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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 5 de fevereiro de 2012

MOTE DO POETA CLÁUDIO - Por Mundim do Vale.

RODANDO UM PEÃO LEMBREI
DO MEU TEMPO DE MENINO.

Eu fui menino afamado
Quando jogava num boi,
O meu peão foi, não foi
Tava bicando o deitado.
Se o chão era cidentado
Eu tirava só um fino,
O meu corpo era franzino
Mas no boi eu era um rei.
RODANDO UM PEÃO LEMBREI
DO MEU TEMPO DE MENINO.

A minha linda ponteira
Era a melhor de lá,
Meu peão de araçá
Era o melhor da ribeira.
O peão de Josafá
Cumpriu seu triste destino,
Lascou-se de tão mofino
Da bicada que eu dei.
RODANDO UM PEÃO LEMBREI
DO MEU TEMPO DE MENINO.

Deixei de jogar peão
E partí para o crodel,
Mas hoje o Emanoel
Recorreu a minha mão.
Foi tanta recordação
Que lembrei de Vitorino,
De Gonzaga e Zé Justino
Que seus peões eu lasquei.
RODANDO UM PEÃO LEMBREI
DO MEU TEMPO DE CRIANÇA.

Dedicados sos poetas: Luís Elvesso, Luís Lisboa e ao Dr. Rolim que provocou o tema,

4 comentários:

  1. parabens Mundim.

    Voce retrata os tempos dos peões, os velhos e bons tempos.

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  2. Quando nós eramos criança
    O tempo era perfeito
    Um muleque assim sem jeito
    Não deixava desconfiança

    Hoje carrego a lembrança
    Dos meus tempos de meninos
    Quando rodava pião
    Equando tocava o sino

    Hoje aqui na multidão
    Sou simplismente um pião
    No meio dos Nordestinos.

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  3. Mundim,

    Você é um artista orgulho da nossa terra.Vocês poetas enchem esse blog de emoções e sabedoria.Obrigado.

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  4. Quem viveu no seu tempo de criança
    Alegria de uma chuva no sertão
    Tomar banho de biqueira e na carreira
    Fazer torres de barro e cacimbão
    Quebra braço de queda de bicicleta
    E ainda ser chamado de mufino
    Em outros dias ser chamado de traquino
    Se perguntarei o que sou digo não sei
    Rodando um peão lembrei
    Meus tempos bons de menino

    Pra mundim é muito bom
    Que ainda hoje é criança
    A idade não lhe alcança
    A pele não muda o tom
    Escuta bem todo som
    Se é de forró nordestino
    Mas vive em desatino
    Querer ser poeta rei
    Rodando um peão lembrei
    Meus tempos bons de menino

    De boi não fui campeão
    Mas rodar o peão rodei
    Pra ponteira eu desmanchei
    Punho de rede em rojão
    Mesmo levando carão
    De mamãe e de seu Dino
    Eu não era clandestino
    Pois da minha origem eu sei
    Rodando um peão lembrei
    Meus tempos bons de menino

    Meu peão não era grande
    Mas não era carrapeta
    E ainda dizia se meta
    Desafiando Alexandre
    Esse tinha um peão grande
    A ponta era mesmo um pino
    Do tamanho de um sino
    E assim eu o batizei
    Rodando um peão lembrei
    Meus tempos bons de menino

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