Há quem diga que os campeonatos estaduais guardam o aroma das pequenas coisas da vida.
Só que nesse mundo globalizado e careta o que vale é o grande torneio, com protocolos para tudo quanto é lado, hino, riqueza, a figura do DJ, torcida orquestrada e tal.
Já os campeonatos estaduais precisam acabar, porque atrapalham o calendário e o que realmente importa.
"Os estaduais só servem à gente viciada em coisas pequenas", vociferam.
Imaginem o que os globais pensam do futebol amador de subúrbio e seus campeonatos em "estádios" pequenos e sem patrocínio.
Essas visões de mundo, se não forem interrompidas, nada vai se salvar da espécie humana.
O futebol não é apenas o grande time ou os ricos campeonatos. É muito mais.
É festa do povo, rivalidades, respeito, história e valor simbólico.
Mas, é assim. Daqui a pouco, tudo valerá menos.
Quem defende esse modelo não viveu a euforia, a rivalidade sadia da época do intermunicipal. Hoje quem determina o horário do jogo é a televisão.
ResponderExcluirPrimeiro tem que passar a novela e o jogo começa nove meia ou dez horas. Quem vai ao estadio para retornar as doze horas da noite, chegar em casa duas ou três horas da madrugada para trabalhar no outro dia.
A ausência do torcedor no estádio é prejuízo para os clubes, mas a televisão obriga o torcedor a lhe dar audiência seja qual for o horário da transmissão. Como a dinheiro da televisão é fácil as diretorias dos clubes abucanham mesmo sem saber se as bilheterias não seriam mais rentáveis.
Os clubes do Ceará não precisavam de dinheiro da televisão. Se organizasse um horário de conveniência para suas enormes torcidas.