O novo rio de 2021 já chega mal humorado por trazer no seu escoamento seqüelas do rio mal cheiroso de 2020.
Esse rio que se pretende novo (se for como a nova política, já nasceu morto) fez estreia resmungando com total razão, ao colocar Bertolt Brecht na conversa: “Se diz violento o rio que tudo arrasta. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”.
De fato, as margens do rio que passou infelicitando a vida dos pobres mortais estiveram coalhadas pelas piranhas da incúria.
O jogo caudaloso desse rio, no seu lerdo escoamento, foi duro e desleal em quase todos os aspectos, com “destaque” para a política e judiciário que optaram pelo antijogo, sem visar a bola.
Mas seria tão bom que as águas passadas, sem força para mover moinho nenhum, fizessem parte do nosso esquecimento.
Segundo Nelson Rodrigues, nascemos para esquecer; nos nossos infortúnios a primeira palavra que chega para nos consolar é: “esqueça”.
Melhor ainda para esse “rábula” de cronista que poderia assim dar férias ao seu permanente pessimismo.
O otimista é um desinformado, insisto.
De qualquer forma, para não dizer que a crônica foi apenas lamentosa, procure, a despeito de tudo, ser feliz.
Repita Guanaes: “A vida precisa de felicidade, e a felicidade precisa da vida”.
Mais uma bela crônica com a marca do grande amigo, comentarista Wilton Bezerra. Agradeço em nome dos leitores do Blog.
ResponderExcluir