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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 22 de outubro de 2024

José Rangel e a Virgem da Serra - Por Antonio Morais.

Não nos propomos a fazer mero registro necrológico. Propomo-nos, sobretudo, prestar uma homenagem póstuma aquele que, em vida, foi um dos grandes amigos do Crato.

O escultor José Rangel, falecido, num leito de hospital, na Guanabara, acometido de pertinaz moléstia, que desafiou a todos os recursos da ciência médica.

Autor de muitas obras importantes, professor da Escola Nacional de Belas Artes, deixou no Crato, em plena Serra do Araripe, o seu derradeiro trabalho escultural.

Em aqui chegando, propôs construir e doar ao município, que segundo suas próprias palavras, era seu, pelo coração, um monumento a Nossa Senhora de Fátima.

Naquele ano, doente e castigado pela idade, iniciou o seu trabalho, concluindo e inaugurando-o, em memorável festa cívico religiosa, numa tarde de indescretível beleza, em 28 de Junho de 1968, dia do município do Crato. 

Foi celebrante do solene ato litúrgico o Monsenhor Rubens Lóssio por indicação do próprio autor da obra, de quem era muito amigo o oficiante.

Muitas autoridades estiveram ali presentes, inclusive o prefeito Humberto Macário que ajudou materialmente na construção do monumento. 

No momento José Rangel não pode falar, estava radiante de entusiasmo e visivelmente emocionado. Outro falou por ele, agradecendo e entregando o seu artístico trabalho ao Crato.

Foi sua derradeira obra, regressou ao Recife, e, posteriormente ao Rio de Janeiro, onde passou seus últimos dias de existência.

Morreu José Rangel, mas as suas obras ficaram imperecíveis, na admiração de todos que o conheceram e o aplaudiram.

Um comentário:

  1. Se o Crato tivesse amor e respeito por seu patrimônio histórico esse monumento já estaria num ponto de grande visualidade da cidade para a apreciação de sua beleza.

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