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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Crato tem uma Rua Imperador Dom Pedro I – por Armando Lopes Rafael


   Existe no conjunto habitacional Mutirão (localizado logo após o bairro Alto da Penha) em Crato, uma pequena rua denominada Imperador Dom Pedro I. Essa justa denominação deveu-se a um projeto do então vereador Emerson Monteiro, aprovado em 1992, e atendeu aos pedidos de monarquistas cratenses feitos aquele edil, o qual – diga-se de passagem –, teve uma honrada e fecunda atuação na Câmara Municipal de Crato.

    Dom Pedro I, na opinião de João de Scantiburgo, foi “O maior clarão do Novo Mundo”! Já o historiador Pedro Calmon escreveu que o primeiro imperador brasileiro foi “O maior príncipe do mundo no século XIX”. São opiniões modestas sobre Dom Pedro I! Este, (que aos 24 anos de idade garantiu lugar na história como o homem que fez a Independência do Brasil), por sete vezes recusou outras coroas que lhe foram oferecidas por três países: Grécia (1822 e 1830); Portugal (1826 e 1834) e Espanha (1826, 1829 e 1830). Nessas ocasiões optou por continuar no que ele chamava “Meu amado Brasil”...

    Na vida privada Dom Pedro I foi militar autodidata, poeta, músico, jornalista, geopolítico, abolicionista, liberal, legislador, marceneiro, domador de cavalos, um espírito versátil e intuitivo, leal aos amigos, franco e sincero para com todos. Hoje só fala nas suas conquistas amorosas, como se isso fosse um desdouro para um homem viril, do porte de Dom Pedro de Alcântara.

    Deve-se a Dom Pedro I, dentre tantas e tantas coisas que ainda hoje marcam o Brasil, o Hino da Independência (de sua autoria) a Bandeira do Brasil Império (a qual, com algumas medíocres adaptações, é a mesma da atual República), as cores nacionais: o verde (da Casa de Bragança) e o amarelo (da casa de Habsburgo da Imperatriz Leopoldina); a Constituição de 1824 (a que mais durou – 67 anos – dentre as sete que já tivemos) e o início das nossas poderosas Forças Armadas. Graças a tudo isso o Brasil não se fragmentou em dezenas de republiquetas insignificantes como ocorreu na América Espanhola.

     Sobre a Constituição Imperial de 1824 os mais desavisados dizem que ela foi “outorgada”. Desconhecem que a mesma foi submetida à aprovação de todas as Câmaras Municipais do Brasil, incluindo a de Crato, cidade que – graças ao vereador Emerson Monteiro – denominou uma rua, no arrabalde do Mutirão (antigo Cafundó), de Imperador Dom Pedro I...

Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

5 comentários:

  1. O PERPÉTUO IMPERADOR DO BRASIL

    Em seu Artigo 116, a Constituição Política do Império do Brasil, de 25 de março de 1824, declarava que: “O Senhor Dom Pedro I, por Unânime Aclamação dos Povos, atual Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo, imperará sempre no Brasil.”

    O político brasileiro Evaristo da Veiga, ao receber, em 1834, a notícia da morte do Imperador Dom Pedro I, a quem ele tanto combatera, escreveu um julgamento que se antecipava ao da posterioridade:

    “O ex-Imperador do Brasil não foi um Príncipe de ordinária medida, e a Providência o tornou um instrumento poderoso de libertação, quer no Brasil, quer em Portugal. Se existimos como corpo de Nação livre, se a nossa terra não foi retalhada em pequenas repúblicas inimigas, onde só dominasse a anarquia e o espírito militar, devemo-lo muito à resolução que tomou de ficar entre nós, de soltar o primeiro grito de nossa Independência.”

    Da mesma forma, José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, ao tomar conhecimento de que o Imperador havia falecido, pôs de lado as pequenas desavenças e exclamou:

    – Dom Pedro não morreu. Só morrem os homens vulgares, e não os heróis!

    (Baseado em trecho do livro “Revivendo o Brasil-Império”, de Leopoldo Bibiano Xavier)

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  2. D. Pedro I, também, foi o autor do Hino da Maçonaria.

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  3. E do Hino do Reino de Portugal que vigorou de 1834 a 1910 quando implantaram a republica portuguesa com o assassinato do rei Dom Manoel e do Príncipe-herdeiro dom Luiz Felipe.

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  4. A Casa de Bragança sempre teve um especial apreço pela música, porém se destaca entre seus membros o nosso Imperador Dom Pedro I.
    Ainda em Lisboa, antes da transferência da Corte para o Brasil, Dom Pedro já era educado musicalmente pelo castrato italiano Giuseppe di Foiano Totti. No Brasil, teve como professores o Mestre de Capela da Sé, o Padre José Maurício Nunes Garcia, e a partir de 1811, o Compositor da Corte, Marcos António da Fonseca Simão, conhecido como Marcos Portugal, o mais célebre compositor lusitano, que o iniciou na composição musical e já era seu professor de música em Lisboa juntamente com Totti.
    Em 1817, o Príncipe Real Dom Pedro compôs um hino, intitulado “Hino à Dom João VI”, como presente ao seu pai pela ascensão ao trono, tendo sido utilizado, possivelmente, como música patriótica contra os revoltosos na Revolução Pernambucana.
    O imperador D. Pedro I era músico e compositor, tocava vários instrumentos (violino, violoncelo, flauta, fagote, clarinete e trombone, dentre outros). Estudou teoria musical, harmonia, contraponto e composição musical. O hino da Independência do Brasil também foi composto por ele.

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