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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 30 de novembro de 2023

O ORGULHO QUE TÍNHAMOS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

O torcedor brasileiro tem chorado as derrotas da seleção brasileira, quando se pensava que ele não estava nem aí para a canarinha.

Mais do que isso, esfrega sal na ferida dos derrotados.

Primeiro no treinador Fernando Diniz. Depois, o sal se destina aos jogadores ‘estrangeiros' da seleção.

O torcedor de faixa etária mais avançada é o mais saudoso de um tempo que o Brasil era pobre, não passando de uma grande floresta, mas tinha um grande futebol.

De fato, a partir do bi mundial, em 1962, e a conquista do tri, no México, nosso futebol passou a ser nossa grande excelência e orgulho internacional.

Com o tempo, esse orgulho foi obliterando nossa visão para os erros da cartolagem e o reconhecimento de que jogadores de outros países eram tão bons de bola como os nossos.

Abiscoitamos mais dois  mundiais, nos tornamos uma forte economia no Mundo e, hoje, perdemos para seleções de segunda e, até, de terceira linha.

A nossa combalida autoestima foi para o vinagre.

Quando a classe dirigente entender, entre outras questões importantes, que exportar jogadores não é símbolo de riqueza, se terá dado um passo importante

para recuperação do nosso prestígio futebolístico.

Por enquanto, paciência. Muita paciência. 

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Você sabia? - Por Pedrinho Sanharol.

Que o município o Crato desmembrou do seu território outras 17 cidades. Veja a relação das localidades e as datas de emancipação de cada uma delas :

17.08.1846 – Barbalha

17.08.1846 – Milagres

08.11.1864 – Missão velha

25.11.1885 - Santana do Cariri

17.08.1889 – Porteiras

26.08.1890 - Brejo Santo.

27.08.1890 – Mauriti

22.11.1911 – Juazeiro do Norte

30.08.1914 – Jardim

20.12.1938 – Farias Brito

04.12.1933 – Caririaçu

22.11.1951 – Barro

22.11.1951 – Jati

14.03.1957 - Nova Olinda

13.10.1958 – Pena Forte

25.03.1959 – Abaiara

25.03.1959 – Granjeiro.

Devo informar que alguns município mãe, como Milagres, desmembrado de Crato, depois já aconteceram três desmembramentos : Barro, Mauriti e Abaiara. 

Do mesmo modo Jardim é município mãe de Porteiras, Jati e Penaforte. O fato é que as áreas desses 17 municípios pertenciam ao Crato.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Caminhos mais bonitos - Por Pedrinho Sanharol.

Eu ando apostando nos caminhos mais bonitos, nos abraços mais sinceros e nos amigos mais irmãos.

Passei a colecionar só o que me faz melhor e subtrair o que em mim não acrescenta nada.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Cidadania - Postagem do Pedrinho Sanharol.

Em Julho de 1980, o hoje Coronel Francisco Tavares Barbosa, brioso oficial da Policia Militar do Ceará, quando tenente e Delegado Especial da cidade do Crato foi agraciado com o Titulo de Cidadão Cratense  por iniciativa do vereador Cícero de Moura Rosendo e aclamação unânime dos vereadores.

Comenda conferida em reconhecimento aos bons e relevantes serviços prestados a comunidade. Portanto o Coronel Tavares é um cidadão cratense por força de decisão unânime da Câmara Municipal, e, sobre tudo pelo amor que sempre dedicou ao Crato e sua gente.

Atitude nobre do legislativo municipal que recebeu o reconhecimento da população à época. Uma homenagem justa e merecida. 

Nosso aplauso, reconhecimento e gratidão.

domingo, 26 de novembro de 2023

A presença de Deus - Por Jenário de Fátima.


 Se vieres à mim, chegue de leve...

Venha em  passos calmos, miudinhos,

Ao meu redor revoam uns anjinhos,

E assustá-los eu sei que não se deve.

Eles me guardam nesta vida breve.

Indicam a direção de meu caminho,

Trabalham para que o mal fique em seu ninho,


E o que é ruim se esconde, e não se atreve.

Por isso no chegares, se desarme.

Desfaça qualquer mágoa rescentida,

Sem pressa, sem mistério e sem alarde.

Esqueça se há rancor nos olhos teus.

E repare em minha alma embevecida,

A nítida presença de meu Deus.

Carta de Abraham Lincoln, em 1830, ao professor do seu filho - Por Antonio Morais.

Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.

Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.

Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.

Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.

Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.

Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.

Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.

Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor.

Abraham Lincoln, 1830. 

sábado, 25 de novembro de 2023

Vazio - Jenário de Fátima.

 

Sentir saudades? Quem é que não sente?

Afinal apenas somos humanos.

Mas a saudade às vezes é latente

E nos carrega ao mundo dos insanos.

E nesta coisa de se estar carentes,

Vemos no passar lento dos anos,

Que aqueles sonhos de outrora presentes


Vão dando espaço à voz dos desenganos.

Assim, ante o incomodo desconforto,

De se ver passar anos sempre iguais.

Qual errante nau que procura porto,

No horizonte extremo de longínquo cais,

Singramos ondas de um oceano morto,

Onde sereias já não cantam mais.

Deus é silêncio e o demônio é barulho - Alertou o Cardeal Robert Sarah.

“Corremos o risco de reduzir o sagrado mistério a bons sentimentos”. 

Alertou o cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

E faz um questionamento pungente: “Com o pretexto da pedagogia, alguns sacerdotes permitem inúmeros comentários que são insípidos e mundanos. 

Esses pastores temem que o silêncio em presença do Altíssimo desconcerte os fiéis? 

Acreditam que o Espírito Santo é incapaz de abrir os corações aos divinos mistérios, derramando sobre eles a luz da graça espiritual?”.

"Deus é silêncio e o demônio é barulho".

ERUPÇÃO VULCÂNICA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Em comentário feito sobre Pelé, logo após a sua morte, o defini como uma erupção vulcânica de duas pernas.

Um súdito do rei me perguntou de onde eu tirei essa visão (mais uma) do maior jogador do Mundo.

Antes da Copa do Mundo de 2.014, o neurocientista Miguel Nicolelis desenvolveu, em trabalho para uma revista, uma teoria para explicar Pelé.

Entre várias informações, uma me chamou a atenção.

É que depois da conquista da Copa de 70, no México, como homenagem, um acidente da lua de Júpiter chamado IO recebeu o nome de Pelé.

IO é uma erupção vulcânica, de ação contínua e de alta velocidade, que espalha, sem cessar,  lava e fogo por 300 quilômetros.

E esse foi sempre o efeito do Pelé terrestre. Uma erupção continua de movimentos, dribles, gingas, arrancadas, chutes mortais, no chão ou no ar, em bicicletas que desafiavam a gravidade.

Quem viveu e viu, sabe que Pelé foi isso mesmo: uma erupção vulcânica de duas pernas.

Concordam ?

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

ALMA E FUTEBOL - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Quem quase morreu afirma que, quando a alma vai se ausentando, a gente sente.

É como se a vida fosse passando, em poucos instantes.

Rubem Braga disse, certa feita, que não devemos vender a alma. A alma faz falta.

Nelson Rodrigues, o nosso maior frasista, decretou: "Um time pode jogar até descalço, mas não pode jogar sem alma".

Eu gostaria de ter uma boa coleção de metáforas e hipérboles para explicar essa falta de alma no futebol brasileiro.

Fato que a alma anda em falta  nos campos de jogo.

Vem sendo essa a explicação para quedas de produção abruptas de vários times, ao longo do campeonato brasileiro.

O torcedor não se deixa levar por essa história. Acha, de imediato, que é falta de vergonha dos jogadores e burrice dos treinadores.

Bem sabemos que, hoje, as equipes de futebol possuem nos seus estafes especialistas para qualquer tipo de problema.

Dizem até que contam com amestradores de foca nos seus departamentos. Exagero, certamente.

Certo é que estamos diante de um problema muito sério. Há jogadores que estão rezando como nunca em busca de um equilíbrio espiritual.

Da minha janela, me sinto  impossibilitado de sugerir uma solução.

Se vivo fosse, Jurandir Mitoso, "O Pajaraca", consultado, diria: "Vixe, agora, é coisa de assombração ?

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

“Supremo não é palco e arena política”, diz Pacheco ao STF - O Antagonista.

A PEC limita o poder de decisões monocráticas da Corte, dentre outras provisões. O texto foi aprovado no Senado na quarta, 22, e vai à Câmara

O presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou as acusações de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o trâmite da PEC do STF na Casa, aprovada em dois turnos na quarta-feira, 22 de novembro.

“Não quero permitir polêmica em torno de um tema que tem clareza técnica grande. O que fizemos foi garantir que uma lei concebida pelos representantes do povo, Câmara e Senado, sancionada por presidente da República, que esta lei só possa ser declarada inconstitucional pelo colegiado do Supremo Tribunal Federal”, disse Pacheco a jornalistas nesta quinta, 23.

A ARTE DE VIVER - Por Antônio Gonçalo de Sousa.

Da esquerda para a direita: Luiz Gonçalo (Duda), Carmem Gonçalo, Zé Gonçalo e Eu.

Essa foto abaixo foi feita no muro da casa do meu avô, Antonio Gonçalo Araripe, na Rua Dr. Leandro Correia, em Várzea Alegre - CE. O ano não lembro bem, mas deve ter sido no início da década de 1960. 

Chamo atenção para o capricho da nossa indumentária, pois os trajes, apesar de simples, denotam requinte, com adereços nos bolsos, calçados  decentes, combinando com a cor dos tecidos, que tinham predominância branca. 

Vale registrar que todos os modelos das roupas, à época da nossa juventude, eram planejados e confecionados por nossa mãe, que aprendeu cedo a arte da costura, bordados, rendas e outras preciosidades, que eram demandadas por muitos fregueses dos arredores onde morávamos. 

A fotografia retrata bem o quanto fomos beneficiados pelo legado dos nossos pais, que souberam administrar bem a dicotomia do trato com o trabalho digno, aliado ao bem estar da família e dos amigos. 

É claro que essas experiências não caíram do céu, pois foram adquriadas das labutas diárias, vividas e revividas dos nossos avós paternos e matermos, que também foram aprendizes, perseverantes e resignados em praticar e ensinar a arte de viver.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Cococi, de cidade a uma localidade fantasma - Por Pedrinho Sanharol.

De próspera fazenda de gado, do início do século XVIII, passou a símpático núcleo urbano e, depois, a cidade extinta. Hoje, referem-se àquela planura de nome indígena usando o tenebroso termo "cidade fantasma", para outros, a classificação fica a cargo da origem da maioria de seus habitantes, por isso, também ser conhecida como "a cidade dos Feitosa".

 

No princípio, e desde milênios, era tudo terra dos índios, conforme confessa o nome, Cococi, que, para alguns, significa "coco pequeno" (coco + ci = pequeno); para outros, é palavra de origem cariri, "cocotsi", igualmente, coqueiro. 

Curioso é o fato de a palavra "có", de origem tupi, está ligada, geralmente, à roça, como aponta a tradução de outros lugares cearenses, a exemplo de Icó (i=água+có=roça) e Acopiara (aco=roçado+pi=limpar+ara=o que cultiva). 

Na minha grande ignorância, bem que Cococi poderia ser traduzido como roças pequenas ou pequenas roças. Mas só o povo originário daquela época para nos dizer o real significado. 

O fato é que, depois da guerra civil cearense de 1724, o coronel Francisco Alves Feitosa, oriundo de Penedo/AL, guiado pelos índios Jucá e Jenipapo, depois de passar por Sirinhaém/PE, Icó/CE, Cariri/CE e Missão dos Jucás (hoje, Arneiroz/CE), subiu pelo Rio dos Jucás e, próximo às margens desse rio seco construiu sua casa de fazenda, em taipa, talvez, por volta de 1725, para fugir das autoridades e da vingança dos Montes, estes, seus parentes e inimigos acérrimos. 

De frente à casinha de taipa de pilão, no ano de 1740, iniciou a construção de uma capelinha, estilo barroco, devotada à Nossa Senhora da Conceição. Aí, depois de ter desposado duas viúvas, casou-se pela terceira vez com outra senhora que havia perdido o marido, vivendo nesse lugar o resto de seus dias, fugindo do seu passado de guerra; lembrando-se da perda do filho mais velho, assassinado nas contendas fratricidas de 24. 

Depois dele, vieram muitos outros, com mesmo sobrenome e sangue, criando gados, vivendo também outros conflitos, interpolados por sambas, paixões, vinganças e uma história de 300 anos que enlaça os curiosos. 

Em meio a essas histórias vertem muitas lendas, como a de uma uma serpente que, em noites de lua cheia, emerge de um velho túmulo de um antigo e cruel coronel enterrado no cemitério do Cococi, atrás da referida capela. 

A verdade é que a cidade do Cococi deixou de existir no plano físico para fazer parte do imaginário dos Inhamuns.

Fotos - Capela que resiste ao tempo, casa  onde  se localizava  a prefeitura, câmara municipal e residência do prefeito e José Eufrásio Alves Feitosa, major Feitosa prefeito  em exercício quando   retirou o status de município.

APAGÕES - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Gente é para brilhar e não para ficar sem luz.

A frase vem da aflição pela falta de energia elétrica, por vários dias, nos grandes centros.

Mas, se presta para considerações sobre Fortaleza e Ceará.

Escuridão demorada essa no futebol do vice-campeão da Sul-Americana.

Vojvoda age, se valendo de alguns remendos na rede de energia.

O curtos-circuitos permanecem e a iluminação gerada é fraca.

A reclamação do público consumidor já faz barulho. Afinal, a conta não deixa de ser cobrada.

Nos arraiás de Porangabuçu, a falta de energia já vem se arrastando, desde o ano passado.

Daí, não se entender que a reclamação mais estridente pela falta de luz tenha ocorrido no jogo contra o Vila Nova.

Há um esforço no sentido de "mudar a companhia" para o ano que vem. Falta, ainda, o preto no branco.

Os apagões trazem enormes prejuízos ao setor de paciência dos consumidores.

De apagão em apagão, não se descarta o uso da luz de vela ou de candeeiro.

Tenhamos esperança. Por maior que seja a escuridão, esta não será capaz de apagar a luz de uma vela.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Uma viagem de trem - Por Pedrinho Sanharol.

A vida é como uma viagem de trem. Com embarques e desembarques, com encontros e desencontros.

E, de vagão em vagão conhecemos pessoas importantes que passam a fazer parte da nossa vida, mas nem sempre podemos ir até o fim com as mesmas pessoas, pois elas descem em estações diferentes para seguirem seus destinos.

Com absoluta certeza, nunca vamos esquecer daqueles que sentaram ao nosso lado, mesmo que por alguns instantes.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

ESSA TAL DE DEPRESSÃO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.


"Você é uma vergonha para a depressão". Acusação extraída de um diálogo de filme.

Ué, que mal é esse, em que precisamos estar à altura para recebê-lo em nossa alma?

Mas, sabem, há coisas que nos acontecem e não nos lembramos em que tempo.

E não adianta ir atrás do que já aconteceu e não existe mais.

Mas, vamos lá. Em única vez, fui "atacado" por uma sensação esquisita que me tirou do ar.

Me deixou sem saber se eu era gente ou fantasma. Como se tivessem mexido em minhas coisas, desordenando minhas memórias.

Uma crise dentro da gente, sem o amparo de uma justificativa. Imobilidade da alma, uma preguiça existencial.

Como se fosse um náufrago, prestes a bater as botas.

Não é normal o que está acontecendo. Ainda deu para raciocinar assim.

Hoje, fico a me perguntar: teria sido essa sensação passageira e "gasturenta", a tal da depressão?

Pode ter sido. Já pensaram? Morrer de tédio é de lascar.

Passado muito tempo dessa "sugesta", nada que uma cervejinha não pudesse curar.

Algumas angústias são mais fracas do que choque de candeeiro.

Ainda bem.

domingo, 19 de novembro de 2023

Minha primeira viagem ao Crato - Por Pedrinho Sanharol.

A mais prazerosa experiência de minha vida foi ser avô. Cuidar dos netos.

Tenho quatro netos, dois casais. Os dois mais velhos uma fisioterapeuta e um universitário, já não ligam mais para o avô. Já tem as suas vontades, desejos e decisões.

Restam as duas crianças, essas sim, quando me visitam me dão toda atenção. 

Na última vez que estivemos juntos Flora pediu : Vô, conta uma história. Prá que ela foi pedir.

Contei sobre a primeira vez que vi ao Crato. Finalidade da viagem assistir a procissão de Nossa Senhora da Penha, promessa da minha avó.

Meio de transporte lombo de animal, uma burra arisca, árdua e troteira. Sair do Sanharol, em  Várzea-Alegre as quatro horas da manhã, e, as cinco horas da tarde estava na Palmeirinha, na casa de Vicente de Brito e Silva e Geraldina, o casal mais solidário e gentil que conheci em toda minha vida. 

Soltei a burra na roça para pastar e descansar, e, depois de uma boa conversa, com os anfitriões, jantei "baião de dois" com costela de porco torrada e banana maçã até quanto o bucho coube.

No outro dia cedinho pequei a kombi na Ponta da Serra e fui para o Crato pagar a promessa.

À tardinha assistir a solenidade mais bonita de todos os tempos, o encerramento da festa de Nossa Senhora da Penha, concelebrado por Monsenhor Rubens e Dom Vicente.

No outro dia montei na burra e comecei o retorno. Quando ia depois do Monte Pio, tinha uma onça no meio do caminho. A onça correu e eu botei atrás. Um pouco adiante tinha uma gruta, a onça entrou, e, eu acompanhei na burrinha. No final da gruta a onça se virou e preparou o bote.  

Quando eu olhei para trás tinha outra onça de bote armado. Ficamos os dois, eu e a burra entre duas onças.

Flora perguntou : E como foi? Respondi-lhe, ora como foi, as onças me comeram.

O Aluísio que já tem noção das coisas deu uma baita gargalhada e disse : Eita Véio duma mentira lascada.

Encontro feliz e gentil - Por Pedrinho Sanharol.

Nesta sexta-feira, 17 de Novembro de 2023, recebi com muito orgulho e muita honra a visita do meu estimado amigo José de Sousa em nossa casa do Crato. 

Levamos um bom e animado lero. Não faltou conversa sobre Santana do Cariri, sua terra, Várzea-Alegre, minha terra e nossa cidade adotiva Crato. 

Para coroar o nosso feliz e gentil encontro registramos com essa foto onde ele mostra os dois livrinhos de nossa autoria, adquirido  nesta oportunidade.

Agradeço a colaboração do amigo prometendo para breve uma outra produção para o deleito dos amigos. 

Ao meu grande amigo José o meu abraço. Que Deus abençoe e ilumine sempre.

Que volte outras vezes, que novos encontros sejam breves.

sábado, 18 de novembro de 2023

ERICK PULGA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

O drible é o movimento que melhor ilumina o caráter do futebol como arte.

Resulta de uma sincronia do corpo com os pés. Memória corporal.

Diferente do drible, a finta é o drible de corpo sem tocar a bola.

Genial a definição de Chico  Buarque: "O drible de corpo é quando o corpo tem presença de espírito".

Iríamos um pouco mais adiante, afirmando que o drible é inseparável da arte de jogar futebol.

Driblar é dizer que sim e executar o não.

Todo esse preâmbulo é para saudar o aparecimento de um jogador que dribla e finta: Erick Pulga.

Mirrado e corajoso, adora desmantelar os sistemas defensivos mais fechados.

Dribla para ganhar território e, se possível, marcar gols, como no jogo do Ceará contra o Mirassol.

No País de Garrincha, o drible está em falta.

Por isso mesmo, Erick Pulga é uma boa notícia.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Mais uma vez o “15 de novembro” não será comemorado



    O leitor sabe o que significa a expressão Res-publica? Pois fique sabendo. Literalmente significa: Coisa Pública

   Infelizmente não é isto que vemos no Brasil. Uma “coisa pública” “transparente e a serviço do povo”.  Faz 134 anos que a República nos foi imposta através de um golpe militar. Digamos -- se estivéssemos num laboratório, e pudéssemos coletar dados suficientes para uma análise acurada do funcionamento da  instituição republicana entre nós, nos últimos 134 anos.

    Será que,  após esse longo tempo, seríamos capazes de responder:  A República funcionou bem? Não. Ela é igual a “cantiga da perua”. De pior a pior... O teste do tempo e a análise histórica nos permitem responder com segurança:  a República fracassou em muitos quesitos, após uma análise séria e imparcial. Fiquemos apenas numa questão: nossos Três Poderes e  a a vida política da nação. Ora, o povo não confia nas instituições republicanas, nem nos seus políticos. 

   Utilizando-se de um eufemismo, uma minoria de militares, responsáveis pelo golpe de 15 de novembro de 1889, apelidaram este evento de “Proclamação da República”. Com este pomposo nome ela passou à história. Tem mais: noutro decreto (sempre sem consulta ao povo)  o 15 de novembro passou a ser mais um “feriado nacional”. Que nunca foi comemorado pela população brasileira, diga-se de passagem...

    Quantas lembranças tristes formam o legado histórico da república brasileira!
   Uma delas, no entanto, foi a pior: um dos governos republicanos foi responsável pelo primeiro genocídio, feito após a nossa independência de Portugal. Segundo um artigo de Lourdes Nassif – pasmem! – publicado em 15-11-2013, no Jornal GGN: 

“O regime republicano teve como batismo uma das mais criminosas páginas da nossa história: o massacre de Canudos. O governo republicano, temendo que o arraial chefiado pelo Beato Antônio Conselheiro fosse um levante em favor da restauração da monarquia, mandou os escrúpulos às favas e ordenou a sua total destruição. Velhos, mulheres e crianças foram exterminados. Muitos dos que não morreram durante o bombardeio e a invasão do exército foram degolados. Quase não restaram sobreviventes. Os temores infundados da perda dos cargos e benesses levou-os à solução final para aqueles sertanejos”.  (SIC)

        Esta, talvez, tenha sido a mais cruel dentre todas as ações da República no Brasil...


Texto e postagem de Armando Lopes Rafael


sábado, 11 de novembro de 2023

Levadas da Eternidade (70 anos do Instituto Cultural do Cariri) – Por J. Flávio Vieira

 


Dr. José Flávio Pinheiro Vieira

Presidente do Instituto Cultural do Cariri. 

"O que valeu a pena está destinado à eternidade.”

Rubem Alves.

O Instituto Cultural do Cariri – ICC completou, neste 18 de outubro de 2023, setenta anos de ininterrupta atividade. Fundado pelos mais renomados intelectuais caririenses, em 1953, a instituição foi a principal responsável por fazer o registro da História/Memória da nossa região. 

Pesquisadores do porte de Irineu Nogueira Pinheiro, Padre Antonio Gomes de Araújo, F.S. Nascimento, Joaryvar Macedo, Plácido Cidade Nuvens, J. de Figueiredo Filho, para citar apenas alguns, foram os principais ícones desta façanha. 

Plasmaram, com gênio, uma marca para o Crato: “Cidade da Cultura”. O órgão oficial do ICC, a Revista Itaytera, vem a lume desde 1955 e está hoje na sua 52ª edição regular, sem citar mais de outras dez especiais. 

As estatísticas da Revista (sempre publicada com formato de livro) são de encher os olhos: 12.000 páginas, 2.200 artigos, mais de 1.500 articulistas. Grande fração destas publicações endereçadas, especificamente, à Memória do povo Kariri. Hoje, o acervo está digitalizado, com acesso livre para pesquisa e download no site do nosso Instituto. Desde o seu nascimento, o ICC fugiu de constituir-se apenas uma entidade literária, engloba cento e cinquenta membros das mais diversas áreas do conhecimento: Letras, Ciências Filosofia, Artes & Ofícios, Cultura de Tradição, todos umbilicalmente caririenses, mas muitos espalhados pelo Brasil e até por outros países.

Nos últimos tempos, a instituição (Ponto de Cultura Municipal) preocupou-se ainda mais com sua interface com a sociedade, alargando seus horizontes e saltando seus muros. Projeto de Incentivo à Leitura como o “Livro de Graça na Praça”, vem reescrevendo a história mítica e sentimental da região e facilitando o acesso ao livro. 

Em parceria com o Governo do Estado, estamos reformando a nossa Biblioteca Antonio de Alencar Araripe, com fins de entregar ao público sul cearense o maior acervo conhecido de livros dedicados à Memória/História/Literatura genuinamente caririenses. 

Desde 2020, mais de cinquenta Colóquios de Sabedoria foram promovidos pela instituição, discutindo, com técnicos e com a população, os temas mais atuais e polêmicos do momento, atingindo um público de mais de 2.000 pessoas.

Perscrutando a História, há 70 anos o ICC acabou por escrever a sua própria epopeia. Enfrentando tantas vicissitudes gerações de intelectuais fizeram com que tudo valesse a pena e, por isso mesmo, banha-se o ICC em levadas de eternidade.

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Sabedoria Mineira - Por Antônio Morais.

 


Aureliano Chaves.

As palavras só nos pertencem até proferirmos. Nós, mineiros, não somos tímidos.

 Somos prudentes. 

A timidez é a incapacidade de tomar decisões. 

A prudência decide na hora certa. 

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

IDEIAS DISSONANTES - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.


Quando Armando Nogueira falava maravilhas da seleção da Hungria, de 1954, Nelson Rodrigues, seu amigo, ironizava.

Dizem que essa seleção do notável jogador Puskas foi a avó do Carrossel Holandês. Era um tempo de futebol pelo rádio.

Para Nelson, só existia o futebol brasileiro, a nossa seleção, a "pátria de chuteiras". E achava que Armando exagerava quanto à Hungria.

Soube que, em determinado momento, o grande jornalista se aborreceu com isso.

Há bastante tempo, esse locutor que vos fala ouvia e lia sobre o treinador Fernando Diniz e suas ideias dissonantes do que se praticava no futebol brasileiro.

Diziam: "Ora, são experiências táticas diferentes, só possíveis em times pequenos". De fato, dirigente de time grande não quer saber de inovações, só deseja imediato resultado.

E Fernando Diniz foi perdendo, mais do que ganhando, abraçado às suas convicções.

O “dinizismo” foi criado em torno do seu nome, com grande carga de ironia. Como se fosse uma forma experimental de jogar, inventada por um "Professor Pardal".

Chegou à seleção brasileira que, nos jogos sob a sua direção, não tem nenhuma marca do seu trabalho, por falta de tempo.

Agora, misturando jogadores velhos, novos e muitos de categoria mediana, mas devotados aos seus métodos, Fernando Diniz acaba de ganhar o título da Libertadores.

Assim, da mesma forma que "a seleção húngara de Armando Nogueira", segundo Nelson Rodrigues, o Fluminense de Fernando Diniz é uma realidade palpável.

Já estão implorando até pela publicação rápida de um livro sobre Diniz e suas ideias inovadoras.

Que coisa!

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Monsenhor Rubens Gondim Lóssio - Postagem do Pedrinho Sanharol.


Parte 05.

Foto, com a filha Delane e as três netas.

Sua saída de Crato.

Desgostoso com o desmembramento feito na Paróquia de Nossa Senhora da Penha, a qual ficou reduzida a poucos quarteirões no centro de Crato, em 1969, Mons. Rubens deixou a Diocese do Crato e fixou residência na cidade de Recife, Pernambuco, onde veio a ocupar o cargo de Magnífico Reitor da Universidade Católica de Pernambuco, de Janeiro de 1971 a Janeiro de 1978.

Sobre seus últimos dias, o cronista Antônio Morais escreveu, recentemente, que ele pediu dispensa do estado clerical e, depois de obtida essa permissão, casou no dia 22/12/1978 com a pernambucana Vitória Maria Leal.  Do seu casamento nasceu, em 13 de maio de 1980, uma filha, registrada pelo nome Delane Maria Leal de Lossio.


Rubens Gondim Lóssio faleceu em Recife, em 04 Abril de 2005, legando aos pósteros o exemplo de um cidadão honesto e inteligente, profundamente devotado ao serviço da comunidade. 

Ainda hoje seu nome é lembrado com profundo respeito pela comunidade cratense, a quem serviu com competência e idealismo, por várias décadas da sua profícua existência.

Fonte Armando Lopes Rafael.

Mosenhor Rubens Gondim Lossio - Postagem do Pedrinho Sanharol.

 


Igreja do Distrito de Dom Quintino construída na gestão do Monsenhor Rubens.

Parte 04.

Algumas de suas iniciativas na comunidade.

Mons. Rubens era um espírito dinâmico e empreendedor. Dotado de cultura invulgar foi um homem querido, admirado e respeitado pela comunidade cratense. 

Sua passagem entre nós deixou rastros inapagáveis. Deve-se a Mons. ele a mudança de alguns nomes dos atuais distritos do município de Crato. Citemos alguns: o então povoado e Ipueiras foi denominado oficialmente  de Dom Quintino, em homenagem ao primeiro Bispo de Crato. A antiga vila Conceição recebeu o nome de Santa Fé. Já a localidade Passagem das Éguas teve sua denominação mudada para Monte Alverne.


 Todos são progressistas distritos de Crato. Na área citadina, o antigo bairro Rabo da Gata, graças a iniciativa do Mons. Rubens passou a ser chamado oficialmente de Alto da Penha.

Fonte - Armando Lopes Rafael.

terça-feira, 7 de novembro de 2023

O prepotente - Por Pedrinho Sanharol.

A alma do prepotente é um espírito atrasado e nocivo. É mesquinho e malvado, é o próprio desafio de ser humano. É o tipo malévolo que só causa dor. 

É o responsável pela miséria de todos. É o necrotério da paz e o instinto da perturbação social. É um tirano que recusa a opinião dos sensatos. 

Tem mania de em tudo ser professor, embora seja um asno que jamais evolui.

Monsenhor Rubens Gondim Lossio - Postagem do Pedrinho Sanharol.

 


Igrejinha do Distrito de Santa Fé, construída  na gestão do Monsenhor Rubens como vigário geral da Diocese do Crato.

Parte 03.

O escritor.

Mons Rubens Gondim Lóssio escreveu e publicou os seguintes trabalhos: 

“O desafio da Universidade nova”, 1971; “A serviço da palavra sob o impacto da mudanças”, 1973; “UNICAP em resposta ao desafio do Nordeste”, 1973; “Caracterização geral dos candidatos ao vestibular unificado”, 1977; “Ensino superior em Pernambuco: sistema de acompanhamento”, 1970; “Nossa Senhora da Penha de França: padroeira do Crato”, 1961; “Renúncia à Catedral e Paróquia de N. S. da Penha”; 1969, e diversos outros trabalhos publicados em revistas científica, seminários, encontros e reuniões.

Recebeu “Menções Honrosas”, Diplomas, Certificados e Medalhas pelos relevantes serviços prestados à educação e à sociedade dos Estados de Pernambuco e do Ceará.

Fonte - Armando Lopes Rafael.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Monsenhor Rubens Gondim Lóssio - Por Pedrinho Sanharol.

 

Parte 02

No curato do Mons. Rubens foram construídas:

A capela de Nossa Senhora das Graças.

O altar desta capela foi confeccionado, em 1952 – por iniciativa do Monsenhor Rubens Gondim Lóssio – em marmorite na cor marfim, por encomenda junto à Marmoraria Raia, da cidade de Fortaleza. Já a imagem de Nossa Senhora das Graças, também foi adquirida por Mons. Rubens e está colocada sobre um suporte na parede, acima do altar. Sob a mesa do altar fica um desenho, em alto relevo, das duas faces da Medalha Milagrosa. 

A capela de Nossa Senhora de Fátima.

Também construída por monsenhor Rubens Gondim Lóssio, cujo altar é de mármore branco, tendo por base uma placa de mármore preto. Na base do altar foi colocado um desenho de bronze representando o Coração Imaculado de Maria, cercado de espinhos.

 


Pontifica nessa capela uma belíssima imagem de madeira, de Nossa Senhora de Fátima, medindo cerca de um metro de altura. Esta escultura foi esculpida em Portugal, em 1954, por Guilherme Thedin, o mesmo escultor da imagem-peregrina da Virgem de Fátima, que percorreu os cinco continentes, na década de 1950. 

Para a confecção dessa imagem – ofertada à catedral pelo Sr. João Bacurau – Mons. Rubens mandou de Crato para Portugal um toro de cedro. Esta capela foi inaugurada, em 8 de dezembro de 1955.

A capela de São José.

Outra construção, feita no curato do Monsenhor Rubens Gondim Lóssio foi a Capela de São José, inaugurada em 1962. Essa capela guarda semelhança com a de Nossa Senhora de Fátima. Também o altar dessa capela é de mármore branco, tendo por base uma placa de mármore preto. 

O mesmo material, com a mesma cor, foi utilizado no piso da capela. Uma belíssima imagem, em tamanho natural, de São José, adquirida por Mons. Rubens, ainda hoje pontifica sobre o altar.

Os altares laterais da catedral construídos no curato de Mons. Rubens.

Nos corredores laterais da Sé de Crato foram construídos dois altares de alvenaria, com base de marmorite. O da esquerda é dedicado a Santa Teresinha do Menino Jesus, e o da direita, a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Fonte Armando Lopes Rafael.

domingo, 5 de novembro de 2023

Monsenhor Rubens Gondim Lóssio - Postagem do Pedrinho Sanharol.

Minha opinião.

Para defender a minha verdade começo por respeitar a verdade alheia. Ela é tão importante quanto a minha. A única verdade que não é válida é aquela que não é dada.

Na minha humildade e singeleza, considero o Monsenhor Rubens Gondim Lóssio um religioso virtuoso, operoso, um grande benfeitor da Diocese do Crato.

Monsenhor Rubens, baixinho, sisudo, mas dono de uma oratória e cultura admiráveis. Foi um homem notável. Um intelectual brilhante. Um sacerdote trabalhador que deixou grandes marcas por onde passou. 

Como vigário geral da Diocese do Crato teve um desempenho dignificante e admirável. Quem quiser conhecer a passagem do Monsenhor Rubens pela Diocese do Crato acompanhe as postagens que farei aqui no "Crato de Outrora" divididas em cinco partes para não cansar o leitor.

Vale a pena conhecer. Recomendo a leitura. Acompanhe.

sábado, 4 de novembro de 2023

O Beato José Lourenço e o boi mansinho - Final - Por José Normando Rodrigues


E assim foi o destroço
daquele povo ordeiro
Que só fazia rezar
Trabalhar o dia inteiro
Que só puderam viver
Até meu Padim morrer
E proteger os romeiros

Quando o rico fazendeiro
Que a pobreza explorava
Se juntou como falso ao padre
Que só dinheiro buscava
Foi destruida a cidade
E o sonho de liberdade
Que nosso sertão criava

Foi uma dura lição
Pro povo pobre aprender
Que não é só de santo e reza
Que ele vai se valer
Alem de muita união
Trabalho e organização
Coragem pra se defender

Morreu o Beato José Lourenço
No ano Quarenta e seis
Cercado de sua gente
Mostrou o caminho a vocês
Pobres do meu sertão
Só lhes resta a união
Na luta do camponês.

Quando forem a Juazeiro
Não deixem de visitar
o Tumulo desse Beato
Que em vida soube lutar
Num exemplo de justiça
Seu viver socialista
O povo deve imitar

E quando o sertão tiver
A união conseguido
Do camponês explorado
Sem terra e desassistido
Padre Cicero Sorrirá
E pro Beato dirá
Nosso exemplo foi seguido.

Fim.

DOS NOSSOS MORTOS, AS DOCES LEMBRANÇAS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Dos pais, irmãos, parentes e amigos que se foram, são feitas minhas doces lembranças.

Ao invés de chorar um rio, recordações que nos alegram e confortam.

Nem tudo que você lembra de quem morreu é triste. Pelo contrário, nos deixa inundados de felicidade.

Dos que carrego no peito, por terem  enriquecido a minha vida, guardei os seus jeitos de rir.

Recordações, muitas vezes, que nos fazem rir sozinhos.

Pessoas que transformaram o nosso universo, encantaram nossa vida com o sorriso.

Ou que nos emocionaram com suas maneiras de ver o Mundo. Até os seus defeitos eram simpáticos.

Gente que nasceu estrela disfarçada de ser humano, para resgatar a amizade e a delicadeza.

"Carrego meus mortos do lado esquerdo. Por isso, caminho meio de banda". Carlos Drumond de Andrade.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

EPIFANIA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Em crônica cometida há bastante tempo, confessei que ver, pela primeira vez na vida, o antigo Maracanã lotado foi uma epifania.

Se para o intelectual a visão do paraíso é uma biblioteca, para este escriba seria um estádio de futebol tomado pela torcida.

Continuo impressionado com essa integração catártica entre o torcedor e o jogador.

Um fenômeno humano impressionante, em que cânticos, bandeiras e fogos, unificam 11 jogadores em um corpo só.

Não há, sinceramente, nada igual. Cada pingo de suor derramado se torna épico.

Não há dúvidas: uma necessidade do povo se desligar do cotidiano que lhe esmaga.

Mesmo que a violência ameace, aqui e ali, a poesia das arquibancadas, o torcedor continua a lotar os estádios.

Futebol não é ópio, coisa nenhuma. É arte, cultura popular.

O que nos funda é o futebol. Ostenta nossas forças e fragilidades.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Segredo - Por Pedrinho Sanharol.

Não revele todas as suas forças. Não demonstre toda sua inteligência. Aquele que muito se destaca, cria inimigos silenciosos.

Seja atento, mas finja ser distraído, seja esperto mas finja ser bobo. Você está no jogo para ganhar e não para mostrar quem é.

Quando tudo estiver indo bem na tua vida o correto a fazer é não contar para ninguém, o que os outros não sabem ninguém estraga, e, assim evitarás a maldade do mundo invejoso.

Aprenda a guardar seus segredos contigo. O teu amigo, tem outro amigo que não é teu amigo.