"No meu corpo só não sei aonde não dói".
"É uma dor da ‘gota serena’ que não passa nem com reza".
Ouvindo essas lamúrias, diariamente, a gente vai sabendo das dores que se espalham pelo mundo.
Herdeiro do diabetes dos meus ancestrais, convivo com uma "inimiga íntima" - a dor da neuropatia.
Já disse mais de uma dezena de vezes que tremo em cima dos meus sapatos com mais medo da dor do que da morte.
Não estou brincando.
O assunto não comporta gracejos.
Esqueceram de me consultar sobre uma certa sentença ("o sofrimento melhora o ser humano"), certamente, por saberem da minha discordância.
O sofrimento imposto pela dor não melhora a vida de ninguém. Ao contrário, exaspera.
"Sofrer sem dor é ruim, sofrer com dor é pior".
Acabei de criar esse versinho, mas o que tenho praguejado não é pouco.
São dores avisadas com antecedência, também pela fadiga de material do corpo, campo minado pela dor.
Quantas vezes ouvi, em tom de mea culpa: "Deve ser castigo pelas ruindades que cometi na vida".
São cúmplices da dor o choro e o gemido.
Quem inventou a dor devia desinventá-la.
São oa males da fase da vida que chamam de melhor idade.
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