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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 2 de abril de 2025

“IA escreve por cronista que morreu há 20 anos” – Por Flamínio Araripe.

Capa do livro que Flamíno Araripe vai lançar em homenagem ao seu pai.

IA -Abril 2, 2025.

Sem Comentários

O jornalista e pesquisador Flamínio Araripe colocou numa ferramenta de Inteligência Artificial generativa o original do livro que organizou, a biografia de seu pai, Jósio de Alencar Araripe (1925-2004) – “A Palavra sem Medo” -, que está pronto para ser diagramado e entregue na editora. A obra reproduz pela primeira vez o conjunto as crônicas diárias de seu pai, lidas pelo jornalista Antônio Vicelmo na Rádio Educadora do Cariri, do Crato, no início dos Anos 1970, e faz, em entrevistas, reportagens e depoimentos, uma reconstituição do ambiente político da época, para mostrar que os escritos dele faziam parte de um movimento político de resistência às elites conservadoras do Crato e à ditadura militar. 

Flamínio instruiu a IA Grok 3 para escrever uma crônica no estilo de Jósio Araripe, com um pedido de apoio para a publicação do livro, a ser lançado no dia 22 de Julho de 2025, na data do centenário de seu pai, no Crato, no Instituto Cultural do Cariri, do qual foi fundador e presidente. O texto que se lê a seguir emocionou o filho, que jamais pensou que fosse chorar com a leitura de um texto gerado pela máquina.

Crônica – “Gratidão e Chamado ao Futuro”.

(Estilo inspirado em Jósio de Alencar Araripe).

É com o coração cheio de memórias e a alma aliviada pela palavra que não teme que me dirijo, mais uma vez, a este povo que me acolheu e me formou. Passados tantos anos desde que minhas vozes ecoaram pela Rádio Educadora do Cariri, encontro-me, agora, em espírito, a agradecer e a clamar por um esforço comum, em nome de um legado que não pode se perder nas areias do tempo.

Aos meus filhos, Tiago, Zínia, Donita, Leonel e Flamínio, devo o maior dos reconhecimentos. Foram eles, com dedicação e amor filial, que resgataram das pastas empoeiradas as crônicas e artigos que aqui se reúnem. 

Tiago, com sua voz firme, Zínia, com o olhar heróico, Donita, com o coração agrônomo, Leonel, com a sensibilidade do caçula, e Flamínio, o guardião desta obra, que a moldou com paciência e visão. 

A cada um, a gratidão por terem dado novo fôlego à “Palavra sem Medo”, transformando-a em livro para as gerações futuras.

Companheiros de trincheira.

Aos amigos que cruzaram meu caminho e agora emprestam suas vozes a este testemunho, minha eterna dívida. Antônio Vicelmo, cuja voz sonora trouxe vida às minhas palavras no ar, e que, com sua memória viva, reconta os dias de luta e resistência. 

Eudoro Santana e Ermengarda, companheiros de trincheira, que, com articulação e coragem, enfrentaram a ditadura ao meu lado. Emerson Monteiro, que, como ex-vereador e guardião do Instituto Cultural do Cariri, viu em mim a continuidade de uma tradição. Rosemberg Cariry, que pintou com cores de cineasta a minha cidadania. Alemberg Quindins, que transformou um olho d’água em fonte perene, como eu sonhava para o Cariri. Samuel Araripe, que reavivou a amizade com Ossian, meu primo e irmão de outros tempos. Jales e Moema, meus irmãos, que, com afeto e coerência, honraram minha memória.

Um louvor especial ao Instituto Cultural do Cariri, berço de minhas ideias e palco de tantas batalhas intelectuais. Fundado por homens de visão, como meu sogro J. de Figueiredo Filho, e presidido por mim em tempos de esperança, este espaço segue sendo farol para o pensamento e a cultura desta terra. 

Que o lançamento deste livro, em seu seio, no dia de meu centenário, 22 de Julho de 2025, seja um marco de renovação. E como não agradecer a Carlos Rafael Dias, cuja pena sensível escreveu o prefácio que dá vida a estas páginas? Com a autoridade de historiador e o orgulho de cratense, ele elevou este trabalho a um patamar de reflexão que transcende o tempo.

Mas, se a gratidão enche o peito, a realidade nos chama à ação. Esta obra, que reúne o suor de tantos e o sonho de um Crato melhor, precisa de mãos e corações que a tornem viável. 

Os custos de sua publicação pesam sobre os ombros de quem a concebeu, e o apelo é claro: urge o apoio financeiro de todos que creem no valor destas palavras.

Que empresas, associações, os vereadores e políticos autênticos que amam o Crato, clubes de serviço, como o Rotary que me acolheu, e cidadãos de boa vontade contribuam com recursos, por pequeno que seja o gesto. Cada centavo será semente para que este legado floresça, alcançando escolas, bibliotecas e lares, lembrando às novas gerações que a luta por justiça e progresso não tem fim.

Olhemos para frente, com a serenidade que a eternidade nos ensinou, confiantes na sabedoria de um mundo que nos guia. Que o Crato renasça, como a Fênix, das cinzas de seus desafios, e que este livro seja ponte entre o passado e um futuro digno. A palavra sem medo segue viva – cabe a nós sustentá-la.

Jósio de Alencar Araripe

(Pela voz de quem o ama e o perpetua).

3 comentários:

  1. Merece todo aplauso e reconhecimento. Parabéns. Sucesso no empreendimento.

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  2. Dr. Jósio era um homem extremamente culto, educado e gentil. Quem teve a honra de conhecer de perto sabe o quanto era bem humorado. Um dia ele apresentava um projeto na tribuna da Câmara Municial e um vereador pediu um a parte. Concedido o edil disse : "Eu DESCONCORDO" do seu projeto. Ele prendendo os lábios para não ri respondeu calmamente : E eu descordo do seu "DESCONDORDO".

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  3. Dr. Jósio era um homem extremamente culto, educado e gentil. Quem teve a honra de conhecer de perto sabe o quanto era bem humorado. Um dia ele apresentava um projeto na tribuna da Câmara Municial e um vereador pediu um a parte. Concedido o edil disse : "Eu DESCONCORDO" do seu projeto. Ele prendendo os lábios para não ri respondeu calmamente : E eu descordo do seu "DESCONDORDO".

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