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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 25 de outubro de 2024

168 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.

Num passado não muito distante os rapazes levavam uma vantagem danada sobre as moças. Bastava se agradar ou simpatizar com a pretendida e comunicar ao pai dela o desejo de se casar que o negocio estava feito, não havia escolha para as mulheres.

Assim é que Antônio Leandro Bezerra decidiu se casar com Inacinha filha de Benedito Alves Bezerra, o Benedito André do Sanharol.

Quando chegou à casa do futuro sogro o encontrou cuidando de uns afazeres nas proximidades da residência e já foi soltando o verbo: Benedito eu quero saber se você permite que eu me case com a Inacinha. Pra azar do Antônio Leandro, o Benedito era um pouco moderno e consultou a filha: Inacinha! Olhe aqui a conversa do Antônio Leandro, ele quer saber se você quer se casar com ele? 

Quero não, respondeu em cima da bucha. Com o orgulho ferido Antônio tratou de se retirar quando já estava a alguns metros de distancia se ouviu um berro, um grito de um dos compartimento da casa: Eu quééééro!

Era a Carmelita, outra filha do Benedito. Para não perder a viagem o Antônio voltou para casa já com o casamento marcado.  O casal teve vários filhos e fez 60 anos de casados.

Na solenidade religiosa, no momento dos depoimentos dos familiares Dona Carmelita falou: nós não namoramos para casar, vivemos todo esse tempo e nunca brigamos, nunca houve um desentendimento.

Na vez do Antônio ele confirmou: É verdade, nunca brigamos porque eu nunca quis, mas motivos ela deu  demais da conta.



3 comentários:

  1. Não é brincadeira. A historia era essa mesma. Jose Raimundo Duarte de Menezes, residente em Arneiros, tinha quatro filhas e veio passeiar am Varzea-Alegre na casa de sua prima Josefa, casada com Pedro Andre que tinham quatro filhos. Então falou: nós deviamos fazer o casamento de um destes teus filhos com uma das minhas filhas. A caravana subiu de Varzea-Alegre para Arneiros, e depois de percorrer em lombos de animais 360 kms cheagaram altas horas da noite. No outro dia fizeram um fogo no terreiro e o noivo estava com uns amigos aquecendo as mãos quando uma janela da casa se abriu e apareceram tres moças. Um dos presentes disse: espia o besta não sabe qual é a noiva dele! Falo de Tio Chico Andre e de Madrinha Doca, os meus queridos padrinhos que foram exemplo de familia e de dignidade. O pior é que existiam os casamentos por conviniencia e interesse, sobrinho casando com tia e vice versa para não permitir que um forrasteiro entrasse na familia e avariasse o patrimonio.

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    1. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk o domingo comecou animado. Bom dia amigão.......

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  2. Antonio Leandro e Carmelita formaram um casal amigo e vizinho dos meus pais, no Sanharol - V. Alegre -CE. Eram btincalhões e tinham um senso de humor aguçado, que foi passado para seus filhos, tendo como destaque Manoel Leandro, o mais engraçado de todos.

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