Quem passou pela escola de Mazagão foi Moreno, um jumento muito lerdo e sonso que pertenceu a Chico de Tetê.
As galinhas de Chico de Tetê começaram a diminuir. Todo dia duas ou três a menos. Chico preparou uma soca soca, encheu de chumbos, e, esperou o gatuno. Numa noite escura o galo fez cocoricó, e, Chico pegou a espingarda e meteu chumbo pela brecha da porta no primeiro vulto que viu pela frente.
No outro dia averigou tudo para ver se estava normal, nada de sangue nas imediações do poleiro, não havia noticia de alguem chumbado em tratamento, nada, tudo normal.
No terceiro dia, Maria chamou o filho mais velho e disse: Vai Genisio pegar Moreno para ir pilar arroz na piladeira de José Carlos.
Quando Genisio chegou na oiticica do Riacho do Machado, Moreno estava de perna pró ar. Durim, cheio de chumbo do tiro que levou. Moreno não aprendeu direito as lições de Mazagão, deu moleza e se lascou.
No Sanharol, cada casa tinha um jumentinho e, cada jumentinho tinha sua historia. Por essa razão ainda restam muitas a serem contadas.
ResponderExcluirMorais, se você for contar os fatos ocorridos com Chico de Tetê entre jumento, bicicleta, espingarda de cartucho, com certeza nós vamos ter muitos assuntos divertidos para postar no blog. Cidadão trabalhador que por força do destino foi acometido por doenças, mas sempre trabalhando e cumprindo com dignidade com os seus afazeres do dia-a-dia.
ResponderExcluirMorais, Você tem falado muito das histórias dos jumentos do Sanharol, espero que não se esqueça de contar algo sobre avião de seu pai, que além de sua lerdeira fazia muita raiva ao condutor por ocasião do serviço de retirada de lenha nas brocas.
ResponderExcluirJoão Bitu.
ResponderExcluirAvião foi mais um contraste de nossa terra. Nunca vi tão lezeiro e devagar.
Foi um grande discipulo de Mazagão. Abria a porteira de mourão com os dentes, quando estava do outro lado, fechava novamente e não tinha homem que soubesse por onde ele havia saído da roça.
Do avião eu sei muitas. Aguarde.