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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 26 de outubro de 2024

185 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Hoje um museu, com distinção e louvores, antes a residência de Joaquim Alves de Oliveira, Joaquim de Sátiro do Sítio Boa Vista.
Em meados da década de 50 do séculos passado, eu não sei dizer, ao certo, qual dos filhos convenceu o pai a adquiri um reprodutor bovina na exposição de Crato. Dizia ser importante melhorar a genética do  rebanho e que diante das facilidades do financiamento o custo era compensador. Com a procuração  do Velho Joaquim o filho fez o negócio e o novilho batizado por "Vinagre" chegou a Boa Vista.
Depois da carência contratada o fiscal do banco se achega  para ver o gado, visto que no contrato foi informado que o criador tinha  um razoado número rezes no pasto como garantia.
Joaquim de Sátiro recebeu o fiscal com lhaneza no trato, embora com certa estranheza, não era afeito aquele tipo de inabilidade como a frase do bancário : " Eu vi ver o gado".
Ordenou Zé Chato  botar no curral as vacas paridas que pastavam  na vazante  próximo da casa.  23 vacas,  23 bezerros e bezerras e o boi. No curral que  ficava atrás do outro uma gamela cheia de resíduo esperava o zebu. Como se vê tratado a pão de ló.
Feita a vistoria o fiscal  disse : Como posso ver o resto do gado? Já sem a serenidade do inicio da conversa Joaquim de Sátiro  respondeu : Vá para as fazendas Caminho Velho e Poço da Roça, toda rês que vier beber no açude e tiver esse ferro é minha. 
O fiscal lhe respondeu : não é assim não, o senhor tem que botar o gado no curral para que eu faça a vistoria.
Pra que foi dizer isto. Joaquim de Sátiro entrou na camarinha e saiu com um saco de dinheiro e falou aborrecido : Tire o dinheiro do seu boi e desapareça da minha frente. O fiscal tentou  mostrar que era impossível, mas seu  Joaquim foi decidido: Você não vai sair daqui sem antes deixar um recibo dando plena quitação do novilho. 
E assim foi.



6 comentários:

  1. Uma bela iniciativa da família transformar esta casa em Museu. Joaquim Alves de Oliveira, Joaquim de Sátiro deixou um legado de exemplos e historias que deve ser lembrado e seguido por todos.

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    1. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkll eita vida de gado.....

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  2. Uma visita e abordagem indevidas, deselegantes e mal educadas. "Vi olhar o gado"!
    Se viu obrigado a optar por uma das opções : Passar o recibo dando quitação ou levar o boi.
    Um fiscal do Banco do Brasil naqueles tempos se achava um herdeiro do trono da Grã - Bretanha.

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    1. Realmente sentia-as pregas de quelé......

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  3. Fui técnico de campo da EMATRRCE, BANCO BEC e BANCO DO NORDEDTE, por mais de 30 anos. Sei muito bem, e às vezes até fui partícipe, dessas estórias pitorescas envolvendo a incompreensão de alguns clientes, que, por serem principiantes nas lides bancárias, muitas vezes estranhavam as regras das normas do Crédito Rural.

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    1. Agindo com tato, nada daria errado, visto estar lidando com um.homem da terra.

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