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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 25 de outubro de 2024

167 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Ontem estive no Sanharol, em Várzea-Alegre. Encontrei com meu amigo e parente Joaquim Leandro Bitu, o nosso conhecido Bitu. Antes da segunda cerveja, no Bar do Herculano, chegou ao local o Manuel Leandro, nosso amigo, parente e contemporâneo das décadas de 60 e 70 quando meninos.

É normal que as pessoas quando vão falar de suas vidas falem mais das coisas positivas e boas do que daquelas que não deixaram boas lembranças, ou seja, dificuldades e aperreios. O Manuel é um daqueles que não esquece nem uma nem outra situação, fala de tudo, e quando o assunto é dificuldade ele ainda aumenta um bocado.

Contava o Manuel que os pais dele Antônio Leandro e Carmelita para assegurar alguma receita a mais e sustentar a família, compravam leite e faziam um queijo de manteiga da melhor qualidade para venderem em Várzea-Alegre.

Os clientes eram os melhores da praça: Padre Otávio, Quinco Honório, Luís Proto, Josué Diniz, Dr. Lemos etc. Um dia sobrou um queijo e o Manuel teve que sair oferecendo para clientes que não conheciam ainda a qualidade do produto.

Esse queijo é bom mesmo menino? Perguntou o freguês! É sim senhor, respondeu Manuel. Você garante que é bom mesmo. Só posso comprar tendo garantia que o queijo é saboroso, completou o cliente. Manuel pensou um pouco e disse: Eu não posso dar a garantia que o senhor pede, porque eu só conheço mesmo direito o soro e é depois de três dias quando mãe já tem tirado toda a nata para fazer a manteiga.

O Manuel foi funcionário da empresa de ônibus Várzea-Alegrense em São Paulo. Um dia resolveu botar a empresa na justiça. No momento da audiência a Juíza perguntou: senhor Manuel você tem advogado? Ele respondeu não senhora, eu não tenho dinheiro, quem tem muito dinheiro é o dono da empresa que me disse que ia compra o promotor e a juíza.

Depois de toda confusão Manuel voltou da audiência de carona com o Manuel Ferreira proprietário da empresa e foi reintegrado ao quadro funcional novamente.
Pode?


7 comentários:

  1. Manuel Leandro é um dos nossos primos que sabe alegrar atravez de uma boa prosa. Tem uma memoria prodigiosa. Talvez por isso seja tão querido dos amigos. Parabens Manuel pelas suas belas historias e causos.

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    1. Sou positivo, mas não chego a tanto kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  2. Morais, pooooooode!!! Foi de conveniência para as partes envolvidas. rs rs
    Hoje ando num saudosismo medonho e você falando do meu queijo predileto, o de manteiga. O do Crato sei que é excelente ainda não encontrei outro igual. O de Varzealegre ainda pretendo saborear.

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  3. Maria da Gloria.

    O Manuel é bom de prosa e lembra ou inventa historias de uma epoca de muitas dificuldades. Veja segundo ele só sobrava para os de casa o soro e depois de bem desnatado.

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  4. Morais,

    Manuel é mais uma das grandes figuras de Várzea Alegre.
    Ô povo alegre e feliz e criativo!

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  5. Manoel Leandro e Brito de Luiza Félix comparecem todos os domingos, pela manhã, na casa do meu pai, Mundinho Gonçalo, no Sítio Sanharol. São causos e estórias para qualquer um chorar de rir.

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  6. Eu tenho uma admiração profunda pelos meus primos, filhos de Antonio Leandro e Carmelita.

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