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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 30 de setembro de 2023

ZUZA BEZERRA - Por Fafá Bizerra, sua neta.

Há gente nesse mundão de meu Deus que, de tão ruins que são, parecem ter as veias da alma entupidas por varizes de calibre alto, como comparava o Pasquim de outrora. 

Que as almas dessas pessoas se entupam, cada vez mais, de grossas varizes. Eles não merecem outra premiação. 

Ao contrário destes existem os bons. Gente como meu avô materno, Professor Zuza Bezerra, mais inteligente e culto do que bonito embora sua beleza encantasse as então moças de seu tempo. 


O PROFESSOR.

Vovô dominava e dava aulas de português, latim, grego, matemática, geometria e trigonometria. Era amigo das letras, dos números e devoto das rimas. 

Atuou como rábula, pois dominava também o direito romano e viajava em lombo de cavalo pelas estradas que ligavam o Crato a cidades vizinhas, para “dizer o direito” dos acusados. 

Mas era, acima de tudo e ao lado de seu correto proceder, de sua retidão de caráter, um poeta por excelência. 

Dele herdei a afeição pela Poesia e a ele atribuo o meu gosto pelas letras. Num tempo sem e-mail ele escrevia versos num pedaço de papel e compartilhava comigo a beleza de sua Poesia, simples e consistente ao mesmo tempo. 


O POETA.

A ele, toda minha reverência. Sempre digo: quem gostar das baboseiras e besteiragens que escrevo, a ele credite o bem que fez: quem não gostar, dele reclame. 

Meu avô era tão bom, além de belo e inteligente, que saberá entender......

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Crônicas e contos - Por Antônio Morais.

"É preciso muita coragem para amar as mulheres marcadas pelo passado, aquelas com caráter e personalidade fortes, mas com um coração magnânimo.

É preciso muito amor para curar suas feridas e, acima de tudo, você precisa ser inteligente, porque elas são muito maduras, tão experientes, que não acreditam mais no que você diz, mas no que você está disposto a fazer por elas.

Ame-as".

Crônicas e contos - Por Antônio Morais.

George McLauren, o primeiro homem negro admitido na universidade de Oklahoma em 1948, foi obrigado a sentar-se num canto da sala, longe dos seus companheiros brancos. 

Mas seu nome permanece até hoje na lista de honra, como um dos três melhores alunos da universidade.

Essas são as palavras dele: 

"Alguns colegas me olhavam como se eu fosse um animal, ninguém me dava uma palavra, os professores pareciam que não estavam nem aí para mim, nem tiravam minhas dúvidas.

Mas eu me dediquei tanto, que depois eles começaram a me procurar para lhes dar explicações e esclarecer suas perguntas".

"A única arma capaz de transformar o mundo é a educação".

Croniqueta - Por Antônio Morais.

Não carece beijar, abraçar ou apertar as mãos.  Basta, sempre que for possível, um sorriso a um estranho na rua.

O riso é a única atitude que merece revide. E, pode ser o único gesto de amor que ele verá no dia.

Croniqueta - Por Antônio Morais.

Lembra-te sempre do fim e que o tempo perdido não volta. Quem não evita os pequenos defeitos pouco a pouco cai nos grandes.

Alegrar-te-ás sempre à noite, se tiveres empregado bem o dia.

A SAF DO FORTALEZA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Clube de futebol é instituição social. Trabalha com paixão e circulação de afetos.

Antes, não funcionava como empresa, nem com o fito de dar lucro. Hoje, a coisa mudou.

O torcedor pode dizer que o clube é seu, certo? Mas, precisa reconhecer, também,  que há imperiosa necessidade de uma administração segura, transparente e empresarial.

Com olhos no futuro e consciente de que a boa estrutura atual pode, daqui a pouco, tornar-se insuficiente dentro dos movimentos sem interrupção do futebol, a direção tricolor antecipa-se diante dos fatos.

Virou SAF (Sociedade Anônima do Futebol), através de votação, porque há interessados em fazer investimentos no clube.

Mesmo reconhecendo ser esse o modelo mais moderno, dirigentes do tricolor engendraram uma SAF mitigada, sem abrir mão do controle do clube.

Não é novidade afirmar que o Fortaleza recebeu propostas de compra do controle por parte de grupos empresariais. Para que isso se concretize, será necessária uma outra votação dos sócios.

Até para repetir os atuais resultados no futuro o Fortaleza precisará de dinheiro. Mas, há o entendimento de que, mesmo virando SAF, não se pode querer grana a todo custo.

O objetivo é, como afirma o presidente Marcelo Paz, a longo prazo, vender uma participação minoritária na empresa, para aumentar o investimento no futebol.

"Não há nada como um pé após o outro". *Mário Quintana*.

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Sem limites para ser idiota - Por Republiqueta de meia pataca.

 

Lembra-te sempre do fim e que o tempo perdido não volta. Quem não evita os pequenos defeitos pouco a pouco cai nos grandes.

A humildade triunfa sempre, o orgulho, a prepotência e a vaidade engolem o dono. A decepção  gera solidão, depressão e isola. 

Governar é administrar as leis, não é realizar desejos e vontades, não é defender o  interesses próprios  dos seus familiares e amigos. 

O tempo passa e é o senhor da história. Daqui a pouco menos de dois anos restam-lhe as broncas resultantes de seus atos, condutas e posturas que por ventura ou desventura advirão da justiça.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Croniqueta - Por Antônio Morais.

A nobreza de um homem está na verdade de suas palavras, na ternura do seu olhar e na bondade cultivada em seus atos.


Croniqueta - Por Antônio Morais

 

Preocupe-se mais com a sua consciência que com a sua reputação.

Porque sua consciência é o que você é. A sua reputação é o que os outros pensam de você.

E o que os outros pensam é problema deles.

A vida - Por Antônio Morais.

 Quando a vida te chamar para  dançar, não se atrase. Mesmo que erre os passos, sinta a melodia.

Às vezes, a música toca apenas uma vez.

Croniqueta - Por Antônio Morais.

Não te reputes melhor que os outros, para não seres considerado pior por Deus, que conhece tudo que há no homem.

Não te ensoberbeças pelas boas obras, porque os juízos dos homens são muito diferentes dos de Deus, a quem não raro desagrada o que aos homens apraz.

A humildade triunfa sempre, o orgulho engole o dono - Por Republiqueta de meia pataca.

 

A popularidade é irrelevante, não estou em concurso de popularidade.

Existe também essa rede de desinformação que muitas vezes  prejudica a percepção adequada dos fatos por parte das pessoas.

Sinceramente não estou preocupado com essa questão. Com o tempo, a verdade acaba sempre prevalecendo.

Sergio Fernando Moro. 

Croniqueta - Por Antônio Morais.

 Só o riso merece revide.

A maldade não deve ser devolvida, deixe o tempo cobrar.

O silêncio responde até o que não lhe é perguntado.

Croniqueta - Por Antônio Morais.

Pessoas felizes não perdem tempo fazendo maldades para os outros. Maldade é coisa de gente infeliz, frustrada, medíocre e invejosa.

O verdadeiro vencedor é aquele que caminha sem pisar ninguém.

Não são as aparências que nos enganam. Somos nós mesmos que nos enganamos quando não queremos ver as coisas como realmente são.

Croniqueta - Por Antônio Morais.

 "Quantos anos tens?

Tenho, na verdade, os anos que me restam viver, porque os já vividos não os tenho mais.

Perdi-os na imbecilidade da vida.

O tempo não pára, não comprou passagem de volta e, não há nada que se possa fazer ontem".

200 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.



Foto - Boris, Lula Bernardino e Chico de Amadeu em São Bernardo do Campo.

Lula Bernardino, resolveu ir para São Bernardo do Campo, onde já estava sua irmã Alaíde. Ele possuía uma casa no centro da cidade de Várzea-Alegre, Mas, por segurança, não queria vender,  para no caso de se não gostar, ter para onde voltar. 
Ofereceu a casa ao seu parente Abidom, para que ele ficasse morando sem pagar aluguel. Lula Bernardino viajou, Abidom ocupou a casa como moradia e comercio, fazia tamancos e botava meia sola em calçados. Depois de seis anos, Lula Bernardino já acostumado em São Bernardo, resolveu vir a Várzea-Alegre para rever parentes, amigos e vender a casa. 
Aproveitou a festa do padroeiro São Raimundo Nonato,  veio com o filho caçula de 7 anos. Chegando na cidade visitou amigos e parentes. Tomou umas cachaças, depois foi tirar a barba com Vicente Cesário. Enquanto tirava a barba mandou um portador chamar Abidom para vir falar com ele.
Quando Abidom chegou ele deu a mão, cumprimentou e falou: Abidom, é o seguinte: como eu não tenho mais planos de voltar para Várzea-Alegre, resolvi vender a casa, mas, eu tenho outra casinha no Alto da Prefeitura, e se você quiser pode ficar lá nas mesmas condições.
Abidom piscou os olhos, mordeu a língua e respondeu: não senhor! Eu já fiz meu ponto lá e não vou sair de jeito nenhum. E tem mais, quem gosta do Alto da Prefeitura é quenga e morcego.
Mas Abidom, a casa é minha, eu já tenho um comprador, fiz essa viagem só para isso. Não posso voltar sem fazer o negocio. Apois venda a do Alto da Prefeitura, porque aquela já é minha. Abidom a casa não é sua, eu tenho os documentos e não vai ser você que vai impedir de ser feito a venda.
Vender? 
Cuma? Você tá ficando doido? Pode ir "precurar seus dereitos"! Com essa proposta de Abidom, Lula Bernardino ficou mais irritado ainda, aí o tempo fechou. Lula Bernardino deu um murro tão condenado que o inquilino caiu três vezes sem se equilibrar em pé.
O garoto que brincava na calçada, vendo a fúria do pai, correu chorando e gritando: papai, papai, papai!
Vicente Cesário pegou o garoto nos braços e disse: Calma meu filho! Não é nada não. É apenas o teu pai passando a escritura da casa para Abidom.

Mundim do Vale.


terça-feira, 26 de setembro de 2023

Croniqueta - Por Antônio Morais.

 


Tudo que é simples encanta.

Uma atitude errada, pode estragar dias, anos e momentos. Agente conhece as pessoas pela maneira como elas saem de nossas vidas, e não pela maneira como elas entram.

Então, tome cuidado porque nem todo lápis vem acompanhado de uma borracha.

Sergio Moro recusou medalha de Honra do Congresso - Por Republiqueta de meia pataca.

Salve Sergio Moro.

Havendo parlamentares denunciados em decorrência da Operação Lava Jato, não me sentiria confortável em receber o aludido prêmio.

Ser odiado por uma mutidão de fanáticos apoiadores de corruptos, é o preço que se paga por não ser um deles. 

Não sei porque é tão difícil as pessoas reconhecerem que tentamos livrar o Brasil do mecanismo da corrupção com a pessoa errada!

Croniqueta - Por Antônio Morais.

O mundo seria um lugar melhor se as pessoas se perguntassem com mais frequência : "E se fosse comigo".

Se você espera recompensa por ser uma boa pessoa, então, você não é uma boa pessoa.

SOBRE NOSTALGIA, MELANCOLIA E SAUDOSISMO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 

Apoio-me em minhas repetições para escrever, pois, sem esse gancho, ficaria em palpos de aranha para iniciar um assunto. São confissões no tempo das viroses. afinal de contas, a vida é uma viagem de observações pelos sentimentos.

Melancólico sou, às vezes, e me tranquilizo, ao saber que esse estado da alma é uma manifestação artística e poética, uma elevação do espírito. Não é depressão que, ao contrário, é uma doença carente de cuidados médicos.

Logo depois, me encarrego de dissipar dúvidas sobre saudosismo e nostalgia, sentimentos bastante comuns em momentos de reclusão e recomeços.

O saudosista quer viver, de novo, a vida que já viveu.

A vida, como se sabe, é linear com alguns pontos mortos e, se fosse para fazer um filme, seria possível colocar na narrativa o que mais nos interessasse. Já a nostalgia é diferente e nos permite contemplar apenas o que existe de belo em nossas mentes.

E é isso que tenho procurado exercitar, quando sou remetido ao Cariri de minha infância, adolescência e vida adulta, onde fiz a minha estréia em 1957, aos nove anos de idade.

Crato, a “Princesa do Cariri, e Juazeiro do Norte, a “Capital da Fé”, como roteiros longos e nostálgicos de uma narrativa feita mais com o coração do que com a memória.

Cidades que nos abraçaram e que marcaram a nossa existência embalada de doçura e amizade.

Como cantou o mestre Luiz Gonzaga “de Juazeiro a Crato e, de Crato a Juazeiro, é romeiro só”.

Por que estou escrevendo isso?

Nostalgia de uma época em nossa vida em que, com o passar do tempo,  internalizamos ser bem melhor que hoje.

Simples, assim.

Sejamos nostálgicos.

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

“Muita gente com rabo preso trocando proteção”, diz Rubem Novaes - Por o Antagonista.


Rubem Novaes, que pediu demissão da presidência do Banco do Brasil na última sexta-feira, deu a Merval Pereira mais alguns detalhes do que viu em Brasília. “Muita gente com rabo preso trocando proteção.”

Segundo ele, a cultura política em Brasília piorou muito ao longo do tempo, mas ele não aceita citar casos concretos. Afirma apenas que tudo começou na reeleição do Fernando Henrique Cardoso “e piorou muito nos anos do PT com mensalões e petrolões”.

“Criar dificuldades para vender facilidades é a regra”, diz. Mas garante que sua renúncia não teve nenhum fato específico. “Desde junho converso com o Paulo Guedes sobre a minha saída.”

O PALAVRÃO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

O  palavrão tem dicionário. Não existe eufemismo que o substitua.

Digo muito palavrão durante o dia, quando expresso uma raiva ou admiração.

Acredito que o PQP seja o mais recorrente. Pelo menos, no meu caso.

Nos causos que conto no rádio e TV, retirar o palavrão  deles significa mutilar a história.

Nelson Rodrigues, o "anjo pornográfico", afirmava: "O palavrão alivia o homem de atos brutais".

Se bem, que há palavrão usado para ofender que dói mais do que uma bofetada.

Utilizado para aliviar a dor de uma topada é um santo remédio.

Já certos palavrões servem para elogiar: "Elis Regina era uma puta cantora!". Leminsky é um poeta foda!"

O falso moralista ainda ruboriza diante do palavrão.

Mas, para  obter o seu efeito auditivo desejado, o palavrão precisa ser usado com parcimônia.

Usado, sem excesso, não vai afrontar.

Ao desafiar a moral, o palavrão levanta o moral.

Viva o palavrão!

sábado, 23 de setembro de 2023

O BEIJO MAIS FAMOSO DO MUNDO - Postagem do Antonio Morais.


Logo após ser anunciado, pelo rádio, o final da II Guerra Mundial, em 14 de agosto de 1945, o povo americano saiu em peso do trabalho e das residências para celebrar, nas ruas centrais de Nova York, a vitória e o fim do medo.

Tomado pela euforia, subitamente o marinheiro George Mendonsa envolveu nos seus braços a enfermeira Greta Zimmer Friedman e, em meio à multidão, a beijou ardentemente, mesmo sem conhecê-la ou nunca tê-la visto. 

A cena inesperada foi imortalizada, sem o conhecimento deles, por Alfred Eisenstaedt, tornando mundialmente famosa a revista Life. 

Os personagens e o fotógrafo morreram, a imagem continua viva!

Continua como antes - Por Antônio Morais.


O então presidente da república Jânio Quadros, 1961, não se fez de rogado e respondeu em cima da bucha a pergunta de um jornalista sobre o Congresso Nacional : "Metade são incapazes e a outra metade, capazes de tudo". 

Diferença entre os humanos e os animais - Por Antonio Morais.

A diferença entre os humanos e os animais é que os animais nunca permitem que um estúpido lidere a manada.

Somente os tolos acreditam que a politica e a religião não se discutem. 

Por isso os corruptos permanecem no puder e os falsos profetas continuam a pregar.

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

A Trajetória de Jair Bolsonaro - Por Antônio Morais.


Com menos de um mês Jair Bolsonaro demitiu o Dr. Gustavo Bebiano da Secretario de Governo, presidente do partido pelo qual se elegeu e advogado pessoal. Não houve nenhuma resistência do demitido. 

Dias depois demitiu o ministro General Santos Cruz, mesma coisa, o general foi de uma fidelidade impar aos seus princípios. Depois foi a vez do ministro da saúde Henrique Mandetta, esse  botou o seu melhor terno e foi a posse do seu substituto, até discurso fez.

O primeiro de todos os ministros apresentado como um trunfo do seu governo foi o ex-juiz Sergio Moro. Friturado por Bolsonaro desde  o início do governo, traído de forma  vil, covarde e desonesta, pois o Bolsonaro diante do quadro que enfrenta por conta dos filhos enrolados em crimes nunca pode entregar o que prometeu ao ministro Moro e ao povo brasileiro.

Moro não tem sangue de barata, e, saiu atirando e vai mostrar para o Brasil quem é Bolsonaro, seus filhos e seus amigos.

É certo que o Bolsonaro já é o grande perdedor, para quem prometia fazer um governo diferente, e, hoje é abrigado para se proteger se juntar ao Centrão, Waldemar Costa Neto de tornozeleira eletrônica, Roberto Jeffersom idem, e, toda cambada de sócios nos crimes do "Mensalão e Petrolão do Lula e do PT já é a imposição de uma grande derrota. Isto é se vergonha tivesse.

Croniqueta - Postagem do Antônio Morais.


"Embora ninguém seja inútil, algumas pessoas tornam sua vida vazia e apodrecem dentro de si mesmas. Receber os dons de Deus, através do Espirito Santo, é como ganhar um presente num involucro muito bonito: se não abrir este pacote não adianta nada, fica tudo inútil. Será que os nossos talentos e carismas estão produzindo frutos?

Quando sentirmos vontade de maldizer a própria vida, os problemas que temos... precisamos olhar para o lado. Veremos que nos queixamos por não ter sapatos, quando muitas pessoas não tem os pés.

Se até hoje a nossa vida não teve sentido, nada impede que possamos encontrar-lhe algum.

Convém lembrar que passaremos por este mundo uma só vez. E por isso todas as boas ações que possamos praticar a qualquer ser humano não devem ser adiadas. A única coisa que se levará daqui desta vida é o amor que vivemos".

O ABC LÁ DE NÓS - POR CRISTINA MARIA DE ALMEIDA COUTO.


Foto - Fideralina Augusto Lima.

Segundo assegura a história o ABC dela era mais  ou menos esse : " Escreveu não leu o pau comeu"".

Assim concluímos  as postagens sobre o ABC lá de nós. Da autoria da pesquisadora, historiadora  e memorialista Cristina Maria de Almeida Couto.

VALA MEU DEUS! – Valei-me Deus!
VANGLORIAR – Contar vantagens.
VARAPAU – Pessoa muito alta e magra.
VARIANDO – Endoidando; tresvariando.
VENTA – Nariz.
VENTO CAÍDO – Dor de barriga; diarréia.
VEXADA – Apressada.
VIAJANTE – Representante comercial; caixeiro viajante.
VIRADO NA PESTE – Irado; disposto a tudo.
VIRADO NUM TRAQUE – O mesmo que VIRADO NA PESTE.
VIRADO NUMA CACHORRA – Com raiva; valente.
VISAGE – Assombração; fantasma.
VITALINA – Solteirona.
VIXE MARIA! – Expressão de admiração; surpresa.
VOLTA – Cordão; colar.
VÔTI – O que é isso?
XELELEU – Bajulador; adulador; puxa-saco.
XIBIU – Jogo infantil com pedras.
XIXELAR – Usar sapatos como se fossem chinelos; com os pés por cima da parte traseira do sapato.
XIXELENTA – Arrastando os chinelos.
XÔXA – Sem graça, desanimada.
ZAMBETA – De pernas tortas.
ZAROLHO – Caolho; vesgo.
ZINGA – Azar.
ZININDO – Apressado; muito rápido.
ZUADA – Barulho; gritaria.
ZUADENTO – Barulhento.
ZUNHADA – Arranhar com as unhas; unhadas.
ZUNZUM – Fofoca; conversa por alto; boatos.
ZURUÓ – Tonto; lerdo.

O ABC LÁ DE NÓS - POR CRISTINA MARIA DE ALMEIDA COUTO.


Padre José Alves Bezerra, único padre filho de Várzea-Alegre a  administrar a igreja local - Os demais todos foram de outras cidades. Mandato - 1878 a 1883.

SABACU – Empurrão muito forte.
SACUDIR – Tirar a poeira; limpar.
SACULEJAR – Balançar; chacoalhar.
SAÍDO – Aquele que gosta de aparecer; de ser o centro das atenções.
SAIR AZUADA – Desnorteada.
SAIR QUE O RABO ERA UM REI – Sair precipitadamente; de forma apressada.
SALAVANCO – Solavanco; movimento do carro em buracos.
SALTO MORTAL – Mergulho de lugar muito alto; perigoso; dando piruetas.
SE ABRIR – Sorrir.
SE AMOSTRAR – Querer aparecer; ficar em destaque.
SE ARROMBAR – Se dar mal; quebrar a cara.
SE OMBREIRA – Se iguala; ficar no mesmo nível.
SEBOSEIRA – Imundície; sujeira.
SEGURAR VELA – Tomar conta de um namoro.
SIBITO – Pessoa muito magra.
SINTINA – Vaso sanitário.
SÓ NO CRATO – Metido a besta.
SÓ OS QUEIXOS – Pessoa envelhecida precocemente; depauperada; acabada; muito magra.
SÓ UM TRISCO – Um pouco; por um fio; quase nada.
SOCADO (1) – Cheio; entupido; lotado.
SOCADO (2) – Enfiado em algum lugar por muito tempo.
SOLTA DE CANGA E CORDA – Livre; solta demais; sem dono.
SOLTO NA BURAQUEIRA – À vontade; livre para o que der e vier.
SÔPA – Ônibus.
SUPAPO – Puxar com muita força algo ou alguém.
SURRUPIAR – Roubar; furtar.
SUSTANÇA – Nutrição.
SUVACO – Axila.
TÁ DE BOI – Menstruada.
TÁ DE BUCHO – Grávida.
TÁ NA PINDAÍBA – Sem grana.
TABACO – Ânus.
TABEFE – Tapa.
TACO – Pedaço.
TAMBURETE – Banco pequeno.
TANJER – Espantar; levando para um outro local.
TAQUINHO – Pedacinho.
TERNANTONTE – Há três dias.
TERTULHA – Festa realizada em residências.
TEXTO – Tampa de panela.
TIBUNGO – Mergulho.
TININDO – Apertado.
TIQUINHO – Pouquinho.
TIRAR A HONRA – Desvirginar; deflorar.
TIRAR O CHOCO – Apanhar muito; sova grande.
TIRAR O CU DA VAREDA – Se mandar; dar o fora.
TIRAR REISADO – Andar de casa em casa; fazer visitas.
TIRINETE – Coisa grave; confusão.
TIRRINA – Utensílio feito de barro.
TISGA – Tuberculosa.
TIÚBA – Preguiça; ressaca.
TOCA – Brincadeira infantil; pega-pega.
TOPE – Do mesmo tamanho; da mesma estatura.
TOPETE – Ousadia; falta de respeito.
TORAR – Arrebentar; cortar.
TRAJE – Roupa feita especialmente para certa ocasião.
TRAMELA – Peça de madeira usada para fechar portas.
TREMPES – Grades do fogão.
TREPEÇA – Coisa velha; de pouco valor; quinquilharia.
TRESVALIAR – Delirar.
TRIBUFU – Pessoa feia e gorda.
TRIETE – Está por um fio.
TRIPA GAITEIRA – Parte do intestino.
TRISCAR – Encostar de leve.
TROCENDO – Fazer pressão para os dois lados.
TROÇO – Coisa ou pessoa de pouco valor.
TRONCHO – Torto; inclinado.
TROUXA – Fardo de pano.
TRUAR – Acontecer.
TRUPICAR – Tropeçar.
TRUSSUI – Pessoa gorda; mal feita de corpo.
TRUVEJO – Confusão com muito barulho.
TRUVISCADO – Bêbado; um pouco tomado.
TUDO QUANTO AI – Completo; tudo.
TUNTUM – Ombros.
TUTUBIAR – Andar tropo; meio bêbado.
UM NACO – Um pouco; um pedaço.
UM TACO – O mesmo que UM NACO.
UMA HORA DESSA – Qualquer hora ou tempo; sem definir exatamente quando.
UMBORA! – Vamos!
UNHEIRO – Unha inflamada nos cantos, unha encravada.
URUCUBACA – Azar.


O ABC LÁ DE NÓS - POR CRISTINA MARIA DE ALMEIDA COUTO.


Igreja de São Raimundo - Várzea-Alegre 1918. Demolida em 1930 pelo Padre José Ferreira Lobo e construída  no seu lugar o templo atual.

QUADRADO – Cercado para bebês.
QUANDO ACABAR – Além de tudo; além do mais; afinal; no final das contas.
QUARTINHA – Moringa.
QUE DIABO É ISSO? – O que está acontecendo?
QUEBRANTO – Mau olhado.
QUEBRAR – Dobrar a esquina.
QUEBRAR O POTE – Menstruar pela primeira vez.
QUEIMA – Vender barato; promoção.
QUEIXADA – Mandíbula.
QUENGA – Meretriz; prostituta.
QUENGO – Cabeça; crânio.
QUENTURA – Calor.
QUIQUIQUI-CÁCÁCÁ – Referente à risada de alguém.
RABO DA GATA – Cabaré.
RABO DE BURRO – Tarado.
RABO DE GALO – Tipo de cachaça.
RADIOLA – Vitrola; som para tocar LP.
RAME-RAME – Algo estagnado; lengalenga.
REBOLAR NO MATO – Jogar no lixo.
RECA – Turma.
REIMOSO – Qualidade de certas comidas; que podem fazer mal; desencadeando algum processo inflamatório.
RELAR – Arranhar.
REMANCHÃO – Lento; vagaroso.
REMEDAR – Imitar.
REMELA – Secreção dos olhos.
REPARAR – Prestar atenção; observar.
REPARE! – Olha só! Veja!
RESMUNGAR – Reclamar sussurrando.
REVESTRÉS – De mau jeito ou de qualquer jeito; mal feito.
REZINGAR – Pechinchar, pedir menor preço; barganhar.
RIBULIÇO – Confusão.
RIDIMUNHO – Ventania; redemoinho.
RIRRI – Zíper.
RODADO – Pessoa experiente; vivida.
RODAGE – Estrada; com asfalto.
ROLÉTA – Briga de murros; corpo a corpo.
ROMBUDO – Sem ponta.
RONXA – Pancada; mancha arroxeada; hematoma.
RUDILHA – Pano de prato.
RUMA – Em grande quantidade.
RUMBORA! – Vamos!

O ABC LÁ DE NÓS - POR CRISTINA MARIA DE ALMEIDA COUTO.


Feira - Utensílios de  barro. Várzea-Alegre.

PABULAGEM – Contar vantagens; contar riqueza.
PALAVRIADO – Vocabulário próprio de uma região.
PALEIÊNTA – Pessoa exigente.
PALUXIO – Pessoa cheia de frescura.
PAMPA – Pessoa com manchas brancas na pele; vitiligo.
PAPAFIGO – Bicho-papão.
PAPEIRA – Caxumba.
PARAPEITO – Soleira de janela ou parte alta que sirva de assento.
PARICEIRA – Parceira; comparsa.
PARTIDO BOM – Rapaz de futuro; rico.
PASSAMENTO – Desmaio.
PASSAR BABAU – Enganar; ludibriar.
PASSAR PRECISÃO – Aperto financeiro; pouco dinheiro.
PASTORAR – Vigiar; prestar atenção.
PATAMAR – Pátio de igrejas.
PAU DA VENTA – Osso do nariz.
PÉ DE PAU – Árvore.
PÉ RAPADO – Pessoa pobre.
PEGANDO MARRECA – Calça comprida na altura do tornozelo; curta.
PEGAR BIGU – Pegar carona.
PEGAR MORCEGO – Andar pendurado atrás de caminhão ou carroça.
PEGAR PELAS BITACA – Pegar pela gola da camisa.
PEGAR UMA APOSTA – Fazer uma aposta.
PEGUENTO – Sujo; pegajoso.
PEIA – Surra; sova.
PÉÍA DE CARNE – Pele de carne; aparas.
PEITAR – Esbarrar; barruar; ir de encontro e bater.
PELEJAR – Insistir.
PENCA – Muitas coisas juntas.
PENDENGA – Coisa pendente; questão; processo na justiça.
PENSA – Torta; inclinada.
PERAINDA – Espere um momento.
PERDER A HONRA – Deixar de ser virgem.
PERNOITAR – Passar a noite.
PESQUEIRO – Tapa na orelha.
PIA A CARA! – Olha!
PICHILINGA – Inseto muito pequeno.
PINGO DA MEIDIA – Meio-dia; doze horas da manhã.
PINGUELO – Clitóris.
PINHA – Ata; fruta do conde.
PINICAR – Latejar; coçar.
PINOTAR – Pular.
PIOLA – Ponta de cigarro; resto.
PIRÔLA – Chilique.
PIRUGALO – Brincadeira infantil; esconde-esconde.
PITÓ – Rabo-de-cavalo.
PLANTAR NA TESTA – Jogar algo em direção ao rosto.
PÓ – Talco.
POTOCA – Dizer besteiras; conversas tolas.
PRASTADA – Coisa achatada.
PRECUNDIA – Tristeza; angústia; mau presságio.
PRESEPADA – Palhaçada; marmota.
PUÍA – Jogar conversa fora.

O ABC LÁ DE NÓS - POR CRISTINA MARIA DE ALMEIDA COUTO.



Padre José Ferreira Lobo, vigário  de Várzea-Alegre   em 1932.  Demoliu a igreja antiga e  construiu o templo atual. Um padre operoso.  Foi vigário de Farias Brito - Ceará.

MACACA - Brincadeira infantil; o mesmo que amarelinha.
MAGOAR – Machucar um local já machucado.
MAGOTE – Muita gente; turma.
MALAFROJADA – Vestida em roupas surradas.
MALAMANHADO – Mal vestido.
MALASSADA – Omelete.
MALDAR – Agir ou concluir com malícia.
MALFAZEJO – Pessoa de índole má.
MALINAR – Mexer em coisas alheias; bisbilhotar; traquinar.
MALINO – Criança inquieta, que mexe em tudo; pessoa que malina.
MALUVIDO – Desobediente; traquino.
MANGAÍ – Petisco; beliscar alimentos fora dos horários das refeições.
MANGAR – Fazer pouco de alguém; criticar; ridicularizar alguém.
MÃO DE RATO – Ladrão; larápio.
MARMOTA – Pessoa ou coisa feia e cafona; ridícula.
MARRETEIRO – Caloteiro; trambiqueiro; aproveitador.
MASSAROCA – Cabelo despenteado; assanhado.
MATRACA – Pessoa que fala demais.
MATUTAR – Pensar; meditar.
MEDONHO (1) – Coisa grande demais; avantajada.
MEDONHO (2) – Muito danado.
MEEIRO – Sócio.
MEIO REAL – Cinqüenta centavos.
MELADO – Bêbado; cheio de cachaça.
MELAR (1) – Embriagar.
MELAR (2) – Sujar.
MERENDA – Lanche.
MIOLO DE POTE – Papo furado.
MIUÇADA – Miudezas.
MÔCA – Surda.
MOCORONGO – Desajeitado.
MÓI – Muito; parelha.
MOIGADA – Triste; sem graça; desanimada.
MONDRONGO – Hematoma.
MORTA-FOME – Esfomeada; gulosa; avarenta.
MOTOCA – Moto; motocicleta.
MOVIMENTO – Confusão; animação.
MUCUÍM – Mosquito muito pequeno.
MULAMBUDA – Vestida em trapos.
MUNGANGA – Careta.
MUNTURO – Lugar para jogar lixo; quintal; terreno baldio.
MUQUIFO – Lugar pequeno e desarrumado.
MUZENGA – Mau humor.
NA BIELA – Por um triz.
NA PEINHA DE NADA – Mesmo que NA BIELA.
NA PINDAÍBA – Na pior; sem grana.
NA RABADA – Último; no final; derradeiro.
NAIGADA – Um pouquinho; um pedacinho.
NÃO CONTAR CONVERSA – Não perder tempo.
NÃO DAR UM PIO – Ficar calado; mudo; não falar.
NÃO DAR VENCIMENTO – Não dar conta de algo; ter algo em excesso.
NÃO TEM NO CU QUE O PRIQUITO ROA – Pessoa sem posses e metida a importante.
NAS MOITAS – Segredo.
NAS QUEBRADAS – Esconderijo.
NO CALCANHAR DO JUDAS – Lugar muito longe; de difícil acesso.
NO OCO DO MUNDO – Paradeiro desconhecido.
NO OCO DO PAU – Escondido.
NÓ-CEGO – Pessoa complicada.
NOITE DE FESTA – Natal; festividades de final de ano.
NOS CAFUNDÓ DO JUDAS – O mesmo que NO CALCANHAR DO JUDAS.
OFERECIDA – Mulher que se joga para os homens.
OI DOS PAU – Parte mais alta da árvore.
OIÇAS – A audição.
OITÃO – Calçada alta em uma esquina.
OJERIZA – Antipatia; aversão.
ONTONTE – Antes de ontem; há dois dias.
OS CABA – Grupo de amigos; “os cabras”.
OS QUARTO TREPADO – Ancas salientes; alta.
OSSO DO MUCUMBU – Cóccix; osso do final da coluna vertebral.
OVEIRO BAIXO – Pessoa da bunda baixa.

O ABC LÁ DE NÓS - POR CRISTINA MARIA DE ALMEIDA COUTO.


Padre José Otávio de Andrade, as filhas  Messina, Andradina, o filho Padre José Wilson e o genro Luiz Proto de Morais. Padre Otávio nasceu  no sitio Umbuzeiro, distrito Bebedouro hoje cidade de Aiuaba.  Padre Otávio teve um dos maiores mandatos  frente a Paroquia de São Raimundo Nonato  em Várzea-Alegre  - 1932 a 1969.

IMÃ – Chamar pra beber.
IMPANZINADO – Barriga cheia.
IMPAXADA – Mal-estar; estômago cheio.
IMPINJAR – Tentar provocar uma briga com alguém.
INCENDIANDO O MUNDO – Perfume muito forte.
INCRICRIAR – Encolher.
INCRUZAR – Cruzar as pernas ou com as pernas.
INGUIRIZIA – Confusão; questão.
INHACA – Cheiro ruim.
INJIADO – Amassado; amarrotado; enrugado.
INRREDAR – Fuxicar; fazer fofoca.
INTANGUIDO – Cheio de gazes.
INTIRIÇAR – Todo duro; fazer pose.
INTRIGADO – Cortar relações com alguém; ficar de mal.
INTROMETIDA – Metida.
INTUPIGAITAR – Entrar de vez; súbita e apressadamente.
INXIRIDA – Pessoa metida.
ISTRUIR – Desperdiçar; estragar.
JABURU – Pessoa feia; desconforme.
JEGUE – Pessoa de pouca inteligência.
JIQUÍ – Apertado; muito justo; pequeno.
JOGAR NO MATO – Jogar no lixo.
JUDIAR – Maltratar.
JUMENTA – Pessoa bruta; sem modos.
JURURU – Triste; cabisbaixo
LÁ DE NÓS – Conterrâneo;
LÁ NA CHINA – Lugar muito longe; grande distância.
LÁ NELE – Em outra pessoa; não na pessoa que está falando.
LABASSÉ – Confusão; desordem.
LAMBISGÓIA – Mulher sem graça; sem encantos.
LAPA NO CHÃO – Descalço; não usar sandálias.
LASTRADO – Muito cheio; em profusão.
LATUMIA – Lamento; pessimismo.
LAVAR A ÉGUA – Se dar bem.
LENGALENGA – Algo que não tem fim.
LESADO – Bobo; tolo.
LESEIRA – Preguiça.
LEVAR CHECHO – Ser enganado.
LOCA – Buraco.
LUNDUM – Mau humor, cara feia.

O ABC LÁ DE NÓS - POR CRISTINA MARIA DE ALMEIDA COUTO.


Estação Ferroviária de Lavras de Mangabeira.

FAZER UM BACULEJO – Roubar; furtar.
FALENÇA – Mal-estar; sensação de desmaio.
FARDA – Uniforme escolar ou de trabalho.
FAREJAR – Procurar sentir a presença de algo ou alguém.
FARNIZIM – Angústia; agonia; mal-estar.
FATO – Tripa; intestino.
FAZENDA – Tecido; pano.
FAZER COISA FEIA – Transar ou fazer as preliminares do ato sexual.
FAZER IMORALIDADE – Mesmo que FAZER COISA FEIA.
FAZER O BALÃO – Fazer o retorno no trânsito.
FAZER UM FURO – Fazer um buraco em algo.
FELA DA GAITA – Filho da puta.
FIAPAR – Sair rapidamente de um local; sorrateiramente.
FIAPO – Pedaço de linha.
FINCA PÉ – Correr atrás propósito.
FINTAR – Enrolar; ludibriar.
FOGUETADO – Bêbado; embriagado.
FOI DO TEMPO – Há muito tempo atrás; antigamente; geralmente algo extinto ou em desuso.
FONTE – Fronte; parte lateral frontal da cabeça; laterais da testa.
FÔRGO – Fôlego; respirar.
FÓSCO – Fósforo.
FRASCO – Qualquer tipo de recipiente de vidro.
FRASQUEIRA – Valise; bolsa de mãos para viagens onde são guardados produtos para higiene pessoal; perfumarias e cosméticos.
FREJE (1) – Desarrumação; bagunça.
FREJE (2) – Prostíbulo; cabaré.
FRISAR – Cachear os cabelos com uso de produtos químicos; fazer permanente.
FRIVIÃO – Inquietação; ansiedade.
FRIVIAR – Bolinar; malinar.
FUÁ – Muita coisa disposta de forma desorganizada.
FUAMPA – Pessoa de baixo nível cultural e social; de pouco valor.
FUBANA – Meretriz; prostituta.
FUBAZENTO – Acinzentado; esmaecido.
FUBENTO – Desbotado.
FUBICA – Carro velho.
FULEIRO (1) – Pessoa brincalhona e engraçada.
FULEIRO (2) – Algo de pouco valor.
FUMANDO NUMA QUENGA – Com muita raiva; irado.
FUNARÉ – Bagunça; desorganização.
FURDUNÇO – Confusão.
FURICO – Ânus; cu.
FUSSURA – Cara do porco.
FUTE – Estar com o demônio no corpo; endiabrado; muito danado; diabo.
FUTRICAR – Aperrear; encher o saco.
FUTUCAR – Mexer; bolinar; malinar.
FUXICO – Fofoca; intriga; mexerico.
FUZUÊ – Confusão.
GAIA – Chifre; relativo a corno.
GAITADA – Gargalhada; risada alta.
GALALAU – Pessoa muito magra e alta.
GALO – Hematoma na cabeça; formado por pancada.
GANHAR O MUNDO – Sair a esmo; sem saber o destino.
GANHANDO FOGO – Calor; Muito quente.
GARAPA (1) – Água com açúcar.
GARAPA (2) – Facilidade; moleza.
GASGUITA – Pessoa que fala muito alto; estridente; com a voz fina.
GASTURA (1) – Mal-estar; enjôo.
GASTURA (2) – Nervoso.
GAZO – Albino; pessoa muito loira.
GOELA – Garganta.
GOGÓ – Garganta; relativo à voz.
GOGUENTO – Gripe muito forte; com muita secreção (catarro) no tórax.
GOIABÃO – Rapaz velho; solteirão.
GOIPE – Ferimento; corte.
GRUDADO – Sujo.
GRUDENTO – Pegajoso.
GUIZADO – Espécie de brincadeira infantil em que as crianças cozinham no quintal; geralmente em fogueiras.
GUREJAR – Desejar algo com o olhar.

O ABC LÁ DE NÓS - POR CRISTINA MARIA DE ALMEIDA COUTO.


Rio Salgado.

EM CIMA DAS BUCHA – Imediatamente; em cima da hora.
EMBORCAR – Virar de cabeça; de bruços; de boca para baixo.
EMPACHADO – Mal estar estomacal por ter comido além da conta.
EMPALHAR – Tomar o tempo de alguém com bobagens.
EMPANZINADO – Muito cheio de comida; mal estar.
EMPARELHAR – Ficar lado a lado com alguém.
EMPATAR – Atrapalhar; perturbar.
EMPELEITAR – Empreitada; acerto de trabalho.
EMPENCAR – Muito; em grande quantidade.
EMPERERAR – Não crescer.
EMPESTADO – Infestado; cheio de alguma coisa; abundância de algo.
EMPOMBADO – Com manchas pelo corpo.
ENCAFIFAR – Ficar intrigado; em dúvida.
ENCAMBITADO – Andar ou ter amizade sempre com a mesma pessoa.
ENCANGAR – Ficar junto; atrás do outro.
ENCARCAR – Enfiar apertado para caber mais; socando.
ENCARDIR (1) – Fazer raiva.
ENCARDIR (2) – Roupa mal lavada.
ENCARNADO – Vermelho.
ENCARRIAR – Um após o outro; em seguida.
ENCASQUETAR – Impressionar; botar na cabeça; cismar.
ENCOSTO – Feitiço; influência espiritual.
ENCRUAR – Não resolver; não dar certo; não crescer; continuar pequeno; de baixa estatura.
ENCURTAR A CONVERSA – Resumir; finalizar uma história.
ENFEZAR – Fazer raiva; birra.
ENFIAR BUFA EM CORDÃO – Ficar à toa; sem fazer nada.
ENFURNADO – Preso; bem guardado.
ENGABELAR – Enganar; tirar proveito; enrolar.
ENGANCHAR –Não passar; ficar preso.
ENGEMBRADO – Torto.
ENGOMAR – Passar a roupa com ferro elétrico.
ENRICAR – Ficar rico; enriquecer.
ENROLAR (1) – Passar a perna; ludibriar; enganar.
ENROLAR (2) – Embrulhar.
ENSEBADO – Brilhando de suro; oleoso; besuntado.
ENTALAR (1) – Engasgar.
ENTALAR (2) – Ficar preso em algum local; não passar.
ENTOJADO – Abusado, chato; enjoado.
ENTONAR – Dar demais.
ENTUPIDO – Com prisão de ventre; sem respirar pelo nariz normalmente.
ENTRAR DE EITO – Entrar de súbito; sem cuidados.
ENTRUPICAR (1) – Andar meio tonto; trôpego.
ENTRUPICAR (2) – Tropeçar.
ENXERIDO – Que se intromete naquilo que não lhe diz respeito; intrometido.
ESBAFORIDA – Muito cansada e com calor.
ESBARRAR – Parar em cima; freio brusco.
ESBORROTAR – Encher até transbordar.
ESBREGUE – Carão; bronca.
ESBUDEGAR – Estragar; arrebentar; desmantelar.
ESCACAVIAR – Procurar minuciosamente algo; mexendo e revirando em tudo.
ESCAMBICHADO – Muito cansado; dolorido.
ESCANCARAR – Abrir demais.
ESCANCHAR – Montar; ficar em cima de.
ESCANCHELADO – Aberto demais; desmontado.
ESCANGOTAR – Virar muito o pescoço para trás.
ESCAPULIR – Fugir; sair sorrateiramente.
ESCORNADO – Muito cansado.
ESCORRIMENTO – Corrimento vaginal.
ESCRUVUTIAR – Andar muito; passear.
ESCURRUPICHADO – Definhado; escorrido; acabado; sem graça.
ESMOLÉR – Mendigo; pedinte.
ESMURICIDA – Sem coragem; sem ânimo.
ESPALITAR OS DENTES – Palitar os dentes.
ESPATIFAR – Espalhar.
ESPICHAR – Estirar demais.
ESPILICUTE – Espevitada; precoce.
ESPINHAÇO – As costas; coluna vertebral.
ESPINHELA – Coluna; espinha dorsal.
ESPINHELA CAÍDA – Dor nas costas; na coluna.
ESPRITADA – Danada; levada; peralta; travessa.
ESTATALAR – Queda; tombo muito grande; esparramando-se no chão.
ESTRAMBÓLICO – Coisa esquisita; incomum.
ESTRIPULIA – Barulho; desordem; confusão; astúcia.
ESTRUPIADO – Muito cansado; após andar demais.
ESTRUPÍCIO (1) – Desordem; desmantelo; alvoroço; confusão.
ESTRUPÍCIO (2) – Pessoa muito feia.

O ABC LÁ DE NÓS - POR CRISTINA MARIA DE ALMEIDA COUTO.


Prefeitura de Lavras de Mangabeira.

D’ÁGUA NO SAL – Sem graça; sem gosto; sem encantos.
DADA – Simpática; agradável; prestativa.
DANÇAR DE FEIÇÃO – Dançar sempre com o mesmo par.
DAQUI PRALI – Logo; de imediato.
DAR CABIMENTO – Dar espaço para brincadeiras de mau gosto.
DAR COM A MÃO – Dar adeus; acenar pra alguém.
DAR DE GARRA – Agarrar com vontade; com força.
DAR FÉ – Reparar; prestar atenção.
DAR LIBERDADE – Dar trela; desrespeito.
DAR LÍNGUA – Fazer careta; mostrando a língua.
DAR NO COURO – Conseguir transar.
DAR RASTEIRA – Enganar; ludibriar.
DAR TRELA – Dar corda; alimentar uma conversa.
DAR UM AGRADO – Dar uma gorjeta.
DAR UM PITO – Dar bronca.
DE CABO A RABO – Do começo ao fim.
DE FRONTE – De frente.
DE FROZOR – Desocupado; à toa.
DE HOJE A OITO – Daqui a uma semana.
DE HOJE A QUINZE – Daqui a quinze dias.
DE JEITO NEM QUALIDADE – De forma alguma.
DE RUMA – Muito; de montão.
DEBAIXO DA SAIA – Sob a proteção de alguém.
DEBAIXO DE CHUVA – Sair na chuva sem agasalho e guarda-chuva.
DEBREAR – Frear; brecar.
DENTE QUEIRO – Dente siso.
DEPENDURADO – Pendurado.
DERRIAR – Inclinar.
DERRUBADO – Pessoa de pouco valor; lugar ruim.
DESANDAR – Perder o ponto da massa (bolo, pão, etc.).
DESAPARTAR – Separar.
DESARRANJADA – Dor de barriga; diarréia.
DESBOCADO – Pessoa que fala muito palavrão.
DESBUIAR (1) – Contar uma história; sem rodeios; do começo ao fim.
DESBUIAR (2) – Tirar da palha ou vargem (milho, feijão, etc.).
DESCADEIRADA – Cansada; dolorida.
DESCAMBAR – Sair sem rumo.
DESCANSAR – Parir; dar a luz.
DESCARADO – Sem vergonha; safado.
DESCOMPOR – Esculhambar; dizer desaforos.
DESEMBESTADO – Apressado; correndo.
DESEMBORCAR – Desvirar.
DESEMBREGUENHADO – Maltrapilho; desarrumado; mal vestido.
DESENCHER – Esvaziar.
DESENXAVIDO – Fraco; sem sabor; sem graça.
DESINGONÇADO – Desajeitado; sem muita coordenação motora; desastrado.
DESLEIXADO – Sem cuidado; desarrumado.
DESMANTELADO (1) – Coisa ou aparelho elétrico quebrado; sem funcionar; precisando de conserto.
DESMANTELADO (2) – Mal vestido.
DESMILINGUIDO – Sem graça; sem atrativos; desajeitado.
DESMIOLADO – Sem juízo.
DESPACHADO – Desinibido.
DESPENCAR – Cair.
DESPINGUELADO – Desmantelado; desarrumado; sem jeito.
DESPIROCADO – Maluco; doido.
DESTÁ – Você vai ver!...
DESTABACADO – Dirigir em alta velocidade.
DESTEMPERADA (1) – Sair subitamente.
DESTEMPERADA (2) – Pessoa de temperamento inconstante.
DESTRAMBELHADO – Desarrumado; desajeitado; estabanado.
DESTROCAR – Trocar dinheiro (notas de valores mais altos por notas de valores menores).
DESUNERADO – Não deu o ponto (em bolos, pães, etc); não deu certo (algo ou negócio).
DEU FÉ – Olhar; notar; prestar atenção.
DICUNFORÇA – Muito forte; com muita força; sem pena.
DIFRUSSO – Gripe ou dor de barriga.
DIGAÍ – “O que é que há?”; “Como vai você?”.
DOR DE CORNO – Dor de cotovelo.
DOR DE VIADO – Dor debaixo da costela.
DOR NAS CRUZ – Dor nas costas; na altura dos pulmões.
DORDOLHO – Inflamação nos olhos.

O ABC LÁ DE NÓS - POR CRISTINA MARIA DE ALMEIDA COUTO.


Rio Salgado - Lavras de mangabeira.

CABEÇA VIRADA – Pessoa que está apaixonada e que faz coisas que não lhe são características.
CABEÇAR – Ganhar fácil.
CABIÇULINA – Pequena tampa de pitos de câmaras de ar de pneus de bicicleta que garantem a sua vedação.
CABREIRO – Pessoa esperta; desconfiada.
CABUÊTA – Dedo-duro; delator.
CACARECO – Coisa velha; sem utilidade.
CAEIRA – Muita coisa amontoada.
CAFIOTO – Pertences; objetos pessoais.
CAFURINGA – Pé rapado; um qualquer; zé-ninguém.
CAGADO E CUSPIDO – Tal e qual; idêntico.
CAGAR GOMA – Contar vantagem; auto-elogio.
CAIXA PREGA – Lugar muito longe; distante.
CALUNGA – Boneca; pessoa muito bonita.
CAMBITO – Perna fina.
CAMBOTA – Perna torta.
CANAIRMO – Brincadeiras engraçadas; algazarra.
CANGAPÉ – Golpe de capoeira feito dentro d’água.
CANGOTE – Pescoço; nuca.
CÃO COMENDO MARIOLA – Coisa ou pessoa muito feia.
CAPAR O GATO – Sair de fininho; sorrateiramente.
CAPUCHO – Pedaço de algodão.
CARA – Rosto; face.
CARÃO – Dar bronca.
CARISTIA – Inflação; alta nos preços.
CARITÓ – Não casar; ficar pra titia.
CARRAPETA – Girar feito peão.
CATABÍ – Oscilação do carro quando passa dentro de um buraco.
CATINGA – Mau cheiro.
CATOMBO – Hematoma muito grande.
CATREVAGEM – Porcaria; coisas velhas.
CAVAQUISTA – Fazer questão por algo; incomodar-se por pouca coisa.
CENTERFOR – Centroavante no jogo de futebol.
CEVADO – Gordo; muito forte.
CHAMBOQUE – Arrancar o pedaço; ferimento.
CHAPA (1) – Dentadura.
CHAPA (2) – Raios-X; radiografia.
CHAPULETA – Tapa; tabefe.
CHEIO DE MOCA – Cheio de besteiras; exigente.
CHEIO DE NÓ PELAS COSTAS – Pessoa enrolada; complicada.
CHEIO DE NOVE HORAS – Pessoa cheia de complicações.
CHEIO DOS PAUS – Bêbado; embriagado.
CHIBANCA (1) – Chicote para bater em animais.
CHIBANCA (2) – Ferramenta para arrancar tocos.
CHITA – Tecido de qualidade inferior; de baixo preço.
CHULIPA – O mesmo que CURRULEPE (1).
CHUPETA DE AÇÚCAR – Doce feito com açúcar, água; de diversos formatos tais como chupeta, cachimbo e outros.
CIGARRO À RETALHO – Cigarro no varejo; vendido por unidade.
CINTURÃO – Cinto.
COCÓ – Penteado no qual o cabelo fica todo preso; rabo-de-cavalo.
COCOROTE – Murro com as juntas dos dedos das mãos aplicado na cabeça.
COIÓ – Assobio com intenção de paquera.
COITÉ – Cabaça.
COIVARA (1) – Vara queimada para fazer lenha.
COIVARA (2) – Pessoa muito feia.
COLECIONADOR – Pasta para guardar papéis.
COMER COM FARINHA – Fazer algo facilmente.
COMER NO MESMO COXO – Em nível de igualdade.
CORRER OS BANHOS – Correr proclamas, papéis para casamento.
CRENTE QUE ESTÁ ABAFANDO – Cair no ridículo e achar que é o tal.
CROA – Centro, meio da cabeça.
CRUZETA – Cabide para pendurar roupas dentro do guarda-roupa.
CUBAR – Ficar na espreita, vigiar.
CUCURUTA – Parte mais alta da cabeça.
CU-DE-BOI – Confusão.
CUMIEIRA – Parte mais alta da casa.
CURIAR – Olhar com curiosidade; espiar.
CURICACA – VER
CURRIOLA – Turma de amigos.
CURRULEPE (1) – Tapa na orelha.
CURRULEPE (2) – Chinela de couro.
CURURU – Sapo grande.
CUTRUCO – Som de uma pancada; batida forte. Usado quando que uma coisa não saiu como se esperava, com sentido de: “lascou-se”.
CUTRUVIA – Meretriz.
CUXIA – O cigarro quando chega ao fim; no filtro.

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

O ABC LÁ DE NÓS - POR CRISTINA MARIA DE ALMEIDA COUTO.


 Boqueirão de Lavras de Mangabeira.

BABATAR – Andar no escuro a procura de algo; tatear.
BACURIM – Leitão; porco novo.
BADOQUE – Arco e flecha.
BALACUBACO – Festa grande; confusão.
BALADEIRA – Estilingue.
BALECO – Lesado; abestado.
BALSEIRO – Muita coisa.
BAMBO (1) – Nem mole nem duro.
BAMBO (2) – Acertar sem querer.
BARRUAR – Esbarrar; colisão.
BARULHADO DO JUÍZO – Perturbado.
BATER CAIXA – Conversar; bater papo.
BATER PERNA – Andar muito; passear.
BEIÇO – Lábios; boca.
BEQUE – Lateral num jogo de futebol.
BIGURRILHO – Um tipo de brincadeira infantil.
BILOTO (1) – Hematoma.
BILOTO (2) – Saliência de barro.
BITACA – Ficar colado; andar sempre no pé de alguém.
BIZACO – Mesmo que BORNÓ; espécie de mochila.
BOA-BISCA (1) – Que não corresponde; que não se esperava.
BOA-BISCA (2) – Mau caráter.
BOLACHA – Biscoito.
BOLO DE CACO – Bolo feito com farinha de trigo; ovos e açúcar e frito em óleo.
BORNÓ – Bolsa que é levada em caças; bornal.
BORRÃO – Rascunho.
BOTAR GOSTO RUIM – Atrapalhar um negócio; colocar defeito; mau olhado.
BOTAR MACACO – Não deixar encostar.
BOTAR OLHADO – Inveja; botar olho gordo.
BOTICA DE OLHO – Olhar fixo em determinada direção.
BREADO – Melado; pegajoso.
BRECHA – Mostrar a roupa íntima ao sentar-se.
BREGUEÇO – Coisa velha; sem utilidade; quinquilharias.
BRENHA – Mato;floresta.
BREU – Escuridão.
BRIGA DE FOICE – Briga de grande porte e sangrenta.
BRIGUENTO – Pessoa que gosta de brigas.
BRINCAR DE CACARECO – Brincar com coisas velhas.
BRUACA – O mesmo que BOLO DE CACO.
BUCHO – Barriga; ventre.
BUDEJAR – Murmurar; reclamar baixinho.
BUJÃO (1) – Botijão de gás.
BUJÃO (2) – Pessoa muito gorda.
BUJINGANGA – O mesmo que BURUNDANGA.
BULÉIA – Bancos dianteiros do carro ou a cabina de caminhões e caminhonetes.
BULIÇOSA – Traquina; malina; pessoa que gosta de mexer nas coisas alheias.
BULINAR – Mexer no alheio; traquinar.
BULIR – Mexer; malinar; tocar.
BUNDA-CANASTA – Dar cambalhotas.
BURUNDANGA – Muitas coisas pequenas e de pouco utilidade.
BUTUCA – Estar em alerta; ouvir a conversa alheia.

O ABC LÁ DE NÓS - Cristina Maria de Almeida Couto.


Igreja de São Vicente Férrer - Lavras de Mangabeira.

No começo era só uma brincadeira. Quando encontrava com amigos lavrenses notava que o nosso modo de falar e as nossas expressões eram diferentes. Usávamos palavras que outros amigos não conheciam e até achavam engraçadas.

Daí comecei a anotar e pedir aos amigos que anotassem também. Logo percebi que existia um rico conjunto de palavras e expressões que estava incorporado à linguagem popular da região. Constatei, para minha surpresa, que algumas destas palavras constam no dicionário Aurélio, umas que por fazerem parte do português arcaico caíram em desuso e outras com significados diferentes (“Bisaco”, “Aboletar”, por exemplo).

Gostaria que este dicionário fosse lido com bastante atenção, pois assim o leitor poderá trazer um pouco de Lavras para onde quer que esteja, já que este dicionário é uma homenagem e uma prova de amor a Lavras e ao seu povo.

Cristina Maria de Almeida Couto

ABALAIADO – Ficar em dúvida.
ABARCAR – Querer tudo de uma só vez.
ABIROBADO – Doido; pessoa que perdeu o senso.
ABOCANHAR – Pegar tudo para si.
ABOLETAR – Sentar muito acomodado; muito à vontade.
ABUFELAR – Agarrar para namorar ou para brigar.
ABURDUADA – Ser repreendida; chamada à atenção.
ABURDUAR – Esbarrar; dar de encontro com alguém.
ACABRAIADO – Pessoa mestiça.
ACABRUNHADO – Calado; triste.
ACANAIADO – Acanalhado; cheio de brincadeiras; metido a engraçadinho; pessoa engraçada.
ACERAR – Ficar sempre próximo de alguém para chegar-se a ela.
ACOITAR – Acatar com cumplicidade; ser cúmplice.
ACOLOIADO – Enturmado; amizade muito chegada.
ACUVITEIRA – Cúmplice; cupido.
ADJITÓRIO – Ajuda.
AFIAR O BICO – Assobiar.
AFILOTAR – Ouriçado; agitado.
AFOITO – Pessoa destemida; corajosa; ter coragem.
AFOLOZAR – Muito folgado; alargado.
AFRUGANHADO – Arrepiado; agitado.
AGONIADO – Angustiado; agitado.
ALUIR – Mover-se; movimentar-se; reagir.
ALVOROÇADO – Inquieto; agitado.
AMANCEBADO – Viver maritalmente; juntar-se.
AMANHECI COM A MUZENGA – Mal humorado; com muita raiva.
AMARELO ENSEBADO – Pessoa pálida; muito branca.
AMASSADO – Amarrotado.
AMUCAMBADO – O mesmo que AMUFAMBAR.
AMUCEGADO – Pendurado.
AMUFAMBAR – Guardar muito bem; entocar.
AMULEGAR – Apalpar;apertar.
AMURRINHADA – Sensação de febre.
APEAR – Parar; descer do cavalo.
APERRIADO – Em dificuldades financeiras.
APERRIAR – Encher a paciência; insistir.
APOQUENTADO – Nervoso; irritado.
APRAGATAR – Amarrotar; amassar; achatar.
ARENGUEIRA – Briguenta; birrenta; pessoa que procura confusão.
ARIADO – Perdido alheado.
ARIAR – Dar polimento em utensílios de alumínio.
ARREDAR – Sair da frente; dar passagem.
ARREGANHAR – Abrir demais.
ARREMEDAR – Repetir com escárnio o que uma outra pessoa está falando; imitar.
ARRIADO – Cansado.
ARRIADO OS QUATRO PNEUS – Apaixonado.
ARRIAR A MANDIOCA – Sentar.
ARRIAR A MASSA – Defecar.
ARRIBAR – Levantar-se; ir embora.
ARROCHADO (1) – Metido a valente.
ARROCHADO (2) – Algo muito apertado.
ARROMBADO – Quebrado financeiramente.
ARRUDEAR (1) – Dar volta; ao redor.
ARRUDEAR (2) – Falar dando voltas para chegar ao assunto principal.
ARRUMAÇÃO – Presepada; palhaçada; marmota.
ARRUPIADO – Arrepiado; despenteado.
AS PARTES – Baixo ventre; órgãos sexuais.
ASSANHADO – Despenteado.
ASSUNGAR – Subir.
ASSUNTAR – Investigar; espionar.
ATAIAR – Atalhar; ficar na frente de outro para impedir a passagem ou fazê-lo parar.
ATAZANAR – Perturbar; encher o saco.
A TEMPO E A HORA – Prontidão
ATIÇAR O FOGO – Abanar o fogo pra fazer chamas.
ATROIADO – Burro; lesado; bobo.
ATUCALHAR – Ficar de tocaia; esperar; ficar a espreita.
ATUZIGAR – Encher a paciência de outro com palavras; sermão.
AVOADO – Desligado.
AZÉIA – Asa da xícara; cabo de panela.
AZILADO – Gostar muito de.
AZINABRADO – Cheiro de cobre.
AZOGUE – Atrair; imã.
AZUADO – Perturbado.

Continuaremos com o vocabulário Lavrês  nas próximas postagens por ordem alfabética.

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

CENÁRIOS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

A crônica perde muito de sua essência e leveza quando aborda assuntos políticos. A garapa azeda.

Já coloquei no banco de suplentes muitos cronistas que aprecio ler, por esse motivo.

Nas vezes em que focalizei assuntos políticos, fui esculachado e aconselhado a escrever sobre futebol.

Mas, há momentos em que a gente não se segura com a "maravilha de cenário".

Mesmo porque, como afirmou Joe Louis: "Você pode fugir, mas não pode se esconder".

Se esconder de uma realidade em que a marginalidade é enorme, a exclusão social flagrante e o crescimento baixo, expondo milhões de desempregados.

Retornamos ao mapa da fome. Crises que não têm sido parteiras de soluções.

Os políticos não descem do palanque. O ímpeto de vingança acomoda os abusos de poder.

Vivemos temerosos, diante da imensidão de nossa ignorância.

Vamos deixando tudo por isso mesmo, desaprendendo a formular a fraternidade.

Como diria Nelson Rodrigues: "Só os lorpas e pascácios ficam calados diante dessas realidades".

sábado, 16 de setembro de 2023

PELÉ, NEYMAR E AS ESTATÍSTICAS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Não suporto essa mania excessiva pela estatística. Se cai uma xícara no chão, põe-se na conta.

Disraeli, escritor e aristocrata inglês, destacou a estatística como uma mentira deslavada.

Querer, por exemplo, explicar futebol através dos números não tem o menor sentido.

A mídia esportiva incensa o fato de Neymar superar Pelé em gols marcados pela seleção brasileira.

Pergunto: qual a verdadeira relevância disso?

Por partes. Só os imbecis de carteirinha acham que Pelé é somente números.

O que prepondera não é, apenas, o fato de Pelé ter marcado tantos gols. E sim como ele os fez.

Assinalou gols de todo jeito. Foi celebrado até pelos que não marcou.

Outra coisa: que conquistas, verdadeiramente importantes da seleção brasileira contaram com os gols de Neymar?

Desta feita, a tara por números, estatísticas e comparações absurdas se destinam a colocar Pelé em bola dividida. Nem vem que não tem.

Vão lamber sabão, façam-me o favor.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

É “inconcebível” a PGR atuar para atingir Moro - Por o Antagonista.


“É inadmissível que a imagem da Procuradoria-Geral possa vir a ser tisnada pela eventual percepção de alinhamentos a facções políticas interessadas no desmonte da Lava Jato ou mesmo perfilada ao presidente da República que, no caso, já cometeu a impropriedade de acenar ao chefe do MPF com o ‘prêmio’ da indicação ao Supremo.

Da mesma forma, é inconcebível a PGR atuar alimentando suposições de que pretende, de alguma forma, atingir o ex-juiz Sergio Moro, visto como potencial adversário do presidente em 2022.

O êxito da Lava Jato é relevante ao país. Este é o seu fundamento.”

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

O FEITIÇO DE CIEL - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

O Ferroviário tem chamado  atenção pela sua marcha invicta na série D.

Os seus jogos, carregados de  emoção, nos fazem gostar ainda mais de futebol.

Mas, gostaríamos de falar sobre um jovem de 41 anos chamado Ciel, que enfeitiça uma tribo coral chamada Ferroviário.

Na vitória sobre o Caxias, foi dele o gol. O seu movimento intuitivo nas costas do zagueiro para pegar de cabeça o cruzamento de Tiaguinho foi coisa de craque. Invenção do corpo, em fração de segundos.

Não me contive, pulei do sofá, gritei e dei socos no ar. O momento do jogo era difícil.

"O bom jogador vê, o craque antevê", sentenciou o mestre Armando Nogueira.

Ciel pensa e joga. A sua capacidade de antevisão mexe com os resultados.

O terceiro pé de Ciel é, literalmente, a cabeça.

Lembrando um velho treinador europeu chamado Renato Cesarini, o futebol de Ciel entra pelos olhos, espalha-se pela cabeça e desce para os pés.

Vai além: joga com prazer, alegria (sem ser peladeiro) e seriedade.

Ciel é religioso e o futebol para ele, certamente, traz uma mensagem de salvação.

Me faz lembrar um feiticeiro que, em redor de uma fogueira, conta para os jovens guerreiros o que velhas batalhas lhe ensinaram.

O Ferroviário venceu o jogo e vai decidir o título da série D com a Ferroviária de Araraquara.

Entanto, o que tem me enfeitiçado é o futebol jogado por Ciel.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

José da Silva Crato - Por Pedrinho Sanharol.

Cheguei em Crato em Fevereiro de 1969. Com 18 anos, que idade mais bonita! Servir o Tiro de Guerra com a criatura mais gentil, educada e amiga que conheci : O Sargento Bonates.

Ingressei no Interact Clube do Crato, uma associação do Rotary dedicada a ocupação dos jovens.

Fiz amizade com o meu colega do colégio e irmão do coração Cesário Saraiva Cruz. 

O pai dele Afrodízio Nobre da Cruz era o presidente da "União Artística Beneficente do Crato", mantenedora da Escola 18 de Maio. 

A escola tinha três salas disponíveis e nós tivemos a ideia de criar um curso de preparação para admissão ao ginásio, inteiramente gratuito, até a material escolar era doado.

Arrebanhamos uma centena de alunos dos mais diversos bairros do Crato. Aquele livro volumoso com as quatro matérias, que muitos devem lembrar, percorremos  eu, Pedro Morais, Cesário e outros amigos, até os exames de final de ano no colégio onde todos foram aprovados.

Naquela turma, nas primeiras cadeiras, estava "um cabinho miudinho, recatado, inteligente, aplicado ao extremo, muito educado, de olhos e ouvidos sempre bem aberto na atenção do que dizia o professor: 

Era José da Silva. 

O tempo passa, se esvai, não volta nunca mais. Aquele que colhe, somente colhe o que plantou. 

Meu caro José da Silva, você não é um mero amigo meu. Você é aquela semente semeada em terreno fértil, que hoje colhe a minha estima, o meu apreço e a minha admiração. 

Parabéns, por ser um vencedor em todos os segmentos profissionais que a vida lhe desafiou, parabéns por se revelar um exímio memorialista, pesquisador, cordelista e escritor, parabéns pelo cordel para o professor Vieira, pra mim, não poderia haver presente de maior valor.  Quem quiser conhecer a genialidade do José da Silva  veja as páginas do "Crato de Outrora".

O seu livro que está no forno para um breve lançamento será um gol de placa, não tenho dúvidas.

Você merece o meu aplauso sincero.