Como esporte, o futebol cria o gosto pela disputa, desperta as nossas possibilidades lúdicas e motoras e é importante agente de formação e transformação do homem.
Neste país descoberto por acaso, os nossos craques desenvolviam memória atlética, jogando nas calçadas, na várzea e nos campinhos esburacados.
Habilidades individuais advindas dos curtos espaços em rachas, locais de inclusão destinados ao futebol.
Essa narrativa nos ajuda a entender porque o Brasil pontificou mundialmente nessa modalidade, ancorado na qualidade individual dos seus jogadores.
No inicio da crônica, abordamos o aspecto da formação inicial dos nossos valores, para chegar aos dias de hoje.
Ao invés de representar uma brincadeira para crianças, o futebol assemelha-se, cada vez mais, a uma indústria com linhas de produção.
O que deveria ser um sonho das crianças - tornar-se um atleta profissional de sucesso - é, agora, com todas as letras, um sonho dos pais.
Em torno de guris de menos de dez anos, forma-se uma equipe munida de assessores de imprensa, nutricionistas, preparadores físicos e técnicos, com o fito de criar futuros e milionários ídolos, numa atividade juvenil que deveria se dedicar apenas ao lúdico.
Carregada de obrigações fora de tempo, a criançada vai adquirindo vícios de adultos que enxergam o futebol como uma guerra, lugar onde é proibido perder.
As abjeções não param por aí.
É comum nas mesas redondas de rádio e televisão se reclamar da falta de qualidade do futebol jogado no Brasil.
Numa adulteração da essência de nossas características futebolísticas, depois do recorrente “mata a jogada”, temos agora nas formações de base uma nova orientação no sentido de “saber sofrer”.
Abjeta formação.
Sinceramente eu fico triste por saber que uma jovem mãe de um garoto de 12 ou 13 anos tenha duvidas : Se leva o filho para escola ou para escolinha de futebol ou para aula de pagode.
ResponderExcluirPorque não conciliar e levar para todas. Sabemos que a vida profissional do atleta começa aos 17 e termina aos 35 quando não há atropelos. Temos vários exemplos de profissionais que foram vitoriosos em suas atividades.
Eduardo Gonçalves de Andrade, Tostão um dos maiores craques do Brasil teve a carreira interrompida por um acidente em campo. Uma pancada no olho o tirou a atividade.
O homem era médico e deu continuidade na profissão.
O esporte tem que crer uma atividade lúdica e de entretenimento. O futebol está sendo tratado como opção para esticar. É aí que mira o perigo.
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