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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

FUTEBOL E OS SEUS “HOMENS DE GELO” - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


Pois é. Hugo Souza, o Neneca, quis mostrar que também tem gelo no sangue, para sair driblando os adversários, quando apertado na saída de bola.

Tomaram-lhe o brinquedo e o Flamengo amargou uma derrota, na estréia de Rogério Ceni, exatamente contra o São Paulo, a quem não consegue vencer.

Como sabem os senhores, goleiro que não usa os pés, como jogadores dos demais setores de uma equipe, está com os dias contados no futebol brasileiro.

Basta ver dois exemplos recentes: Wanderlei, goleiro do Santos, quando da chegada de Sampaoli ao time peixeiro, solicitou a contratação de Éverson.

E Boeck, do Fortaleza, praticamente “encostado” por Rogério Ceni em favor de Felipe Alves, “o homem de gelo”.

Mais do que habilidade, o goleiro tem que ser frio, submetido, se possível, a uma temporada no polo norte, ao lado dos esquimós.

Trocar passes com os zagueiros, numa distância tênue para a meta, exige dos goleiros o chamado “sangue frio”.

Hoje em dia, tem que ser necessariamente “homem de gelo”.

Interessante é que atrasar a bola não só para o goleiro, mas também para o setor de defesa era uma atitude de time covarde, ato cuja punição se dava através de estrondosas vaias.

Quando as seleções europeias enfrentavam a nossa seleção, no Brasil, dada a superioridade que exercíamos, eram obrigadas a se fechar na defesa e repetir várias vezes a jogada de bola recuada.

Nelson Rodrigues, ao criticar o viralatismo de nossa imprensa em apreciar mais o que é de fora, ironizava: “A cada bola atrasada para o goleiro do time visitante, nossos narradores repetiam ‘como atrasam bem’”!

Nada contra o goleiro jogar com os pés. Tudo contra os exageros e exibicionismos somente com o fito de seguir uma tendência imposta pelo modismo.

Na nossa infância, tempos do futebol com a bola de meia, a posição de goleiro era reservada a quem não tinha habilidades para ”jogar na linha”.

Quem saísse da meta, tentando driblar todo mundo e tomasse o gol, corria o perigo de não sair vivo da brincadeira.

Mesmo porque, na época, gelado mesmo a gente conhecia refrigerante, sorvete e picolé, sem imaginar que um goleiro devesse jogar em estado sólido.

Um comentário:

  1. O certo é que os treinadores na ausência de terem o que fazer ficam inventando coisas. A função do goleiro é não permiti a bola entrar na meta e evitar o gol. O Flamengo tem levado sonoras goleadas com o Hugo ou com o Diego no gol.

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