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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 16 de abril de 2020

A ÚLTIMA FALA DO TRONO - Postagem do Antônio Morais.


"Descendo para a cidade em maio de 1889, D. Pedro II participou pela última vez do início do ano legislativo. A roupa do imperador era a mesma, devidamente ajustada, desde a época que ele subira anos antes os mesmos degraus do trono para falar aos representantes eleitos da nação. 

O velho Senado estava cheio, as galerias lotadas e todos viram o monarca, com as suas meias de seda branca, o manto de veludo verde bordado a ouro, a murça amarela de papos de tucano e a coroa. D. Pedro, com as pernas bambas, parecia que sucumbiria ao peso do aparato imperial. 

Os pajens ergueram o manto para facilitar a subida do imperador ao trono, o aliviando um pouco do peso, mas era visível o seu cansaço ao vencer penosamente os degraus. A voz, fraca e baixa, dificultou que escutassem o seu discurso. Os que o ouviram não gostaram muito, os que o leram, após as gráficas do Rio de Janeiro imprimirem os jornais, menos ainda. 

Além da informação a respeito da quantidade de imigrantes, mais de 100 mil que entraram no Brasil, e a necessidade de uma reforma agrária, tanto envolvendo terras devolutas quanto as improdutivas, principalmente nas beiras das estradas de ferro, Dom Pedro foi tachado de medieval pelo visconde de Taunay devido ao fato de fazer menção à criação de mais bispados no Brasil e universidades.

O direito de o governo desapropriar as terras improdutivas mexeu com os grandes latifundiários. Já lhes arrancaram a propriedade escrava e agora também iam tirar suas terras?"

3 comentários:

  1. D.Pedro II, Do Brasil.
    O Nome completo do mesmo, era:
    Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbon.

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  2. Os livros de História nos ensinam que “No Brasil Imperial as “Falas do Trono” foram discursos proferidos pelos Imperadores, Dom Pedro I e Dom Pedro II, e pelos Regentes nas reuniões de abertura e encerramento do ano legislativo da Assembleia Geral Legislativa brasileira. Durante toda a existência da Assembleia, no período monárquico, perante os senadores e deputados, o monarca costumeiramente discorria sobre temas importantes da política, da administração dos problemas que o país enfrentava e dos seus desafios e propostas para resolvê-los”.
    Bons tempos aqueles. Os nossos governantes tinham credibilidade. Eram respeitados pela população. Os políticos na sua imensa maioria eram pessoas preparadas, dignas e honestas. Compare com a República dos dias atuais.
    Outro dia li um artigo do historiador Francisco Santos onde ele afirma: “Sempre me pergunto qual o motivo que levou o Brasil a ser subdesenvolvido, ter uma população carente de saúde, educação e desenvolvimento, qual o motivo de um país tão rico e que tinha tudo para ser desenvolvido, ser um país com um povo tão pobre e carente como é nosso povo, e a resposta me vem à mente em um único sopro: ”República: A desgraça da nação brasileira”.

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  3. Prezado Armando - Esse seu comentário revela a mais pura verdade. Um país que tem um povo que elegeu Lula por dois mandatos e Dilma por mais dois, nada mais é do que o fracasso e derrota de um povo.

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