Leví de Abel, irmão de Chica do Rato, também era desprovido de juízo, ele arriscava uns improvisos, sem respeitar a rima, a métrica e nem a ética.
Transportava água da lavanderia, num jumento de Antônio Costa, sempre improvisando os seus versos. Eu me lembro de alguns:
A caçamba é cega/
Adonde bate aprega/
A caçamba é cega/
Adonde bate aprega/
Sái do mei fí duma égua.
Antônio Costa/
Amuntado im minha costa.
Amuntado im minha costa.
Pedro Morais/
Caga na mão joga pra trás.
Zé Pereira/
Perdeu a cangáia
Ficou cum a isteira.
Perdeu a cangáia
Ficou cum a isteira.
Ontõe Justino/
Trocou muito
Quando era minino.
Uma vez encontrou-se com o barbeiro Júlio Xavier e fez esse improviso:
Júlio Xavier/
Tanto chora
Cuma apanha da muié.
Trocou muito
Quando era minino.
Uma vez encontrou-se com o barbeiro Júlio Xavier e fez esse improviso:
Júlio Xavier/
Tanto chora
Cuma apanha da muié.
Júlio não gostou e deu uns cascudos no poeta.
Leví saiu dizendo na rua que ia embora pra Campina Grande, porque tinha sido desmoralizado. E lá em Campina os paraibanos respeitavam poeta.
Dona Dosa que era madrinha de Leví, quando soube chamou o poeta na sua casa para aconselhar: Leví chegou pediu a bênção ela abençoou e foi falando: Leví eu soube que você vai para Campina, então eu queria lhe aconselhar. Não vá fazer seus versos por lá não, porque o povo não lhe conhece e pode fazer como fez Júlio.
Leví quase não deixou a madrinha terminar e foi logo dizendo:
É não madinha Dosa! É pruque esse povo de Rajalegue só quer ser as prega. Basta a gente cagar no mei da rua, que já fica todo mundo falando.
E tu acha pouco Leví?
É não madinha Dosa! É pruque esse povo de Rajalegue só quer ser as prega. Basta a gente cagar no mei da rua, que já fica todo mundo falando.
E tu acha pouco Leví?
É pruque eu gosto de prosa/
Amuntado im madinha Dosa.
Mundim.
ResponderExcluirO amigo hoje amanheceu inspirado. Voce verificou que hoje voce resgatou mais 20 personagens prestomosas de nossa terra?
Parabens.
Este faz parêa, com o poeta do absurdo. Aquele lá da serra de Teixeira. Zé Limeira.
ExcluirAMUNTADO EM RAIMUNDIN
ResponderExcluirPoeta Mundim do Vale
Você vale o quanto pesa,
Pois usa o verso na prosa,
Prosa que muito embeleza,
Vendo que a prosa no verso
De Levi, não era ilesa.
Raimundinho, realmente a poesia irreverente do inesquecível Levi não poupava ninguém. Todos eram lesados pelo seu tirocínio e pelas suas rimas. Ele não tinha a menor pretensão com o ético, e sim com a rima ou com o pé-quebado. Era um Zé Limeira desaviolado.
Feliz Natal.
O poeta popular, encanta e inebriaga a todos.
ExcluirMeu bom acadêmico Sávio
ResponderExcluirLeví rimava asneira
Não tinha o dom poético
Que tem o Sávio Pinheiro.
Mas tinha a irreverência
Que teve o grande Limeira.
Grande abraço poético.
Bezerra de Morais.
É primo. Hoje eu me lembrei desse povo que querendo ou sem querer fez
ResponderExcluirhistória na nossa cidade. Uns fazem
de um jeito, outros fazem de outro.
Mas tudo é nosso. É nossos costumes,nossos valores e nossa tradição, quem não gostar,que nos desculpem por estarmos mostrando a quem não viveu nessa época.
Abraço a essa garotada mais nova do blog.
Mndim do vale
A família do Abel era meia abilolada. Pelos versos conhece-se o Levi. Já Francisca, a conhecida Chica do Rato, andava nas ruas sempre muito pronta usando joias e vestes extravagantes. Certa feita, usava um relógio de pulso muito exagerado, e, o Pedro Piau disse : Chichica que relógio bonito! Que horas são! Ela deu uma cubada no relógio e respondeu : Vije seu Pedro, já é bem 10 se num já for 11 ou 12.
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk esta familia, era realmente divertida.
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