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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 25 de abril de 2024

O engenho Lagoa encantada - Postagem do Antonio Morais.

Desde o Séc. XVIII, a região do Cariri teve como uma das principais atividades agrícolas e mercantis, o plantio e o comércio de derivados da cana de açúcar, dado o contexto climático favorável a essa cultura.

A partir do Séc. XIX, ergueram-se na região engenhos gigantescos, com uma capacidade produtiva invejável, adotando as máquinas a vapor como força motriz do processamento da cana, dentre eles, o Lagoa Encantada, localizado em um brejão afamado por um causo de assombração, que pode ser lido clicando aqui.

O Lagoa Encantada foi um dos pioneiros na aplicação de máquinas e implementos agrícolas, e no uso de insumos responsáveis por enriquecer a terra e aumentar a produtividade, uma via oposta a grande maioria dos senhores de engenho do Cariri, conservadores nas práticas agrícolas, e com pouca capacidade de investimento.

Quem passa na estrada da Vila São Bento, de longe consegue avistar sua enorme chaminé. Aos olhos forasteiros, o Lagoa Encantada pode ser confundido com uma indústria abandonada, dada sua arquitetura e estrutura, que mesmo aos frangalhos, ainda impressiona.

Adentrando os limites da propriedade, é possível verificar a existência de casas de taipa e antigos alojamentos de funcionários, alguns ainda em uso. A casa grande, infelizmente, foi demolida já há alguns anos, mas abaixo deixo uma foto feita na década de 1950.

Casa grande do Lagoa Encantada – FONTE: Engenhos de Rapadura do Cariri – J. de Figueiredo Filho

Atualmente dedicado a pecuária, incluindo o manejo de búfalos, o vasto terreno ainda respira ares canavieiros, o visitando consegue com facilidade imaginar aquela vastidão repleta de cana, sendo ceifada e transportada pelos cambiteiros, com suas cantigas, que se complementavam com os homens das fornalhas, tachos e outras estruturas do processo produtivo.

Roberto Junior.

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