Dedicado a Socorro Moreira, sabendo que entre
as gratas recordações que ela conserva no coração,
está a imagem e o trabalho de Padre Frederico..Texto: Armando Rafael
Fotos: Heládio Teles Duarte
Fotos: Heládio Teles Duarte
Nascido em Gelsenkirchen, Alemanha, no dia 26 de janeiro de 1916, Padre Frederico Nierhoff foi figura proeminente na cidade de Crato. Quando assumiu a Paróquia de São Vicente Ferrer – em 1948 – como segundo vigário, a igreja-matriz tinha proporções pequenas e acanhadas. Nos 20 anos em que administrou aquela paróquia (1948-1968), Padre Frederico comprou imóveis vizinhos ao templo e ampliou a igreja. Remodelou e ampliou, também, a casa paroquial dotando-a de ampla área anexa, uma espécie de área de lazer, destinada às crianças que se preparavam para a primeira comunhão. Construiu, na zona urbana de Crato, no bairro São Miguel, a Capela de São Miguel Arcanjo, hoje igreja-matriz da paróquia do mesmo nome.
Padre Frederico construiu – na zona rural de Crato – alguns conjuntos habitacionais. Um deles deu origem a atual Vila de Romualdo, cuja população, ali residente, considera o Padre Frederico como fundador do vilarejo. Lá, o sacerdote alemão ergueu uma bonita capela que ainda hoje conserva a beleza dos primeiros anos de seu funcionamento, na década 60 do século passado (foto ao lado). Deve-se, ainda, ao Padre Frederico a construção de um conjunto habitacional para pequenos agricultores e a capela do Sítio Malhada. Este conjunto recebeu o nome da mãe daquele sacerdote, Adolfina Nierhoff. Ainda hoje a comunidade do Sítio Malhada serve de modelo de assentamento rural com geração de emprego e renda.
Nos anos 40 e 50 do século passado, o Cariri cearense era conhecido no Brasil como um dos maiores focos de tracoma, infecção que afeta os olhos e, se não for tratada, pode causar cicatrizes nas pálpebras e cegueira. Padre Frederico selecionou voluntários da zona rural de sua paróquia, para ajudar a "Campanha Federal Contra o Tracoma", iniciativa do Departamento Nacional de Saúde Pública. No início da década 60, essa moléstia tinha sido erradicada da zona rural do município de Crato.
Desgostoso com a redução da Paróquia de São Vicente Ferrer a um território de poucos quarteirões, no centro de Crato, Padre Frederico desligou-se, em 1969, da diocese de Crato e foi ser vigário de Custódia (Pernambuco). Dali saiu para ser pároco e vigário-geral da diocese de Floresta (PE), onde, no dia 31 de outubro de 1975, sofreu um enfarte, enquanto dirigia um carro. Este, desgovernado, capotou ocasionando a morte do Padre Frederico. Sua repentina e inesperada morte foi muito lamentada em Crato, onde o Padre Frederico trabalhou com dedicação e carinho, junto aos mais necessitados e onde possuía muitos amigos.
Texto:Armando Lopes Rafael
Fotos: Heládio Teles Duarte
Armando, parabéns por essa biografia de um padre tão atuante. Fui seu coroinha e afilhado de crisma; convivi muito de perto e, mesmo menino, conheci todas essas obras que você mencionou.
ResponderExcluirDion Pinheiro Filho
Fortaleza-CE
Dion:
ResponderExcluirSeu depoimento somente reforça o sentido da postagem, qual seja a de preservação da memória do Padre Frederico.
Armando Rafael.
ResponderExcluirPreciso é que se resgate a memoria de Padre Frederico. Tudo que for dito, escrito e falado deste grande bemfeitor é pouco, ele é muito mais. O carinho que os cratenses tem pelo Padre Frederico é muito grande, haja visto uma outra postagem de sua autoria, onde dezenas de personalidades cratense fazem suas manifestações.
Abraços e muito obrigado.
Prezado Armando, é importante, também,
ResponderExcluirlembrar o trabalho do Padre Frederico na comunidade da Malhada, onde ele construiu ruas de casas e uma capela. Ainda hoje aquela comunidade é tida como a mais organizada, do nosso distrito, graças à semente plantada por ele.
Parabéns pela matéria
Antonio Correia Lima - TOINHO
Padre Frederico não era apenas empreendedor. Mesmo com sua voz forte e firme que muitas vezes imprimia a sensação de medo na pessoa desavisada, sabia lidar com doçura com as pessoas que dele se aproximavam. Na verdade, ele tinha a alma doce e gentil e feliz de quem ganhava sua amizade, como foi o caso de minha família.
ResponderExcluirArmando neste meses todos que venho visitando e lendo as postagens do Sanharol, nunca emocionei-me tanto. Fui para o Crato saindo da malhada direto morar na rua do posto no Crato e foi exatamente nesta época que recebi muita ajuda do Pe. Frederico, nem vou estender este assunto, pois daria um textos daqueles meus bem chorões e saudosos.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Íris Pereira
Caro amigo,dou glorias a Deus por esta bela e amável lembrança,estudei numa obra de caridade fundada por este homem:A creche S.Miguel.E ainda hj mesmo comentava com meu pai sobe o santo respeito que ele tinha nas comunidades rurais como:Sitio Alegre,Cipaúba,Leite,Caboclo e Serraria.Que o Senhor de a ele a recompensa pelas sua boas obras,e a vossa pessoa mais apreço pela boa cultura e resgate dos grandes nomes cearenses.
ResponderExcluirSalve Maria!
Minha vó, Maria Gomes sa Silva, trabalhou na casa desse padre, cuidava de suas batinas e de sua cozinha. Ela sempre me conta histórias de generosidade da parte de Pe.Frederico. Cuidava dos pobres e dos menos favorecidos. Minha vó fala que quando ele viajava sempre dizia pra Conceição:"Cuide de Maria, o que Maria precisar ajude-a". São muitas as fala de minha vó sobre a generosidade desse homem. Hoje minha vó tem 82 anos.
ResponderExcluirCláudio Leite