaram a passar como um filme.

Fora da televisão há algum tempo, o "Bel" continuou sendo lembrado, como se ainda estivesse à frente dos programas esportivos que apresentou.

Foi quebrando todos os padrões vigentes na TV que impôs o seu estilo, alegre e inconfundível, junto ao grande público televisivo.

Gostava da vida. Levava o seu permanente espírito brincalhão para onde ia. Por isso mesmo, possuía uma multidão de amigos.

Fez parte da história da televisão cearense.

Siga em paz, companheiro.

domingo, 7 de julho de 2024

Crato, quem te viu, quem ti ver - Por Antonio Morais.

Escrevi este texto com a caneta da saudade. As palavras saíram do que o coração está cheio. Escolhi palavras verdadeiras, sensatas, nenhuma em vão. 

Sei que vai desagradar a muita gente, especialmente aqueles que se manifestam pela paixão irracional e nunca pela razão.

Cheguei no Crato no dia 25 de Fevereiro de 1969. Encontrei um Crato altaneiro, independente, município modelo, cidade da cultura, referência no nordeste em todos os segmentos da vida : "Saúde, educação, industria, comércio, trabalho, emprego, etc.

Não acredito que exista um só cratense que ame esta cidade mais do que eu. Mas, quando veja essa babozeira "Cratinho de açucar, tijolo de buriti" eu fico arretado. 

O Crato está tão decadente que nem o "tijolo de buriti" você encontra mais à venda no mercado. Talvez essa guloseima fosse a coisa mais fácil de ser presenvada, ainda existem muitos "Buritizeiros" safrejando na redondeza, foto.

O Crato perdeu o seu valor principal, a sua importância politica. Os mandatários que ocuparam o puder de quatro décadas para cá, foram eleitos por você que hoje chora e lamenta pelo museu e por tantas coisas perdidas ao longo desse tempo. 

Essa é a minha opinião, e, a minha opinião é só minha, não é para mudar a sua. E, como democrata que sou, para defender minha verdade, começo por ter a humildade de respeitar a verdade alheia, ela é tão importante quanto a minha.  

Cheguei a ver o Crato com dois Deputados Estaduais : José Kleber Callou e Dr. Derval Peixoto, um Deputado Federal Dr. Ossian Araripe e um Senador da Republica Dr. Wilson Gonçalves, "na mesma legislatura". 

E hoje? O que vemos?

E agora Rede Globo - Por Antonio Moirais.

Há muito tempo a Rede Globo vem forçando a barra na enganação do torcedor e promoção de jogadores e seleção que não jogam nada. O dinheiro dos  empresários proprietários dos jogadores é farto, e por dinheiro a Rede Globo se rende, perdendo apenas para a CBF nesse segmento.

O que irão fazer para tornar o Vini Jr o melhor do mundo? E o Endrik o Pelé de 1958?

Carece com urgência  esquecer o dinheiro e manter-se na linha do que o dinheiro não compra:  Humildade, disciplina, caráter e respeito pelo torcedor.

Que compromisso tão importante faz manter um jogador denunciado num pais sério por envolvimento em fraudes?  O metal vil.

FRAQUEZA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Como é difícil o gênero humano. Seus inexplicáveis comportamentos nos deixam desolados em determinados momentos.

Fico até desajeitado para abordar o assunto, quando  tratamos de nossas admirações jornalísticas e intelectuais.

Duro constatar, quando não são o que transparecem ser.

Nos momentos em que não lidam, de forma clara e certeira, com os fatos e as opiniões, infelizmente, atendem "encomendas".

Não penetram, propositadamente, na pedra. Falam apenas sobre sua superfície.

De matuto, só tenho o jeito de andar. Ninguém é bobo para não perceber a opinião fabricada.

Ora, quem escreve se faz visível na crônica. A opinião traz aspectos de quem a produz.

De repente, quando se espera um dragão de São Jorge com fogo pelas ventas, flagra-se um gatinho manhoso e conveniente, além da conta.

Argumentam: "É a luta pela sobrevivência que vulnerabiliza".

Isso me faz lembrar um cronista amigo que, acusado de não enfrentar com coragem os espaços da temeridade, se justificou: "Não não me venalizei. Eu fui fraco".

"Comovente".

sábado, 6 de julho de 2024

Preciso é - Por Xico Bizerra


Preciso é e por preciso ser falarei palavras de ferro suficientes para enferrujar a orgia dos tiranos; por necessário, servirei água das pocilgas para que eles bebam e se vomitem, também vomitando a lama dos dizeres vãos bem na cara de quem mente; por indispensável, terei pés para atravessar a linha acidental do lado de cá ou a de um oriente que não se orienta e que é aqui; por tudo, por todos, ajuntarei forças para clamar por justiça, por mais escondida que ela esteja e lutarei para que desapareçam os que atentam contra o lado de cá, que desapareçam os que atentam contra o lado de lá, que desapareçam os que atentam contra qualquer lado. 

Que falte coragem aos homens-bomba que atam à cintura a sentença de morte de mais de cem, de uma só vez. Que sobre vergonha aos que motivam os homens-bomba, tenham eles a cor, a raça ou o credo que tiverem. 

Mas, também, depois do não calar, do beber, do gritar e do andar vou cantar versos de flor para perfumar o coração da amada que me espera numa cama com lençol de cambraia tão branca quanto a paz que reclamo e que um dia há de vir acompanhada de uma sabiá também cantando, no alto de uma mangueira verdinha e cheia de frutas doces como serão os dias que sonho. 

Se não para isso, para que servimos? 

sexta-feira, 5 de julho de 2024

FASE DISC JOCKEY - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Dizem que "quem faz tudo não faz nada que preste”. Não é bem assim. Fui de operador (controlista) a comentarista esportivo e ninguém reclamou. 

Na minha fase disc jockey, fiz um programa sobre música popular brasileira, o "Brasil, terra da Gente", que foi um sucesso de audiência na Rádio Progresso de Juazeiro. 

Na ilustração, com Roberto Carlos, entrevista histórica no Aristocrata Hotel para o programa "Show da Manhã' e comentando o LP "Espelho" de João Nogueira.

Fomos graduados pela Universidade da vida.

Dr. Francisco Alves Pereira - Por Antonio Morais.


DIPLOMA.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo tem a honra de conceder ao Ilustríssimo Senhor, Doutor Francisco Alves Pereira  CRM 20975 o Diploma de 50 anos de Exercício Ético da Medicina, marcados pelos relevantes serviços, prestados à sociedade neste período e por princípios éticos que contribuíram para elevar o prestigio e a dignidade  da pratica médica. 

Data 2020.

A MORTE DO SENADOR REGINALDO DUARTE - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 

Tivemos a feliz oportunidade de conviver nas lides esportivas com Reginaldo Duarte. Um desportista de grande importância para o futebol de Juazeiro do Norte. 

Homem cordial. Um dos fundadores do Icasa ao lado de José Feijó de Sá e Doro Germano. Formou sempre entre os que apoiaram as seleções juazeirenses nos torneios intermunicipais. 

Foto acima, da esquerda para direita: Wilton Bezerra, Wellington Barbosa, Reginaldo Duarte e Tarcísio. Às margens do Rio São Francisco, acompanhando a seleção de Juazeiro, em amistoso na cidade de Belém de São Francisco. Abaixo com a seleção no Estádio Wilson Gonçalves, do Crato, em jogo pelo Intermunicipal, na década de 60.

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Modéstia nascida do berço e do coração - Por Antonio Morais.

Foto num momento de descontração : Mariano Alves Pereira, Antonio Alves de Morais e o médico Francisco Alves Pereira.

A palavra modéstia deriva do latim "modestia,ae", que significa moderação e comedimento.

Que não expressa vaidade; que não age com superioridade em relação às próprias conquistas; simplicidade, humildade: "Recebeu o prêmio com modéstia".

Moderação exigida por determinadas situações, deveres; sobriedade: "modéstia diante das conquistas".

Que não se importa com luxo nem ostentações.

Em concordância com as regras morais e éticas de uma sociedade; "decência, humildade, naturalidade, simplicidade, singeleza, desambição, decência, sobriedade, despretensão, moderação".

Tive a honra de receber em nossa casa dois amigos, dois irmãos, o ex-colega do Colégio Estadual Wilson Gonçalves : Mariano Alves Pereira e o médico Francisco Alves Pereira fundador e proprietário da "Clínica de Dor", em Campinas - São Paulo.

Vicente Cesário e Antônio André, humor a graça de mãos dadas - Por Antônio Morais.



Quem não conheceu Antônio André do Roçado Dentro ouviu falar dele. Neto de Tônia do Canto e José Alexandre Bezerra de Menezes, um casamento de tia com sobrinho.

Não se sabe, ao certo, se essa sanguinidade afetou a genética, o fato é que Antônio André sofria de demência mental. Homem honrado, muito trabalhador, mas, de tempos em tempos padecia de graves problemas mentais.

Um certo dia, Antônio entrou na barbearia de Vicente Cesário para fazer a barba. O barbeiro colocou a coberta e iniciou o trabalho. 

Um pedreiro que fazia uma reforma nos fundos do prédio chamou Vicente para mostrar um detalhe da reforma, Vicente demorou mais da conta e Antônio André aborrecido limpou o sabão do rosto e arribou, fez bunda de ema com a metade da barba feita e a outra não.

No outro dia, Antônio André se achegou da cadeira do barbeiro e disse - Dá para cortar a outra banda agora?

Vicente Cesário respondeu no ato : dá não, você foi embora ontem sem pagar a parte que eu fiz. Os dois caíram na risada, o serviço foi concluído e pago.