Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 1 de agosto de 2022

CERTAMENTE TEU PROFESSOR DE HISTÓRIA NÃO TE ENSINOU ISSO NA ESCOLA - Por Bibliografia de José Murilo de Carvalho.


Santos Dumont almoçava 3 vezes por semana na casa da Princesa Isabel em Paris.
A ideia do Cristo na montanha do Corcovado partiu da Princesa Isabel.
A família imperial não tinha escravos. Todos os negros eram alforriados e assalariados, em todos os imóveis da família. Dom Pedro II tentou ao parlamento a abolição da escravatura desde 1848. Uma luta contra os poderosos fazendeiros por 40 anos.
Dom Pedro II falava 23 idiomas, sendo que 17 era fluente.
A primeira tradução do clássico árabe “Mil e uma noites” foi feita por Dom Pedro II, do árabe arcaico para o português do Brasil.
Dom Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes.
Dom Pedro Augusto Saxe-Coburgo era fã assumido de Chiquinha Gonzaga.
Princesa Isabel recebia com bastante frequência amigos negros em seu palácio em Laranjeiras para saraus e pequenas festas. Um verdadeiro escândalo para época.
Na casa de veraneio em Petrópolis, Princesa Isabel ajudava a esconder escravos fugidos e arrecadava numerários para alforriá-los.
Os pequenos filhos da Princesa Isabel possuíam um jornalzinho que circulava em Petrópolis, um jornal totalmente abolicionista.
Dom Pedro II recebeu 14 mil votos na Filadélfia para a eleição Presidencial, devido sua popularidade, na época os eleitores podiam votar em qualquer pessoa nas eleições.
Uma senhora milionária do sul, inconformada com a derrota na guerra civil americana, propôs a Pedro II anexar o sul dos Estados Unidos ao Brasil, ele respondeu literalmente com dois “Never!” bem enfáticos.
Dom Pedro II fez um empréstimo pessoal a um banco europeu para comprar a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca. Em uma época que ninguém pensava em ecologia ou desmatamento, Dom Dom Pedro II mandou reflorestar toda a grande fazenda de café com mata atlântica.
Quando Dom Pedro II do Brasil subiu ao trono, em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta.
Em seu último ano de reinado, em 1889, essa porcentagem era de 56%, devido ao seu grande incentivo a educação, a construção de faculdades e, principalmente, de inúmeras escolas que tinham como modelo o excelente Colégio Pedro II.
A Imperatriz Teresa Cristina cozinhava as próprias refeições diárias da família imperial apenas com a ajuda de uma empregada (paga com o salário de Pedro II).
1880 - O Brasil era a 4º economia do Mundo e o 9º maior Império da história.
1860 -1889 - A média do crescimento econômico foi de 8,81% ao ano.
1880 - Eram 14 impostos, atualmente são 98.
1850 -1889 - A média da inflação foi de 1,08% ao ano.
1880 - A moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina.
1880 - O Brasil tinha a segunda maior e melhor marinha do Mundo, perdendo apenas para a da Inglaterra.
1860-1889 - O Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais.
1880 - O Brasil foi o maior construtor de estradas de ferro do Mundo, com mais de 26 mil km.
A imprensa era livre tanto para pregar o ideal republicano quanto para falar mal do nosso Imperador.
"Diplomatas europeus e outros observadores estranhavam a liberdade dos jornais brasileiros" conta o historiador José Murilo de Carvalho.
Mesmo diante desses ataques, Dom Pedro II se colocava contra a censura. "Imprensa se combate com imprensa", dizia.
O Maestro e Compositor Carlos Gomes, de “O Guarani” foi sustentado por Dom Pedro II até atingir grande sucesso mundial.
Dom Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda voltou a existir.
Em 1887, Dom Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge.
A mídia ridicularizava a figura de Dom Pedro II por usar roupas extremamente simples, e o descaso no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Dom Pedro II não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma censura.

Dom Pedro II andava pelas ruas de Paris em seu exílio sempre com um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana. Foi enterrado com ele.

6 comentários:

  1. A perca com a mudança da Monarquia para republica se nivela a mesma perca na mudança de Dom Pedro II para o Pajé Lula da Silva.

    ResponderExcluir
  2. -- 1 --
    Morais:
    Muito interessante sua postagem. Hoje pela manhã estava lendo sobre a dificuldade que o cidadão brasileiro enfrenta para chegar próximo aos atuais Presidentes da República. Todo o mundo, sem exceção, podia ser facilmente admitido à presença de D. Pedro II, não se precisando para isso nem de vestuário apropriado, nem de bilhete especial, nem de qualquer declaração ou outra formalidade, e muito menos de empenhos de políticos ou de gente do paço. Bastava apresentar-se em palácio, declinar o nome, que era lançado num grande livro, e penetrar naquelas salas abertas a todos. Benjamim Mossé, Rabino de uma Sinagoga em Londres, e autor de uma biografia sobre Dom Pedro II, escreveu: “Cada um pode apresentar-se como quiser, de casaca, de uniforme, de blusa, de roupa de trabalho; nem por isso deixa de ser recebido por Sua Majestade. O mais humilde negro, em chinelos ou pés descalços, pode falar ao soberano”.

    ResponderExcluir
  3. -- 2 --
    Escragnolle Dória, conhecido historiador e escritor, confirma: Era só chegar e esperar a sua vez, certo de ser atendido. Cada qual trazia o seu interesse e dava o seu recado sem vexame, na sua gramática. O Imperador costumava referir-se a essas audiências públicas como “receber a minha família brasileira”. Certa vez, falava ao Imperador uma mulher de cor, já idosa, cabeça nua, mãos trêmulas, xale aos ombros, vestido de chita, sapatos e meias usados. Aproximou-se acanhada, dirigiu-se ao soberano, e no perturbado da exposição deixou cair papéis, sem dúvida de apoio à modestíssima pretensão. Apanhou-os o Imperador, restituiu-os e continuou a ouvir por muito tempo, despedindo a suplicante com um sorriso de bondade e gesto de encorajamento, ficando a segurar os documentos que ela lhe confiara.

    ResponderExcluir
  4. -- 3 --
    O romancista Gustavo Aimard, que visitou o Brasil três vezes, escreveu sobre nosso País o livro “Brésil Nouveau”. Estava no Rio havia oito dias, em 1881, quando seu amigo Sohier lhe sugeriu que fosse ao Palácio da Boa Vista visitar o Imperador. Perguntou então qual seria a etiqueta. O amigo riu-se, e lhe deu a explicação:
    — Nos sábados, as audiências imperiais são públicas, e duram de duas às cinco da tarde. Os candidatos a um encontro com o soberano entram no palácio, sobem ao segundo andar, atravessam uma longa galeria e entram na sala das audiências, sem ninguém para lhes embargar os passos.
    — Então não há soldados, funcionários e guardas?
    — Soldados, haverá uns vinte. Mas nenhum se ocupa de quem entra nem de quem sai.

    ResponderExcluir
  5. Agora imagina, um cidadão comum tentar um audiência com o Presidente Bolsonaro.
    É mais fácil ele ter acesso à Rainha Elizabeth, da Inglaterra.

    ResponderExcluir
  6. Relatos históricos importantes que não temos como aprender nos bancos escolares. Grato...

    ResponderExcluir