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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 21 de janeiro de 2024

O mago - Por Pedrinho Sanharol.

Quinquelê, Joaquim Teles Bezerra, era um cratense descendente de família tradicional, mas como era pobre e segundo ele mesmo dizia, ninguém queria ser seu parente, no entanto, a seus primos ricos, todos festejavam. 

Baixinho, magro, mais para cor caqui de que para moreno, era um estudioso das ciências ocultas : Lia mão, colocava cartas, rezava para mal olhado, espinhela caída, aguação, engasgo etc.

Certo dia, um cratense se engasgou com um osso de galinha e a coisa estava tão preta que no Hospital São Francisco os médicos optaram por operar.  Neste momento, alguém presente sugeriu que,  antes dele entrar para a cirurgia, fosse ouvido por Quinquelê. 

Levado às pressas até o engasgado, o Mago não se auterou e examinando o quadro até brincou.

Ora se isso vale nada! Querem que suba ou querem que desça!

O doente não podia nem falar, mas temendo que alguém apressado mandasse que saísse por baixo, fez um gesto com a mão dizendo que preferia que saísse por cima. 

O místico concentrou-se e pareceu rezar. Nesse momento o paciente começou a tossi, tossi, tossi, recebeu uma tapinha nas costas e o osso espirrou pela boca.

José Ronald Brito.

2 comentários:

  1. Com um raminho na mão Quinquelê fazia milagres.

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    1. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk fatos pitorescos do passado como este, eram quase naturais. Obra dz mãe natureza.

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