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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 19 de maio de 2019

LUMINOSA ESCURIDÃO - Por Edmilson Alves, amante de Filosofia, Literatura e Língua Pessoa.



A luminosa escuridão é a juventude que ficou pra trás, com encantos, desencantos vividos em tempos remotos.
Juro que continuo satisfeito, mas, ser jovem com responsabilidade, é mais prazeroso do que viver a terceira idade pensando na finitude. 
Eu sempre me senti satisfeito, vivendo a vida do meu jeito, mas, é inegável que a satisfação de ser jovem, vivendo com responsabilidade, é luminosa satisfação, que encobre as nuvens de qualquer escuridão.
Obscuramente satisfeito, agente vive a terceira idade caso haja desperdiçado o tempo, a saúde enquanto era jovem insatisfeito.
Na minha vivida com amorfa ignorância, quase tudo era incolor, mantendo neutralidade na política e nos problemas sociais. 
Trabalhava dia e noite, possuía pouco, mas, queria tudo do todo que o futuro me aguardava.


Consegui quase tudo, tudo que desejava, possuindo uma família muito bem sedimentada, possuindo uma profissão muito bem equilibrada.
Mas, a principal potência dormira ao logo de minha vida até que acordei com vontade de rever, o que já aprendera, reciclado o saber, aprendo a viver. 
O longo sono da minha inexperiência, cônscio que poderia aprender, estudara filosofia, estudei literatura e comecei a escrever textos comparados a Goethe, Fernando Pessoa que entendem de poesia, entendem de reflexões pra sair da escuridão.
Entre a potencialidade das minhas aspirações, consegui realizações que outrora fora uma luminosa escuridão.
Estudei e ralei doze horas por dia, domingo a domingo, pra despertar as profundezas do meu ser e reabilitar a luminosa luz, saindo da escuridão que cercava o meu mundo, cercava o meu coração inibindo até uma grande paixão.
Quando descobri o amor, senti um estranho querer, aprendendo com amor, que pra se obter a amante, é necessário saber querer.
Das minhas rotineiras satisfações, há uma luz ignota que ilumina as trevas da escuridão, ilumina minha alma, adorando sentir o sol, sentindo o seu calor, igual ao corpo da amante quando nos quer amar.

Um comentário:

  1. Uma bela crônica. Inexoravelmente o tempo passa. Esvai-se e não volta nunca mais. Nada se pode fazer ontem. Se não existisse o ódio não daríamos tanto valor ao amor. O ódio é como o ácido faz tanto mal a vasilha em que se encontra quanto em quem se derrama.

    Eu espero, desejo e confio que o amor triunfe.

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