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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Ainda sobre o 15 de novembro - 2

  Crato republicano? algumas considerações
(Excertos de um artigo publicado há 17 anos na revista A Província – nº 18, ano 2000)

Bandeira do Império do Brasil

   O “ôba-ôba” tão característico destes tempos medíocres em que vivemos, quando a maioria das pessoas não tem mais profundidade em nenhum assunto, nos obriga a ouvir, vez por outra, alguém falar sobre a “tradição republicana” de Crato. A verdade é que não existe essa “tradição republicana em Crato”, que não passa de uma falácia!

   Começo por lembrar que o aniversário do golpe militar que implantou a República – em 15 de novembro de 1889 – nunca foi comemorado em Crato. Nesta cidade o povo comemora muitas datas: 7 de setembro, 21 de junho, 1º de setembro (Nossa Senhora da Penha), 19 de março (São José), dentre outras.  Agora a “Comemoração” no dia 15 de novembro nunca se viu nesta Mui Nobre e Heráldica Cidade de Frei Carlos Maria de Ferrara....

     E por que isso acontece? Crato, durante 149 anos (de 1740 quando foi fundado, a 1889, quando houve o golpe militar que empurrou goela abaixo da população a forma de governo republicana) viveu sob a Monarquia. Não se apaga facilmente um século e meio na vida de um povo. Por isso, no “imaginário popular cratense”, persiste a ideia de que a Monarquia é algo de elevado nível, respeitoso, honesto e bom.

     Tanto isso é verdade que, ainda hoje, quando o nosso povo reconhece certos méritos ou qualidades numa pessoa costuma dar-lhe o título de “Rei/Rainha”. Por isso muito se fala em Crato (e no Brasil) no “Rei Pelé”, no “Rei Roberto Carlos”, no “Rei do Baião”...E o que dizer dos concursos que se realizam para escolha da “Rainha do Colégio”, “Rainha da ExpoCrato”? e de nomes de lojas que aqui existiram ou existem: “O Rei da Feijoada”, “O Império das Tintas”?, "O Rei dos Filhós"... Ou nomes como “Rádio Princesa FM”, “Colégio Pequeno Príncipe”?  

      Portanto, é um mito sem consistência essa alardeada “tradição republicana” de Crato. Precisamos ter coragem para proclamar isto, pois ela não reflete a realidade. 
 
Texto e postagem: Armando Lopes Rafael

Um comentário:

  1. No Brasil republicano atual tudo é bem real : É rei pra todo gosto. Rei da ladroagem, rei da enganação, rei da covardia, rei da traição, rei de tudo que não presta. Mas, essa aberração que se elegeu apropriando-se do trabalho do Juiz Sergio Moro para depois destruir não vai se sustentar por muito tempo.

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