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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

O NOVO E VELHO RIO DA VIDA - Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 O novo rio de 2021 já chega mal humorado por trazer no seu escoamento seqüelas do rio mal cheiroso de 2020.

Esse rio que se pretende novo (se for como a nova política, já nasceu morto) fez estreia resmungando com total razão, ao colocar Bertolt Brecht na conversa: “Se diz violento o rio que tudo arrasta. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”.

De fato, as margens do rio que passou infelicitando a vida dos pobres mortais estiveram coalhadas pelas piranhas da incúria.

O jogo caudaloso desse rio, no seu lerdo escoamento, foi duro e desleal em quase todos os aspectos, com “destaque” para a política e judiciário que optaram pelo antijogo, sem visar a bola.

Mas seria tão bom que as águas passadas, sem força para mover moinho nenhum, fizessem parte do nosso esquecimento.

Segundo Nelson Rodrigues, nascemos para esquecer; nos nossos infortúnios a primeira palavra que chega para nos consolar é: “esqueça”.

Melhor ainda para esse “rábula” de cronista que poderia assim dar férias ao seu permanente pessimismo.

O otimista é um desinformado, insisto.

De qualquer forma, para não dizer que a crônica foi apenas lamentosa, procure, a despeito de tudo, ser feliz.

Repita Guanaes: “A vida precisa de felicidade, e a felicidade precisa da vida”.

Um comentário:

  1. Mais uma bela crônica com a marca do grande amigo, comentarista Wilton Bezerra. Agradeço em nome dos leitores do Blog.

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