Lula precisa decidir qual é o seu lugar no estádio em que é disputado o campeonato do ajuste fiscal. Pode ficar na tribuna de honra dando palpites e provocando os jogadores. Também pode escolher o time de sua preferência, vestir a camisa e descer ao gramado para disputar a bola. O que não pode é fazer as duas coisas.
Numa conversa com a Rede TV!, Lula se contrapôs à ideia de colocar nas costas do brasileiro pobre todo o peso do ajuste nas contas nacionais. "Não podemos mais jogar, toda vez que é preciso cortar alguma coisa, em cima do ombro das pessoas mais necessitadas", declarou.
Lula perguntou: "O Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores?"
Borrifou na atmosfera uma segunda interrogação: "Os empresários que vivem de subsídio do governo vão aceitar abrir mão de um pouco para a gente poder equilibrar a economia brasileira?"
Por enquanto, a tesoura do governo roça o bolso do pobre: abono salarial, seguro desemprego, pensões do BPC, saúde e educação. As dúvidas de Lula são pertinentes.
Emendas parlamentares custam R$ 50 bilhões por ano. Mimos tributários a empresários somam mais de R$ 500 bilhões anuais.
O problema é que o Brasil não elegeu Lula para lançar dúvidas em entrevistas.
A maioria do eleitorado o escolheu para apresentar soluções. Privilégios de parlamentares e empresários, uma vez obtidos, viram religião no Brasil.
Caberia ao Planalto incluir as castas no jogo do ajuste. Do contrário, Lula vira comentarista do seu próprio governo.
A mídia brasileira vendida, corrupta, subserviente e imunda está precisando de um choque de responsabilidade, vergonha e caráter. Eu vi uma entrevista com o 'Galo Goguento" a seis jornalistas de veículos diferentes. O homem era quem perguntava, quem respondia, quem comentava. Mentiu a granel e ninguém confrontou. Temendo perder o emprego, é claro.
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