André Menezes e Antônio Morais. |
João Alves de Menezes, João do Sapo foi um dos maiores empreendedores de Várzea-Alegre. No final da década de 30, início de 40 do século passado, numa época sem estradas e sem transportes ele foi a Bahia e adquiriu na cidade de Jacobina um casal de bovinos da raça zebu para melhorar a genética de seu rebanho, e, consequentemente da região. Batizou a Vaca com o nome de Jacobina em homenagem a cidade de origem e, o touro de Paquete, aí não sei explicar a razão ou motivo. Dizem que com o dinheiro da venda do primeiro filhote ele comprou 23 bezerros dos da região.
João do Sapo além do Sanharol era proprietario da Fazenda Pitombeira no município do Assaré. Dizia Dona Soledade que pra João tudo do Assaré é melhor, de tanto que gostava da propriedade. Ótima para criação de bovinos e ovinos, bem como, para a cultura do algodão.
André Menezes, seu filho, com apenas 10 anos de idade, vivia pedindo ao pai para acompanhá-lo nas viagens à Pitombeira. Numa delas João do Sapo o levou. Saiu do Sanharol num burro, no meio de uma carga com os mantimentos necessários para viagem. Dois dias e meio em lombo de animais. Por lá João do Sapo conheceu uma vizinha de terra, uma moça velha e, se lembrou do primo legitimo Frazo do Garrote, um solteirão falador da vida alheia que nunca encontrou quem o quisesse e, encasquetou na cabeça, a ideia de arrumar um casamento da vizinha com Frazo.
De volta a Várzea-Alegre, foi comunicar ao Frazo do Garrote a oportunidade de sair do caritó e fazer um bom casamento. André Menezes serio e concentrado, apesar de menino, prestava atenção a conversa dos dois primos.
João do Sapo foi passando as informações e Frazo se animando. Dizia: A moça tem mil tarefas de terra, tem cinquenta cabeças de gado, cem cabeças de ovelhas, vinte eguas parideiras, Frazo animado igual pinto em monturo. Então, André Menezes, completou as informações dizendo: Ei pai, tem Pedro com 12 anos que já serve para botar as vacas pró curral! Essa informação do André botou o negocio a perder, Frazo desistiu do casamento.
Ter Pedro com 12 anos sem nunca ter casado era um defeito muito grande para uma moça naqueles tempos idos.
Entre as muitas qualidades do meu parente e camarada André Menezes estava a sabedoria de ouvir mais e falar menos.
ResponderExcluirEle se concentrava, olhar penetrante, serio, sisudo, compenetrado na conversa. Opinava quando lhe pediam opinião, muitas vezes continuava calado.
Um grande homem, um amigo admirável. A postagem é dedicada a todos os familiares. Escolhi o João porque o pouco que convivi com ele, tenho certeza do carinho e afeto que existia entre filho e pai.
Abraços a todos.
Um fato interessante envolvendo três grandes personagens de nosso querido Sanharol. Senhor João do Sapo, um cidadão que tinha um coração voltado para o povo de nossa localidade, os seus bens móveis sempre estiveram à disposição das pessoas mais humildes e necessitadas, como prova de companheirismo e solidariedade. O nosso companheiro Frazo do Garrote conhecido como o correio das más notícias, sempre esteve na sombra do primo João do Sapo, que acolhia nas atividades do dia-a-dia.
ResponderExcluirO nobre companheiro André Meneses seguiu os passos do pai, grande empreendedor no ramo da pecuária, cidadão de uma postura exemplar, pai de grandes amigos da família de Raimundo Bitu e Cotinha, posso citar: Luis Meneses, Carla Meneses, essa é uma figura impoluta e uma cidadã cosmopolita, Enedina e José Meneses, (Dedé Boião), verdadeiros amigos da adolescência e juventude. A todos procedentes dessa família inédita e de renome em nossa terra, aproveito para mandar um grande abraço extensivo a todos, ok!!!!!!!!, obrigado!!!!!!!
Morais,obrigada pela postagem,a dedicação foi certeira,é como se fosse um presente,até porque dia 21 foi o aniversário do João.Ele não é muito ligado a Internet, mas darei um jeito pra que ele leia e depois me devolva algum comentário.E eu ainda tô aqui "entalada" com a história,pois sou uma besta pra chorar,me emociono facilmente, principalmente quando o assunto envolve histórias com meu pai. Fico imaginando o jeito dele falando.Esperto e observador como sempre foi,sem intenções de levar a conversa pra outros rumos, claro! pois era muito novo e ingênuo.Agora fico a perguntar, qual terá sido a reação do meu avô? será que ele deu apenas uma olhada daquelas que diz tudo? uns cascudos,um castigo qualquer ou simplesmente admirou o jeito metido,ingênuo e ao mesmo tempo inteligente do meu pai? Pelo que sei,naquela época filho que se metia em conversa de adultos levava muito era pêia.Grande abraço!
ResponderExcluirEsse JOÃO BASTOS BITÚ, ele é que é uma figura impoluta e cidadão cosmopolita(estas palavras são exclusivas do dicionário dele),sabe muito de histórias passadas.
ResponderExcluirJoão, nós já te amávamos desde épocas passadas,e depois Deus te manda como sogro do meu filho. Nós temos muita sorte, pois você é um verdadeiro sogro,um pai e amigo maravilhoso. Beijo grande!
Fala de Carla, Mudinho e Germano fica difícil até de expressar-me. A amizade sempre foi recíproca e continua cada vez mais verdadeira. Aqui estou na cidade do Santo Preto a disposição de todos e de todas para estreitarmos os laços que nos unem como família. Obrigado por tudo que tem feito pela minha filha, que também lhe tem como uma verdadeira mãe.
ResponderExcluirA minha grande amiga Carla
Perfeita como a flor do girassol
Gente da mesma comunidade
Fruto do nosso querido Sanharol.
Morais,
ResponderExcluirvocê traz uma postagem falando do SANHAROL,João do Sapo,André Menezes e Frazo.Essas três criaturas marcaram suas presenças aqui na terra.Nos nossos corações ainda sentimos o seu apego quando relembramos delas.O André Menezes,homem calado, sisudo,pra quem não conhecia,era um amigo,gostava da familia,honesto nos seus negócios,gostava de orientar os mais novos.Agora, Morais,em se falando do SANHAROL,eu quando criança,a minha tia SOLEDADE, ia me buscar na rua da Igreja pra ir brincar com seu neto, Luis Filho, lá no SANHAROL.Ela dizia,olha meu filho o seu pai JOCEL, era muito amigo de ALUIZIO meu filho.Ele até adoeceu qdo Aluizio morreu.Morais,e hoje o meu filho GABRIEL, é levado pro SANHARL pra brincar com ÍTALO,bisneto de tia SOLEDADE.
A Morais a informação final sobre o filho botou a caça a perder.Antigamente as pessoas eram muito rígidas com relação a determinados temas,a virgindade era talvez a pior.Aconteceu de maridos irem devolver a esposa no dia seguinte por esse motivo.Hoje é natural.
ResponderExcluirlFrazo primo e informante de João do Sapo, que matava Zélim de inveja por nunca ter dado o gosto de deixá-lo contar um fuxico a João do Sapo. Qaundo Zélim corria, Frazo a tempo tinha ido na frente.
ResponderExcluirAdmirável este grande personagem da nossa terra, SR. João do Sapo, muito embora só conheça sua história de homem trabalhador, emprendedor e pelo caso do negócio na Bahia, um aventureiro.Corajoso, destemido, como Zé Raimundo do Sanharol, enfrentou situações difíceis com bravura e inteligência, peculiar a sua personalidade.
Frazo do Garrote morreu de tuberculose numa casinha perto da casa do sobrinho João de Pedrinho. Numa noite de sentinela alguém teria dito: tai, não quiz casar, se tivesse casado hoje tinha uma mulher ou uma filha para cuidar.
ResponderExcluirFrazo com a voz fraca retrucou:é. desta vai acontecer d1eu morrer sem me casdar, mas outra não me acontece mais.
Pois é Geovane.
ResponderExcluirDos seis filhos de Mariana só se casaram dois: Vicente e Maria. Os outros: Frazo, Pedro, Tonha e Menina não se casaram. Foram apenas tres netos: Zelim, Raimundo Rosendo e João de Pedrinho.
Morais,
ResponderExcluirUma bela história para ser lida e relembrada. Essas personagens habitam o imaginário popular de muita gente. Se fosse hoje, o solteirão Frazo tinha saído do caritó.
Um abraço no autor e na família do André Menezes.
Frazo do Garrote não se deu muito bem como empreendedor no comercio de leite. Boa parte era doada para as mulheres do Engenho Velho e a quebra sobrava para os fornecedores. Não admitia seus erros e também não gostava de receber conselho, as suas respostas sempre eram sábias e cheias de humores. O resto da história Morais conta para a platéia.
ResponderExcluirMeu avô Benedito André costumava dizer: coitadim do Garrote, se acabou e não teve gosto de ver um noivado!!!
ResponderExcluirDo Garrote hoje só resta um pé de Cajarana. Mas o meu pai dizia que a festa de Nossa Senhora da Paz do Garrote era mais movimentada do que a de São Raimundo.
ResponderExcluirFrazo era muito é besta: peor foi meu marido que casou com vinte e um anos, comigo com 46, com filhos e netos, sem nunca ter casado, com terra só debaixo das unhas, sem garote sem vaca sem nada; agora onze anos depois, pergunte o que nós temos... moral da da historia, como os tempos mudaram.
ResponderExcluirAbraço. Fatima Bezerra Crdeiro. Fatima Gibão.