
Dom Helder Câmara
sábado, 30 de novembro de 2024
Nunca ninguém contou - Postagem do Antonio Morais..
A ira de João Gabiru - POR ANTÔNIO CARLOS OLIVIERI.
Grota do Angico - Local do cerco a Lampião e seu bando.
Sexta-feira, sete e meia da tarde, fazia muito calor. Eu andava pela Barra-Funda. A esmo, apreciando o que sobrou de antigo no bairro, despreocupado com o resto do mundo. Empapado de suor, pelo resplandecente sol do horário de verão, entrei num boteco de esquina, o primeiro que encontrei e pedi uma cerveja no balcão, urgente. – Uma Brahma, pelo amor de Deus! É pra já, meu querido – respondeu, do outro lado do balcão, o rapaz de avental, com esse modo íntimo, embora nunca tivesse me visto antes. – No capricho!
Depois do primeiro copo, um homem novinho em folha, respirei fundo e passei a apreciar o interior do botequim, que não via uma reforma desde os anos 60. Balcão e bancos de fórmica, azulejos, lâmpadas fluorescentes. A gente só se dava conta de estar em 2005 devido à opulenta nudez de Juliana Paes, nos cartazes da Antártica. Para não me apaixonar por uma mulher impossível, voltei à atenção para a conversa de dois tipos ao meu lado. Os dois também bebiam e se divertiam depois de um dia de batente, contando casos um para o outro, com delicioso sotaque pernambucano. Um deles, o mais velho, parecia mesmo um repentista, pelo vozeirão grave e a eloquência narrativa, que se traduzia em uma vasta gama de expressões e gestos.
O tema dos casos era sua terra natal, a que não iam há muito tempo. Inacessível às suas posses, porém, o sertão se franqueava às suas lembranças. Era quase ali (no bar em que os três bebíamos) o mais remoto cocuruto de serra, do sertão de Pernambuco. Mas não se tratava do sertão atual, “muderno”, cortado por caminhões de carga, bolsas-famílias e antenas de TV, mas de um sertão de outro tempo, mitológico, onde os versos épicos dos cegos jamais se calam e o cangaço é eterno. Nos alto-falantes pendurados nos quatro cantos do recinto, a voz de Luiz Gonzaga inspirava os narradores. As doses de cachaça com que intercalavam os grandes goles de cerveja tornavam-nos cada vez mais eloquentes. Os enredos se sucediam, agrestes. Um deles me chamou a atenção.
Major de patente comprada, o fazendeiro Luiz Antônio Feitosa, de Cajarana, sertão da Bahia, devia muitos favores a Lampião. Entre eles, o de ter aumentado em muitas léguas os limites de sua propriedade. O rei do cangaço o auxiliou em rixas, intimidou e eliminou vizinhos. Pressionou juízes a favorecê-lo em pendências agrárias. Em troca, o Major lhe fornecia mantimentos e munições, bem como o acoitava sempre que o cangaceiro atravessava o São Francisco, fugindo das volantes de Pernambuco e Paraíba.
Certa ocasião, o Major tomava a fresca da manhã no copiá da casa-grande, quando avistou um cabra batendo alpercatas na estrada, caminhando em sua direção. Feitosa apurou a vista e reconheceu o homem, ainda distante. Era o negro Vicente do Outeiro, um cabra do eito, gente sua, mas que só o procurava nas ocasiões em que Lampião aparecia naquelas paragens, trazendo recados do cangaceiro.
Bom dia, Major Feitosa – saudou Vicente, sem subir os degraus da varanda, olhando de baixo para cima. – Tenho um pedido para vosmecê. – Pois se achegue aqui, homem de Deus, não faça tanta cerimônia – respondeu o fazendeiro, bonachão, embora remendasse, resmungando para si mesmo, entre dentes: – Os recados que você me traz, é melhor que sejam dados ao pé do ouvido. O negro aproximou-se, tirando o chapéu de palha. Major, o Capitão Virgulino mais três cabras estão aqui perto, no sitiozinho que o senhor conhece, perto do Tanque, atrás do bosque de oiticicas. Os homens vêm de um combate danado que toparam há três dias lá para as bandas de Triunfo. Foi tiroteio de mais de cinco horas, que começou bem para o capitão. Até que apareceu, não se sabe de onde, uma tropa federal com 150 praças que deram sustento ao fogo da volante do tenente Maurício. Os cabras de Lampião estavam cercados.
Não me diga... – fez o Major, apreensivo.
Mas os cangaceiros conseguiram furar o cerco – prosseguiu o negro, impressionado com os fatos. – Se meteram na caatinga e conseguiram escapar dos macacos. Mas havia muitos feridos: Jararaca, Beiço Lascado, Cobra Verde... Lampião achou melhor separar seus homens, mandando cada grupo para um coito seguro, em lugares diferentes. Ele mesmo achou que era melhor atravessar para a Bahia e me procurou ontem à noite, para mode saber se pode acoitar-se uns vinte dias cá na sua propriedade.
Vicente se calou, aguardando uma resposta. O Major permaneceu em silêncio por não mais que um simples instante. No entanto, este lhe pareceu o maior dos instantes que conheceu em toda a sua vida. Só que não devia demorar em responder ao negro: Vá dizer ao Capitão que me espere onde está – declarou, resoluto. – Vou encontrar com ele no início da tarde.
Senhor, sim, Major Feitosa – obedeceu o outro e voltou pelo caminho por onde viera, batendo mais rápido as alpercatas, até desaparecer na distância da capoeira. A sinfonia de uma revoada de juritis encheu o céu de Cajarana. Os bogaris, plantados em frente aos esteios da varanda, adocicavam o ar do verão que, a essa altura, já estava quente como o inferno.
Em contraste com o sol que brilhava acima da casa-grande, a expressão que tomara conta do rosto do Major era sombria, grave, repleta de nuvens e trovoadas. Na verdade, naquele momento, a demanda de Lampião o colocava num impasse delicadíssimo. Uma rixa com o coronel Napoleão da Fonseca, de Queimadas, havia levado Feitosa a ingressar na política, filiando-se ao partido do governo. O Major tinha agora a pretensão de candidatar-se a deputado estadual e a proximidade com cangaceiros podia constituir uma montanha intransponível no seu caminho para a Assembleia do estado. Por outro lado, dizer não ao rei do cangaço era a mesma coisa que assinar um atestado de óbito para si mesmo, a mulher e os filhos. Sem falar nos agregados, que eram a cunhada dona Amelinha, o sobrinho Vitorino e o primo José Amaro.
Se em algum momento o sentido da palavra diplomacia lhe interessou na vida de mandos e desmandos, foi naquele. O que fazer?, ruminava, aperreado. Sua plataforma de campanha – que empolgava os eleitores – era justamente o combate ao banditismo, tanto o dos cangaceiros, quanto dos tenentes de volante que os perseguiam (além das obras de combate à seca). Puxou um charuto encorpado que lhe mandaram do Recôncavo, mastigou-o numa das pontas e o acendeu com uma pederneira. As nuvens azuladas de tabaco fertilizaram seu raciocínio. Em pouco tempo, ordenava para o afilhado Bentinho, o filho da comadre Vivi: Esse menino, me traga aqui o João Gabiru. Preciso conversar com ele, o mais rápido possível.
Gabiru era uma espécie de pau para toda a obra, na fazenda do Major Feitosa. Tinha um jeitinho para tudo. Nada ganhava com isso, exceto um teto, roupa e comida. Para ele, porém, era o que bastava. Mais uns goles de cachaça nos fins de semana e se dava por muito satisfeito. Além disso, dedilhava a viola e era um primor no repente. Quando ia a Cajarana, nos dias de feira, vinha gente de várias cidades das redondezas para ouvi-lo. Apesar de baixinho, franzino, cabeça grande e o rosto mal traçado, ao tocar a viola, conquistava a atenção até das morenas faceiras que acompanhavam as mães às compras.
Pouco depois do chamado, Gabiru chegou ao copiá, onde o Major Feitosa o aguardava, aflito. Ao vê-lo, o patrão nem lhe desejou bom dia e foi direto ao ponto: Lampião pedira coito, favor que naquela ocasião não estava em condições de prestar ao cangaceiro. Porém, como podia dizer não a Virgulino Ferreira da Silva, sem produzir consequências desastrosas? Gabiru matutou, matutou, mas não encontrava saída.
O patrão também não lhe concedeu muito tempo para pensar, ordenando em seguida: Vá imediatamente encontrar o Capitão. Tente explicar que aqui, neste momento, ele não estará seguro. Melhor que fique mesmo na caatinga, no sitiozinho onde já se instalou, pegado ao Tanque. Posso mandar-lhe mantimentos e tudo que for de sua precisão. Mas recebê-lo em minha casa é impossível. Invente que estou esperando a visita do governador, acompanhado por militares de alta patente e pelo próprio chefe de polícia. Sei lá! Assunte bem o terreno, veja lá como fala e dê um jeitinho. Senão, estamos todos desgraçados!
João Gabiru não aparentou medo, ao aceitar a tarefa. Acreditava que a solução de um problema assim era uma coisa que só se encontrava de repente, num estalo. Confiou-se a São Severino de Ramos. Colocou sobre a cabeça um chapeuzinho de couro, quase sem abas. Foi ao curral e arreou a mula ruça, que pisava macio. Montou, deu-lhe com o cabresto e seguiu caminho. Com a ponta dos pés descalços nos estribos, equilibrava-se sobre o trote da jumenta, gingando como um ginete das velhas ordens de cavalaria.
Sob a sombra de uma cajazeira, no sitiozinho do Tanque, os três cabras de Lampião matavam o tempo jogando dominós. Estavam muito concentrados, mas o instinto os fez interromper repentinamente a partida. Ao perceber à distância a aproximação de um cavaleiro, se fizeram nos rifles, espalhando-se aos pés das imburanas. Porém, à medida que João Gabiru se tornou visível, os cangaceiros serenaram e baixaram as armas.
A imagem equestre do moleque de recados nada apresentava que lhes pudesse provocar o menor medo. Ao contrário, parecia-lhes um motivo de provável diversão. De cartucheiras trançadas no peito, os três homens ficaram de pé, batendo as coronhas do rifle no chão, como autênticos militares. Receberam o recém-chegado, perfilados, com cortesia galhofeira. Ajudaram-no a descer da jumenta e perguntaram o que um homem daquele porte fazia naquele oco de mundo.
Venho da parte do Major Luís Antônio Feitosa – respondeu Gabiru, sério, aparentemente sem perceber que mangavam dele. – Com um recado para o Capitão Virgulino Ferreira.
Pois vossa incelência espere só um minutinho que vou ver se o Capitão pode te receber – respondeu o maior dos três cangaceiros, que era também o mais mal encarado, e entrou na casinha de taipa caiada, onde o chefe descansava.
Voltou poucos instante depois e abriu a porta para o recém-chegado, com uma reverência que despertou a risada de seus dois companheiros. João Gabiru não fez caso disso, entrou na casa e deu de cara com a cozinha vazia, com um fogão de lenha num canto e uma mesa de pinho ao centro, onde pareciam repousar todas as armas do famigerado cangaceiro: um rifle papo-amarelo, uma carabina Comblain, três bornais de balas, dois revólveres Schmidt & Wesson, um punhal e uma facão de mateiro. Mas o rapaz não teve tempo de observar o arsenal com mais atenção, pois uma voz vigorosa o chamou da camarinha.
João Gabiru entrou no dormitório onde Lampião, estirado numa rede, fazia sinal para ele se aproximar. Pela janela aberta, o sol do meio dia reluzia no quarto como se estivesse dentro dele. Iluminava a figura ridícula do mensageiro, em todos os seus pormenores. O único olho do capitão mirou o sertanejo com expressão furiosa, como se estivesse ofendido por deparar com semelhante moleque de recados. Como é que o major Feitosa lhe fazia uma desfeita daquelas? Não só mandava alguém em seu lugar, em vez de vir pessoalmente, mas mandava aquela figurinha de baralho lhe dar a resposta que ele, o Feitosa – não aquele cabrito desajeitado – lhe devia?!
Isso era um desfeita que a majestade de Virgulino Ferreira da Silva não havia de engolir!
Lampião ergueu-se da rede, com a rapidez que – no gatilho – lhe valeu o apelido. Estava desarmado e completamente a vontade, com as fraldas da camisa para fora da calça de zuarte. Lentamente aproximou-se de Gabiru – a quem olhava de baixo para cima – e sem a mínima cortesia, nem pela mesma mangação dos comparsas, lascou-lhe na cara uma pergunta atrevida:
Você sabe o que é a ira de Lampião? Não senhor – respondeu Gabiru, sem deixar de encará-lo. A ira de Lampião – explicou-se o próprio – é uma fazenda arrasada, muitas mulheres graúdas desonradas, dezenas de cadáveres e o sangue correndo como um rio por cem léguas de distância.
O sertanejo escutou, humilde, mas respondeu com outra pergunta: Pois vossa incelência sabe o que é a ira de João Gabiru? O rei do cangaço riu-se da insolência e deu-lhe o troco na bucha: A ira de João Gabiru há de ser o cipó-de-boi comendo no lombo dele, que acabará de volta à casa do Major, mais morto que vivo, se arrastando atrás de sua mula.
É não – contradisse o outro e sacou zunindo uma peixeira que trazia escondida na cintura. – Quando João Gabiru fica irado, como agora, o máximo que pode haver é dois cadáveres, o sangue não corre mais que cinco passos, mas todo o cangaço há de ficar de luto. Com a ponta da lâmina a milímetros de seu pescoço, Lampião não piscou o olho nem moveu um dedo. Mas respirou fundo, antes de responder ao Gabiru: É de cabra assim, com cabelo na venta, que eu gosto, não sabe? Abaixe essa arma e vamos conversar, meu camarada. Tem sorte o Major Feitosa de contar com um macho esperto como tu a seu serviço...
O final da história coincidiu com o fim da minha garrafa de cerveja. Durante algum tempo, esqueci do mundo, nocauteado pelo relato do velho. Ao voltar a mim, os danados dos nordestinos tinham simplesmente desaparecido. Cheguei a me perguntar se os dois haviam estado ali mesmo ou se eu os imaginara numa espécie de delírio. Não consegui chegar a uma conclusão. Fui interrompido pelo rapaz do balcão que queria saber:
Outra Brahma, meu querido?
SENTIMENTO DOS ESTÁDIOS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.
Um estádio de futebol tem sentimentos? Os milhões de almas que o frequentam lhe transferem isso?
Confesso que o antigo estádio Mauro Sampaio, o "Romeirão", em Juazeiro do Norte, nos dava a sensação de que sim, existia um sentimento naquela praça esportiva.
Por ter acompanhado, em visitas semanais, a sua construção e pelo fato de experimentar grandes emoções no lugar, o "Romeirão" tinha um enorme efeito sobre nós.
Acrescente-se os ídolos sagrados - Garrincha, Pelé, Sócrates, Carlos Alberto Torres - bons fantasmas que o frequentaram.
Fato é que, nostálgico, relembro nossos times e craques locais que fizeram história no antigo "Romeirão". Eles continuam vivos nas nossas lembranças.
Vai que os estádios têm alma e sentimentos.
Na foto, Evaldo, atacante do Cruzeiro, que marcou o primeiro gol no antigo "Romeirão", recebe troféu Rádio Progresso.
Definição de avô - Postagem do Antonio Morais.
099 - O Crato de Antigamente - Postagem do Antonio Morais..
Texto do Armando Lopes Rafael.
sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Pacote Malddad taxa até quem tem doença terminal - Diario do Poder.
O governo Lula (PT) prometeu “corte robusto de gastos”, mas passou a perna em todo mundo, provocando decepção e desânimo. O pacote anunciado pelo ministro da Fazenda, que opositores chamam de “Malddad”, inclui medidas cruéis como extinguir a isenção tributária para portadores de doenças terminais.
O governo desapontou quem espera desde a posse do atual presidente a prometida isenção de impostos para quem recebe até R$5 mil mensais: só começa no ano (eleitoral) de 2026.
Não sabe o que diz.
Sobre a isenção dos R$5 mil, Haddad fez a alegação falsa de que será compensado taxando quem ganha mais de R$50 mil. Sem chances.
Não compensa nada.
Investidor respeitado, Pedro Cerize disse que o número de assalariados na faixa dos R$50 mil é irrisório, mesmo que a alíquota seja de 100%”.
Prioridade é gastar.
Em vez de corte de gastos, o governo anunciou apenas mais um pacote tributário, confirmando a recusa de Lula de cortar seus gastos sem limite.
Apenas improvisação.
O governo tirou da gaveta antigo projeto da Receita esfolando quem já paga muitos impostos. Nada tinha preparado sobre corte de gastos.
O PERDÃO - Postagem do Antonio Morais.
De volta à sua casa, o rapaz que nunca perdoara o pai, quando colocou a Bíblia numa estante, notou que havia um envelope dentro dela. Ao abri-lo, encontrou uma carta e um cheque.
A carta dizia: "Meu filho, sei o quanto você deseja ter um carro. Eu prometi e aqui está o cheque para você, escolha aquele que mais lhe agradar. No entanto, fiz questão de lhe dar um presente ainda melhor, a Bíblia sagrada. Nela aprenderás o amor de Deus e a fazer o bem, não pelo prazer da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência".
Como é triste a vida dos que não sabem perdoar. Isto leva a erros terríveis e a um fim ainda pior. Antes que seja tarde, perdoe aquele a quem você pensa ter lhe feito mal. Talvez se olhar com cuidado, você irá ver que há também, um "cheque escondido" em todas as adversidades da vida.
098 - O Crato de Antigamente - Por Ronaldo Correia de Brito.
097 - O Crato de Antigamente - Por Antônio Morais.
096 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
Foi isso que aconteceu em Crato: destruição. Município de topografia acidentada, o que muito ajuda para que a sede tenha um clima bastante quente, portanto, ela fica necessitada, como as demais urbes cearenses, de áreas verdes, de espaços abertos e reflorestados para que a população desfrute de aeração sadia e farta. Mas, não foi por falta de local adequado para construir o Fórum que a administração publica municipal demoliu mais uma praça.
Terrenos a venda não faltavam ao seu derredor. No bairro Mirandão, existiam e existem loteamentos e terrenos baldios para desapropriação que comportam até uma metrópole. Porque então sacrificar um logradouro publico? Uma pracinha que recebeu o nome de um dos filhos ilustres da cidade, falecido em trabalho no seu gabinete na Superintendência do INSS, quem sabe, até defendendo os interesses de sua terra.
Falo do Dr. Raimundo Maciel de Brito, foto, cratense que, como poucos, soube ajudar seus conterrâneos e lutar pelos preitos maiores da comunidade. A pracinha a que me refiro situava-se em frente à rodoviária. À época da inauguração da mesma, estive presente e como parente, representei a família. Agradeci ao então prefeito Ariovaldo Carvalho à justa homenagem que o povo prestava ao falecido, dando o seu nome àquele logradouro.
Qual não foi meu espanto ao ver a rodoviária com sua frente voltada para o quintal do Fórum e os moradores do bairro privados dos seus momentos de lazer a sombra dos oitis, castanholas, sombreiros, etc.
Nada contra a construção daquela casa de justiça; outras cidades souberam locar as suas, mas ao fato, cabe toda revolta a quem autorizou a demolição da Praça Raimundo Maciel de Brito.
O logradouro merecia seu nome, porque se assim não fosse e se é que funeral conta algo de quem já morreu, até hoje, em Fortaleza, só dois são lembrados em grandiosidade e emoção: o do Governador Raul Barbosa e o do cratense Raimundo Maciel de Brito.
Cel. Ronald Brito.
095 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
Causos dele conheci aos montes, ele era espirituoso, alegre, brincalhão ao extremo, pratico e para tudo encontrava uma saída.
Certa feita ele saiu numa sexta-feira com alguns amigos, começou a beber e só retornou para casa no outro dia por volta de cinco horas da manha. A mulher esperava andando pelos quatro cantos da casa, num misto de preocupação e raiva. Indignada, desabafando em alta voz, chamando-o de cretino e mau caráter.
Só não houve uma emboança porque ele não costumava discutir, chegava calado e continuava assim, por mais que a mulher zoadasse. Na verdade era de paz, especialmente depois de uma traquinagem.
Para agradar a esposa, no outro dia, fez um convite para um jantar numa churrascaria da cidade. A generosidade foi tamanha que autorizou a mulher a convidar uma outra irmã, ou seja, a cunhada para a festa comemorativa pelas pazes. Quando saíram de casa, a esposa notou o carro cheio de coxias de cigarros.
A mulher perdeu o controle e passou exigir explicações: Ontem eu estava com uns amigos tomando umas geladas no Bar Gloria e um amigo me pediu o carro emprestado e só devolveu ao amanhecer, por isso cheguei tão tarde em casa, disse solicito.
Passaram na casa da cunhada e a apanharam. Bem acomodada no banco traseiro do carro a convidada soltou os sapatos dos pés que com os solavancos do carro foram parar na parte da frente, nos pés do Melito.
Ao vê os calçados, tranquilo e bem humorado, imaginou no seu silencio: “vige nossa” a mulher esqueceu o diabo dos sapatos, e agora o que faço? Bem ao seu estilo apanhou os sapatos sem que ninguém percebesse e os jogou fora pela porta do carro.
Quando chegaram à churrascaria, para sua surpresa, as duas, mulher e cunhada quase endoidaram procurando os sapatos. O Melito na maior cara de pau danou-se a procurar por baixo de tudo que era banco. Causos que contava aos risos.
094 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais

Voltemos ao Padre, seu outro lado, seu silêncio martirizado no quarto de estudos, onde dormir é privilégio. Aí doma seus fantasmas, suas letras. Não tem com quem conversar, aprofundar argumentos, buscar o verme que contamina o miolo de seu fruto, o fruto vermelho da História. Busca nos alfarrábios, cruza garatujas de batistérios. E sempre Nascimento e Morte de permeio, desmontados em árvores desenhadas em páginas coladas, para chegar ao mais idiota descendente de um coronel qualquer da Guarda Nacional.
O padre caminha sem prestar atenção a quem passa, nem atentar para quem se furta por detrás das gelosias. Anda rápido para dar tempo à chamada do refeitório e, logo depois, recomeçar reflexões e leituras. Abrirá a porta de vidro da estante de cedro com a chave escondida dentro do sapato, enrolada na meia. Lembrança do regulamento, de quando era regente:“Só poderão fazer leituras extra-programma mediante prévia autorização do Padre Prefeito” (sic). Passa o Padre Gomes e Tandô, o anão, se pergunta:“Em que diabo está pensando esse homem?”Somente hoje é possível compreender o porquê daqueles passos apressados, daquela inquietação permanente, de sua genialidade e equívocos.
A fotografia: não é mais necessário lupa para recompor as feições. Não mira a objetiva do fotógrafo. É uma visão para o largo, um ar que o distingue do resto. Tem um ar triste, inquieto. Pensa num mundo mais largo, sem cadeias, distante do jugo das genealogias, longe de um sol que é o mesmo sol de todos os dias, segundo Machado de Assis, onde nada existe que seja novo, onde tudo cansa, tudo exaure...Até aqui a poesia de Everardo Norões
093 - O Crato de Antigamente - Por Antônio Morais.
092 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
Humilde de origem, pois filho de um modesto ferroviário da extinta Rede de Viação Cearense, Monsenhor Pedro Rocha de Oliveira ocupa lugar na história da Diocese de Crato, como um dos seus mais valorosos sacerdotes. Um homem vocacionado por Deus para a missão de educar e servir aos semelhantes.
Foi ordenado presbítero com 23 anos e seis meses de idade. Viveu apenas 57 anos, 34 dos quais exercendo um profícuo ministério sacerdotal. Tão logo foi ordenado sacerdote, Monsenhor Rocha passou a lecionar no Seminário São José, o que fez por seis anos, findos os quais assumiu o cargo de reitor dessa instituição, ali permanecendo por mais 15 anos. Mas suas atividades não se limitavam só a isso.
Foi, por 24 anos, Provedor do Hospital São Francisco de Assis, sendo que, nos últimos 12 anos de sua vida, residiu no próprio hospital. Por essa atividade ficou conhecido como “O Apóstolo da Caridade”. Simultaneamente, foi jornalista e diretor do jornal “A Ação”, órgão oficial da Diocese de Crato; orientador espiritual da Liga Feminina da Ação Católica; radialista, produtor e apresentador do programa “Consultório da Família”, levado ao ar pelas emissoras de rádio da cidade de Crato; Diretor Diocesano da Obra de Vocações Sacerdotais, entidade responsável pelo financiamento dos estudos de muitos sacerdotes. Sem falar que sempre foi muito requisitado para pregar retiros espirituais.
Um dos maiores oradores sacros do Sul do Ceará, Monsenhor Rocha era um líder entre seus colegas de sacerdócio. A muitos desses seus irmãos de ministério amparou, na velhice, dando, assim, o testemunho de um coração misericordioso e solidário. Vários dos pavilhões existentes no Hospital São Francisco foram por ele construídos. Possuía um espírito prático, sendo reconhecido como administrador competente e criterioso.
Certa feita, recebeu uma verba da entidade católica alemã Miserior, destinada à reforma e melhoramentos no Hospital São Francisco. Ao término das obras e como sobrara certa importância do dinheiro recebido, devolveu à instituição doadora essa sobra. Dos alemães, que vieram fiscalizar a construção, ficou este testemunho:
Trata-se de caso único, na história da Miserior.
Monsenhor Murilo de Sá Barreto assim se referiu a Monsenhor Rocha, seu antigo mestre:
“Era um Reitor amigo, educador coerente, conselheiro paciente, conferencista polivalente, iniciador da Ação Católica nesta diocese, acolhedor dos pobres e dos simples, tanto no Seminário como no Hospital, tanto no confessionário como nas conversas informais de orientação”.
Sobre Monsenhor Pedro Rocha de Oliveira assim escreveu Monsenhor Montenegro, no livro O Apóstolo da Caridade:
“Monsenhor Rocha era um homem simples, modesto, Sacerdote modelo. Um Santo. Simples como Deus o fez, e a vida não conseguiu jamais desfazer. Era um mesmo para todos. E, no entanto, cada um o sentia como se fosse diferente para cada um. O segredo daquele imenso afeto que todos lhe dedicaram, o segredo do prestígio incomparável que adquiriu, em toda a sua vida, estava em ter vivido não para si, mas para os outros, em Deus e por Deus, no próximo, como um Santo Sacerdote, filho dessa Igreja que ele amava apaixonadamente, até o seu último alento”.
(*) Armando Lopes Rafael é historiador.
091 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.

As associações de classes e os clubes de serviços capitaneados pelo presidente da Associação Comercial do Crato Thomaz Osterne de Alencar faziam a defesa dos maiores interesses do município.
A classe política, prefeito, Deputado Estadual, Deputado Federal e Senador se irmanavam na cobrança junto ao Governo Estadual e federal.
O tempo foi passando, o contingente eleitoral foi aumentando, as lideranças políticas se apequenando, e, de quase duas décadas para cá não contamos com representação Estadual e Federal.
Nesses últimos anos o que mais se viu foi choradeira e reclamação contra o poder Estadual. Dizem que não prestigia a cidade, que desvia obras e até que retira as já existentes para os municípios vizinhos. Estamos vivendo o imaginário.
As entidades de classes fazendo abaixo assinado contra uma ideia do Governo de fortalecer a Urca dotando-a de condições necessárias para atender as demandas, ocupando o espaço onde hoje está o já superado "Parque de Exposições".
Propõe também o projeto que se construa um novo parque mais espaçoso e adequado a atualidade da era moderna, com investimentos de 25 milhões de reais. Como o povo não quer não mando: falou seco o Governador, ontem para um repórter já aborrecido com razão.
O Parque pertence ao Estado. O Governo pode fazer dele o que bem entender. Alguém já esqueceu que há anos o Governador Beni Veras veio fazer a abertura da exposição e o prefeito do Crato Walter Peixoto foi impedido de adentrar no Parque pela Policia?
Só fazendo depois de encerrada a solenidade e que o Governador se retirou do local? Os políticos vizinhos estão rindo com a tolice dos cratenses. Devem está loucos que o empreendimento não vingue. E, certamente se oferecendo para que o levem para a sua terra.
Lembrem-se senhores bairristas: A Urca é o maior empreendimento do Crato e os Campus de Iguatu e Juazeiro já superam o contingente do Campus do Pimenta em Crato.
É por essa razão que nas eleições estaduais acontece o estouro da boiada.
quinta-feira, 28 de novembro de 2024
O TALENTO E A NOVA DEFINIÇÃO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.
O talento de um jogador de futebol é a soma de habilidade, técnica e criatividade.
Qualidades essenciais de um craque, que fique bem claro.
Acrescento: isso tudo e mais
a inteligência sinestésica, que é capacidade de calcular espaço, tempo, bola e processar em segundos.
Só que a definição de talento foi modificada, tornada atual.
O jogador filósofo Nei Conceição é que dispara: "O problema do atual é ser muito atual".
Talento, agora, se define como "habilidade apoiada em duas pernas fortes junto à velocidade em conceito dinâmico".
Isto é: com o avanço técnico e físico, a palavra talento se deforma um pouco ao aumentar as exigências das pernas, pulmão, de todo o corpo.
É o diabo. Quanto mais penso, menos entendo.
"Tem que se atualizar!”. Sou alertado.
Minha opinião é só minha, não é para mudar a sua - Por Antonio Morais
Eu não sou escritor, não sei escrever e nunca me preocupei com isso. Não escrevo para os outros, até porque não conheço o gosto literário de cada um, nem sei o que lhes apetece.
Eu escrevo para mim, portanto minha opinião é só minha, não é para mudar a sua. Não se preocupes com ela, a sua é tão importante quanto a minha.
Portanto quando você estiver navegando nas páginas da enternet que se deparar com um escrito meu, não se aborreça, não se afregele, pule, siga adiante, não se dê ao trabalho de ler o que você não gosta.
O hábito da leitura é individual, divino e sagrado. Você não pode ser impedido desse direito.
522 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre, Isenção - Por Antônio Morais
521 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - POR ANTONIO MORAIS
A bicha vivia no prego. O mecânico não tinha descanso. Certo dia, o dono da oficina perguntou: Zaqueu essa moto é novinha em folha? Sim, comprei na revenda de Iguatu. Qual a marca? Não sei. E esse MZ o que quer dizer?
Zaqueu pensou um pouco e não tardou a responder: não sei, mas só pode ser "Matou Zaqueu"!.
090 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
Tanto me afiz bela urbe, à tua natureza
Pelos meus respirada, exuberante e pura.
Que, ausente dos teus céus, nas horas de ternura.
Afloras-me ao cismar, bem fadada princesa!
Venho as auras haurir-te. E ao ver-te, que leveza
Blandiciosa me invade, e se aviva, e perdura.
Sentindo-me ingressar na região da Fartura,
Sentindo-me extasiar na zona da beleza!
E o Cristo Redentor, e as torres, e a serena
Verdura a emoldurar-te... Em fim, para que a pena
Deslize no papel, feliz, ágil, fagueira.
Basta-me a aparição, na tarde que se encerra.
De uma casa a alvejar num côncavo da serra,
Ou o simples flabelar de um leque de palmeira.
089 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
088 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
Câmara Municipal do Crato/CE, 1960. Da esquerda para a direita:
1 - Padre Antônio Teodósio Nunes,
2 - Vice prefeito José Esmeraldo Pinheiro,
3 - Prefeito José Horácio Pequeno,
4 - Presidente da câmara municipal José de Alcântara Vilar,
5 - Vereador Saturnino Candeia,
6 - Jornalista Zilberto Teles,
7 - Vereador José Luiz de França.
8 - Jornalista Hubert Cabral.
Uma foto memorável.
087 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
086 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
Sempre que se fala em desmandos no interior do estado logo são invocados os antigos delegados de policia, uns civis, outros militares, todos, no entanto iguais em matéria de arbitrariedades. Eram os delegados de policia nomeados por indicação dos coronéis situacionistas, cabendo-lhes, principalmente, dar execução as políticas dos prefeitos municipais.
Esta política consistia, nada mais nada menos do que dar perseguição aos adversários dos chefes que estavam “de cima”, prendendo-os por motivos fúteis, espancando-os, cometendo, enfim, toda sorte de truculências. Isso fazia com que os matutos preferissem os antes cangaceiros aos “macacos do governo”, apelido pelo qual eram tratados os soldados de policia.
Quem mais sofria nessa confrontação eram os pequenos, os trabalhadores do campo, roceiros e demais agregados dos chefes oposicionistas. Despeiteando os pequenos entendia “os paus mandados” de o situacionismo, estarem a desfeitear os grandes, por sua vez chefes dos injustiçados.
Estes, se eram vistos bebendo a sua cachaça, conversando alto nas feiras ou portando suas facas de ponta, logo seriam atingidos pela truculência policial. Daí afirmar a simplória sabedoria dos matutos que o pau quebrava sempre era no espinhaço dos pobres, ou, por outra, que pobre não podia ter opinião. Graças aos desmandos cometidos alguns delegados de policia entrariam para o nosso folclore.
É o caso do famoso Chico de Brito. Quem já não ouviu falar, no interior cearense, na Lei do Chico Brito? Quem, no entanto, não ouviu falar o famoso personagem? E sua lei? Em que consistia? Ao que se sabe, Chico de Brito, homem de posses, dono de engenho de rapadura, uma vez na delegacia de policia de Crato, isso no começo do século passado, instituiu a lei da peia.
Era a palmatória, era o chicote, aplicados nos presos como corretivos, de conformidade com os delitos cometidos. Não se sabe se Chico Brito logrou resultado com a sua malgradada instituição. O que se sabe, no entanto, é da triste fama de verdugo que lhe adveria.
Alberto S. Galeno.
085 - O Crato de antigamenre - Por Antonio Morais.
084 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
Relutei, primeiro porque desde a inauguração do Parque, a 04 de Setembro de 1944, pelo interventor Francisco Menezes Pimentel, de tudo ali já aconteceu: desde um vigário da Diocese afirmar em discurso que o Dr. Tasso Jereissati estava preparado para substituir Jesus Cristo, até a proibição do prefeito e comitiva adentrarem ao recinto; e em segundo porque achava que estariam presentes autoridades com maior representação do que a minha ; mas não teve jeito.
083 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
Show, de graça - Luiz Gonzaga com sua esposa Helena e a filha Rosa.
quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Tenho rugas - Postagem do Antônio Morais.
Olhei para o espelho e descobri que tinha muitas rugas, em volta dos olhos, na boca, na testa.
Eu tenho rugas porque eu tive amigos, e nós rimos, mas tanto, até às lágrimas. Eu tenho rugas porque conheci o amor que me fez espremer os olhos de alegria.
Eu tenho rugas porque tive filhos e fiquei preocupada com eles desde a concepção, mas também porque sorri para todas as suas novas descobertas e porque passei muitas noites em claro.
Tenho rugas porque eu também chorei. Chorei pelas pessoas que amei e que foram embora, por pouco tempo ou para sempre, sabendo ou sem saber o porquê.
Tenho rugas porque passei horas sem dormir para observar os projetos que correram bem, mas também para cuidar a febre das crianças, para ler um livro ou fazer amor. Vi lugares lindos, novos, que me fizeram abrir a boca espantada e ver os lugares antigos, antigos, que me fizeram chorar.
Dentro de cada sulco no meu rosto e no meu corpo, se esconde a minha história, se escondem as emoções que vivi, a minha beleza mais íntima. E se apagar isso, apago a mim mesma.
Cada ruga é uma anedota da minha vida, uma batida do meu coração, o álbum de fotos das minhas memórias mais importantes!
ENTRE A TREVA E A VOLTA À ELITE - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.
A insistência de um 0 X 0 angustiante diante do Guarani, em Campinas, deixava o torcedor do Ceará à beira de uma cava depressão.
Somente uma vitória determinaria a volta do alvinegro a série A. O futebol jogado pelo time de Condé não indicava que isso seria possível.
O gol de Tálison, no segundo tempo, anulado por impedimento, aumentou ainda mais a carga dramática do jogo.
Eis que, por uma dessas coisas surpreendentes do futebol, foi o cálido empate, sem gols, e não uma vitória, que acabou consagrando a volta do alvinegro à elite do futebol brasileiro.
Um gol do Goiás, do treinador Mancini, sobre o Novo Horizontino caiu do céu e possibilitou o "milagre".
Os resultados conspiraram a favor do Ceará. Um empate, que não se encaixava na contagem de pontos, e uma derrota do Novo Horizontino, que era apenas uma possibilidade.
Numa questão de minutos, o torcedor alvinegro, que acompanhou a equipe a Campinas, e os que se espalharam em casas, bares e restaurantes, secundarizaram todo o sofrimento imposto pela má atuação do time.
E claro, encharcados de felicidades, caíram numa maravilhosa comemoração.
Duvido que se tenha uma coisa mais emocionante do que o futebol.
082 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
081 - O Crato de Antigamente - Postagem Antônio Morais.
Estoicismo - Por José de Figueiredo Brito, Campina Grande - Paraíba 1953.
Trabalhador cearense
Que estranho poder é o teu
O que foi que te venceu
O que é que te vence
Nem a fome nos estios
Nem o frio dos teus pagos
Nem a Amazônia de lagos
Feras e palustres rios
Não te cansas és bem forte
Tão no Sul quanto no Norte
No Leste ou no Nordeste
Só a saudade não resiste
Porque mostras feições tristes
Fora do teu torrão agreste
080 - O Crato de Antigamente - Antônio Morais.
Caro Jovem - Por Antonio Morais.
Caro jovem!
O governo te quer ignorante. A igreja te quer submisso. O empresário te quer agachado. O banco te quer endividado.
Por isso quando peço-te que estude, é porque quero-te livre. Não guarde lugar para quem não tem a intenção de se sentar ao seu lado.
O conhecimento é tua melhor e mais poderosa arma.
Seis por meia dúzia, equivalem-se - Por Antonio Morais.
Eu não tenho nenhuma predileção por politico corrupto, desonesto e mal caráter.
Quando falo do Lula não estou elogiando Bolsonaro, e, quando falo de Bolsonaro não estou elogiando Lula.
Engana-se quem pensa o contrário. Na minha avaliação são duas nulidades, com os mesmos defeitos e a mesma iniquidade.
Em 2018 votei para o Bolsonaro, porque conhecia o Lula. Poucos meses depois da posse Bolsonaro começou a se revelar um Lula piorado. Começou a fazer besteiras desnecessárias, uma maior do que a outra.
Um amigo comentou que eu tinha a venta furada por Bolsonaro e estava mudado.
Tudo que eu criticava do Bolsonaro ele está pagando agora pelas bobagens que praticou.
Vivia de ameaças que não tinha a menor condição e poder de realizar. Suas ameaças tolas construíram inimigos poderosos, mídia, justiça e hoje está vendo faltar o chão, porque não teve a postura e liturgia do cargo de presidente.
A direita no Brasil tem um futuro promissor, mas precisa se afastar do Bolsonaro.
Bolsonaro é a única pessoa capaz de levar a esquerda a vitória.
Quem viver verá.
Dom Pedro II, Exemplo de nobreza - Por Antônio Morais.
De tempos em tempos, diante da turbulência que assola o país e o planeta, somos obrigados a revisitar o belo legado de um dos maiores de nossos estadistas. Dom Pedro II.