Já havia mais de 20 pessoas em volta do veiculo e aquela aglomeração me fez apressar o passo, pois, confesso que tenho o vicio da curiosidade. Alcancei o ajuntamento de pessoas e pude ver de que se tratava. Uma colisão em plena avenida. O fato de ter sido uma avenida acentuou sobremodo a movimentação de gente e a desordem no transito.
Aproximei-me o máximo que pude e assim conseguir ver melhor o veiculo, com as 4 rodas para cima. Não havia mais ninguém dentro e se houve vitima já havia procurado socorro. Não lhes sei dizer o tipo de carro acidentado, pois nada entendo do assunto.
Havia todo tipo de pessoas alimentando sua curiosidade e muitos outros a quem interessava o fato.
Um homem, de macacão oleado e roto, com letras sujas pelo peito, era o que mais examinava o veiculo. Não só examinava olhando, pegava, passava a mão, esfregava, puxava os fios, palmeava as portas. É! No mínimo o conserto da maquina vai pra umas dez milhas.
Um cidadão de mala de executivo, bigode ralos e jeans informou serio e sozinho: Será que se encontrava no seguro?
Por fim apareceu outro cidadão de boné e farda, com uma tabuleta e lápis na mão. Mediu o asfalto. Mediu os rastros dos freios, olhou para os dois lados da avenida, atravessada pela rua. Fez anotações e dialogou com outro fardado, que ajudava na perícia: Sem duvida nenhuma, este motorista entrou errado no sinal.
Duas garotas infiltradas na massa, chegaram-se até onde eu estava, muito perto da maquina escamoteada. Eram estudantes uniformizadas. Uma que arrumava o cabelo com uma mão e apertava o braço da amiga, exclamou: Olha, Cristina! Os faróis de milha. O volante esporte de corrida, ajuntou a outra.
Vidros Ray-ben.
E baixinho as duas exclamaram: Bancos reclináveis....
Eu não tinha percebido este detalhe.
Quando não havia motel já existiam as garotas. Curiosas, observadoras.
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