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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Peladona no Planalto: Finalmente o Brasil está progredindo - Ricardo Kertzman, O Antagonista

Já não queremos derrubar aviões ou presidentes. Já não queremos destruir as sedes dos três Poderes. Nem mesmo derrubar ou matar os eleitos.

Uma das mais controversas situações observadas pela psicologia, sobretudo pela “análise dos sonhos”, é a nudez em público. Freud, o pai da psicanálise, defendia que os sonhos são representações dos desejos reprimidos, e que sonhar – como manifestação do inconsciente – é fundamental para a própria existência humana.

Sonhar em estar nu em público e sentir bastante vergonha da situação indicaria, segundo algumas dessas teses, insegurança, medo e fraqueza diante de algo ou alguém, ou ainda, certa falta de controle sobre a própria vida. Outra possibilidade, sempre no campo da teoria, é claro, seria algum problema de ordem sexual ou mesmo emocional.

Na Europa e nos Estados Unidos, a nudez é encarada de forma bastante diferente da nossa. Há praias e campos de nudismo espalhados por todos os lados, e mesmo em espaços públicos, como parques e praças, em dias de verão, é extremamente comum encontrar centenas de pessoas tomando banho de sol como vieram ao mundo.

Uma mulher sem roupa entrou no Palácio do Planalto nesta quarta-feira, 30, querendo falar com o presidente Lula.

É ISSO... - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

O dia mais feliz da minha vida foi quando passei a ganhar dinheiro suficiente para me sustentar e à minha família. Antes, a “boia” era na casa dos pais.

Mais radical impossível: "Tenho uma opinião, sim, mas não concordo com ela. Não conversando é que a gente se entende".

O tempo não se lembra do passado, desconhece o futuro e está condenado a um eterno presente.

Proibir a pessoa de fazer o que quer faz com que ela mais queira o que é proibido.

Não devemos nos envergonhar em imitar uma pessoa decente.

Matar uma criança no ventre é o mesmo que matá-la depois do parto.

Quem for bom caráter pode contar com a minha benevolência.

Alguém pode nos dizer por que colocamos tanta destruição no ato de existir?

O campo de batalha política exala um perfume horrível.

Estrategista é quem continua dando tiros quando a munição acaba para o inimigo não notar

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Para sair da zona de rebaixamento, só se o PT virasse à direita - Por Mário Sabino, o Antagonista.

O epílogo de Lula e a ideologia caduca são as causas da tísica do PT, para além das circunstâncias policiais, certamente muito definidoras.

Quem acompanha este colunista, seja para concordar, discordar civilizadamente ou apenas xingar, sabe que venho dizendo, desde há algum tempo, que o PT pode virar o PSDB e fenecer como a Dama das Camélias.

A tísica do PT tem duas causas de fundo, para além das circunstâncias policiais, certamente muito definidoras também, apesar da limpeza de barras promovida pelo STF, como essa agora de José Dirceu.

A primeira das causas de fundo é o epílogo da carreira política de Lula, de quem o partido depende e para o qual não há substituto visível no horizonte e não haverá.

A segunda causa é a ideologia caduca, peso morto que também afundou a esquerda em outras paragens. O ideário petista ou é a cartilha revolucionária ou é a cartilha assistencialista — que já teve muita utilidade eleitoral, antes de ser incorporada por todos os partidos e fundir-se à paisagem geral populista, assim como os cactos na caatinga.

Nenhuma dessas cartilhas jamais teve conexão com a realidade de um país que precisa superar os abismos profundos, do sanitário ao tecnológico, que o separam das nações civilizadas.

506 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Postagem do Antônio Morais

O varzealegrense não é, na verdade, como o japonês: Feito na mesma forma! Seu tipo étnico, no entanto, em nada difere do clássico padrão nordestino. Por que seria diferente, mesmo sendo cabra da peste?

Moreno claro, pelo sol e pelo clima que o queimam, com um percentual ínfimo de negros. Fisionomia serena e simpática, sem refletir dramas ou amarguras. Olhos castanhos claros, dentes bem implantados - já agora, melhor cuidados. 

O cabelo é liso castanho.... pixaim é difícil encontrar, mesmo para remédio. Goza de boa saúde, o que lhe dá força e disposição nos trabalhos. Tem a mania de pensar que a Água do Machado lhe traz cardiopatias... Apesar disto - ou por isto - tem, existência bem ampla, sendo comum, muito comum, mesmo, viver até morrer.

Das suas características mais fortes, sem ser bairrismo de babar, permito-me referir a inteligencia. É de chamar a atenção. Posso garantir que é dos mais elevados o seu Q.I, pode ser analfabeto de pai e mãe, como Zefelipe - mas a inteligencia implode.

Aprende tudo, facilmente, e, com perfeição, tudo é capaz de fazer. Até, o que não presta. Não sei se, dos cearenses, foi o varzealegrense que de um bode tirou dois couros; mas, sei que ele é capaz disto e... mais do que isto.

Entre cem brasileiros, espalhados no mundo, um, pelo menos, é de Várzea-Alegre. Resumindo, um informe que, talvez, a ninguém surpreenda: Ainda não produzimos, em Várzea-Alegre, bebês de proveta. Os métodos de confecção continuam os conhecidos e clássicos, o que, afinal de contas, não parece causar mal estar ou desgosto, entre os fabricantes.

Foto do jornalista Joaquim Ferreira que atuou por várias décadas como locutor e comentarista da BBC em Londres, depois de ser demitido da amplificadora de Otacílio Correia, em Várzea-Alegre, por que tinha uma dicção ruim e deficiente. Pode?

Editorial de Jeff Bezos, dono do Washington Post, é lição à imprensa brasileira - O Antagonista.

Queda de confiança da população na mídia levou bilionário a reconhecer problemas e resistir a pressões por endosso eleitoral.

Jeff Bezos, dono do jornal americano The Washington Post, que se recusou a endossar uma candidatura presidencial, publicou o editorial “A dura verdade: os americanos não confiam na mídia”.

O bilionário fundador da Amazon e da Blue Origin precisa ensinar empresários da comunicação brasileiros a fazerem autocrítica:

A maioria das pessoas acredita que a mídia é tendenciosa. Qualquer um que não veja isso está prestando pouca atenção à realidade, e aqueles que lutam contra a realidade perdem. 

A realidade é uma campeã invicta. Seria fácil culpar os outros por nossa longa e contínua queda de credibilidade e, portanto, declínio de impacto, mas uma mentalidade de vítima não ajudará. 

Reclamar não é uma estratégia. Devemos trabalhar mais para controlar o que podemos controlar para aumentar nossa credibilidade.

Por si só, recusar-se a endossar candidatos presidenciais não é suficiente para nos levar muito acima na escala de confiança, mas é um passo significativo na direção certa.

A falta de credibilidade não é exclusiva do The Post. Os jornais de nossos irmãos têm o mesmo problema. E é um problema não apenas para a mídia, mas também para a nação. Muitas pessoas estão se voltando para podcasts improvisados, postagens imprecisas de mídia social e outras fontes de notícias não verificadas, o que pode espalhar rapidamente desinformação e aprofundar as divisões. O Washington Post e o New York Times ganham prêmios, mas cada vez mais falamos apenas com uma certa elite. 

Cada vez mais, falamos com nós mesmos".

Comunismo - Por Margaret Thatcher.

Um comunista quando fala, mente! Quando cala, encobre! Quando tem puder rouba, e quando perde o puder, destroi!

Assim construíram sua vitória!

505 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Postagem do Antônio Morais.


Monsenhor Raimundo Augusto é o terceiro  da esquerda para direita, ao centro o padre  José Otávio e  os familiares, filhos, genro e netos,  A direita o deputado federal Figueiredo Correia e a padre Gonçalo Farias Filho, Menininho Bitu e Antônio Bitu Costa, solenidade de ordenação sacerdotal do padre José Wilson, filho do Padre Otávio. Foto memorável

No dia primeiro de Julho de 1971 fui admitido no Banco do Cariri S/A, instituição financeira pertencente a Diocese do Crato, fundada  pelo  seu primeiro Bispo Dom Quintino de Oliveira e Silva.

Monsenhor Raimundo Augusto de Araújo Lima era o presidente e o gerente ao mesmo tempo. Iniciei as atividades na função da carteira de empréstimo. O banco tinha uma grande clientela  vinda desde Santana do Cariri, Várzea-Alegre, Lavras de Mangabeira e outras cidades  circunvizinhas.

Depois da  conversa  com Monsenhor Raimundo Augusto o  cliente  vinha para  a minha mesa onde eram assinada a documentação,  feitos os cálculos e autorizado  o pagamento pelo caixa.

Ao final do expediente Monsenhor se posicionava do lado da minha  mesa esperando para assinar a papelada. Um dia ele  me contou uma historinha engraçada, disse:

Um motociclista transportava um amigo na garupa da moto. Um catabi levou o garupeiro a cair. O motociclista não notou e depois de um km a diante é que tomou conhecimento da ausência do amigo e voltou.
Como fazia muito frio e ventava muito o garupeiro usava a camisa de modo contrário, com a frente para trás. Quando o motociclista chegou  no local encontrou  o amigo morto e dois doidos juntos ao corpo.
Perguntou então: Ele morreu da queda? 
Um dos doidos respondeu, não, quando ele caiu estava vivo, mas nós fomos botar a cabeça dele para o lugar certo e ele não resistiu.
Monsenhor Raimundo Augusto, me casou e batizou os meus filhos. Sou um eterno devedor de sua generosidade.
Um religioso virtuoso e santo.

Uma análise das eleições de 2024 – por Armando Lopes Rafael

 


   Antes do l° turno das eleições municipais deste ano, escrevi aqui neste blog, que o pleito de 2024 iria definir o que realmente quer o povo brasileiro. Realizadas as escolhas, chegamos a algumas conclusões. A principal conclusão: os grandes vencedores destas eleições foram o os partidos de centro e de direita, os quais, juntos, vão comandar a quase totalidade das prefeituras do Brasil.

   Segunda conclusão: o velho e desgastado PT (Partido dos Trabalhadores) que desde a sua fundação, no século passado, só teve uma liderança: Lula da Silva, hoje com 79 anos, foi o grande derrotado das eleições 2024. Lula é a imagem do PT... Das capitais brasileiras, o PT só conseguiu eleger um único prefeito; o de Fortaleza. E por uma margem vergonhosa de meio ponto percentual. Uma vitória de Pirro! E seu candidato foi declarado vencedor em meio a pesadas denúncias de compra de votos nos grotões da miséria e do atraso da capital cearense. 

Na verdade, na eleição de Fortaleza o vencedor moral foi um jovem de 26 anos, André Fernandes. Este, com uma caixa de som, sem dinheiro e sem apadrinhamento conseguiu 705.295 votos (49,62% dos votos válidos). Ele é hoje o grande líder da direita no Estado do Ceará. Virou um mito. Tem juventude e futuro político.... 

Já o PT ficou em DÉCIMO LUGAR, no Brasil, entre os partidos que elegeram prefeitos nestas eleições. O PT, dos 5.570 municípios brasileiros, ganhou apenas 252 prefeituras. A maior parte minúsculos municípios com predominância no Piauí e Ceará. A bem dizer é uma sigla que caminha para a extinção. Remontando aquele artigo do 1° turno que escrevi, junto as informações de hoje e podemos afirmar: O Brasil é lugar fértil paras ideias de partidos da direita e do centro. O resto é conversa para boi dormir....

504 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais.

No dia primeiro de Julho de 1971 fui admitido no Banco do Cariri S/A, instituição financeira pertencente a Diocese do Crato, fundada  pelo  seu primeiro Bispo Dom Quintino de Oliveira e Silva, em 1919.

Monsenhor Raimundo Augusto de Araújo Lima era o presidente e o gerente ao mesmo tempo. Iniciei as atividades na função de escriturário na carteira de empréstimo. 

O banco tinha uma grande clientela  vinda desde Santana do Cariri, Várzea-Alegre, Lavras de Mangabeira, Brejo Santos, Jardim e outras cidades  circunvizinhas.

Depois da  conversa  com Monsenhor Raimundo Augusto o cliente vinha para a minha mesa onde era assinada a documentação, feitos os cálculos e autorizado o pagamento pelo caixa. Nesta época  não existia o crédito em conta, pagava-se  em dinheiro na boca do caixa.

Ao final do expediente Monsenhor se posicionava do lado da minha mesa esperando para assinar a papelada. Um dia ele me contou uma história engraçada, disse:

Um motociclista transportava um amigo na garupa da motocicleta. Um catabi levou o garupeiro a chão. O motociclista não notou e depois de um km a diante é que tomou conhecimento da ausência do amigo e voltou.

Como fazia muito frio e ventava muito o garupeiro usava a camisa de modo contrário, com a frente para trás. Quando o motociclista chegou no local encontrou  o amigo morto e dois doidos juntos ao corpo.

Perguntou então: Ele morreu da queda? 

Um dos doidos respondeu, não, quando ele caiu estava vivo, mas nós fomos botar a cabeça dele para o lugar e ele não resistiu.

Monsenhor Raimundo Augusto, me casou e batizou os meus filhos. Sou um eterno devedor de sua generosidade. Era um religioso virtuoso e santo.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

A mais pura verdade - Por Antonio Morais.

Quer deixar um conservador irritado?

Minta pra ele.

Quer deixar um esquerdista irritado?

Diga-lhe a verdade.

Theodore Roosevelt.

Comentário do Blog.

O Brasil trocou a Monarquia pela republiqueta de meia pataca. Achando pouco transformou a republiqueta na iniquidade moral. 

Hoje a republiqueta de meia tigela, representa o que de pior e mais ordinário existe no Mundo : Ludibrio, mentira, enganação, demagogia, hipocrisia, corrupção que seduziram uma população a putrefação geral e que acredita ser rica e faz parte da grande maioria da pobreza, sendo, sem nenhuma duvida, uma Somália em potencial.

Se o brasileiro está feliz continue fazendo o L e faça bom proveito, você merece a sua  desgraça.

Com 72% dos votos nos presídios, Boulos dá sentido à denúncia de Tarcísio - Por Diario do Poder, Cláudio Humberto.

A contagem dos votos dos criminosos encarcerados, na disputa pela prefeitura de São Paulo, calou os críticos do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que revelou interceptação de conversas telefônicas em que o “PCC” ordenava votos para o candidato de extrema-esquerda Guilherme Boulos (Psol), na disputa pela prefeitura paulistana. 

Boulos recebeu 72% dos votos da bandidagem que a sociedade meteu na cadeia, contra 20% de Ricardo Nunes (MDB).

Unanimidade.

A “preferência” dos presos por Boulos foi tão ampla que no presídio de Pinheiro 4, na cidade de São Paulo, ele recebeu todos os votos.

A exceção.

Como no primeiro turno, Nunes foi o mais votado apenas no presídio Rogério Gomes, onde cumprem pena policiais condenados.

Reduto eleitoral.

No primeiro turno, Boulos já havia contabilizado 48% dos votos dos presidiários de São Paulo.

Bons de sentença.

Após a revelação de Tarcísio, impressionou a reação quase histérica de alguns veículos de comunicação clamando por “crime eleitoral”.

CRATO - FRAGMENTOS DA SUA HISTÓRIA - Postagem do Antonioi Morais


Na primeira metade do século XX, o Crato era o centro de uma grande região para onde tudo convergia. A grande feira semanal e o movimentado comércio, atraíam compradores e vendedores, que em lombos de animais acondicionavam as mercadorias que faziam para comercializar e levavam aquelas que compravam para revenda ou consumo. Crato negociava com os Estados de Pernambuco, Piaui, Paraíba e Rio Grande do Norte.

O prédio desta foto, (pena não ser colorida) de magnífica arquitetura, estilo barroco, que floresceu no século no XVI permanecendo até o século XIX.

Era sua fachada bem elaborada, revestida com azuleijo (provavelmente português) muito comum naquela época, com arcadas ogivais e a incansável criatividade do artesão, carregada de atmosfera artística e cultural.

As 20 portas visíveis com arcadas em alto relevo, davam harmonia e graça ao trabalho artistico da alvenaria.

Se observar as arcadas ogivais das 20 portas, (12 na face voltada para a rua e 08 na face voltada para a Praça Siqueira Campos) o leitor se surpreenderá com os detalhes. Somente 05 portas davam acesso ao interior do prédio. Esse estilo arquitetônico, pouco a pouco vai desaparecendo e virando poeira na noite dos tempos, restando apenas saudosas lembranças como esta. Não foi detectado sinais de iluminação pública. Se desejar vizualizar a foto em detalhes, use Softwares tipo: Picasa 3, Corel photo-paint x3, ou similar.

Este cenário fotográfico, localizava-se na antiga Rua do Commércio com o seu calçamento de pedra tosca, e foi palco de grandes decisões financeiras, que promoveram o progresso do Crato, da Região do Cariri e estados vizinhos, pois aqui, foi instalada em 1921, a primeira instituição de crédito do Sul do Ceará: O Banco do Cariry (Cariry – ortografia antiga), graças aos esforços e arrojado desempenho de D. Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, primeiro bispo da recém criada Diocese do Crato. Nas duas placas, uma acima do transeunte e a outra em frente a Praça Siqueira Campos, está escrito “Banco do Cariry”.

Após 1930, a Rua do Commércio passou a denominar-se: Rua Dr. João Pessoa.

Vale observar que até o século XX, nas cidades interioranas que normalmente se iniciavam com pequenos vilarejos, a rua onde se aglomeravam as casas de comércio (secos e molhados, tecidos e confecções, artigos de armarinho, ferragens, e tudo o mais) era denominada pela população de rua do Commércio (commércio – ortografia antiga), mas, no caso do Crato, já no século XIX, essa rua era popularmente conhecida por Rua Grande.

A antiga Rua do Commércio terminava na Praça Siqueira Campos. Essa Praça foi inaugurada em 1917 pelo Prefeito Cel. Teodorico Teles de Quental. Lá no cantinho da Praça, o leitor atente para o trabalho também artesanal da copa bem cuidada do pequeno pé de benjamim, demonstrando a preocupação do governo municipal com o cartão postal da cidade. Tempo bom aquele!

503 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais

Dr. Dario Batista Moreno.

DR. DÁRIO BATISTA MORENO, nasceu aos 14 dias do mês de Setembro do ano de 1927, no Sítio Boa Sorte - Várzea Alegre, era filho de Vicente Batista Moreno e Arlinda Batista Moreno. Formado em Direito, pela faculdade Federal de Recife. Foi Promotor Público em várias Comarcas do Estado do Ceará e na Capital, atingindo a última hierarquia da Organização do Ministério Público como Procurador de Justiça do Estado do Ceará. Foi eleito Prefeito Municipal de Várzea Alegre pelo PSD, em 1958 contra o candidato José Gonçalves Carvalho do partido UND, com a maioria de 198 votos. Sua gestão foi de 1959 a 1962. Ausentou-se no último ano do seu mandato para a cidade de Recife, sendo substituído pelo Vice José Alves de Lima (Zé de Ginu). Foi candidato a deputado estadual pelo Estado do Ceará em 1970, não sendo eleito. 

Era Diretor da Associação dos Profissionais Liberais Universitários do Brasil (APLUB), no Estado do Rio Grande do Sul, foi professor do Liceu do Estado do Ceará, em Fortaleza e Diretor do Centro Educacional São Raimundo Nonato em Várzea Alegre.

Durante seu mandato como prefeito de Várzea-Alegre desempenhou com decência e honradez. Contam que um vereador gostava muito de fazer um discurso e quando usava o verbo fazia com péssima qualidade, era um "Ruim Barbosa". 

Prevista uma solenidade politica para a manha seguinte o Dr. Dario foi até a casa do edil e pediu para ele não fazer uso da palavra naquela manha, visto ser uma simples reunião. Quando o prefeito chegou com a comitiva, ao local, o vereador subiu num tamborete e disse: Excelentíssimo Senhor Prefeito de Várzea-Alegre, Dr. Dario Batista Moreno - eu não tenho palavras - Dr. Dario avançou o microfone e disse: Palavras você tem, o que você não tem é vergonha.
Dr. Dario faleceu no dia 07 de Novembro de 1997.


Gente ou objeto - Por Xico Bizerra.


"Desde cedo, tempos de escola, se mostrava capacho e treinava para o futuro denunciando colegas ao bedel. Agora, sua vocação se mostrava de forma mais nítida, mais acentuada. 

Uns na vida são gente, outros objeto e outros até menos que isso. Ria dos colegas, com um riso frágil como sua alma, sua postura, seu viver. 

Índole servil, não levantava a cabeça quando se tentava olhá-lo nos olhos. 

Ia às Assembleias dos trabalhadores onde todos arriscavam a pele. Ele não: ficava quieto, ausente, mudo, sem coragem de votar contra mas já certo de furar a greve que se aproximava. 

Sabia a quem bajular, não se importava com a omissão e traía quem não fosse pelego, como ele. 

À noite, na sombra da covardia, abraçado ao travesseiro da consciência pesada, se perguntava: em que dia dormirei?"

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Por onde andam? - Por Antonio Morais

Dois Rubis - Petrucio Amorim.

Turma de 1971 - Colégio Estadual Wilson Gonçalves - Crato - CE. Eramos 31 alunos. 12 meninas e 19 marmanjos. Formávamos uma verdadeira família, ficávamos  mais tempo junto nas atividades escolares, do que em nossos lares. Entre as meninas uma se destacava pela exuberância e simpatia. Morena, cor de canela, uma florzinha de laranjeira, olhos ligeiros, de indefiníveis cores, não sei bem, ao certo,  se verdes, castanhos ou pretos. Nunca os definir. 

A verdade é que os marmanjos todos estavam sempre  de olhos nela, inclusive eu. Terminado o curso, nos espalhamos todos mundo a fora como os chumbos de uma espingarda soca-soca que dispara sem direção. 

Vinte e cinco anos mais tarde, vinha eu dirigindo o carro, a ouvir a Elba cantar "Dois Rubis",  e, o telefone toca. Do outro lado da linha, uma voz inconfundível pergunta: Antônio?  Você ainda mora no Crato? Eu estou no Crato e, quero te ver. Pois num é que era a danada. A definição veio na hora. Os olhos pareciam "Dois Rubis". O que a musica não é capaz de fazer!.

Dedicado aos ex-colegas: Jflávio, Chico Rainha, Leirton, Antônio Primo, Antonio e Aluisio Mendes, Helmano Lobo, Pedro Airton e Anário o mais sem vergonha da turma.    

PT de Lula dá vexame nas urnas elegendo apenas 252 dos 5.565 prefeitos - Diário do Poder.


Em seis Estados, o partido do presidente não elegeu um só prefeito.

O Partido dos  Trabalhadores (PT), fundado por Lula PT), que ainda é seu “presidente de honra”, teve desempenho pífio nas eleições municipais de 2024, elegendo apenas 252 prefeitos nos 5.565 municípios brasileiros.

Computados os votos no segundo turno, realizado neste domingo (27), o PT não elegeu  um só prefeito em seis Estados: Amapá,  Espírito Santo, Mato Groso, Mato Groso do Sul, Rondônia e Roraima.

Considerando-se as regiões brasileiras, o desempenho vexatório do PT  fica ainda mais evidenciado, para um partido ao  qual é filiado o presidente da República, conhecido pela falta  de pudor no uso da “caneta” para beneficiar aliados.

Na região Centro-Oeste, por exemplo, o PT de Lula elegeu  apenas três prefeitos em 606 municípios, distribuídos nos Estados de Goiás (246), Mato Grosso  (142), Mato Grosso do Sul (79) e Tocantins (139). Não há eleição municipal no Distrito  Federal.

O desempenho do PT na região Norte foi também foi vexatório, elegendo apenas cinco das 348 prefeituras  onde houve eleição, no primeiro e no segundo turnos. No Amazonas e no Pará, por  exemplo, maiores da região, o PT elegeu apenas dois prefeitos em cada Estado. No Amapá, em Rondônia e Roraima, zero.

Mesmo no Nordeste, que sempre dá boas notícias  a Lula em eleições, o PT venceu em menos de 10% das prefeituras: conquistou apenas 170 dos 1773 municípios e elegeu em  Fortaleza um único prefeito nas 27 capitais brasileiras.

No Sul, o PT elegeu apenas 31 de 1.191 prefeitos, enquanto no Sudeste petistas foram vencedores em 41 de 1.668 municípios. Em  São Paulo, foram 4 em 645 prefeitos, enquanto  no Rio de Janeiro o PT elegeu três dos 92  prefeitos. Em Minas, foram 34 eleitos em 853 cidades. No Paraná, Estado da presidente nacional do PT, Gleisi Hofmann, esse partido elegeu apenas três  dos 399 prefeitos.

502 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - POR ANTONIO MORAIS


O Inharé é uma localidade do distrito sede de Várzea-Alegre imprensada pelos sítios Sanharol, Gibão e Chico. Lugar de gente pacata, mansa e ordeira desde os primórdios. Habitavam-no, a principio, Seu Nelinho, Mestre Silvino, Gustavo, José Bitu Filho e outros mais. Na década de 30 do seculo passado José Bastião, filho de Raimundo Bastião e Mariquinha começou um namoro com Maria Júlia, filha de Gustavo. 

Numa tardinha José Bastião encontrou a namorada tristonha e chorosa. Procurou saber o que a transtornava. Ela respondeu: José, este namoro nosso não dar certo, sua tia Madalena Bitu disse que eu sou negra e que você devia procurar uma  moça da família para namorar, estou convencida que ela está certa. José Bastião respondeu em cima da bucha: e o que aquela barata descascada tem a ver com minha vida?

O desaforo de José Bastião chegou aos ouvidos de Frazo do Garrote e depois do mundo. Menininho Bitu, filho de Madalena, uma espécie de juiz de paz e conselheiro do lugar, que ninguém  tomava decisão sem ouvi-lo, tomou as dores da mãe e esperou por José Bastião na casa de Manuel de Pedrinho. Quando José Bastião  se aproximou ouviu a pergunta ameaçadora: Você chamou minha mãe de barata descascada?  Chamei sim! Com que direito? Quem mandou ela se meter na minha vida! 

Menininho mandou a mão e, José Bastião se desviou habilmente ao mesmo tempo que aparou com a outro mão o peduvido nocauteando o primo. È costume das pessoas tomarem o partido do mais forte, e assim ocorreu, Manuel de Pedrinho e os filhos Geraldo e Bilé abufelaram José Bastião e Menininho ficou a vontade, foi a cerca tirou uma vara de marmeleiro e desceu em direção do pé da lata de José Bastião, que num passo de magica se desviou e trouxe Manuel de Pedrinho para debaixo da vara, foi bater na marra do chocalho e o velho ir a nocaute também.  

Assinado o cessar fogo, Menininho tratou de abanar Manuel de Pedrinho e, nesse dia José Bastião não foi namorar, voltou  para casa no sitio Canto.

José Bastião e Maria Júlia se casaram, tiveram vários filhos e viveram mais de 70 anos casados. Certo o ditado: dar conta  da tua vida, deixa os outros cuidarem da deles. 

501 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Antônio Leandro Bezerra, Antônio Leandro do Sanharol, quando moço decidiu ir a casa de Benedito André pedir Inacinha em casamento. 

Naquele tempo era assim, não tinha conversa de querer  não. Quando aparecia um pretendente o pai fazia o casamento. Mas, Benedito era muito moderno para época e consultou a filha que respondeu no ato: quero não.

Antônio Leandro deixava a casa, e, quando estava ha 100 metros de distância ouviu um grito retumbante vindo de um quarto da casa: Eu quero! 

Era Carmelita outra filha de Benedito. O casamento foi feito e na missa de 60 anos de casados foram dados estes importantes depoimentos pelos dois diante dos filhos, netos, bisneto e do padre.

Carmelita - Nós não namoramos para casar, e, estamos casados ha 60 anos sem nunca ter uma briga.

Antônio Leandro - É bem verdade. Nunca brigamos porque eu não quis, mas motivo os tive, você os deu.



500 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Prefeito Pedro Sátiro, Deputado Estadual Antônio Diniz e o governador Virgílio Távora.

Em 1972 Várzea-Alegre saía de um acordo de lideranças onde se elegeram Antônio Afonso Diniz e Carlos Reni Leandro Correia, prefeito e vice respectivamente.
Votei pela primeira vez num pleito muito concorrido entre Lourival Frutuoso de Oliveira e Hamilton Correia Lima. Votei para o Lourival que se elegeu prefeito com uma diferença de aproximadamente 800 votos.  
Daquela eleição até a última votei sempre em quem venceu a eleição. Os votos perdidos foram aqueles que o candidato não correspondeu ao esperado, nunca no pleito.
Desde Lourival Frutuoso sou um observador exímio da politica local. Já vi de tudo. Os políticos é que não aprendem nunca com os exemplos. Uns tentam, fazer a sua imagem destruindo a do adversário, nada  mais  desprezível. Outros se cercam de bajuladores, puxa-saco, esse tipo de gente que não ajuda, não dá noticia ruim, só as boas.
Em 1996, o candidato que tinha o apoio do prefeito, Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador e Governador perdeu para um desconhecido do meio politico. Vi um bajulador chegar para o candidato que apresentava nas pesquisas 60% na preferência do eleitorado e dizer de peito cheio :  Na comunidade do Rubão tem 26 votos, 22 votam para o senhor. O bajulador esqueceu de informar que no sítio "Ubaldinho" de Chico Leandro tinha 60 votos e 55 votavam contra. Deu no que deu, o imaginário aconteceu.
Para o próximo pleito um conselho de amigo para os neófitos. Vocês tem muito o que aprender. Cada eleição tem sua história, nenhuma se assemelha a outra. Nem sempre o que decide uma é o fator de decisão da outra.  Civilidade é a matéria prima  da politica. Somar é a essência da vitoria.
Desde o Lourival até hoje são todos bem perecidos e assemelhados.
Ninguém reza na estrada.


499 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais

Por muitos anos, Várzea-Alegre foi tida e conhecida como a Terra dos Contrastes. Ridículo criado por espíritos de muito humor bestiologico e sem graça desprovidos de melhor que fazer. Seus próprios filhos, muitos deles, tinham a inocência de fazer-lhe a gozação como se dissessem : fale mal, mas, fale de mim. Jornais, estações de radio e até uma revista do gabarito de O Cruzeiro se deliciaram com o fato, esquecidos de que, com isto, nada faziam de proveitoso e honesto, pratico, educado e construtivo. Até musica se compôs, em louvor aos nossos contrastes. Precisa-se dizer mais? Assim, falavam dos que, realmente, existiam possíveis de existir em qualquer parte do mundo e ainda criavam imaginários outros. Grandes artistas de rua, esquecidos de que, nos picadeiros, era grande a falta de palhaços.

A mim, particularmente, doía-me o deboche, partindo, muitas vezes, de quem tinha a cabeça cheia de sabugos. Como aquele que fez plástica estética e deixou com o Pitangui seus defeitos e mazelas, é quase alegria fitar, agora, o retrato do passado. Lembremos, por simples lembrar, alguns dos tais contrastes, serie, por vezes, pitoresca, que a inteligência e irreverência de Zéfelipe, desfilavam como se recitassem a tabuada dos noves. Não ele, somente que era um espírito sempre em festa mas, brilhantes intelectuais encheram seus bestuntos de tão elevados conhecimentos. Um deles, meu professor de filosofia que nada me ensinou porque nada sabia! Comprazia-se em dizer que nossos contrastes começavam pelo nome da terra “ nem várzea, nem alegre. Um morro triste. E ria, bestamente, por ter descoberto o mel de abelha.

Uma curriola de gaiatos criou a fantasia de que nosso padroeiro São Raimundo Nonato, pacificamente, em seu altar outro não era, senão São Braz. Levando mais longe sua irreverência, apregoavam que o padre fora deixar os filhos no colégio. Era este um informe que parecia escandaloso e, no entanto, uma verdade referente a um digno e honrado sacerdote Padre José Otávio de Andrade que abandonara o seminário para se casar, constituir família e enviuvara. Voltara, por vocação e dedicação a igreja, a concluir seu curso, confiando a educação dos filhos aos avós. Ordenado sacerdote, distinguindo-se pela decência moral e dedicação religiosa, chamou a si os filhos, por cuja educação foi de extremado desvelo. Onde o anormal?
Joaquim Ferreira, meu irmão, era redator de O Globo e, numa de suas visitas a Várzea-Alegre, escreveu umas crônicas, que lia na Amplificadora local, de propriedade do nosso primo Luiz Otacílio Correia. Depois da segunda apresentação, achou alguém que sua dicção não era muito boa para microfone. O certo é que, depois sem fazer curso fono-audiologia o mesmíssimo Joaquim Ferreira, no aceso da II Guerra Mundial, se fez comentarista da B. B. C de Londres.

Esqueceram os filhotes da Candinha todas essas coisas obnubiladas por visões destorcidas e irreais. Já é tempo de retirar da cara esses óculos empoeirados e sujos. Ver, em Várzea-Alegre, o que ela é, o que tem, o que vale. Não acredite em mim, em minha fraca fraseologia. Poderei ser um bairrista fofo e fútil. Vá lá e confira. Nosso contraste maior e único é sermos fortes, na adversidade. Se isto é contraste.

498 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais



João de Nazário, um caboclo de Conceição de Piancó, cidade localizada no entre serra do cariri paraibano, na divisa com o Ceara, era proprietário de uma pequena funerária na cidade. João não se preocupou em se atualizar, pensava que a marolinha não atravessava o atlântico e seu negocio foi engolido pela concorrência, pelas vantagens das facilidades dos consórcios atuais. Consórcios em longo prazo, com um numero de rezadeiras e choradeiras a combinar.

O certo é que João faliu e, encabulado se refugiou na camarinha da casa e não botou mais a cara na porta nem saiu para rua. Um belo dia decidiu que o mundo não havia acabado e ele podia reiniciar as suas atividades noutro lugar. Partiu, então, para uma pesquisa de mercado. Viajou para o Crato e comprou uma passagem da empresa Expresso Rápido Crateús e partiu no rumo da venta.

Chegando em Várzea-Alegre, o ônibus parou em frente ao Café da Domicilia, onde se lia numa pequena placa os dizeres: “Aqui você encontra o melhor doce de leite do mundo”. Enquanto os passageiros merendavam café com bolo de milho e cruch com bolacha sete capas, o João acendeu o cigarro e foi até uma pequena praça em busca de informações.

Ao cruzar com um rapaz perguntou: que cidade é esta? Rajalegre, respondeu solicito. Aqui morre muita gente? Não senhor, pode observar que cada habitante tem palmo e meio de orelha, pra morrer dar um trabalhão.

De um beco, onde numa placa se podia ler " Rua dos Perus" saía uma multidão. João de Nazário perguntou admirado: Que movimento é aquele? Um enterro, respondeu o rapaz. E você não falou que aqui não morre gente!
Foi seu Manuelzinho da funerária, morreu de fome, o coitadim.

497 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais



MEU AMIGO!

No Crato existiram muitos projetos com financiamento da Sudene. José Justino foi um dos beneficiados pelo Projeto Asimov e também dera entrada em projeto na Sudene. Mas o tempo passava e não obtinha nenhuma resposta. Certo dia, lamentando esse fato numa conversa na Praça Siqueira Campos, estava presente o varzealegrense Juvêncio Gonçalves  Bezerra, o do pássaro de dois bicos, que gostava de contar muita mentira e não fazia segredo disso. Então disse:

“Mas Justino, por que você não me falou há mais tempo. Eu sou amigo de infância do João Gonçalves, o Superintendente da Sudene. Fomos criados juntos, em Lavras da Mangabeira. Tomei muito banho no riacho com o Gonçalves. Querendo, eu vou a Recife com você e prometo que a gente desencava esse projeto!”.

Mas o Justino pensou que fosse mais uma brincadeira do Juvêncio, uma das suas mentiras. Passados alguns dias tornaram a se encontrar e o Juvêncio voltou a insistir:
“Eu tenho que fazer um frete para Recife e você vai comigo, no meu caminhão!”

O Justino acabou aceitando a oferta. Ia arriscar! No entanto, foi pensando durante a viagem toda: “Eu vou passar é vergonha! Como é que o Juvêncio vai fazer esse homem tão importante lembrar dele quando ainda eram meninos?”. Chegando em Recife dirigiram-se para o prédio da Sudene. Ambos muito bem vestidos de paletó e gravata. Na ante-sala do Superintendente, o Juvêncio, com toda a intimidade, falando alto, foi logo dizendo que queria falar com o ‘Gonçalves’. A Secretária toda formal, folheando a agenda, perguntou:
“O Senhor marcou audiência?”

“Audiência coisa nenhuma, menina. Diz a ele que é o Juvêncio Bezerra que está aqui”.
O Justino tomou o maior susto! Abriu-se a porta do Gabinete do homem e ele saiu de lá, com os braços abertos e dizendo:
“Mas Juvêncio velho!!!! Meu amigo!!!”
Foi aquele abraço de quebrar costela.

A BRECHA

O Superintendente da Sudene, com o braço no ombro do Juvêncio, levando-o para o Gabinete e este, por sua vez, segurou pelo braço do Justino e o arrastou com ele. A Secretária não entendeu nada! Começaram a conversar sobre os tempos de menino. O Superintendente:
“Lembra quando a gente ia ‘brechar’ as meninas tomando banho nuas, no rio?”
“Lembro demais! Tinha até uma espera, para caçar avoante onde a gente se escondia e ia, um de cada vez, para apreciar as meninas!”
“Teve uma vez que o Zezinho foi o primeiro a olhar e disse que naquele dia não estava prestando e que ninguém precisava olhar. E eu fui olhar. Quando olhei, vi foi a irmã dele nuinha. Aí eu disse: Pra mim está especial!!!”

MENTIROSO?

Depois de muita conversa, muito riso, o Superintendente perguntou:
“Sim, e aí Juvêncio, você está precisando de alguma coisa de mim aqui na Sudene?”
Só então o Juvêncio apresentou o Justino e explicou o motivo da visita. De imediato, o Superintendente disse:
“Está vendo aquela mesa ali, cheia de projetos? É capaz do projeto dele estar lá. Dá uma olhada, Juvêncio”.
Não se fez de rogado. Procurou, mexeu, remexeu e encontrou o projeto do Justino. Desencavou mesmo. Entregou na mão do Dr. Gonçalves que deu uma folheada, fez algumas perguntas ao Justino e disse:
“Pode deixar, esta semana eu libero este projeto”.
De volta à Praça Siqueira Campos, o Justino passou a contar a história nos mínimos detalhes. E sentenciava:
“Mentiroso é quem diz que o Juvêncio é mentiroso!”

496 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais


Hoje eu vou contar uma historinha do meu parente, amigo e camarada Francisco das Chagas Bezerra, o conhecido Chico Piau, falecido há poucos meses em Várzea-Alegre.

Chico era um homem desprendido de valores materiais, era caridoso e de muita benevolência com os amigos. Dentre suas posses e bens, o Chico possuía varias imóveis para alugar. Um belo dia chegou, em Várzea-Alegre, um casal, procedente da cidade de Juazeiro do Norte e alugou uma de suas casas.

O tempo foi passando e nada de pagamento do aluguel. Depois de quatro meses, o Chico fez uma visita ao casal e houve o presente dialogo entre locador e locatário da residência: A mulher com as mãos na cabeça justificou o atraso alegando as dificuldades enfrentadas.

Olhe seu Chico eu não sei mais o que fazer. Meu Padim Ciço só dorme no claro e cortaram a energia da casa hoje, estou ficando louca.

O Chico com a calma que lhe era peculiar e conselheiro como sempre disse: Bem, eu sugiro que a senhora vá acostumando o Padre Cícero a dormir durante o dia e quanto ao aluguel vou dar mais um prazo de um mês.

Se nesse período não houver pagamento mandarei descobrir a casa. O marido da mulher, deitado numa  tipóia armada num canto da sala perguntou: Seu Chico quanto é que o senhor vai pagar para descobrir? Chico deixou a casa as gargalhadas.

495 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Não conheci na vida ninguém mais bem humorado do que o meu amigo, parente e camarada Alexandre Bezerra da Costa,  o nosso saudoso Xandoca filho de Raimundo Teté  do sitio Serrote em Várzea-Alegre.

Certa vez, sua irmã Isabel, a conhecida Bezinha fez uma consulta e o médico recomendou procurar encontrar um pouco mais de peso visto que estava muito abaixo de sua altura.

Xandoca então recomendou : Bezinha, a estrada está cheia de "Muier" fazenda caminhada para  perder peso, segue os passos delas que pode ser que elas percam peso e você ache.


493 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.



Da esquerda para direita : Raimundo Alexandre de Moura, Raimundo Bitu de Brito, José André, Padre Manuel Alves Feitosa, Perboário e  Antônio Moura.

Na década de 80 do século passado, mais precisamente em 1983, o meu pai José André  estava residindo  na Fazenda Cacimbinhas no município de Assaré. 

No dia 29 de Abril daquele ano ele resolveu comemorar seu aniversario. Entre os  principais convidados estava São Raimundo Nonato, aquela pequena imagem  centenária foi levada pelo Dr. Pedro Sátiro.

A missa foi concelebrada por três padres : Várzea-Alegre - José Mota Mendes, Assaré - Manuel Alves Feitosa e Campos Sales - José Ferreira Nobre.  Estavam presentes vários amigos além da Banda de Musica de Várzea-Alegre e do conjunto de Pedro Sousa.

Esse preâmbulo se faz necessário para se ter uma ideia do quanto José André era católico  e amigo  dos padres. A amizade era recíproca. Era costume  recebê-los por dois ou mais dias na fazenda para o repouso e descanso essenciais a vida espiritual.

Na Exposição do Crato daquele ano eu adquiri um "touro nelore PO" e mandei  para fazenda. Fiquei o restante da semana  na expectativa que chegasse o sábado para ir vê-lo no meio do rebanho.

Quando cheguei, antes de tomar a benção, o meu pai foi dizendo : Leve o touro de volta, ele não dá certo aqui. Tentei argumentar, em vão,  porque o velho estava decidido. 

Então eu  disse : papai, a coisa mais bonito que eu já vi em minha vida foi um bezerro filho desse touro na "Exposição do Crato".

Ele respondeu, pausadamente, de forma quase teatral : E a coisa mais feia que eu já vi foi um padre só de cueca correndo na frente e esse touro atras paga num pega.

Só não sei dizer qual dos padres estava na fazenda comendo queijo de manteiga no café da manhã e almoçando baião de dois com sarapatel, buchada e carneiro assado no almoço.

O touro voltou para o Crato no mesmo dia.

Postagem dedicado ao amigo, parente e camarada Lázaro Pinho, amigo  do velho José André e que estava presente e é testemunha do  fato.

492 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Quando Jorge W. Bush visitou o Brasil foi difícil, quase impossível fazer a medição e avaliar qual dos dois presidentes era o mais arrogante e prepotente. Bush ou Lula.

Os dois se igualhavam na vaidade e no orgulho, no "contar vantagens e cagar goma". Na despedida rabisquei estas sextilhas bem humoradas, atribuindo ao dialogo final da visita do americano ao Brasil :

Lula.
Bush veio ao Brasil,
Para ver se aprendia:
Nem canta como cantava,
Nem sabe como sabia....
Perdeu todo seu requinte
Adeus, "insigne partinte".

Bush.
Lula, tua aresia
Deixou-me mal satisfeito:
Sei mais do que já sabia,
Tenho mais força no peito,
Deixas de ser tão pedante:
Adeus, "insigne ficante".



491 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Esta foto de José André, meu pai foi colhida na alpendrada da casa da Fazenda Cacimbinha no Assaré. Bem no momento em que eu chegava e retirava do carro umas barras de sal para o gado lamber. 

Ele não se moveu, e, com sua  prodigiosa  sabedoria apenas levantou a cabeça e pronunciou a mais expressiva frase que ouvir na vida : 

"Meu filho traga um residin". Sabedoria antiga, quem já viu sal engordar gado? 

Na verdade, nunca se viu nutriente melhor para o gado do que "resido" alimento derivado do caroço de algodão. 

490 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Tropeirismo, a saga  de Antônio Gonçalo de Sousa - Por Antônio Morais.

A mais completa obra literária que conheço sobre o tema "tropeirismo" foi escrita pelo jovem escritor, memorialista e historiador de Várzea-Alegre Antônio Gonçalo de Sousa. 

Obra de leitura prazerosa e aprazível, amparada no conhecimento de dois grandes executores da atividade, o pai Mundim e o avô Antônio de Gonçalo.

Antônio de Gonçalo era um homem grande e um grande homem. Um homem grande no tamanho, no físico avantajado e, um grande homem nas virtudes, nas atitudes. 

Certa feita,  de passagem pela cidade de Campos Sales, levou uma chuva e molhou as vestes. Onde se arranchou as colocou para secar num varal.

Um dos filhos do casal, de passagem pelo Crato viu no "Parque Municipal" um elefante e chegou contando a novidade, admirando-se do tamanho do animal.  

Um dos irmãos observando o tamanho da cueca de seu Antônio estendida mostrou para outro dizendo: José, olha aí a cueca do elefante que você viu no Crato. Antônio de Gonçalo que observava de longe sem ser visto, contou a proza para o meu pai.

Seu Antônio era um homem sábio, inteligente, levava de Várzea-Alegre produtos de couro : Arreios, selas, coranas para vender em Campos Sales, e, de volta trazia goma, farinha e outros produtos de difícil aquisição em Várzea-Alegre.

As famílias de Antônio de Gonçalo e José André do Sanharol eram muito amigos qualidades que passaram de pai para filhos.


489 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


O Deputado Otacílio Correia, em época de campanha sempre levava discos para abastecer as casas de costumes em Várzea-Alegre.

Distribuía pessoalmente para a alegria das madames. Afirmava que a ajuda delas e os votos eram tão valorizados quanto os dos padres e paroquianos. Gostava de dizer que tinha votos de “p” a ”p”.

Adquiria os discos na Aki Discos da Guilherme Rocha, selecionando-os pessoalmente de acordo com o estilo musical dos habituês dos cabarés, e haja Valdik Soriano, José Augusto, Odair José, Reginaldo Rossi etc.

Certa feita, o vendedor Antônio que o atendia tinha viajado e uma vendedora não o conhecendo e diante do volume e da qualidade dos discos que Otacílio estava comprando, ao final lhe inquiriu:

O CABARÉ DO SENHOR É ADONDE?

Do Livro - Historias do Otacílio.





488 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Estou precisando falar com o meu ex-colega de Ginásio São Raimundo, professor Rômulo Gonçalves Cassudé

Trata-se de pedido de informação a respeito do Primeiro Festival Regional da Canção realizado Juazeiro do Norte/1968 ou 1969 em que ele sagrou-se campeão com a musica "Canto Triste"

Gostaríamos que nos enviasse pelo email "Moraisenair@hotmail.com" a letra da musica e as datas do festival. 

 Se você tem o contacto do Romulo por favor passe a informação e solicite um contacto comigo no telefone - 088 96030502.

Antonio Alves de Morais.


487 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais


Existem historias e estorias que não devem ser expostas para não melindrar as pessoas, mas que devem ser mostradas para que  se tenha conhecimento do quanto o ser humano é capaz  na arte de bajular ou puchar o saco. Boa parte  dos varzealegrenses é mestre. É o caso desta  historia  acontecida  com três varzealegrenses há poucas décadas do seculo passado.

O fato é que não se bajula por acaso, o bajulado é aquele  cidadão que se destaca, tem prestigio e puder econômico e  politico. O bajulador é geralmente  aquele que  se submete a ridicularidades diversas para demonstrar agrado.

Assim é que  os três conterrâneos estarão presentes  na historia com a numeração ordinal - Primeiro, Segundo e Terceiro.

Primeiro  - aquele conterrâneo que  teve a oportunidade de  quando jovem sair  para estudar  noutros  centros, se formou em medicina e  o destino se encarregou de  lhe  dar oportunidades de servir a sua terra e sua gente. É um vitorioso de sucesso.

Segundo  -  aquele que apesar de reconhecer méritos e ter gratidão ao primeiro não chega a ponto  de negar a si mesmo para agradar a outrem.

 Terceiro - aquele bajulador inveterado  que não se acanha  de ser e causa  raiva aos  menos bajuladores.

O fato é que o Segundo e o Terceiro, como a grande maioria dos conterrâneos foram para São Paulo.  Encontraram emprego, ganharam dinheiro, mas não esqueciam  a terrinha. Na primeiro oportunidade, faziam viagens a sua terra natal. Matar saudades, rever parentes e amigos.

O Segundo  tomando conhecimento que o Terceiro  estava de viagem marcada procurou saber se  era possível  levar uma encomenda para o Primeiro. Sem antes  deixar de explicar que se tratava de encomenda preciosa e fragil que  precisa de cuidados especiais na condução. O  portador se prontificou  com a promessa de ter o merecido cuidado.

Então foi preparada e entregue a encomenda e o Terceiro que viajou de ônibus, de São Bernardo a Várzea-Alegre levando a caixa bastante pesada no colo. Sem desgrudar um minuto da atenção.

Chegando em Várzea-Alegre, antes mesmo de  rever parentes e amigos, foi até a residencia do destinatario entregar a valiosa encomenda.

O agraciado, que já havia sido avisado pelo remetente abriu a caixa na presença do portador. Para surpresa deste, dentro da caixa estava uma pedra de calçamento de aproximadamente 10 quilos.

486 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais

João Francisco – Foto do Wilson Bernardo.

Já escrevi alguns textos sobre João Francisco. Falei dos serviços prestados a comunidade de Várzea-Alegre como tabelião e hoje vou falar de um desafio que poucos atentaram para o fato. Por toda sua vida João Francisco foi partidário de uma tendência política local, a UDN, sucedida pela Arena e pelo PDS, sendo fiel aliado. Quando João decidiu disputar uma eleição se candidatou exatamente por outra legenda, contra os seus antigos correligionários, vencendo-os, fato inédito e nunca visto na historia. Elegeu-se prefeito de Várzea-Alegre e fez um mandato com independência, transparência, decência e de acordo com o que determina as leis.

Muitas pessoas estranharam o seu modo de administrar, a quebra dos velhos costumes e vícios na utilização do dinheiro publico, e, vários causos ficaram registrados no período em que esteve à frente do município. A seguir relatamos alguns causos:

01 – Uma senhora procurou o prefeito para solicitar do mesmo a pagamento de uma prestação da televisão que estava atrasada. Negado. A mulher se danou e disse: eu me enganei muito com o senhor! O João Francisco emendou – Não foi só você.

02 – Os professores em greve foram em comissão falar com o prefeito: Queremos que o senhor fique sabendo que se não melhorar o nosso salário nós vamos entrar em greve: Resposta: Saibam que fazem mais de 60 anos que deixei de estudar. Concedeu aumento de 1000% de acordo com as possibilidades da prefeitura e não pela pressão.

03 – Era costume ver animais soltos nas ruas centrais da cidade. Um dia um jumento montou, subiu noutro em plena praça. Um caboclo oposicionista para zuar com ele disse: isso é que é falta de um prefeito! Ele respondeu na maior calma: não, isso é falta de uma jumenta! No outro dia determinou a prisão de todo e qualquer animal que se encontrasse solto nas imediações da cidade.

Com esta determinação ganhou vários desafetos. Como observamos nos exemplos acima, João Francisco é símbolo de sinceridade, decisão e correção.

485 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais


No café do João de Adélia, em Várzea-Alegre, onde se degustava o melhor café com bolo ligado e o melhor tijolo de leite com rapadura, estavam alguns amigos levando um lero.

 Raimundo Leandro, fazendeiro, comerciante e criador de gado leiteiro, fazia de sua atividade principal a venda de leite bovino e seus derivados: nata, manteiga e queijos etc.

 Inacinho era comerciante do ramo de tecidos e tinha a responsabilidade de anotar e informar para a “funceme” a quantidade de milímetros de cada chuva caída na localidade.

Neste dia choveu forte e todos estavam admirados com o volume  das enchentes dos riachos do Feijão, do Machado, da Formiga e do Graviel.

 Um deles falou: a chuva foi de 200 mm. Raimundo Leandro achou exagerado o tamanho da chuva e, perguntou: Quem falou que foram 200 mm? Outro respondeu de pronto: Foi Inacinho!

Raimundo Leandro sem perceber que o Inacinho havia chegado ao local disparou: O Inacinho bota água.

E, Inacinho sem se aborrecer com o que dissera o Raimundo Leandro encerrou a conversa sem tetubiar: Boto, mas não vendo.

484 - Preciosidades antigas de Varzea-Alegre - Por Antonio Morais


Moravam no Sanharol. Numa época em que a velhice era inteiramente desassistida. Pobreza absoluta. Aqui e aculá um arranca rabo, mas, apesar de viverem em pé de guerra, nunca se podia comparar a um Iraque.

Zé Chato ganhou de presente do Dr. Fransquim Feitosa uma dentadura. Com o tempo Jorvina passou a usá-la também. A mesma dentadura servia aos dois nas solenidades da igreja, passeios e visitas aos amigos, essa era a simples causa de andarem sempre separados.

Um dia Zé Chato foi pra feira semanal pela manha, ao retornar colocou a dentadura no lugar de costume, um copo abastecido com agua.

Jorvina terminou de arrumar a cozinha e disse: Ze, eu vou na casa de comadre Zefa do Sanharol. Colocou a dentadura, deu uma sugadinha e protestou: Covarde! comeu cocada e não trouxe pra mim.

Apesar de brigões, Zé e Jorvina fizeram 60 anos de casados.

483 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais



Esta é uma daquelas historias que se não houvesse  muitas testemunhas  não se tinha coragem de contar.  Passaríamos por mentiroso.

Raimundo Menezes separou 102 rezes no Sanharol para levar para a fazenda Iputy. Todo o rebanho estava  comendo na mesma manga, onde se encontra  uma planta daninha conhecida por tingui de paladar saboroso e agradável aos bovinos, porem  muito perigoso e mortal. Para movimentar o gado aconselha-se  fazer um  jejum de no minimo  8 dias para  que não se corra risco de perder algum animal.

Destas 102 rezes Raimundo Menezes  mandou que Picoroto, o encarregado e Junior filho deste, escolhessem  uma  cada e ferrassem. Escolhidas as duas rezes e ferradas, na hora certa e combinada  seguiam com o gado para  o Iputy. Quando a boiada andou  uns 200 metros caíram duas rezes asfixiadas por causa do tingui, tendo morte imediata. Verificado o ferro eram a de Picoroto e a de Junior. É isto mesmo só morre de quem tem.

482 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais


Uma das fazendas mais produtivas e mais conhecidas de nossa terra era o IPUTY pertencente a época ao  fazendeiro Antônio Máximo e dona Emília Mendes. Hoje em dia  é patrimônio  dos filhos de Raimundo Menezes.
Era costume e decisão  de todas as famílias abastadas  de antigamente escolher um dos filhos homens e  botar no Seminário para ser padre. Antônio Máximo e Dona Emília escolheram Antão,  o filho caçula, justamento o mais  dengoso, querido,  o mais difícil de se adaptar a uma vida de  disciplina religiosa, de conselheiro cristão e especialmente celibatário.

Antão  passou o primeiro ano no Seminário e quando retornou de ferias ao Iputy,  de batina e boina para cobrir a coroinha era o orgulho dos pais. Do lado da fazenda havia uma capoeira de algodão com boa visão da alpendrada da casa. Em algum momento um lote de jumentas  passou na maior carreia e o Seminarista atrás, uma mão afastava as galhadas de unha de gato e jurema e com a outra levantava a batina. 

Diante daquele  cena grotesca Chico Máximo, irmão de Antão gritou: Ei, onde vai ser a missa? Ele respondeu sem olhar para trás! Onde consegui pegar!



481 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Mundim do Vale

Foto de Jose Felipe de Sousa.

Zé Felipe e um ajudante conduziam um caminhão Ford com oito mil quilos de lã de algodão, da cidade de Várzea Alegre para Campina Grande na Paraíba. Quando chegaram ao sítio Exu, o carro atolou. Zé Felipe desceu olhou a situação e verificou que os pneus estavam quase cobertos de lama. Acendeu um cigarro e comentou com o ajudante, que tão cedo não seria resolvido aquele problema.Quando fazia esse comentário notou vindo na estrada, dois roceiros com as enxadas nos ombros e cabaça a tiracolo. Ele então falou com o ajudante que ia fazer uma brincadeira com os dois.Os dois chegaram ele falou:
- Bom dia meus amigos, foi Deus do céu quem mandou vocês. Eu estou com este carro atolado precisando de uma descolada, posso contar com vocês?
Os dois confirmaram com um balanço de cabeça e ele continuou:
- Pois bem, eu vou para a cabine, engato uma primeira e vocês empurram tá bom?
Os dois confirmaram novamente com a cabeça e colocaram as enxadas na margem da estrada. Zé Felipe chamou o ajudante e mandou que quando os dois estivessem empurrando o carro, ele escondesse as enxadas dentro do mato. Em seguida subiu na cabine acionou o motor, mas não engatou marcha nenhuma. Os roceiros com muita boa vontade empurraram o caminhão por mais de quarenta minutos sem saberem que o motorista estava com o carro em ponto morto.Os dois já cansados e suados, pararam para descansarem um pouco, quando um deles escorado na grade traseira disse:
Cumpade! Esse caminhão só pode é tá acuado, pruquê faz mais de meia hora qui é nóis dois tangendo e o chofé isporando lá dento e o bicho parece qui num saiu do canto. O outro botou a mão na testa como quem faz continência olhou na direção da estrada e disse:
- Meu cumpade tá inganado. Ele já andou e foi muito, qui eu num tou mais avistando as enxada.

480 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antonio Morais


Hoje, a foto tem maior significado histórico do que sua própria identificação. Fazer a identificação dos  personagens é coisa muito difícil, mas trata-se da primeira sorveteria de Várzea-Alegre. 

Funcionava onde depois foi instalada a Vencedora do nosso  conterrâneo José Primo de Morais, José Bilé. 

O proprietário serve uma garrafa de bebida aos clientes amigos. Vamos  ver quem se habilita  a identificar  alguém. 

Reconheci  quatro  figuras prestimosas de nossa terra: os dois de óculos, o de camisa de xadrez e o proprietário do estabelecimento.