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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

A DOR COMO COMPANHEIRA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 "No meu corpo só não sei aonde não dói".

"É uma dor da ‘gota serena’ que não passa nem com reza".

Ouvindo essas lamúrias, diariamente, a gente vai sabendo das dores que se espalham pelo mundo.

Herdeiro do diabetes dos meus ancestrais, convivo com uma "inimiga íntima" - a dor da neuropatia.

Já disse mais de uma dezena de vezes que tremo em cima dos meus sapatos com mais medo da dor do que da morte.

Não estou brincando.

O assunto não comporta gracejos.

Esqueceram de me consultar sobre uma certa sentença ("o sofrimento melhora o ser humano"), certamente, por saberem da minha discordância.

O sofrimento imposto pela dor não melhora a vida de ninguém. Ao contrário, exaspera.

"Sofrer sem dor é ruim, sofrer com dor é pior".

Acabei de criar esse versinho, mas o que tenho praguejado não é pouco.

São dores avisadas com antecedência, também pela fadiga de material do corpo, campo minado pela dor.

Quantas vezes ouvi, em tom de mea culpa: "Deve ser castigo pelas ruindades que cometi na vida".

São cúmplices da dor o choro e o gemido.

Quem inventou a dor devia desinventá-la.


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