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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Monsenhor Raimundo Augusto de Araújo Lima - Por Antonio Morais.

No dia primeiro de Julho de 1971 fui admitido no Banco do Cariri S/A, instituição financeira pertencente a Diocese do Crato, fundada  pelo  seu primeiro Bispo Dom Quintino de Oliveira e Silva, em 1919.

Monsenhor Raimundo Augusto de Araújo Lima era o presidente e o gerente ao mesmo tempo. Iniciei as atividades na função de escriturário na carteira de empréstimo. 

O banco tinha uma grande clientela  vinda desde Santana do Cariri, Várzea-Alegre, Lavras de Mangabeira, Brejo Santos, Jardim e outras cidades  circunvizinhas.

Depois da  conversa  com Monsenhor Raimundo Augusto o cliente vinha para a minha mesa onde era assinada a documentação, feitos os cálculos e autorizado o pagamento pelo caixa. Nesta época  não existia o crédito em conta, pagava-se  em dinheiro na boca do caixa.

Ao final do expediente Monsenhor se posicionava do lado da minha mesa esperando para assinar a papelada. Um dia ele me contou uma história engraçada, disse:

Um motociclista transportava um amigo na garupa da motocicleta. Um catabi levou o garupeiro a chão. O motociclista não notou e depois de um km a diante é que tomou conhecimento da ausência do amigo e voltou.

Como fazia muito frio e ventava muito o garupeiro usava a camisa de modo contrário, com a frente para trás. Quando o motociclista chegou no local encontrou  o amigo morto e dois doidos juntos ao corpo.

Perguntou então: Ele morreu da queda? 

Um dos doidos respondeu, não, quando ele caiu estava vivo, mas nós fomos botar a cabeça dele para o lugar e ele não resistiu.

Monsenhor Raimundo Augusto, me casou e batizou os meus filhos. Sou um eterno devedor de sua generosidade. Era um religioso virtuoso e santo.

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