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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 4 de janeiro de 2025

243 - O Crato de antigamente - Por Antonio Morais.

A vidente - Coronel José Ronald Brito

Em certa localidade do Cariri, uma menina dizia ter começado a ver Nossa Senhora. O local da aparição não podia ser mais adequado; Junto a porteira de um curral existia um juazeiro e ali sobre a fronde da árvore, ela dizia ver a Virgem.

A noticia se espalhou e a romaria começou. Em poucas semanas o pátio em redor da árvore já não comportava os fiéis.

Barracas surgiram em todos os matizes e vendiam : velas, rozários, santinhos, medalhas, fogos, comidas e bebidas etc.

As aparições sempre aconteciam as quatorze horas. Vários crentes asseguravam já terem alcançado graças. 

Nesta última aparição a santa se mostraria para todos os fiéis, mas não se sabe porque ela atrasou. 

Era um mês de Outubro cinzento e abrasador; os periguinos já estavam cansados de rezar, comer e beber; o sol já pendia para as quinze horas e nada da aparição.

Irritados, os romeiros formaram uma comissão e foram até o pé do altar, que a esta altura já existia, pressionar a vidente.

Santinha a madona vem ou não vem?

E a menina sem preparo para enfrentar aquela situação singular, respondeu: Nossa Senhora mandou dizer que não vem não, porque a "putaria" aqui está muito grande. 

Um comentário:

  1. A verdade é que o povo precisa de fé assim como a terra precisa da água da chuva, e, se pegar a qualquer coisa.

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