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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

O EFEITO AUDITIVO DO PALAVRÃO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


Na busca pelo sucesso, a chegada ao topo não costuma ser tão difícil quanto a manutenção do status de escolhido pelos deuses do triunfo.

Se os fracassos não servirem como lições para os derrotados, uma trajetória promissora pode ser interrompida abruptamente.

Cada treinador tem uma maneira própria de dirigir pessoas, na luta  pelo reconhecimento do seu trabalho.

A história do futebol, pelo menos até onde conheço, não reserva bom lugar para treinadores truculentos como Yustrich, o “homão”, um ex-goleiro que se tornou técnico de grandes clubes, inclusive o Flamengo.

Quem comanda tem que ter controle absoluto de suas emoções, pois do contrário vai se perder no vendaval incontido das irreflexões.

Não conheço de perto o profissional  Rogério Ceni, cujo trabalho de três anos o elevou à condição de melhor treinador da história do tricolor do picí.

A imagem que tenho dele é positiva, embora isso não me impeça de fazer reparos ao seu trabalho.

Nas derrotas, o hábito de encontrar culpados: seja nas comparações financeiras e estruturais, necessidade de contratar, arbitragem, etc, etc.

Mas, não há dúvidas, que existe uma interação entre o treinador e os atletas, a ponto de se reconhecer uma situação em que os jogadores jogam por eles, e pelo comandante técnico do time.

Talvez, pelo fato de ter ouvido falar na “era da delicadeza”, me causou espanto e, à muitas pessoas, o tratamento dado por um Rogério Ceni, aos berros e apoplético, ao cobrador de uma falta, com barreira, a favor do tricolor.

A sugestão que o cobrador da falta fosse tomar caju, pode, quem sabe, revelar um modo de tratamento cultivado entre comandante e comandados.

E há quem ache, no ambiente intramuros do futebol, coisa perfeitamente normal sem muitas “escoriações”.

O efeito auditivo, só possível em estádio vazio, nos deixa  uma ponta de dúvida.


Um comentário:

  1. Uma coisa que eu acho desnecessária no treinador é o tal palavrão. A nada serve, em nada contribui. Quem por ventura viu um palavrão de Telê Santana? Quem viu melhor treinador do que ele? Né mesmo.

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