RODANDO UM PEÃO LEMBREI
DO MEU TEMPO DE MENINO.
Eu fui menino afamado
Quando jogava num boi,
O meu peão foi, não foi
Tava bicando o deitado.
Se o chão era cidentado
Eu tirava só um fino,
O meu corpo era franzino
Mas no boi eu era um rei.
RODANDO UM PEÃO LEMBREI
DO MEU TEMPO DE MENINO.
A minha linda ponteira
Era a melhor de lá,
Meu peão de araçá
Era o melhor da ribeira.
O peão de Josafá
Cumpriu seu triste destino,
Lascou-se de tão mofino
Da bicada que eu dei.
RODANDO UM PEÃO LEMBREI
DO MEU TEMPO DE MENINO.
Deixei de jogar peão
E partí para o crodel,
Mas hoje o Emanoel
Recorreu a minha mão.
Foi tanta recordação
Que lembrei de Vitorino,
De Gonzaga e Zé Justino
Que seus peões eu lasquei.
RODANDO UM PEÃO LEMBREI
DO MEU TEMPO DE CRIANÇA.
Dedicados sos poetas: Luís Elvesso, Luís Lisboa e ao Dr. Rolim que provocou o tema,

Dom Helder Câmara
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parabens Mundim.
ResponderExcluirVoce retrata os tempos dos peões, os velhos e bons tempos.
Quando nós eramos criança
ResponderExcluirO tempo era perfeito
Um muleque assim sem jeito
Não deixava desconfiança
Hoje carrego a lembrança
Dos meus tempos de meninos
Quando rodava pião
Equando tocava o sino
Hoje aqui na multidão
Sou simplismente um pião
No meio dos Nordestinos.
Mundim,
ResponderExcluirVocê é um artista orgulho da nossa terra.Vocês poetas enchem esse blog de emoções e sabedoria.Obrigado.
Quem viveu no seu tempo de criança
ResponderExcluirAlegria de uma chuva no sertão
Tomar banho de biqueira e na carreira
Fazer torres de barro e cacimbão
Quebra braço de queda de bicicleta
E ainda ser chamado de mufino
Em outros dias ser chamado de traquino
Se perguntarei o que sou digo não sei
Rodando um peão lembrei
Meus tempos bons de menino
Pra mundim é muito bom
Que ainda hoje é criança
A idade não lhe alcança
A pele não muda o tom
Escuta bem todo som
Se é de forró nordestino
Mas vive em desatino
Querer ser poeta rei
Rodando um peão lembrei
Meus tempos bons de menino
De boi não fui campeão
Mas rodar o peão rodei
Pra ponteira eu desmanchei
Punho de rede em rojão
Mesmo levando carão
De mamãe e de seu Dino
Eu não era clandestino
Pois da minha origem eu sei
Rodando um peão lembrei
Meus tempos bons de menino
Meu peão não era grande
Mas não era carrapeta
E ainda dizia se meta
Desafiando Alexandre
Esse tinha um peão grande
A ponta era mesmo um pino
Do tamanho de um sino
E assim eu o batizei
Rodando um peão lembrei
Meus tempos bons de menino