João "Remexe Bucho", além de pedir esmola (mais comida), só recolhia papel e papelão em seus sacos.
O seu intuito não era o de vender para reciclagem. O sonho que alimentava em sua loucura era o de produzir aviões de papel de todos os tamanhos, para soltá-los nas ruas de Juazeiro do Norte.
Certa feita, por sugestão do comerciante Ivan Gondim, foi convencido a construir um enorme avião que decolaria da Serra do Horto, sobrevoando a cidade.
Morreu frustrado porque nunca conseguiu recolher o material suficiente para construir tão "potente aeronave".
João "Remexe Bucho" era resmungão. O saudoso médico Mário Malzone lhe garantia três refeições por dia.
Ainda assim ele reclamava: "Esse doutor é um ‘miserávi’. Quer matar o "nêgo véi" aqui de fome".
A ELEGÂNCIA DE "ZÉ INTERNADO”
A portar uma indefectível pasta OO7, "Zé Internado" era uma pessoa calma, educada e muito conhecida em Juazeiro do Norte.
Por conta de quem lhe doava roupas e calçados, andava rigorosamente bem vestido.
Às vezes, quando descia pela rua São Pedro, era confundido com fiscal da Fazenda, para desespero de comerciantes que não o conheciam.
Foi dele que ouví, há uns 50 anos, a frase: "Para ser doido, é preciso ter muito juízo".
Indagado sobre ser chamado de "Zé Internado' explicou: "Meu médico disse que eu tinha a necessidade de ficar sempre internado. Daí, eu cumpro o que ele disse e ando sempre ‘internado’, de terno e gravata".
Essas historias me fizeram lembrar um desmeolado do Crato que foi preso com uma grande quantidade de maconha. O delegado perguntou de quem você comprou essa maconha? Seu doutor delegado eu tirei numa rifa.
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