Lampião retirou do bolso um pedaço de papel, encimado com seu timbre. Tomou do lápis e redigiu um bilhete. Julgava, assim, conseguir o intento. Escreveu com dificuldades numa péssima caligrafia:
Cel. Rodolfo.
Estando eu até aqui pretendo o dinheiro, já foi um aviso, ahi, pro Senhoris, si por causo resolver, mi a mandar será a importância que aqui nos pede. Eu envito de entrada ahi, porem não vindo esta importância eu entrarei, até aí penço qui a Deus querer, eu entro.
E vai aver muito estrago por isto, si vir o dinheiro eu não entro, ahi, mas nos resposte logo.
Capitão Lampião.
Entrega-o a Formiga e manda recado:
Se não for enviada a importância até as duas da tarde entrarei na cidade fazendo depredações de toda sorte.
Resposta ao Ultimato:
Não é possível satisfazer-lhe a remessa dos quatrocentos contos, pois não tenho, e mesmo no comercio é impossível encontrar tal quantia.
Ignora-se onde está refugiado o gerente do banco, Sr. Jaime Guedes.
Estamos dispostos a recebê-los na altura em que desejarem. Nossa situação oferece absoluta confiança e inteira segurança.
Prefeito - Rodolfo Fernandes.
O resto da história você já conhece. Lampião invadiu Mossoró, quando perdeu alguns de seus principais cangaceiros fez bunda de ema arribou deixando-os para trás.
ResponderExcluirNa volta, de passagem pelo Tipy, em Aurora pensava invadir Lavras de Mangabeira, levou outra carreira do Coronel Raimundo Augusto Lima.
Fugiu deixando para trás as armas que recebera de Floro Bartolomeu a pretexto de combater a coluna Prestes e as montarias, os cavalos.
Lampião diz qui num corre
ResponderExcluirMas correu lá da Matinha
Deu um chouto vergonhoso
E galope almofadinha!
Lampião diz qui num corre.
É mofino corredor!
Já correu de Mata Grande,
Qui poeira levantou.