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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 25 de outubro de 2024

154 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Revendo e estudando a história dos descendentes de José Raimundo Duarte, José Raimundo do Sanharol, eu encontrei um que me seduziu e me fez seu fã. Não o conheci, quando nasci ele já era falecido. Trata-se do meu chará Antônio Alves de Morais, ou Antônio Alves do Sanharol, filho de Raimundo Alves de Morais e Ana Feitosa Bitu, a conhecida Mão Doar.

Cresceu e viveu entre primos afortunados e abastados, embora por ironia do destino, materialmente nada possuísse. Sua nobreza estava na resignação, na conformidade da bênção Divina e assim viveu a vida feliz como nenhum outro vivera. Casado com Dona Zefa, descendente de famílias dos Inhamuís Antônio Alves deixou um legado, um rastro de exemplos para a posteridade. Convido você descendente de José Raimundo do Sanharol, a refletir um pouco sobre Antônio Alves nestas historias e exemplos de humildade, resignação e sofrimento que passarei a narrar durante esta semana.

Das suas historias tiramos muitas lições e exemplos: os afortunados, os abastados e os prestigiosos tiveram o mesmo fim: sete palmos abaixo do chão. Como disse, o Blog do Antonio Morais vai dedicar esta semana a registrar as historias de Antônio Alves em respeito a sua memoria, sua humildade, obediência ao destino e espírito de humor e alegria, coisas que o caracterizavam.

Eis a primeira delas:

Antônio Alves tinha uma jumentinha e diariamente cortava uma carga de lenha, nas terras dos outros, e ia vender na cidade. Daí tirava seu sustento e de sua família. Um dia, quando o machado bateu, um primo legitimo e cunhado seu, homem rico e de posses, que preservo o nome entendeu que o Antônio estava tirando lenha em sua propriedade e se dirigiu ao local.

Quando chegou o Antônio estava dois metros fora de suas terras. Não tendo o que dizer falou: Cortando uma carguinha de lenha né Antônio?

E você pensava que era na sua terra né! Respondeu ironicamente,  em risos.



Um comentário:

  1. O meu pai fez uma plantação de arroz em sociedade com Antonio Alves. Quando o arroz estava para segurar, criar as sementes, veio um verão brabo. O meu pai convidou o socio para irem dar uma olhada na lavoura. No meio da roça o mei pai disse: Antonio o nosso arroz está tão facil de segurar! Bastava uma chuvinha! Antonio Alves respondeu rindo: Ze André, facil está é de se perder que não precisa nem da chuvinha.

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